sexta-feira, 29 de maio de 2009
A Santa Missa e Seu Valor Infinito
"Todas as Missas tem um valor infinito, pois são celebradas pelo próprio Jesus Cristo com uma devoção e amor acima do entendimento dos anjos e dos homens, constituindo o meio mais eficaz, que nos deixou Nosso Senhor Jesus Cristo, para a salvação da humanidade”.
Santa Matilde
Às vezes me pergunto se o Fiel Católico, não aquele que vai à Santa Missa de vez em quando, mas aquele que está “inserido” e “engajado” na “vida de Igreja” sabe realmente o que é a Santa Missa...
Fico me perguntando se as “pastorais litúrgicas” sabem realmente o valor litúrgico e sacramental da Santa Missa...
E algumas das vezes, infelizmente não poucas, tenho vontade perguntar ao Sacerdote que celebrou a Santa Missa se ele realmente acredita no que é a SANTA MISSA...
Em algumas “liturgias”, cuidadosamente preparadas pelas pastorais, não se pode notar nada que seja verdadeira liturgia, e na maioria das vezes nada que seja a Santa Missa...
Desejo eu tornar claro que a Santa Missa É o Sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo, verdadeiramente vivido, numa condição atemporal e alocatária, ou seja, numa condição que não tem tempo nem lugar. A Santa Missa é a vivência do Sacrifício de Nosso Senhor. Não é lembrança, nem símbolo, muito menos é um “como se fosse”...
A SANTA MISSA É O SACRIFÍCIO DE NOSSO SENHOR!!!
A Santa Missa é a renovação incruenta do Sacrifício do Calvário. É o mesmo e único sacrifício infinito de Cristo na Cruz, que foi solenemente instituído na Última Ceia. Nesta cerimônia ímpar, Cristo é ao mesmo tempo vítima e sacerdote, se oferecendo a Deus para remissão dos pecados, e aplicando a cada fiel seus méritos infinitos.
Vejo tantas vezes a Santa Missa ser “vivida” como um ato teatral, ou então como uma reunião social... Vejo a carência absoluta da sacralidade... do mistério...
Num outro dia, deixando claro que a Santa Missa deve ser celebrada em Latim, e que o vernáculo é apenas permissão (note-se bem que eu não estou sendo contrário à adoção do vernáculo), fui replicado com o seguinte argumento:
“Se já em português ninguém entende, quanto mais em Latim...”
Ora!!! E de onde surgiu a errônea idéia de que a Santa Missa é para ser entendida?
Acaso se pode entender um Mistério sem que ele seja revelado?
Sendo, então, a Santa Missa o mais alto de todos os Mistérios, como poderemos nós querer entende-la?
Nem em Latim nem em português, caros amigos... Nunca entenderemos a Santa Missa...
É óbvio que sou eu partidário e incentivador de que se estude o Santo Sacrifício para melhor se poder vivê-lo. Mas ainda que O estudemos até a exaustão, não compreenderemos em nada.
A Santa Missa é Mistério!
Nela devemos conhecer o que nos é possível. Devemos conhecer suas palavras sagradas em que encontramos todo o sabor da unção de que estão repletas; cada ação e cada movimento do sacerdote; cada palavra que ele pronuncia para lembrar nossa alma e nosso coração que um Deus se imola para nós, e que nós também devemos nos imolar com Ele e por Ele.
Devemos conhecer também a nossa forma de viver o Santo Sacrifício; quais os gestos e posturas que devemos ter; quais as orações que devemos responder; quais as orações que devemos rezar junto com o sacerdote. E assim não criarmos umas “invencionices litúrgicas” que aparecem por aí, tais como rezar a oração dita “da Paz” junto com o Sacerdote; ou então a Doxologia (Por Cristo...); ou ainda termos os braços levantados na Doxologia ou no Pai Nosso; sem contar a s tais danças, palmas, teatrinhos...
Essas coisas, mal colocadas na Sagrada Liturgia, só fazem desviar nossa atenção do que é verdade da Santa Missa: O Sacrifício de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo – O Calvário!!!
Teríamos nós coragem de ver o Justo dos justos a morrer em sua Santa Cruz e, desgraçadamente, aplaudirmos, ou dançarmos?
É isso que ocorre quando na Santa Missa. É vermos o Nosso Salvador ser crucificado por nossos pecados e aplaudirmos, sem nenhuma contrição, sem nenhum respeito, sem nenhuma gratidão.
Isso nem mesmo Judas Iscariotes o fez... Estamos então sendo piores que Judas...
Devemos assistir a Santa Missa com a alma penetrada de dor pelas faltas cometidas, e nos aproximarmos confiadamente deste Trono da Graça, unindo-nos à vítima, Nosso Senhor Jesus Cristo, e à intenção da Igreja, na pessoa do sacerdote, e por seu ministério.
É necessário conhecermos o rito litúrgico porque por meio das ações e das cerimônias expressam-se mais vivamente as idéias do que por palavras. Além disso, elas foram estabelecidas pela Igreja para nos edificar, nos instruir e despertar nossa atenção, bem como Deus lhes atribuiu graças particulares.
Na Santa Missa encontramos reunidas todas as grandezas da pessoa de Jesus Cristo:
· seu poder como Deus;
· seu estado de imolação como homem;
· vivo, para interceder por nós;
· sob os símbolos da morte para nos aplicar o preço dos seus padecimentos;
· pontífice santo e sem mancha, mais elevado que os céus;
· Cordeiro Imolado, cujo sangue correrá até a consumação dos séculos, para lavar todos os pecados;
· Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque com um sacerdócio eterno;
· oblação pura oferecida desde o ocaso até a aurora;
· pontífice e vítima convenientes à santidade de Deus.
E que fazem então as palmas e danças na Santa Missa? É tão claro que não há lugar para essas “invencionices” que só procuram diminuir o verdadeiro sentido e valor da Santa Missa.
E os “liturgistas”, estudados e entendidos do assunto, me replicariam, dizendo que o Rei Davi, para se redimir e louvar a Deus dançou, e ainda mais, dançou nu, diante da Arca da Aliança.
E eu pergunto: Foi na Santa Missa? Era a Arca da Aliança o Sacrário onde está Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo?
Claro que não! A Arca da Aliança não era morada do Deus Vivo e Verdadeiro. E ainda assim era condenado com a morte quem nela tocava. E o Rei Davi, quando dançou, não estava dentro da cerimônia litúrgica. E mais: Davi estava em estado de desespero, e quis colocar toda a sua miséria diante de Deus. Em seu desespero fez ele o que lhe foi possível: dançou nu diante da Arca.
Na Santa Missa não vamos em estado de desespero. Vamos com contrição de alma; com compunção do coração. Na Santa Missa já devemos estar perdoados dos nossos pecados pelo Sacramento da Confissão. É com o coração puro que devemos nos aproximar do Altar do Senhor. Diferente do Rei Davi...
A Santa Missa é uma imagem antecipada do céu; nela se adora o mesmo Deus; em seu santuário se reúnem seus filhos: nela vemos o mesmo que é visto no céu, as orações, os cânticos, os perfumes; anjos circundando o altar, santos que o sustentam, toda a Igreja, toda a cidade de Deus oferecida por Jesus Cristo e unindo-se a Deus. Numa palavra, Deus presente ainda que coberto por véus, o mesmo Deus que veremos face a face, Deus convertido em manjar sob a aparência de um pão que já não mais existe, o mesmo que nos confortará eternamente com sua glória pela verdade e felicidade.
Isso é a Santa Missa!!! Não a diminuamos. Vivamo-la de todo o nosso coração. Esforcemo-nos por participarmos perfeitamente no Santo Sacrifício, observando as rubricas, as posturas, os gestos... Ainda que os que se metem a preparar a Sagrada Liturgia o façam de maneira a diminuí-la (espero eu que seja por ignorância), não permitamos que para nós ela seja outra coisa que não o Supremo Sacrifício Redentor de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
fonte: virtus in medio