84. Com grande alegria da alma fomos informados de que essa doutrina, especialmente nos últimos tempos, pelo intenso estudo da disciplina litúrgica da parte de muitos, foi posta em sua luz; mas não podemos deixar de deplorar vivamente os exageros e os desvios da verdade, que não concordam com os genuínos preceitos da Igreja.
85. Alguns, com efeito, reprovam de todo as missas que se celebram privadamente e sem a assistência do povo, como se se desviassem da forma primitiva do sacrifício; nem falta quem afirme que os sacerdotes não possam oferecer a divina vítima ao mesmo tempo em muitos altares, porque desse modo dissociam a comunidade e põem em perigo a unidade; também não falta quem chegue ao ponto de crêr necessária a confirmação e a ratificação do sacrifício por parte do povo, para que possa ter sua força e eficácia.
86. Erroneamente, nesse caso, se faz apelo à índole social do sacrifício eucarístico. Toda vez, com efeito, que o sacerdote repete o que fez o divino Redentor na última ceia, o sacrifício é realmente consumado e tem sempre e em qualquer lugar necessariamente e por sua intrínseca natureza, uma função pública e social, enquanto o ofertante age em nome de Cristo e dos cristãos, dos quais o divino Redentor é Cabeça, e oferece a Deus pela santa Igreja católica e pelos vivos e defuntos.(88) E isso se verifica certamente, quer assistam os fiéis - e desejamos e recomendamos que estejam presentes numerosíssimos e fervorosíssimos - quer não assistam, não sendo de nenhum modo requerido que o povo ratifique o que faz o sagrado ministro.
87. Se, pois, daquilo que foi dito resulta claramente que o santo sacrifício da missa é oferecido validamente em nome de Cristo e da Igreja, nem fica privado dos seus frutos sociais, mesmo quando celebrado sem assistência de nenhum acólito todavia, pela dignidade deste mistério, queremos e insistimos, como sempre quis a madre Igreja, que nenhum sacerdote se aproxime do altar sem ter quem o ajude e lhe responda, como prescreve o cân. 813.