sexta-feira, 15 de maio de 2009
A Igreja Católica em Portugal assinala este fim-de-semana o cinquentenário da inauguração do Santuário a Cristo Rei, em Almada, na diocese de Setúbal.
Portugal em festa com o Cristo Rei
Fim-de-semana marcado por um conjunto de celebrações, assinalando os 50 anos da inauguração do monumento
A Igreja Católica em Portugal assinala este fim-de-semana o cinquentenário da inauguração do Santuário a Cristo Rei, em Almada, na diocese de Setúbal. A visita da imagem da Capelinha das Aparições e um conjunto de celebrações litúrgicas são os acontecimentos que assinalam a data.
No Patriarcado de Lisboa, a visita da imagem de Nossa Senhora de Fátima, como aconteceu há 50 anos, termina com a celebração na Praça do Comércio e a procissão fluvial para Almada. Nesta cidade da Diocese de Setúbal, as celebrações terminam com a missa presidida pelo Bispo da Diocese, na manhã do dia 17, e, durante a tarde, a celebração aniversária, presidida pelo Enviado do Papa, Cardeal Saraiva Martins.
Para além do programa referido, estas celebrações vão ter mais um ponto alto, a geminação do Cristo Rei com o Santuário homónimo do Corcovado, no Rio de Janeiro (Brasil). Nas celebrações, em Almada, vai estar presente o arcebispo do Rio de Janeiro, D. Orani Tempesta. Em Outubro, vai ser a vez da delegação portuguesa se deslocar ao Brasil.
A ideia da construção deste santuário surgiu em Setembro de 1934, depois do Cardeal Cerejeira, Patriarca de Lisboa, visitar o Monumento erguido a Cristo no alto do Corcovado, sobre o Rio de Janeiro.
Como refere a Conferência Episcopal Portuguesa, na Nota que publicou para esta ocasião, "perante a cruenta guerra civil na vizinha Espanha e o crescimento do desprezo por Deus, o monumento era acto de desagravo, mas sobretudo expressava gratidão a Cristo por Portugal gozar de paz e incentivava a exigência de um ressurgimento nacional inspirado, na linha da tradição, em Jesus Cristo, único Senhor".
Fundamental para o avanço da concretização da ideia foi, segundo os Bispos, "o movimento espiritual, dinamizador dos católicos para a adesão e para a partilha de bens, necessárias para levar a bom termo a iniciativa do Episcopado".
"Sem a Acção Católica, com a sua mística do reinado social de Cristo, e o Apostolado de Oração, promotor da devoção ao Sagrado Coração de Jesus, a ideia da erecção do Monumento não avançaria", pode ler-se na nota.
"O Monumento, amplamente visível, que nos apresenta Cristo de coração e braços abertos, é um sinal eloquente da verdadeira imagem de Deus: humano e acolhedor, manso e humilde, um Deus que ama infinitamente a cada pessoa e a toda a humanidade", assinala a Conferência Episcopal Portuguesa.
No dia 18 de Dezembro de 1950 foi lançada a primeira pedra de monumento e a 17 de Maio de 1959 teve lugar a sua inauguração. A autoria é dos arquitectos António Lino e Francisco de Mello e Castro e dos mestres-escultores Francisco Franco e Leopoldo de Almeida.
Cerca de 300 mil pessoas, entre autoridades oficiais e cidadãos anónimos, estiveram presentes na inauguração. Na sua construção foram utilizadas 40 mil toneladas de betão armado.
A imagem de Cristo Rei surge, verticalmente, com os braços abertos em cruz e o coração visível. Dos 110 metros de altura do monumento, 82 metros correspondem ao pedestal e 28 metros à altura da imagem.
Santuário, não miradouro
D. José Policarpo, Cardeal-Patriarca de Lisboa, enviou uma mensagem a respeito desta celebração, sublinhando que “o Monumento a Cristo-Rei não pode ser apenas um mirante, mas um sinal da protecção de Deus sobre a cidade dos homens", convidando os fiéis a participarem nas celebrações.
Há cinquenta anos, Almada, onde se situa o Monumento a Cristo-Rei, pertencia ao Patriarcado de Lisboa, mas hoje pertence à Diocese de Setúbal, pelo que as celebrações comemorativas foram organizadas pelas duas Dioceses.
“Convoco os cristãos de Lisboa tanto para a Vigília, com a Imagem de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa, na tarde de 16 de Maio, como para a grande celebração do dia 17 de Maio, no Monumento a Cristo-Rei, às 16h00”, refere o Cardeal-Patriarca.
Na mensagem que escreveu à Diocese de Setúbal, D. Gilberto Canavarro Reis destaca, por seu lado, que “tendo em conta a origem, o significado e o dinamismo de transformação espiritual deste santuário, não hesitaremos em considera-lo como lugar privilegiado para nele terem lugar encontros, caminhadas, tempos de oração e de celebração (nomeadamente do sacramento da Reconciliação), de adoração ao Santíssimo Sacramento, de um ou mais dias de retiro e de silêncio contemplativo, de estudos sobre a evangelização e a missão dos cristãos no mundo”.
fonte:agência Ecclesia