quinta-feira, 6 de junho de 2019
RASCUNHO don Divo Barsotti, O que é, então, o dom do Espírito? É o próprio Deus que te acolhe em Si mesmo e em quem tu vives.
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Don Divo Barsotti. A ação do Espírito Santo em nossas vidas
(5 de julho de 1956)
Todo o Antigo Testamento fala da era messiânica como uma era que viria na efusão do Espírito sobre toda a carne, mas para compreender a importância do dom do Espírito na vida cristã basta ver a Carta aos Romanos e o Quarto Evangelho que têm uma única finalidade: apresentar uma doutrina do Espírito Santo.
Nos primeiros sete capítulos da Carta aos Romanos, São Paulo, depois de dizer que tanto os judeus como os pagãos precisam do Sangue de Cristo, mostra que Cristo venceu os inimigos ao morrer na cruz: a morte, o pecado, a lei. Mas como se manifesta esta vitória? No dom do Espírito.
Hoje o homem, na posse do Espírito, vive na liberdade dos filhos de Deus. A lei do cristão é o Espírito Santo que vive no coração do homem; não há lei que força de fora, só o Espírito que vive dentro de ti e a quem tu deves te entregar é a tua vida e tua lei.
Santo Irineu diz que a Palavra e o Espírito são as duas mãos com as quais o homem foi moldado no princípio e com as quais é moldado hoje segundo a imagem de Deus. O homem, vivendo como filho de Deus, vence a morte; a imortalidade é própria de Deus, é dom da vida divina; e a imortalidade que envolve a ressurreição da carne, está ligada ao dom do Espírito. Deus, vivendo em nossos corações, apaga o pecado e dá vida divina.
O quarto Evangelho está todo ordenado à promessa do Paráclito que Jesus faz depois da ceia em seu grande discurso.
S. João quer nos dar a história de Jesus como uma promessa do que será a vida sacramental do cristão depois de sua morte. Os homens entraram agora na era escatológica, na qual Deus domina; mas Deus domina através da obra do Espírito Santo, que recordará aos homens tudo o que Jesus disse e os fará viver como Jesus. Os discípulos são transformados de homens pobres em Cristo. Toda a vida de Jesus está ordenada a este dom, no qual termina o projeto de salvação.
Segundo alguns, o dom do Espírito vem no momento em que Jesus morre, segundo outros no momento da Ascensão. Mas não pode ser ligada a acontecimentos concretos: a efusão do Espírito acontece continuamente. O Espírito habita no mundo, não é intermitente como no Antigo Testamento. O início sensacional e visível desta efusão é o Pentecostes, mas de modo invisível começa com a morte de Cristo.
São João, para dizer que Jesus morreu, diz que "ele deu o Espírito". Seu último suspiro foi o ato pelo qual os homens entraram na posse do Espírito Santo.
Qual é o dom do Espírito? Para perceber isso, devemos tentar penetrar na vida íntima de Deus. Há duas concepções do Mistério Trinitário. A concepção ocidental vê o desdobramento da vida divina como um círculo fechado; a concepção oriental, pelo contrário, como uma linha reta. O Pai gera o Filho e, através do Filho, o Espírito Santo respira. Segundo Santo Irineu, a vida divina, na medida em que quer comunicar-se ao homem, manifesta-se num processo em que o Pai tem o plano e a vontade, na Palavra o instrumento, e no Espírito Santo o termo em que se cumpre essa vontade.
No Espírito Santo a criação entra na vida de Deus. Na unidade do Espírito Santo, que faz de todos nós um, a Criação tende ao Pai por meio de Cristo.
No Pai há o plano e a vontade, no Filho o instrumento da nossa salvação, e esta salvação é aplicada a nós no dom do Espírito, que nos aplica os méritos de Cristo. No Espírito está a execução do Projeto.
A unidade pedida por Jesus -ut unum sint - é a unidade com Deus que o homem só pode alcançar no dom do Espírito. No dom do Espírito toda a criação é absorvida em Deus. O Espírito Santo novamente nos cria e nos faz um, mas então nós somos Cristo, e em Cristo nós retornamos ao Pai.
O caminho da alma é o caminho de Deus que vos levou e levou também onde está o princípio e o fim de tudo: no seio do Pai.
O que é, então, o dom do Espírito? É o próprio Deus que te acolhe em Si mesmo e em quem tu vives.
O tema da nossa meditação é o dom do Espírito Santo; mas é demasiado vasto e devemos tentar circunscrevê-lo. Uma passagem da Carta aos Romanos (8:12-17) nos ajudará nisso:
"Irmãos, estamos endividados, mas não à carne, para vivermos segundo a carne; porque se vivermos segundo a carne, morreremos; se, pelo contrário, com a ajuda do Espírito, fizermos morrer as obras do corpo, viveremos.
Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. E tu não recebeste um espírito de escravidão para voltar a cair no medo, mas recebeste um espírito de filhos adoptivos pelo qual gritamos: "Abba, Pai! O próprio Espírito Santo atesta ao nosso espírito que somos filhos de Deus. E se somos filhos, também somos herdeiros: herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo.
A Epístola descreve-nos a espiritualidade centrada no mistério da adoção filial.
Em primeiro lugar, São Paulo distingue uma dupla dependência da alma humana. O que São Paulo enfatiza aqui é a doutrina comum de todo o antigo judaísmo: o homem está sujeito a dois espíritos e pode andar de dois modos: o modo de vida e o caminho da morte. A dependência da alma humana dos dois espíritos já está claramente ensinada nos livros que foram descobertos às margens do Mar Morto e que pertenciam aos essênios. Mas esta doutrina também é encontrada nos escritos das origens cristãs primitivas, em particular no Didache e na carta de Pseudo-Barnaba. Não só nestas cartas, no entanto, há uma referência às duas maneiras pelas quais o homem pode seguir - este foi precisamente o caso de todas as tradições religiosas e filosóficas da humanidade: uma pessoa pode ser boa ou uma pessoa pode ser má - é uma coisa simples! A peculiaridade desta doutrina é que, em ambos os casos, o homem depende sempre de um Espírito que o move.
O homem nunca é autônomo, auto-suficiente, totalmente independente: ou é um servo de Deus ou um servo do Maligno. Em São Paulo esta dupla dependência do homem se transforma em dependência da carne e a dependência do Espírito .
Mas pela dependência da carne, não devemos apenas entender uma dependência dos instintos da nossa carne, devemos ao invés disso entender todos os instintos que não são os instintos de Deus.
Por carne, São Paulo significa homem, porque depois do pecado ele se tornou fraqueza, ele era vulnerável no pecado, tornou-se escravo do Maligno, tornou-se servo do maligno.
A liberdade do homem diante desta escravidão, que é escravidão do pecado, do diabo, só se obtém no dom do Espírito: e o Espírito já nos foi dado. Foi-nos dado com os Sacramentos - diz São Paulo. Mas, mesmo depois de receber o dom do Espírito, o homem tem duas possibilidades: viver guiado pelos instintos da carne ou viver guiado pelos novos instintos do Espírito que lhe foi dado.
Esta, entretanto, é a condição do homem aqui em baixo: nunca está totalmente redimido e nunca, por outro lado, é tão estranho ao Espírito Santo que não pode nem deve esperar pela sua salvação. Estamos sempre em equilíbrio: nossa alma é o campo onde colidem as duas potências opostas; e não só o campo onde colidem, mas também as estacas do jogo, e cada uma delas tenta tomar posse e possuir inteiramente essa alma.
A carne e o Espírito. Daí o caráter dramático que a vida cristã tem tantas vezes - é sempre uma batalha que acontece em nós. E não estamos sozinhos na luta, mas estamos de um lado ou de outro de um exército que se choca em nós mesmos: o diabo e Deus. Devemos evitar as obras da carne, não devemos ouvir a carne em suas sugestões, quando o homem velho o homem não redimido, escravo do mal, pode sugerir. Temos de evitar estas sugestões. Temos de nos libertar desta escravatura. E de que maneira? Não por causa da nossa própria força - o homem nunca é autónomo, foi dito. E isso foi entendido há algumas décadas por Dostojevsky: o homem nunca pode ser homem, para ser homem deve ser diabo ou Deus.
Para libertar-se dessa escravidão, o homem precisa de uma força estranha, porque jamais poderia fazê-lo contra um inimigo superior a si mesmo. E que força é esta? O Espírito Santo. Daqui decorre que a vida cristã é toda dependente deste Espírito que Deus nos deu e que age em nós e se torna sensível ao nosso coração pelos efeitos da sua graça.
A princípio, diante dos assaltos do diabo e dos instintos que dependem de nossa escravidão ao pecado, os anjos da guarda se opõem.
Cada alma, desde o nascimento, é disputada por dois anjos: o bom e o mau; mas o bom anjo, em sua ação em nossa alma de cuidado, providência, custódia, defesa, nunca excede as possibilidades de nossa natureza. É preciso compreender que os Espíritos, segundo São Tomás de Aquino, nada mais são do que aqueles a quem a natureza está confiada, para que a façam agir segundo as suas próprias leis. Por isso, nunca advertimos sobre a ação dos Espíritos: somos sempre defendidos, guardados pelo anjo da guarda, mas não advertimos sobre essa guarda e essa defesa, porque ela se confunde com a nossa própria maneira natural de agir, mas o anjo leva a natureza a agir de modo sadio e reto.
O anjo mau leva a agir de modo mau e injusto - é a natureza caída que se torna cúmplice do espírito mau, enquanto a natureza sadia sempre se torna um instrumento de operações angélicas.
Então, praticamente, essas boas inspirações, que derivam de uma custódia angélica, não as advertimos, mas temos razões para acreditar nelas.
Esta ação não é diferente da ação da natureza sustentada e guiada que hoje alguns teólogos (condenados pela Encíclica Humani generis) questionaram, como o fizeram para a existência do diabo e dos anjos: os anjos e o diabo não seriam mais do que as paixões ou virtudes dos homens. Não, realmente as paixões são o sinal, os estigmas do pecado - como diz Clemente de Alexandria - e sem dúvida servem ao Maligno, enquanto a natureza, em cura, torna-se o instrumento do anjo, o anjo usa esta natureza e a conduz.
Ainda não é uma questão de uma direção do Espírito de Deus. Sejamos claros, o Espírito Santo já nos foi dado com os Sacramentos, mas Ele ainda não vive em nós, ou pelo menos não temos este testemunho do Espírito. O testemunho do Espírito pressupõe que a alma já vive ultra humanum modum. Enquanto os anjos nos guiarem, nós somos crianças, crianças que ainda não agem em pleno uso de seus poderes.
A filosofia da escola diz que o trabalho segue a natureza de cada ser - operari seguitur esse. Agora, já recebemos uma participação na vida divina através do Batismo. Mas será que o nosso trabalho responde realmente a esta natureza divina que recebemos? Naturalmente, nosso trabalho, em seu princípio, é feito sobrenatural por uma graça que recebemos - em seu princípio, porém, não em sua expressão, em seu caminho. Agora, por outro lado, para ser o trabalho que se conforma com a natureza, é necessário que o caminho também se conforma com a natureza. Uma criança ainda não age como um homem, embora ele é por natureza um homem - ele deve atingir sua perfeição natural para que ele possa fazer pleno uso dessa natureza e para que suas ações estejam em conformidade com a natureza que ele recebeu. O cristão recebeu pelo batismo uma participação na natureza divina: é verdade que sua obra responde, está em conformidade com esta natureza da qual ele entrou em posse?
Enquanto o nosso trabalho for humano, não está em conformidade com a natureza que recebemos, porque a natureza que recebemos é uma participação na natureza de Deus. A nossa acção, a nossa acção, deve ser divina, não apenas humana. O homem deve agir não só da maneira humana, mas também ultra humanum modum, como diz São Tomás de Aquino.
É aqui que o Espírito Santo intervém. Até agora, nós o possuíamos, mas a posse deste Espírito era como um poder que ainda não tinha a capacidade de se traduzir em ação. O Espírito Santo intervém na vida do homem quando o cristão se torna maduro, adulto, perfeito. Por que recebemos o Sacramento da Confirmação e o recebemos quando chegamos ao uso da razão? Porque é o Sacramento da perfeição cristã - diz São Tomás de Aquino. De facto, é o Sacramento que nos torna cristãos perfeitos, no sentido em que nos dá o poder imediato de agir já não só como homens, mas como filhos de Deus.
Através dos dons do Espírito Santo, com a Confirmação, se fôssemos verdadeiramente puros, se tivéssemos realmente chegado àquela plenitude de graça (ainda não a perfeição) que o Baptismo implica, os dons do Espírito Santo seriam imediatamente postos em acção em nós e seríamos também perfeitos como cristãos. Praticamente, porém, a maioria dos homens continua a ser criança, criança na vida espiritual. Um morre mesmo com a idade de oitenta anos e não deixa a infância - um ainda age humanamente. Não que nos magoemos, também vivemos uma vida de graça, nunca cometemos pecados mortais, talvez evitemos pecados veniais e geralmente nem sequer nos apaixonamos por eles - e ainda assim o nosso é um estado de infância. Não aquele estado de infância que é a perfeição do cristão, mas um estado que indica precisamente uma imaturidade do cristão, no sentido de que, apesar de ter poderes, poderes, a alma cristã não tem a capacidade de traduzi-los em ação.
Nesta passagem intervém o Espírito Santo, que recebestes na Confirmação, mas que ainda está preso em vós por falta de fé interior.
Quando é que o Espírito normalmente intervém através dos seus dons? Quando o homem age de uma forma sobre-humana, isso vai além do caminho próprio da natureza humana. E então a alma dá um testemunho desta vida de Deus em si mesma; e então a alma tem seu próprio critério para reconhecer a ação de Deus em si mesma; tem o testemunho de que o Espírito vive nela - como diz São Paulo. Porquê? Porquê? Porque toda sua ação demonstra a presença de Um maior do que nós em nossa alma; mostra que Outro nos invadiu - nos tornamos o instrumento do Outro. Também dependemos, em nossa natureza humana, dos anjos, mas não percebemos sua presença, não podemos ter testemunho, certeza, a experiência dessa ação angélica em nossas vidas.
Se é o Espírito que age, naturalmente a ação do Espírito sempre nos importa esta superação dos caminhos humanos para que a alma possa ter um certo testemunho deste preceito. Se é o Espírito que age, é claro que a ação do Espírito importa sempre para nós esta superação dos caminhos humanos para que a alma possa ter um certo testemunho desta ação atual.
Il cristiano perfetto, dunque, è colui la cui vita già trasparisce Dio, già rende testimonianza di Dio: la rende agli altri, la rende anche a sé medesimo, nel senso che il cristiano acquista una certezza, una certa assicurazione di questa presenza di Dio in sé. Per questo, nella vita cristiana dei perfetti sempre abbondano espressioni che indicano una esperienza di questo Dio che in loro vive. Se voi prendete S. Ignazio di Lojola (e non per nulla molto spesso è stato sottoposto all'Inquisizione, avanti di essere fondatore dei Gesuiti, ma già aveva scritto il libretto degli Esercizi e faceva fare gli Esercizi a molti) il termine "sentire" ricorre frequentissimamente; e non solo questo termine, ma la parte più nuova e originale degli Esercizi è precisamente la parte dedicata al discernimento degli spiriti, alla discretio spirituum.
E non è soltanto d'Ignazio, questo, è proprio di tutti i maestri della spiritualità e di tutti i santi. Del discernimento degli spiriti ha trattato il primo grande santo monaco eremita: S. Antonio. Il discorso riportato da S. Atanasio nella sua Vita è un discorso sul discernimento degli spiriti. E non soltanto S. Antonio: è il tema centrale della spiritualità monastica di Cassiano e, nell'Oriente, di di Diadoco di Fotica; nell'Occidente, oltre Sant'Ignazio, se vogliamo avere un testo che ci è sempre fra mano, per riconoscere questo tema basterebbe aprire il libro dell'Imitazione di Cristo, al cap. 54 del Libro II.
Lo Spirito Santo agisce in noi e noi lo sentiamo, lo gustiamo. Le espressioni della vita spirituale sono tali che spesso invocano tutti i sensi dell'uomo a significare e tradurre una esperienza indicibile in sé. Sentire, vedere, gustare, toccare, ascoltare. Tutte queste espressioni ricorrono sempre: si ascolta Dio, si vede Dio, lo si gusta, lo si sente, siamo toccati... - quante volte ricorrono! Che cosa indicano? Indicano chiaramente un'esperienza; non siamo soltanto sul piano della fede, di una fede che viene ricevuta soltanto ex auditu. All'inizio della vita spirituale, di fatto, l'uomo è di fronte a Dio come un estraneo: Dio è estraneo a lui e lui è estraneo a Dio; se Dio parla, gli parla attraverso la Chiesa, ex auditu gli viene la fede e, se Dio comanda, la legge gli viene dall'esterno, attraverso la Chiesa, e l'anima si costringe a una legge esteriore e non sente Dio come legge della sua stessa vita, della sua stessa crescita, del suo stesso essere cristiano che sale, che cresce. Fintanto siamo bambini è così; quando il cristiano comincia ad entrare nell'età adulta, l'età della perfezione, la legge di Dio non è più esteriore, l'uomo non si costringe più ad una legge esteriore, ma si abbandona ad un impulso interiore, ed essendo docile a quello che sente, a quello che vive, egli vive anche la volontà del Signore, perché la volontà di Dio si distingue, sì, dalla sua volontà, ma non è separata, divisa, dalla volontà sua, è sempre più conforme alla divina volontà.
Così ancora per quel che riguarda l'ascoltare la parola di Dio. Prima L'uomo l'ascoltava soltanto ex audito, ora la sente interiormente e tanto la sente che può dar ragione a S. Giovanni l'Apostolo il quale dice: "E voi non avete bisogno che alcuno v'insegni, ma come l'unzione di Dio rimane in voi, così voi rimanete in questa unzione che non è menzognera". L'unzione, nella I Lettera di S. Giovanni, è precisamente l'azione segreta dello Spirito nel cuore cristiano onde il cristiano ha un suo fiuto, un suo gusto della verità. Non c'è una infallibilità soltanto nel magistero, propria dei Vescovi e del Papa, c'è una infallibilità anche in voi, in tutta la Chiesa: infallibilità discente. Voi non dovete insegnare, ma c'è una infallibilità nel fiutare, nel sentire che quella è la verità. Prima che il Papa avesse definito il dogma dell'Assunzione, questa assunzione di Maria era un dogma per il popolo cristiano. Era una verità sentita e abbracciata e vissuta da tutto il popolo credente che aveva imposto la festa; non la teologia aveva imposto la festa, ma il popolo, piano piano, alla Chiesa. Così per l'Immacolata i teologi eran contro, e non i teologi di piccola taglia, ma i più grandi. S. Bernardo, il dottore mariano per eccellenza, il più grande devoto di Maria, diceva ai canonici di Lione: "Guardatevi bene dall'ammettere questa festa, voi compromettete l'unicità del Mediatore, di Cristo - non potete parlare, altrimenti andate contro la santità di Gesù. Lui solo è il Mediatore, il Redentore... Siete degli eretici se mettete questa festa nel vostro Capitolo". Questo diceva S. Bernardo.
E dopo S. Bernardo, uno ancor più grande è stato contrario all'immacolato concepimento di Maria: S. Tommaso d'Aquino. Nonostante ciò, la festa dell'Immacolata si è imposta alla Chiesa. Perché? perché la Chiesa, certo, ha una sua infallibilità, infallibilità che non è mai soffocata e compromessa dai teologi, perché questa infallibilità, come l'infallibilità del Magistero è sempre conservata per l'assistenza dello Spirito Santo. Però questa infallibilità dice che la fede non è soltanto una parola che ascolto dal predicatore, è anche una verità che sento interiormente, che magari non so tradurre in un modo preciso, ma la sento; e se gli altri dicono qualche verità che a questa verità non risponde, immediatamente mi metto sulle difese. C'è una pronta difesa dell'anima cristiana di fronte a dagli errori che non sappiamo ribattere, in che modo vincere; ma se uno mi dice che nel Vangelo c'è scritto questo e questo, e quello che mi dice è contrario alla verità, io, anche se non ho letto il Vangelo, anche se non so fare un'esegesi precisa di quel passo, tuttavia sento che non è vero. Si ha un gusto della verità, della verità interiore, perché la legge è divenuta interiore. Tu hai una certa connaturalità con l'Essere divino; lo Spirito Santo, appunto, immergendoti in Dio fa sempre più connaturale la tua anima a Dio stesso - onde Dio non è più un estraneo a te né la sua vita ti rimane estranea, in modo che tu debba piegarti, costringerti, per riceverla, per possederla. No, è invece nella docilità, nell'abbandono a una certa mozione interiore, a un certo gusto interiore che tu invece vieni a possederla sempre di più. Lo Spirito Santo ora vive in te, ma non vive in te come totalmente Altro da te, ma come principio della tua medesima vita, come la tua guida, come Colui che ti dirige, ti domina, ti possiede, e tu divieni strumento nelle sue mani onde Egli - come dicono le Odi di Salomone - suona su te come su di una cetra il suo cantico di amore, sale da te la sua lode a Dio, attraverso di te come da un'arpa - come dicono le Odi di Salomone.
Così è lo Spirito. E allora viene che non tanto sei tu che ami, ti sforzi, che tendi a Dio, che lo vuoi, quanto invece è lo Spirito, che è il Soggetto primo delle tue operazioni. Dio agisce, vive, attraverso di te - tu sei lo strumento, l'organo attraverso il quale Egli medesimo vive. Certo, tu costringi sempre questa vita divina, sempre tu la soffochi un poco, nella misura della tua poca fede, del tuo poco abbandono. Perciò la cooperazione dell'uomo consisterà nell'aprirsi, nell'abbandonarsi docilmente a quest'azione divina, sicché i tuoi concetti, i tuoi poveri ragionamenti umani, i tuoi piccoli affetti umani non debbano costringere, limitare, soffocare questa vita immensa che vuole aprirsi un varco attraverso di te, che vuol trovarsi un vaso sempre più proporzionato alla sua ampiezza divina, alla sua immensità, alla sua divina grandezza. Tutto il tuo atto consisterà non tanto nel fare quanto nel patire, non tanto nel muoverti quanto nel lasciarti portare. Tutta la cooperazione dell'anima è una pura passività di fronte al Signore. Quella passività che si esprime magnificamente nella parola di Maria Santissima: "Ecco la serva del Signore: si faccia di me secondo la tua parola"...
Lo Spirito Santo dunque entra in azione quando l'anima è giunta a una certa sua perfezione morale, quando la natura è risanata, quando noi ci siano già sottratti alle suggestioni del male, almeno in modo abituale, perché mai siamo totalmente redenti, intendiamoci bene, siamo sempre più o meno soggetti a delle suggestioni, e degli istinti che non soltanto sono della nostra natura, ma anche della nostra natura decaduta. Però, quando l'anima è giunta a una certa perfezione, interviene, come si diceva, lo Spirito; e allora l'anima vive già la vita di Dio, la esperimenta in sé. E noi dobbiamo abbandonarci alle mozioni dello Spirito, aprirci alla sua luce, affidarci al suo magistero. Non più la nostra intelligenza, ma il dono del Consiglio; non più la nostra volontà, ma il dono della Sapienza; non più i nostri modi di agire, ma invece quello che il dono della Forza, della Pietà o il dono del Timor di Dio ci suggeriscono volta per volta; e in quello che questi doni ci suggeriscono noi non abbiamo mai una piena spiegazione sul piano naturale ed umano - supera quello che è il nostro modo di pensare e di agire, di giudicare. Tu sei portato, ma non sai dove, eppure devi abbandonarti a Colui che ti guida.
Come riconoscere gl'istinti divini? Specialmente all'inizio di questa nuova vita più alta, più spirituale, in cui l'anima non ha altro dovere che la docilità all'azione dello Spirito, come riconoscere l'azione dello Spirito Santo? Mi sembra che si possa riconoscerla da due criteri fondamentali. Bisognerebbe rendersi conto che lo Spirito Santo e il Verbo sono le mani di Dio, onde Egli plasma l'uomo secondo l'Immagine. Lo Spirito Santo dunque ci crea secondo un disegno divino, conforme a un modello divino e il modello divino è Cristo, perché è Lui l'Uomo secondo l'Immagine. Conformes fieri imagini Filii sui dice S. Paolo. Questo è il termine: farci conformi all'Immagine del Figlio suo.
Ma se lo Spirito deve operare questa nova creazione secondo il divino Modello, qual è il criterio per riconoscerlo? La continuità. Dio ti conduce in una sola direzione, e ti muove continuamente: c'è continuità nella direzione e nel tempo. L'uomo è mutevole, successivo nei pensieri e nel volere: Dio è immutabile nel suo disegno. Tu non sai dove vai e puoi anche cambiar mèta, ma quando cambiamo c'è sempre da temere che subentri la passione umana. Può darsi che lo Spirito operi un cambiamento nella nostra vita, ma non è detto che abbia cangiato il Signore; siete voi che siete cangiati nei confronti di Dio, non che Dio sia cangiato nei vostri confronti. La continuità di questa mozione divina rimane: rimane come criterio fondamentale del nostro vivere. E intendiamoci bene: non saremo mai santi che nella misura che ci abbandoneremo a questa mozione che ci porterà in un certo senso. Voi potete magari cercare di contrattare con Dio una vostra libertà, una vostra indipendenza da Lui cercando di compensare con qualche altra cosa quello che vi chiede. Ma anche in questo caso non sarete mai santi. Voi potete moltiplicare le vostre mortificazioni, digiunare tutti i giorni, mettervi il cilicio... non sarete mai santi se non vi abbandonerete a quella che è l'azione del Signore, dello Spirito Santo. Non sarete mai santi!
Bisogna abbandonarsi a questa azione. Non ci facciamo santi secondo il nostro disegno, ma soltanto incarnando, realizzando un piano di Dio, ma soltanto conformando sempre più la nostra volontà alla Volontà del Signore. Docilità allo Spirito: non intralciamo l'opera sua! Anche le virtù possono essere d'intralcio: si cerca di far tanto bene per non fare quello che il Signore vuole, che può essere anche meno, ma ci costa di più perché importa una nostra rinuncia. Ci iscriviamo all'Azione Cattolica, diventiamo dirigenti di Azione Cattolica, poi facciamo tanto bene intorno a noi, carità... poi moltiplichiamo i nostri atti di virtù, le nostre devozioni, novene, meditazioni... però non vogliamo, no, lasciare la famiglia, certi impegni di vita mondana, certe amicizie... E il Signore magari vuole proprio questo, e tutto quello che gli dai in cambio non vale nulla, sentirai sempre nel tuo cuore questa chiamata, Dio non è soddisfatto, tu non rispondi alla tua vocazione, quello che fai è perduto. Facessi anche miracoli, quello che fai è perduto, non ti crea, tu non aumenti nella tua vita, perché l'aumento della tua vita deriva solo dall'azione della grazia. Fintanto che non eri condotto dallo Spirito potevi giungere ad una certa perfezione, perfezione della natura umana risanata in cui tu sei chiamato ad agire, ma in questo caso tu non avverti lo Spirito. Giunti però ad una certa perfezione cristiana, a uno stato abituale di grazia, a una certa purificazione interiore anche riguardo ai peccati veniali... ecco, tu avverti lo Spirito Santo. Ora non puoi più essere tu a comandare il cammino. Cosa disse Gesù a S. Pietro? Anche S. Pietro voleva fuggire: "Un altro ti condurrà".
E siamo veramente condotti da un Altro. E se ci lasceremo condurre da quest'Altro noi cresceremo, altrimenti rimarremo sempre allo stesso livello. La moltiplicazione dei nostri atti non ci farà superare lo stato di natura, di natura redenta, ma di natura; non ci porterà mai a vivere ultra humanum modum, cioè in questo aumento progressivo continuo di assimilazione a Dio che lo Spirito opera.
È nella pura docilità all'azione di Dio che l'anima cresce. Non sono le moltiplicazioni delle preghiere, non sono le mortificazioni che noi facciamo, non è nulla di tutto questo che ci fa crescere: è la docilità allo Spirito Santo. Docilità che ci può chiedere anche la mortificazione, ma può anche non chiederla, almeno quella che noi intendiamo, ce ne chiede altre che noi non siamo disposti ad offrire. Il Signore ti potrà chiedere anche meno preghiera o una preghiera diversa da quella che tu fai e, anche in questo, quante volte l'anima resiste! L'anima è chiamata ad una preghiera più semplice, di puro sguardo, e l'anima ha paura di abbandonarsi alle attrattive divine e rimane legata alle sue devozioni, ai suoi modi di preghiera cui era rimasta fino ad allora fedele, fedele a certi libri, a certe letture, a certi metodi, a certe preghiere. Non ci si lascia, non ci si abbandona all'azione dello Spirito.
Il primo criterio è la continuità. Ascoltate interiormente, ma fate silenzio nell'intimo vostro; guardate di mantenere l'anima vostra in una pura quiete. Redi anima mea ad tranquillitatem tuam dice il Salmo: ricomporre l'anima nostra in una grande pace interiore. Allora noi ascolteremo quello che Dio ci dice, noi sentiremo che quello che ci dice oggi ce l'ha detto dieci anni fa, cinquant'anni fa, e ancora noi non l'abbiamo compiuto e, forse, sempre abbiamo resistito. Oggi dobbiamo abbandonarci.
Nulla cambia in Dio. Egli rimane, Lui che è l'amore. Abbandonati a Lui. La continuità è il primo segno.
Ma un altro segno noi possediamo, ed è la pace. Abbandonandoti a Dio non vi può esser contrasto tra Dio e te, non puoi sentire alcuna resistenza, l'anima tua si ricompone sempre di più. C'è un'inquietudine, naturalmente, propria dell'uomo: l'uomo non può mai essere soddisfatto di sé: se fosse così non sarebbe più cristiano, perché appunto il cammino del cristiano non conosce mai meta, dal momento che noi siamo chiamati ad assomigliare a Dio, ad essere come Dio. Eppure l'anima possiede la pace, possiede la pace in Dio a cui si abbandona.
Volta per volta l'anima è portata più su, ma è nell'esser portata che trova la pace; non tanto in quello che l'anima possiede, in quello che ha raggiunto, ma nel fatto che si è abbandonata a questo istinto che, continuo, le fa superare volta per volta dei limiti nuovi per portarla più su, per innalzarla al Signore.
Si è detto che S. Ireneo paragona il Verbo e lo Spirito alle mani stesse di Dio, onde Dio plasmò il primo Adamo; egli dice che Dio mai lasciò Adamo, mai: l'ha tenuto sempre nelle sue mani, perché una volta caduto egli potesse essere riplasmato secondo l'Immagine, secondo il disegno che Dio aveva progettato. Di questo noi dobbiamo renderci conto.
Dio non ha mai lasciato Adamo. Siamo nelle mani di Dio. L'azione dello Spirito Santo non è soltanto continua nel senso che Egli ci conduce in una direzione sola, che Egli ci muove secondo un suo disegno preciso, ma nel senso che Egli mai lascia di condurci, mai Egli interrompe questa sua guida divina.
Non solo noi dobbiamo adorare Dio che è presente nell'anima nostra, non soltanto dobbiamo renderci conto che siamo tempio vivente di Dio. Dobbiamo anche renderci conto che tutto quello che abbiamo ricevuto da Lui deve essere istante per istante da Lui mosso, da Lui usato, adoperato.
Dobbiamo essere non soltanto il tempio di Dio, ma lo strumento della sua azione, perché Dio non abita in noi statico, fermo; non abita in noi perché lo adoriamo. Egli abita in noi per agire, soprattutto per trasformarci e renderci simili a Lui.
Quale responsabilità è la nostra di sottrarci alla sua azione! Conviene per noi ascoltarlo, è necessario rimanere docili alla sua azione, ma dobbiamo anche renderci conto che questa docilità non può interrompersi mai. Se in un istante noi compiamo una nostra volontà, un nostro desiderio, noi ci separiamo dal Signore: Egli tutto vuole da noi. Istante per istante Egli esige questa dedizione totale dell'anima, questa docilità piena dello spirito.
Come vivere questa docilità continua e perfetta? Certo, la prima cosa che si esige dall'anima perché tutto questo sia possibile, è che noi manteniamo un grande raccoglimento, un grande silenzio interiore e una interiore e perfetta libertà. La mozione dello Spirito è una parola che ci illumina, una parola che Egli ci dice, un comando che Egli ci dà - comando però che porta insieme una forza, un impulso che ci muove. E se l'azione di Dio è parola, Egli aspetta da noi l'attenzione, una vigilanza umile e pura onde noi l'ascoltiamo, onde noi non lasciamo perdere nessuna sua parola. In perfetta calma interiore, in perfetta pace dello spirito, l'anima deve riposare per accogliere questa divina parola, come un giorno l'accoglieva Maria Maddalena, ai piedi di Gesù: Sedendo ai piedi di Gesù, ella ascoltava le sue parole.
Non soltanto si impone questo raccoglimento interiore continuo. Non possiamo mai allontanarci da Dio, mai fare vacanza: siamo con Lui, con Lui dobbiamo rimanere, in ogni istante, ovunque andiamo, qualunque cosa facciamo. Non siamo con Lui soltanto quando siamo in chiesa: siamo con Lui anche al mercato; non soltanto Egli ci parla nell'orazione, ma anche quando stiamo spazzando la casa, anche quando camminiamo per le strade. La nostra anima deve mantenersi in attenzione a Lui che ci parla.
Ma perché la sua parola abbia la capacità di muoverci e veramente ci spinga, ci porti, ci sollevi, bisogna che l'anima, oltre che l'attenzione pura a questa divina parola, conservi una sua interiore libertà: bisogna non essere attaccati a nulla. Nella misura che noi siamo attaccati a qualcosa, lo Spirito di Dio non ha potere di muoverci, e noi rimaniamo fermi, nonostante che Egli ci inviti.
Quante volte abbiamo lasciato perdere la grazia proprio per questa mancanza di libertà interiore! Certo, Dio può vincere le resistenze delle nostre anime: Egli è il Creatore, è onnipotente. Ma Dio si adatta alla nostra debolezza e povertà; Egli ci muove delicatamente, in segreto, con una dolcezza, una pace interiore che esige da parte dell'anima la più perfetta libertà. Bisogna essere totalmente disponibili a Lui. Ad Elia, Dio non parla attraverso l'uragano o il terremoto, parla attraverso il leggero soffio dell'aria. Soltanto se l'anima sarà libera e leggera questo soffio la potrà portare.
Diceva S. Vincenzo de' Paoli: "Mai io ho avuto grandi illuminazioni da parte di Dio, grandi grazie che mi abbiano sconvolto fino nell'intimo: Dio mi ha sempre parlato con un linguaggio che sembrava il mio medesimo, mi ha sempre illuminato con una luce che era appena un raggio, un raggio però che bastava al mio cammino, a illuminare quel passo che io dovevo fare, nel momento che Egli credeva".
Non possiamo pretendere che Egli ci illumini sull'avvenire, che Egli ci muova con una forza straordinaria a compiere un atto comune. Siccome noi progrediamo nelle vie del Signore con una continuità mirabile, che ripete nell'ordine soprannaturale le leggi dell'ordine naturale, cioè si progredisce lentamente, si matura lentamente, così l'azione di Dio si adatta alla nostra povertà. Egli potrebbe spezzare le nostre resistenze, ma invece preferisce sciogliere lentamente tutti i legami, muoverci secondo il nostro passo.
Mantenerci liberi. Non deve esserci nulla che ci faccia opporre resistenza a Lui.
Quante volte facciamo delle riserve! quante volte, credendo di obbedire a Dio, obbediamo al subcosciente! La psicanalisi ha illuminato molto in questo campo. La paura della responsabilità fa sì che tanti non si sposino e credano magari di avere una vocazione religiosa; molti entrano nel sacerdozio perché obbediscono a un senso di infantilismo; molti credono di amare Dio e invece obbediscono a motivi di interesse, entrano nello stato religioso per destare ammirazione e affetto... Non possiamo liberarci da questo complesso di istinti che non conosciamo bene neanche noi, dalle insidie del nostro temperamento; bisogna darci a Dio così come siamo, ma bisogna che l'azione dello Spirito ci penetri fino in fondo. Noi non possiamo pretendere di conoscerci, ma lo Spirito Santo ci conosce. Non sappiamo qual è la via del Signore, ma quel che importa è che crediamo alla saggezza dello Spirito, che ci rendiamo conto che la nostra vita è nelle mani di un Altro che solo può condurci alla perfezione.
Abbiamo detto che uno dei criteri per riconoscere l'azione dello Spirito Santo è la continuità. Dio ha su di te un disegno fin dall'eternità. Ti ha chiamato a un ideale perché, cooperando con Lui, tu potessi raggiungerlo. Non ti resta che seguire questo cammino. Se tu, che ti sei consacrato in questa famiglia religiosa, ti credessi ora chiamato al Carmelo, questo desiderio sarebbe un'ispirazione diabolica, del Maligno, fino a prova contraria. Credere di dover entrare in un'altra congregazione religiosa più perfetta, che ha più santi... sono tutte illusioni diaboliche. Egli già vi ha chiamato qua: com'è che ci siete venuti? Se riandate un poco al passato, voi vedete che tutto si è fatto quasi senza di noi; nessuno di noi sapeva dove Dio ci avrebbe condotto, né ora lo sappiamo. Ora abbiamo imparato precisamente questo: che siamo nelle mani di Uno che sa, e ci possiamo affidare a Lui, sentiamo di poterci affidare a Lui, ed è precisamente nel lasciarci portare da Lui che la nostra vita si costruisce, che noi siamo veramente edificati come tempio di Dio.
Continuità. Certo, se voi foste venuti qui per sfuggire a un'altra chiamata di Dio, questa chiamata vi avrebbe lasciato sempre un'inquietudine interna e mai la pace. Voi invece avete sentito il contrario, che solo quando l'anima vostra si abbandonava senza difese alle esigenze di Dio, che si esprimevano per voi nella spiritualità della Comunità e in ciò che la Comunità richiedeva, voi avete sentito allora che la vostra anima si quietava e riceveva la luce.
Continuità nel cammino di Dio. Non cercate altra cosa, non chiedete altra via, non guardate altra luce. Continuità nel seguire la voce: una voce che per voi tutti è uguale e che per ciascuno di voi è diversa. È uguale per tutti voi che vivete nella Comunità, ma ciascuno di voi raggiungerà la santità solo realizzando quanto la Comunità vuole da lui. Una voce che per ognuno è diversa perché, pur essendo uguale la perfezione che viene proposta, ognuno di voi la realizzerà in un suo modo, con un suo timbro personale. I santi, pur essendo di una sola famiglia religiosa, sono anche fra loro diversi. Così voi. E voi dovete mantenervi docili all'azione dello Spirito che si esercita in tutta la Comunità, e dovete essere docili all'azione di Dio che si esprime e vi muove anche nell'intimo vostro. Non potete pretendere che lo Spirito Santo agisca in voi indipendentemente dalla Comunità. E via via che matura la Comunità, matura anche la vostra anima, che acquista luce, acquista forza e certezza. E proprio vivendo intensamente la vita di questo progresso, di questa vitalità che è propria di tutta la famiglia religiosa, la vostra vocazione particolare e personale si chiarirà, e voi l'adempirete. Non sarà nulla di nuovo, sarà tutto quello che voi sapevate all'inizio, ma che sapevate in modo vago e confuso, e che invece giorno per giorno si chiarisce, si delinea più preciso.
Che cosa sapevate all'inizio? Forse era soltanto poesia, ma una poesia che in fondo vi chiedeva tutto e praticamente vi chiedeva così poco: vi chiedeva soltanto l'entusiasmo dei vostri anni giovanili. Ora invece c'è forse meno poesia, ma quanto più chiaro l'ideale! Come veramente si fa più concreto il vostro dono al Signore!
Vivete in un'umile docilità all'azione continua dello Spirito che vi porta sempre avanti, sempre a una luce maggiore, a una dedizione più piena, a una immolazione sempre più pura di tutti voi stessi. Questo voi dovete vivere, questo!
Lo Spirito Santo è all'opera. Quello che si compie nell'intimo di ciascun uomo è più grande di quello che si compie nell'universo intero sul piano della natura. "Il grado di bene di una sola anima è più grande di tutto il bene dell'universo", dice S. Tommaso d'Aquino. Pensate alla grandezza dell'opera di Dio nella creazione! La creazione oggi esce dalle mani di Dio: la creazione non è un atto onde Dio intervenne milioni di secoli fa per suscitare le cose dal nulla; questo atto continua. Se Dio sospendesse per un istante il suo atto creatore, tutto l'universo franerebbe nel nulla! E come Dio è continuamente al lavoro (e lo dice Gesù nel Vangelo di S. Giovanni: Come il Padre continuamente opera, così anch'io), come Dio è continuamente al lavoro nella creazione del mondo, così è continuamente al lavoro nell'anima tua. E questo lavoro è più importante, più sacro, più grande, e impegna di più l'onnipotenza, la sapienza, l'amore di Dio, di tutto il lavoro dell'universo. Pensa dunque con quale delicatezza tu devi abbandonarti al Signore e con quale senso di responsabilità.
D'altra parte, mentre la creazione non resiste all'opera di Dio, tu puoi resistergli. Ecco tutto il potere dell'uomo: quello di intralciare questa onnipotenza, di rendere in qualche modo inefficace la volontà stessa dell'Onnipotente.
Con quale delicatezza noi dobbiamo abbandonarci al Signore! Con quale umiltà dobbiamo accogliere la parola di Dio, con quale docilità dobbiamo affidarci all'azione della grazia, giorno per giorno... Perché giorno per giorno, ora per ora, minuto per minuto Dio lavora; non c'è mai un istante in cui Dio cessi di lavorare in te: se Dio cessasse di lavorare in te, cesserebbe di essere in te, perché l'essere di Dio è il suo operare. Egli è in te per operare, non è in te per essere soltanto, ma per crearti, per rinnovarti, per farti simile a Sé e riempirti di Sé.
Diceva Suor Elisabetta della Trinità: "Com'è serio ogni minuto! Costa il Sangue di Cristo!".
Ogni minuto costa Dio stesso, perché il prezzo del tempo è Dio: in ogni istante tu lo ricevi, tu devi riceverlo; in ogni istante tu puoi anche chiuderti e rifiutarti, e lo rifiuti nella misura che a questa grazia non ti abbandoni, e lo rifiuti e ti chiudi nella misura che tu non sei docile a Dio, non lo ascolti o non lo accogli in te.
Dobbiamo aprirci, dunque, con umiltà e con amore, a questo Dio che ci chiede soltanto di lasciarci amare da Lui, che vuole darci Se stesso e farci come Egli ci vuole.
Tutto il nostro progresso sta nel vivere come figli dinanzi al Volto del Padre. E ci dice S. Paolo: "Sono figli di Dio coloro che sono mossi dallo Spirito di Dio". Quicumque enim Spiritu Dei aguntur, ii sunt filli Dei.
Esser mossi dallo Spirito vuol dire per noi essere figli. Siamo figli solo nella misura in cui siamo docili alla sua azione divina. L'opera dello Spirito è precisamente il farci a immagine di Gesù, il trasformarci nel Cristo.
L'azione dunque dello Spirito Santo ci mette in rapporto col Figlio Unigenito, con Cristo Signore. E come ci mette in rapporto con Cristo? Prima di tutto ci fa incontrare Gesù. È lo Spirito Santo che ravviva in noi ciò che la fede ci aveva insegnato. Quello che noi finora avevamo imparato attraverso l'insegnamento della Chiesa ora acquista una vita, una luce nuova, diventa vivo ogni mistero. Non che noi ne abbiamo una comprensione piena: il mistero rimane mistero, eppure diviene più luminoso e più vivo, come se la prima volta non l'avessimo conosciuto.
Ora, l'azione dello Spirito Santo per prima cosa ci fa incontrare Gesù. Come ce lo fa incontrare? Per incontrarci con Lui bisogna che Egli a noi divenga presente. Si potrebbe dire che vi sono quattro modi in cui può avvenire l'incontro tra l'anima e Cristo:
1) Gesù è presente in noi perché per la fede abita nell'anima di ciascuno di noi.
2) Vi è una presenza di Cristo che è propria di ogni uomo: Hai veduto un fratello, hai veduto il Signore. Ogni uomo non soltanto ci rappresenta il Signore, ma veramente lo rende per noi presente, in un modo certo molto misterioso, che non sappiamo nemmeno definire, ma reale.
3) C'è un modo di incontrare Gesù nella Chiesa, perché: Chi ascolta voi ascolta me. Nella Chiesa è presente il Mistero di Cristo; l'anima può incontrarsi con Gesù precisamente attraverso il suo rapporto con la Chiesa.
4) L'uomo poi incontra Gesù nel Mistero eucaristico, perché nel Mistero eucaristico Gesù è presente.
In quanti modi l'anima può incontrare il Signore! Lo Spirito Santo vuole che noi incontriamo Gesù in questo quadruplice modo.
Prima di tutto dobbiamo riconoscerlo in noi. Che cos'è la vita spirituale, secondo gli insegnamenti degli antichi, se non la nascita del Logos, del Verbo, nell'anima nostra? se non il vivere di Cristo in noi? Non è questo l'insegnamento di Paolo? Se mediante la fede Gesù abita nel cuore dell'uomo, la vita cristiana che altro sarà se non il crescere di Cristo nell'anima nostra fino alla sua perfetta età? Proprio così l'uomo si incontra prima di tutto con Dio. All'uomo si sostituisce un Altro e l'anima sente che un Altro la invade, la domina, la penetra tutta. Un Altro l'assume e fa dell'uomo il suo corpo onde Egli vive; e tutta la vita dell'anima tende precisamente a realizzare quanto S. Paolo diceva di sé: Vivo io e non son più io che vivo, ma è Cristo che vive in me. Non siamo più soli, non soltanto perché Dio abita in noi come in un tempio, ma perché il Verbo di Dio in qualche modo ci assume e noi diveniamo il suo medesimo corpo; e attraverso di noi Egli vive, e via via che noi cresciamo nella vita spirituale, sempre più Egli ci invade, ci penetra tutti; sempre più la sua anima, i suoi sentimenti, i suoi pensieri, la sua volontà, si sostituiscono alla nostra volontà, ai nostri pensieri, ai nostri affetti, ai nostri modi di vedere, ai nostri sentimenti. Hoc sentite in vobis quod est in Cristo Jesu.
È un crescere di Cristo in noi per una imitazione che non moltiplica l'esemplare - tanti Gesù - ma piuttosto ci assimila sempre più al Signore, ci fa sempre più una sola cosa con Lui, tanto che all'estremo noi siamo trasformati nel Cristo. Ed è questo il primo incontro che l'anima fa col Signore: non più come un estraneo, ma come un amico, uno sposo, l'anima dell'anima sua, come un altro se stesso o, piuttosto, come il vero se stesso.
L'anima deve incontrarsi con Gesù anche nel rapporto con tutti gli uomini. Com'è più misterioso questo incontro con Cristo! eppure, come più concreto e reale!
Io non posso sottrarmi mai a questo incontro con Cristo nei miei fratelli; ma fintanto che lo Spirito Santo non agisce, non illumina, non muove il cuore, è soltanto per la fede che io riconosco in ogni fratello il Signore. Quando lo Spirito Santo invece vive in me, mi trascina, mi illumina, mi porta, mi dirige, non è più soltanto perché la fede me lo insegna che io riconosco negli altri il Signore, ma veramente gli altri divengono il segno della Sua presenza, traspariscono Dio, traspariscono veramente la Sua presenza, e divengono agli occhi miei veramente trasparenti. E io vedo e amo in tutti il Signore. Ogni mio rapporto con gli altri diviene un mio rapporto con Gesù, diviene in me un modo di vivere la mia comunione con Cristo. Il rapporto dell'inferiore con il superiore è il rapporto di Maria con il suo Salvatore; il rapporto fra amici è il rapporto di Gesù coi discepoli; il rapporto fra gli sposi è il rapporto fra Cristo e la Chiesa. Come concreta è questa comunione con Gesù, ma come misteriosa! La mia parola, prima di giungere agli altri giunge a Dio; quel che faccio agli altri, lo faccio a Lui: Quel che avete fatto a uno di questi miei piccoli, l'avete fatto a me.
Questo rapporto con tutti gli uomini deve anch'esso portarmi a una intimità col Signore così grande che non potrei pensarla maggiore. Per portarmi poi a vivere nel mio rapporto con gli altri l'amore stesso di Gesù per gli uomini tutti, deve portarmi a vedere negli altri Gesù, sicché, come diceva Agostino, nel mio rapporto con gli altri si realizza il mistero di Cristo che ama Se stesso. Dal momento che nel mio amore per gli altri è Gesù che ama, nel mio amore, nel mio rapporto con gli uomini praticamente si realizza in qualche modo l'unità del Corpo Mistico: tutti non siamo più che uno, siamo Gesù.
Comunione la più grande, la più mirabile, forse, se non ce ne fosse una maggiore; comunione che, comunque, noi difficilmente potremmo pensarla più grande. L'unità del Corpo Mistico si realizza in questo rapporto; ognuno di voi è uno solo: è Gesù. Ed io che vi amo sono Lui. In tutti noi non vive più che Uno, tutti noi non siamo più che Uno: non ci si può dividere, non ci si può distinguere senza in qualche modo essere noi sottratti a questa unità. Possono gli altri sottrarsi appunto perché non amano, ma tu che sei cristiano devi tutti amare, e di un solo amore: del Suo.
Si è detto altre volte che noi dobbiamo amare tutti di un medesimo amore: sì, dell'amore di Dio. Io non posso far distinzioni, differenze, dal momento che devo vedere in tutti il Signore. Se vedessi negli altri soltanto degli uomini, li amerei soltanto per i meriti loro; ma poiché in ognuno io debbo amare Cristo, poiché in ognuno devo ritrovare e amare Gesù, il mio amore per gli altri non può essere che uno solo, uguale per tutti.
E non soltanto questo mio amore deve essere uguale per tutti, ma deve anche essere tale che io in ogni istante totalmente mi dono. Perché, se posso amare limitatamente, di un amore più o meno grande, ciascuno di voi, secondo il merito più o meno grande che ciascuno di voi può possedere, di fronte a Dio ogni misura cade: l'unico modo di amare Dio è di amarlo senza misura, dice S. Bernardo. Se in voi tutti io debbo amare Gesù, il mio amore per voi non deve conoscere confine, non solo per voi tutti insieme, ma per ciascuno in particolare. Io devo amare anche il cattivo con tutto il mio amore, essere disposto anche a morire per lui, così come debbo amare il brutto e il bello, il virtuoso e il vizioso, l'ignorante e il sapiente, anche se il modo di amarli sarà diverso. Non diverso nell'intensità, perché ad ognuno tu devi dare tutto te stesso, ma diverso nel modo. Io non posso dare al Papa un tozzo di pane, e non sa che farsene di una mia riverenza il povero che ha fame. Amare dunque diversamente nel modo, ma non nell'intensità, perché sia all'uno che all'altro tu devi dare nulla di meno che te stesso. Devi morire per ciascuno, perché l'amore con cui devi amare gli altri, ha detto Gesù, è il Suo medesimo amore: Amatevi come io vi ho amato. È il Suo amore medesimo, e non solo l'esempio: è l'amore onde anche noi in Cristo si ama.
È Gesù dunque che attraverso di noi ama, e non ama in ciascuno di noi che Sé. Ed è in questo amore, dunque, che noi non siamo che uno, una sola unità: Cristo, il Cristo totale.
Attraverso questo amore, come noi totalmente ci portiamo negli altri, così gli altri, amandoci, si portano totalmente in noi e avviene quella immanenza reciproca che in qualche modo rinnova il mistero della cointimità divina, della "circuminsessione", per dire un termine teologico, onde il Padre è tutto nel Figlio e il Figlio tutto nel Padre. Voi dovete vivere tutti, ciascuno, l'uno nell'altro - è questa l'unità che deve prodursi , l'amore cristiano.
Lo Spirito Santo non porta soltanto a riconoscere Gesù nei propri fratelli e ad amarli con l'amore stesso di Cristo in tal modo da compiere questa mirabile unità, ma ci fa riconoscere Cristo nella Chiesa. Cristo vive nella Chiesa, dobbiamo rendercene conto. Per chi non ha fede, gli uomini di Chiesa sono uomini, e quanto uomini! tante volte più miseri degli altri, tante volte mediocri, deboli, incapaci. Eppure, se lo Spirito Santo ti illumina , ti muove, ecco tu lo vedi: nella Chiesa è presente il Signore: tu lo vedi nel Vescovo, lo veneri nel Papa.
E il nostro rapporto con gli uomini e con la Chiesa è un rapporto che in qualche modo è più concreto e più libero da illusioni di ogni altro rapporto, da ogni altra comunione con Lui. Una comunione con Gesù nel Sacramento eucaristico si presta a molte maggiori illusioni di una comunione con Cristo attraverso questo rapporto d'amore con i fratelli e nella Chiesa.
C'è un rapporto con Cristo nei fratelli e nella Chiesa che è assolutamente di necessità per la salute: se io non amo sono nella morte, dice S. Giovanni l'Apostolo. Anche se vivo fuori dalla Chiesa sono nella morte, non posso essere salvo. Ma una cosa è vivere nella Chiesa e avere un certo rapporto d'amore coi fratelli, altra cosa è riconoscere nei fratelli il Signore, per illuminazione divina: non saperlo soltanto per fede, e per fede non avere verso nessuno né odio, né risentimento, né rancore, né amarezza, ma veramente amarli come si ama Gesù. Per arrivare a questo, solo lo Spirito Santo ci può aiutare; vivendo in noi ce ne può dare il potere, perché è solo lo Spirito santo che, vivendo in noi, fa sì che anche in noi ci siano gli stessi sentimenti di Gesù.
Questo rapporto con Cristo è più concreto e più libero da illusioni. Bisogna saper riconoscere Gesù anche nella Chiesa, amarlo, onorarlo, adorarlo: nella Chiesa Egli continua la sua missione, continua a lavorare per la salvezza del mondo; attraverso gli uomini della Chiesa Egli rende presente la sua Redenzione, la sua Morte di Croce, la sua autorità, la sua predicazione, la sua parola. Nella parola del Papa tu ascolti la parola divina, nell'azione del Papa e del sacerdote vedi presente l'azione stessa di Cristo. Il sacerdote che consacra fa presente il Mistero della Croce, il Papa che parla fa presente nel suo Magistero, in qualche modo, la Parola stessa di Dio in quanto è infallibile e veritiera. In questa tua visione e consapevolezza tu vivi una tua comunione con Cristo ancora presente e operante nel mondo, e ti unisci a Lui operante nel mondo, e vivi con Lui questo suo atto, questa sua Redenzione, questo suo lavoro immenso di salvezza del mondo.
Questa è, in fondo, la mistica di S. Ignazio di Lojola. Nella sua visione di Cardonnet egli ha visto precisamente questo: Gesù non è soltanto Colui che sotto Ponzio Pilato morì per la salvezza degli uomini, ma è anche Colui che, risorto da morte, vive ancora in mezzo a noi il suo mistero di amore, la sua missione di salvezza, predicando, soffrendo, morendo per gli uomini; e tutto questo non solo nel Mistero eucaristico, ma anche nel Mistero della Chiesa che giorno per giorno insegna, soffre e muore nei suoi martiri.
Questo ha veduto S. Ignazio. E per lui la visione della Chiesa, il sentire cum Ecclesia, si identifica alla sua unione con Cristo. È qui che egli è giunto veramente alla più alta santità, perché l'unione nostra con Cristo deve realizzarsi sempre in questo quadruplice rapporto. Certo, ognuno di noi vive in modo particolare uno di questi rapporti, anche se non esclude gli altri. Escludere gli altri vuol dire non essere cristiani, perché non si può escludere il nostro rapporto con Cristo nell'amore del prossimo. Ma chi di noi realizza veramente nel prossimo la presenza di Cristo in modo da vivere questo amore totale in ogni fratello? Un S. Camillo de Lellis, che va in estasi davanti a un malato. Non certamente noi, che tante volte siamo sgarbati o indifferenti, superficiali o leggeri, nei nostri rapporti fraterni. Eppure, anche qui quanto ci sarebbe da fare! Com'è lungo il cammino a cui ci sforza lo Spirito! È un cammino di unità. È lo Spirito Santo che, vivendo e operando in noi questa unione con Cristo, mostrandoci Cristo in ogni fratello e facendoci amare Cristo in ogni fratello, compie questa unità, Lui che è l'anima del Corpo Mistico.
Il cristiano vive ancora un altro rapporto: il rapporto con Cristo nel Mistero eucaristico. E anche questo, per precetto divino, è di necessità per la salvezza: Chi non mangerà la mia carne e non berrà il mio sangue non avrà la vita in sé, dice Gesù. Non avrà la vita eterna.
Noi dobbiamo incontrarci con Lui, dunque, anche nel Mistero eucaristico. E anche in questo caso, chi è se non lo Spirito Santo che veramente ci conduce? Lo sappiamo che nell'Eucarestia è presente Gesù, ma una cosa è saperlo per fede, ex auditu, dal Magistero della Chiesa, e altra cosa è realizzare questa Presenza, realizzarla e sentire la fame di Cristo Eucarestia, realizzarla e sentire il bisogno di vivere sempre alla Sua Presenza, realizzarla e sentire la necessità di una partecipazione sempre più intima al Mistero della Croce, alla Messa, al Sacrificio redentore. Realizzare questa Presenza, vivere questo incontro, questa comunione d'amore, onde la tua partecipazione a Cristo che muore e che risorge divenga lentamente tutta la tua vita, e tu veramente sia trasformato in Lui per trasformazione di amore: questo è opera dello Spirito Santo.
Ecco l'opera dello Spirito. È lo Spirito che ti conduce. Tu non sai attraverso quali modalità e per quali vie giungerai, ma sai che la meta è una sola: essere figli del Padre nello sguardo stesso di Cristo. E non possiamo essere davanti al Volto del Padre se non trasformati in Gesù. E la nostra trasformazione nel Cristo avviene attraverso questo incontro con Lui: incontro con Lui che abita il mondo, che è presente in ogni fratello, che è presente nella Chiesa, che è presente nell'Eucarestia. Incontro che è soltanto l'inizio di un rapporto di amore, di una trasformazione di amore onde al termine, attraverso questi rapporti, l'uomo non soltanto vive una comunione con Cristo, ma si trasforma realmente in Lui. Vive una comunione con Cristo nel rapporto coi fratelli, nel rapporto con la Chiesa, nella Comunione eucaristica, e attraverso questa comunione con gli uomini può giungere alla medesima trasformazione in Cristo quando il suo amore sarà così pieno e così uguale verso gli uomini tutti da essere Gesù che ama attraverso di lui e ama Gesù in tutti, operando così davvero la sua trasformazione in Cristo e la sua unità con tutta la Chiesa, l'unità del Corpo Mistico.
E questa comunione con Cristo realizzata nella Chiesa deve arrivare a tal punto da trasformarci ugualmente in Cristo: nel sacerdote, in Cristo che insegna, che dirige la Chiesa, che lavora, che continua la stessa sua missione. Ma in qualche modo così anche in voi, perché anche in voi continua la missione di Cristo. Voi vi incontrate nella Chiesa nella misura che vi sentite investiti da Essa anche davanti agli uomini, e cooperate a questa missione che è la sua, e vivete questa missione che è la sua, che è anzi la missione stessa di Gesù.
E così la vostra comunione con Gesù Eucarestia realizza al termine una vostra unità col Signore, perché attraverso l'Eucarestia voi dovete giungere a una vostra trasformazione in Gesù.
Così, davvero, noi siamo figli di Dio, perché mossi dallo Spirito giungiamo a questa pienezza. Anche i Padri dicevano che lo Spirito santo imprime in noi il suo suggello, e il suggello dello Spirito è l'immagine stessa del Figlio.
Divenire un solo Cristo; divenire, tutti noi, Gesù: ecco la nostra vocazione. È vero che la nostra vita cristiana ci impone di vivere come figli dinanzi al Padre Celeste, ma è anche vero che il Padre Celeste non ha che un Figlio: l'Unigenito. Gesù non è il Primogenito, ma il Figlio Unigenito del Padre. Si chiama anche "Primogenito fra molti fratelli", ma questi altri fratelli non sono sul suo medesimo piano; sono fratelli suoi e figli di Dio soltanto se sono in Lui, se sono trasformati in Lui.
Il Padre Celeste non ha che un solo Figlio. Noi dunque, se vogliamo vivere la vita dei figli, la vivremo soltanto se saremo trasformati in Lui, nel Cristo. A questa trasformazione d'amore che ci rende "uno solo" con Gesù, può portarci solo lo Spirito Santo, solo lo Spirito Santo la compie, e noi potremo giungervi soltanto nella misura della nostra docilità alla sua azione divina.
Ecco quello che il Signore ci insegna. Non si può separare lo Spirito dal Figlio, come non si può separare il Figlio dal Padre.
La vita cristiana è docilità allo Spirito, affinché si compia il disegno divino di assumere tutti nel Cristo onde, divenuti un solo Corpo in Cristo, divenuti in qualche modo un solo Figlio, noi viviamo dinanzi al Volto del Padre.
Cristo! Ecco la nostra vita. Per me vivere è Cristo. Cristo: ecco quello che dobbiamo essere. Dobbiamo perdere ogni nome, ogni nostra indipendenza e autonomia, per non essere più nostri, per essere in qualche modo una umanità che Egli assume e nella quale Egli vive il suo stesso Mistero.
E questa comunione con Cristo, appunto per questa presenza molteplice e misteriosa di Gesù, deve essere compiuta in ogni momento, perché in ogni momento noi dobbiamo vivere nella Chiesa, in ogni momento siamo in rapporto con gli uomini, in ogni momento possiamo vivere con Cristo Eucarestia, perché in ogni modo e in ogni momento noi portiamo Gesù nel nostro cuore.
Tutto il cammino dell'anima sta in questo essere trasformata dallo Spirito a immagine del Figlio, per vivere davanti al Volto del Padre. Ma quanto è lungo il cammino e quanta la nostra pochezza! Occorre la nostra docilità all'azione dello Spirito, e invece siamo attaccati a tante cose, e la nostra anima è così distratta!
Dio stesso ci offre l'esempio della nostra risposta in Maria. Quale virtù possiamo imparare da Lei se non la docilità, l'abbandono a Dio? S. Giovanni della Croce dice che "nessun movimento vi fu in Nostra Signora che non fosse di Spirito Santo".
Maria non fu mai distratta: tutta l'anima sua era attenta alla Parola di Dio. La sua cooperazione all'azione della grazia fu la sua passività, che si esprime nelle sue parole: "Ecco l'ancella del Signore, si faccia di me secondo la sua parola". Non "farò", ma "si faccia": non posso fare altro che offrirmi a Dio perché operi in me.
Che cosa imparare da Maria se non questo abbandono? Mettiamoci nelle mani di Dio, lasciamoci guidare da Lui; ci conduca per la tenebra o per la luce, per la gioia o per la sofferenza, faccia di noi quello che vuole: dobbiamo essere indifferenti, accettare tutto con la stessa pace, con lo stesso amore. Tutto deve essere uguale per noi, perché tutto porta il segno della sua volontà. Questo ci insegna Maria.
"Non pongo condizioni alla tua volontà, non mi sottraggo ai pesi di cui vuoi caricarmi". Ecco l'esempio da tenere sempre davanti: più che la verginità di Maria e la sua umiltà, questa docilità, questo raccoglimento senza fondo, questo ascoltare la Parola di Dio.
Non scoraggiamoci! L'esempio è altissimo, ma Maria non è soltanto un esempio, è anche Madre, Madre di Gesù e di tutti coloro che devono somigliargli. Se dobbiamo essere figli di Dio, lo saremo soltanto se ci assimiliamo a Lei.
È Maria che ci genera nel suo Figlio. Diamoci a Lei, entriamo nel suo cuore.
Rivogliamoci a Lei come figli deboli e impotenti: ci ottenga Lei quel che da soli non possiamo ottenere. Le mamme amano di più i figli malati. Che Ella ci prenda e ci renda come ci vuole il Signore, ci ottenga Lei questa trasformazione.
Siamo tuoi figli, Maria, e poiché siamo tuoi figli vogliamo diventare Gesù. Per opera dello Spirito Santo concepisti Gesù, per opera dello Spirito Santo rendici simili a Cristo. La tua maternità deve continuare generandoci. Trasformati in Cristo, saremo un'anima sola con Lui.
U.S.F.P.V.
© Divo Barsotti