Uma nova espiritualidade. Talvez alguns leitores ponham em causa
o substantivo (espiritualidade) e ainda mais o adjectivo (nova)1
. Muitos
autores não gostam desta palavra espiritualidade.
É um termo pouco belo, controverso e impreciso. Colocam
reticências a esta palavra porque ela aparece conotada com o pietismo de
certas pessoas, a religiosidade de rezas incontroladas, a fuga egoísta do
mundo e dos seus problemas para se refugiarem num ilhote onde são
bafejadas pela brisa suave das manhãs tranquilas e os entardeceres
serenos que as leva a sonhar com «desposórios» e «matrimónios»
espirituais. Porque esta palavra vai unida a uma outra, santidade, leva em si
certa carga negativa. Pensa-se nos gigantes de outrora, nos eremitas
sepultados nas suas cavernas e nos estilistas instalados nas suas colunas,
«iluminados» e «parecidos aos anjos». Como consequência esta palavra
produz em muitos um certo bloqueio psicológico e acabam por romper com
a espiritualidade.
1. À procura de identidade ler...