Perante esta estratégia de violência que toma como alvo os cristãos, e tem consequências sobre toda a população, rezo pelas vítimas e seus familiares e encorajo as comunidades eclesiais a perseverarem na fé e no testemunho de não violência que nos vem do Evangelho.”
Neste contexto, Bento XVI recordou também os “numerosos agentes pastorais assassinados em 2010 em várias partes do mundo”:
“A eles vai igualmente a nossa afectuosa recordação diante do Senhor. Permaneçamos unidos em Cristo, nossa esperança e nossa paz!”
Na sua alocução antes do Angelus, o Papa comentou brevemente o Evangelho deste segundo domingo depois do Natal: o Prólogo de São João, texto admirável (disse) que, em forma de hino, exprime o mistério da Incarnação.
“Quando lemos ‘No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus’, o Evangelista – tradicionalmente comparado com uma águia – eleva-se acima da história humana, perscrutando as profundidades de Deus; mas rapidamente, seguindo o seu Mestre, regressa à dimensão terrena dizendo ‘E o Verbo se fez carne’.
O Verbo é uma realidade viva: um Deus que se comunica fazendo-se Ele próprio Homem. De facto, atesta João, ‘veio a habitar no meio de nós, e nós contemplámos a sua glória”.
Para além dos muitos fiéis congregados para escutar o Papa, na Praça de São Pedro, sob um sol invernal, em Madrid uma multidão mais numerosa ainda se encontrava reunida na imensa Praça de Colombo, sintonizados com Roma, para poderem escutar a mensagem de Bento XVI. Tratava-se de uma manifestação de famílias, congregadas para celebrar o valor do matrimónio e da família, tendo como lema “A família cristã, esperança para a Europa”, como recordou o Papa:
“Queridos irmãos, convido-vos a serdes fortes no amor e a contemplar com humildade o mistério do Natal, que continua a falar ao coração e se converte em escola de vida familiar e fraterna”.
Convidando a contemplar a família de Nazaré, o Papa recordou que, seguindo esse exemplo, as famílias cristãs hão-de ser “autênticos santuários de fidelidade, respeito e compreensão, onde se transmite também a fé, se fortalece a esperança e se revigora a caridade”.
“Encorajo todos a viverem com renovado entusiasmo a vocação cristã no seio do lar, como genuínos servidores do amor que acolhe, acompanha e defende a vida… Que Deus vos abençoe sempre”.