terça-feira, 1 de junho de 2010
Venerável Papa Pio XII: Por graves motivos a Igreja prescreve aos ministros do altar e aos religiosos, precisamente porque são destinados de modo particular a realizar as funções litúrgicas do sacrifício e do louvor divino, que, nos tempos estabelecidos, atendam à meditação piedosa, ao exame diligente e à emenda da consciência e aos outros exercícios espirituais.
32. Dessa maneira a acção particular e o esforço ascético dirigido à purificação da alma estimulam as energias dos fiéis e os preparam a participar com melhores disposições do augusto sacrifício do altar e a receber os sacramentos com maior fruto, e a celebrar os sagrados ritos, de modo a torná-los mais animados e formados para a oração e para a abnegação cristã para cooperar activamente nas inspirações e nos convites da graça, para imitar cada dia mais a virtude do Redentor, não somente para vantagem própria mas ainda para a vantagem de todo o corpo da Igreja, no qual todo o bem que se cumpre provém da virtude da Cabeça e redunda em benefício dos membros.
33. Por isso na vida espiritual nenhuma oposição ou repugnância pode haver entre a acção divina que infunde a graça nas almas para continuar a nossa redenção e a operosa colaboração do homem que não deve tornar vão o dom de Deus; (36) entre a eficácia do rito externo dos sacramentos que provém do seu intrínseco valor (ex opere operato), e o mérito de quem os administra ou recebe (opus operantis); entre as orações privadas e as preces públicas; entre a ética e a contemplação; entre a vida ascética e a piedade litúrgica; entre o poder de jurisdição e de legítimo magistério e o poder eminentemente sacerdotal que se exercita no próprio sagrado ministério.
34. Por graves motivos a Igreja prescreve aos ministros do altar e aos religiosos, precisamente porque são destinados de modo particular a realizar as funções litúrgicas do sacrifício e do louvor divino, que, nos tempos estabelecidos, atendam à meditação piedosa, ao exame diligente e à emenda da consciência e aos outros exercícios espirituais.(37) Sem dúvida, a prece litúrgica, sendo pública oração da ínclita esposa de Jesus Cristo, tem maior dignidade do que a das orações privadas; mas esta superioridade não quer dizer que entre estes dois géneros de oração haja contraste ou oposição. Ambas as duas se fundem e se harmonizam porque animadas de um único espírito: "tudo e em todos, Cristo" (38) e tendem ao mesmo fim: até que Cristo seja formado em nós.(39)
fonte:a Santa Sé