Hoje dia, 12 de junho, recordamos a morte da “Mística da Eucaristia”, a Beata Maria Cândida da Eucaristia, O.C.D., falecida em 12 de junho de 1949.
Seu amor por Jesus-Eucaristia a fazia escrever: "Gostaria que a Hóstia Santa permanecesse no meu coração como num ostensório. A minha alma vibra pelo desejo de tomá-la, de possui-la para sempre, para sempre".
Portanto, ninguém melhor que ela para nos ajudar a nos prepararmos para o Corpus Christi!
SEGUNDA-FEIRA
Até a consumação dos séculos
Nos seus Escritos autobiográficos a Beata Maria Cândida, conta como ao redor dos 18 anos, fez um “pacto” com Jesus-Eucaristia:
“Comecei a fazer visitinhas durante o dia, e mesmo durante a noite, a Jesus no sacrário, com o pensamento e com o coração. Visitava-o em todas as igrejas onde estivesse mais abandonado e esquecido. De noite, interrompendo o sono, me punha de joelhos e adorava. Via com o espírito aquelas igrejinhas escuras e a portinha silenciosa do santo sacrário. Dizia a Jesus que aos pés de todos os altares punha como lâmpada o meu coração, para que continuamente O adorasse, O agradecesse, O amasse e reparasse por todos.
Este é o pacto que fiz com Jesus: que em todas as igrejas do mundo católico, onde quer que houver um sacrário, onde quer que esteja Ele sacramentado, o meu coração permaneça com Ele no santo cibório, para dar-lhe amor, louvor, reparação, por mim e por todas as criaturas que O abandonam ou não querem conhecê-lo. E isso, não só por todo o tempo da minha vida, mas enquanto Ele permanecer no Sacramento, até a consumação dos séculos”.
E essa foi toda sua vida, já que nos Colóquios eucarísticos, ela nos diz:
“Onde está Jesus Hóstia, portanto, estou também eu! E o primeiro suspiro, o meu primeiro beijo ao acordar de manhã, o último ao adormecer, é Jesus, para Jesus em todos os Sacrários do mundo!”
TERÇA-FEIRA
Apóstola da Eucaristia
No seu amor incontrolável a Jesus-Eucaristia, a Beata Cândida desejou ser Apóstola da Eucaristia, como diz nos Colóquios eucarísticos:
"Concede-me, ó Jesus, almas que comunguem por amor e com amor, que façam o possível para dar tempo, o máximo que podem, para ação de graças, e eu te darei, ó Dileto, em breve, almas apaixonadas por ti, firmes no dom de si e sinceramente dadas ao trabalho da própria santificação!
Experimentem todos, ó Jesus, aquilo que surge das Comunhões bem-feitas (tanto quanto possível à nossa miséria e com a Tua graça!), aquilo que sabes e queres dar Tu quando desces em nossos peitos!
Sem dúvida, ó Jesus, se os olhos amorosamente se fecham para te olhar, se todo sentido se cala, se Tu que passastes na terra fazendo o bem, passarás como estranho e sem conceder as tuas misericórdias na terra das nossas almas?
Jesus, como gostaria de me fazer entender, como gostaria de ser apóstola da Santíssima Comunhão, como gostaria que todos experimentassem isso!”
E como vivia ela mesma esta união celestial nas suas Comunhões! Na sua Autobiografia, assim escreve:
“Depois de ter comungado, banhada no Sangue de Jesus, contemplando o céu penso frequentemente que ele é meu, é minha herança, porque a santa Comunhão é “causa e penhor de eterna glória”.
Jesus disse: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna”. Mas como? Em compensação de uma felicidade, uma outra felicidade. Em compensação do céu, um outro céu? Ó, Senhor, como sabes saciar de beatitude aqueles que Te amam!”
QUARTA-FEIRA
Com nossa Mãe
A Beata Maria Cândida como verdadeira carmelita foi uma alma totalmente mariana. Assim lemos nos seus “Colóquios eucarísticos”:
“A Eucaristia me dá Maria: se pode encontrar Jesus sem Maria?
E na angústia de não saber amá-La, quando tenho o Sagrado Coração no meu peito, depois da Comunhão, ou outras vezes, eu digo a Maria: “Te amo com o Coração d´Ele, todo seu amor te ofereço por mim, por todos os instantes do meu viver!'. Não gostaria de amá-La menos do que Jesus lhe ama.
E a Jesus digo: “Te amo com o Coração de Maria! Todo seu amor te ofereço por mim, e por todos os instantes da minha vida!” Não gostaria de amá-Lo menos do que Maria lhe ama!
Nas minhas Comunhões, Maria está sempre comigo: é das suas mãos que quero recebê-Lo, é com seu Coração que quero acolhê-Lo. E o dou a Jesus".
“Gostaria de ser “Maria” em miniatura, gostaria de ser Maria para Jesus! É também para repará-lo que tomo o seu Coração, para Ele Hóstia gostaria de ter todas as atenções, as delicadezas de Maria: junto d´Ele busquei tomar o seu lugar”.
“Gostaria de ter uma voz que a todos, a todos chegasse: “Dai o coração a Maria! Amai, amai, amai esta Mãe de amor e imitai-a! Se quereis lhe dar a maior das correspondências, amai o seu Jesus Hóstia; tomai o lugar de Maria junto de Jesus. Sim, o amor a Maria vos dará também o amor a Jesus".
QUINTA-FEIRA
Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo
Na Eucaristia, a Beata Cândida descobriu o sentido de sua existência, de toda sua vocação, de toda sua vida. Assim escreve nos seus Escritos autobiográficos:
“Jesus me fez uma grande honra me fazendo experimentar tanto amor e tanto desejo pela Eucaristia.
Tomada por este amor, pensei com alegria que no céu me destinou para a santa Comunhão. Não compreendo o que significa, mas tantas vezes num impulso espontâneo e amoroso lhe repito suspirando: “Tu me fizeste para Ti no Sacramento!”.
Quando Jesus está exposto na santa Hóstia, sobre o altar, passo a maior parte do tempo em silêncio, com os olhos fixos n´Ele. Não se diz tudo assim? Vivo é o coração e é assim que fala. Mesmo quando me aflige a distração, mesmo no meio a uma multidão de pensamentos vãos, eu sento a doçura, a atração forte: Jesus me aproxima mais do Seu Coração e o meu é tão cheio d´Ele a ponto de me sentir embriagada.
Quanto me é cara aquela Hóstia! Agita todas as fibras do meu pobre coração. Tenho nos olhos uma grande sede de contemplá-la: gostaria de ficar cega contemplando-a. Não me cansaria jamais”.
Peçamos a Beata Cândida que nos ensine a amar Jesus-Eucaristia com o Coração de Maria e de centrar nossa vida neste Mistério. Que ela nos ensine a sermos almas eucarísticas!