Giacomo Galeazzi – La Stampa.it – O diálogo iniciado entre a Santa Sé e o lefebvrianos tradicionalistas de São Pio X ainda demandará tempo, mas há sinais importantes e, no fim das contas, os progressistas têm problemas “muito mais graves” nas relações com Bento XVI. Este é, em síntese, o pensamento expresso por Dom Bernard Fellay, superior geral da Fraternidade Sacerdotal internacional de São Pio X, em uma entrevista transmitida hoje pela rádio Suíça no 40º aniversário da sociedade sacerdotal, fundada em 1º de novembro de 1970 por Dom Lefebvre. Fellay traçou um balanço um tanto positivo das quatro décadas. Falando do diálogo entre a Santa Sé e os “lefebvrianos” sobre questões doutrinais, iniciado há cerca de um ano, Fellay observou que “se há discussões, é sinal de que é a vontade de ambas as partes alcançar um resultado melhor do que as posições iniciais e este resultado não pode ser outro que não um retorno a uma plena unidade. Mas creio que para atingir esse objetivo ainda será necessário tempo, muita paciência de ambos os lados e não penso que se deva ater a algo de espetacular de imediato”, acrescentou na entrevista à rádio Suíça-Italiana. Fellay especificou que “o Papa está fazendo distinções muito importantes, assim como o secretário da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, Mons. Pozzo, que recentemente insistiu na dita hermêutica da continuidade, ou seja, na necessidade da Igreja permanecer em continuidade com o seu passado, com a sua tradição. Aqui há certamente alguns pontos importantes, muito úteis e mesmo necessários, sobre os quais ambas as partes podem se reencontrar. Creio finalmente que os problemas dos progressistas para com Bento XVI são muito mais graves em consideração aos nossos “, disse. Fellay definiu como uma “fantástica epopéia” os quarenta anos da Fraternidade. “Claramente — acrescentou — é um momento muito difícil para a Igreja e para nós, em todo caso, se olharmos para a fé, para a sua conservação, para a transmissão de tudo o que significa ser católico, o balanço não pode ser senão uma grande, grande alegria”. O diálogo entre a Santa Sé e os “lefebvrianos” se desenvolve de forma reservada e visa trazer de volta a Fraternidade completamente entre as fileiras da Igreja Católica. Entre as primeiras questões sobre a mesa, a aceitação do Concílio Vaticano II.