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ABANDONO A DEUS
(Extraído da Meditação de Dom Divo "A Fé de Maria")
E é por isso que a primeira coisa que se impõe se quisermos nos entregar ao Espírito Santo é o que sempre foi dito. Acreditar no amor de Deus. Se não acreditamos no amor de Deus, também não podemos abandonar-nos, ou pelo menos o nosso abandono é verdadeiramente como uma renúncia à vida, um abandono à morte, às forças desintegradoras do ser, ao desânimo, à desconfiança, à vacuidade.
Para que o nosso abandono seja positivo, devemos acreditar no amor pessoal de Deus, não no amor de Deus em geral, mas neste amor de Deus por mim, num amor infinito, que me quer com toda a sua força de amor. Temos de acreditar nisto.
Assim, o meu abandono não é um fracasso da minha vida, um empobrecimento da minha existência, mas sim uma semelhança com o outro, como o abandono da mulher àquele que ama. Torna-se um fortalecimento da vida, uma verdadeira realização do próprio ser porque, assim como Deus, assim também a criatura humana é, só se ama, na medida em que ama.
A primeira coisa que se impõe, portanto, é crer no amor de Deus, mas não é fácil. Antes de mais nada, devemos perceber a própria realidade de Deus, enquanto não o fizermos nunca poderemos abandonar-nos. Abandono é como atirarmo-nos para um vazio, é para morrermos verdadeiramente.
Devemos ter certeza de que Deus não só está presente, mas me ama verdadeiramente, porque não nos abandonamos ao outro se não nos amamos, não somente, mas não queremos. Este abandono não seria para uma pessoa, mas para nada. Temos de acreditar.