quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Filme, La Vida Es Bella

 

A presença da Virgem Maria na vida de cada um de nós

 

A presença da Virgem Maria na vida de cada um de nós

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A Constituição Dogmática Lumen Gentium do Concílio Vaticano II, no número 62, refere-se a Nossa Senhora ao dizer que, por “sua maternal caridade, cuida dos irmãos de seu Filho, que ainda peregrinam rodeados de perigos e dificuldades, até que sejam conduzidos à feliz pátria. Por isso, a Bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de Advogada, Auxiliadora, Socorro, Medianeira”.

A Mãe de Deus tem importante papel no caminho de cada um de nós na Igreja, pois somos todos seus filhos, num relacionamento de amor que se estenderá até os últimos tempos. Assim, os diversos títulos referidos a Maria, na Igreja, contribuem e colaboram, hoje, para nossa compreensão sobre Sua maternidade para conosco, porque sempre podemos contar com essa Mãe, que cuida de nós, seus filhos, como cuidou de seu Filho Jesus.

Foto Ilustrativa: by Getty Images / Photogrape

Mãe e intercessora

Cristãos católicos, desde os primórdios do cristianismo, confiam-se na intercessão de Maria junto a Jesus Cristo, o único Mediador entre Deus e os homens, que – segundo a Carta Encíclica Miserentissimus Redemptor de Pio XI no número 15 – “quis associar-Se a sua Mãe elegendo-a como advogada dos pecadores, dispensadora da graça e mediadora”. A Mãe conhece o coração do seu Filho, e, por isso, ela é auxílio eficaz, que, simultaneamente, intercede e aproxima ao Cristo todos aqueles que a Ela se arrogam.

Fiel, desde a Anunciação do anjo Gabriel até os sofrimentos junto à Cruz de Cristo; e inabalável no caminho da consumação eterna dos filhos de Deus, a maternidade da Virgem Maria alcança a todos na História da Salvação, porque ela é medianeira. Entretanto, é belíssimo ressaltar que, em nada, ela desdiz a verdade de haver um único Mediador ao Pai: Jesus Cristo.

Na Carta Encíclica Ad Diem Illum do Papa São Pio X, no número 2, temos a precisa colocação de que são muitos os insignes benefícios concedidos por Deus às piedosas solicitações de Maria. Nisso, podemos notar que, existe uma interligação daquela que Deus elegeu em seu jeito de ouvir as preces dos filhos e filhas da Igreja, com o próprio Senhor, pois Deus concede Suas graças e bênçãos a todos que recorrem ao Filho pelas mãos da Mãe, a Virgem Maria.

Mãe da esperança

A Virgem Maria é socorro dos cristãos. Ela comungou das dores e angústias de Jesus e, mais do que ninguém, conheceu o sofrimento supremo de Cristo que remiu a humanidade. Por isso, Maria socorre os aflitos e desesperados levando-lhes esperança e amor. A Bula Ineffabilis, de Pio IX, diz que à Virgem foi concedido ser junto ao Filho unigênito a medianeira e advogada de todo o mundo. Com isso, entendemos que, Nossa Senhora auxilia, socorre e intercede por todos, num gesto de amor de mãe, que não deseja que nenhum de seus filhos se perca, mas que encontrem a salvação.

Por fim, expressemos, em nossa vida, a bela verdade de que, com o Senhor, seja bendita Aquela que Ele constituiu Mãe de misericórdia, Rainha e Advogada nossa, amorosíssima, Medianeira de suas graças e Dispensadora dos seus tesouros. Pois é bom estar, diariamente, com Aquela que sempre nos leva a seu Filho Jesus Cristo, Nosso Senhor e Rei.


quarta-feira, 6 de setembro de 2023

domingo, 3 de setembro de 2023

Nossa Senhora no dia a dia, o que podemos aprender com a Mãe da Igreja

 Nossa Senhora no dia a dia, o que podemos aprender com a Mãe da IgreA Virgem Maria tem um papel importante na nossa vida, principalmente na nossa espiritualidade. Como Mãe da Igreja e nossa Mãe, Ela deseja nos acompanhar de perto, porque é a medianeira de todas as graças.

Nossa Senhora tem um relacionamento maternal conosco que nunca terá fim. Portanto, sempre podemos contar com o seu socorro. Como cuidou de Jesus, Ela deseja cuidar de cada um de nós. Basta que lhe demos permissão para isso.

Assim como comungou das dores e angústias de Jesus, Ela deseja socorrer seus filhos em suas aflições e angústias. Portanto, deseja levar-lhes esperança e amor.

São Bernardo de Claraval, Doutor da Igreja, tinha uma devoção singular à Virgem Maria. Ele é o autor do hino Ave Maris Stella” e da invocação “Ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria”, que foi acrescentada ao final da oração “Salve Rainha”.

Ele escreveu inúmeros livros, cartas, orações, poemas e mais de 300 sermões. Entre seus escritos, destacamos aqui o trecho de um poema dedicado à Nossa Senhora que diz:

“Se não quiseres naufragar

Se os ventos das tentações se levantarem,

Se te chocares contra os rochedos das tribulações,

Olha para a Estrela, Invoca Maria.

Se te sentires arrastado pelas ondas do orgulho,

Da ambição, da traição, do ciúme,

Olha para a Estrela, Invoca Maria.

Se a raiva, a avareza ou os desejos impuros,

Sacudirem o pequeno barco da tua alma,

Olha para Maria”.

Neste mesmo poema ele nos deixa como conselho, que tenhamos os olhos fixos na Virgem Maria, e a invoquemos sempre, independentemente do que estamos vivendo: “Que Ela não se afaste de tua boca. Que Ela não se afaste de teu coração. E, para obter o socorro de sua intercessão, não esqueças de meditar o exemplo de sua vida”.

Crescer na escola de Nossa Senhora 

A Mãe de Deus tem muito a nos ensinar. Tudo o que encontramos na Sagrada Escritura sobre Nossa Senhora são como pérolas preciosas que podemos juntar para enriquecer a nossa espiritualidade.

Vamos conhecer agora as 4 virtudes de Nossa Senhora que podem ser contempladas na Bíblia e que podemos buscar viver diariamente.

Docilidade à vontade de Deus

A Virgem Maria não hesitou diante do anúncio do Arcanjo Gabriel, que Ela havia sido escolhida por Deus para ser a Mãe do Seu Filho. Tudo o que ela fez foi entregar-se com docilidade à vontade do seu Senhor, dizendo: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38).

A docilidade de Maria deve nos fazer questionar: Como tenho me comportado diante dos desígnios de Deus? Tenho sido dócil ao acolher a Sua vontade na minha vida, a exemplo de Maria? Ou será que tenho enfrentado tudo com pesar?

Nossa devoção à Mãe da Igreja deve moldar nosso coração para que aceitemos com amor os planos de Deus. Colaborar com os planos do Senhor com a mesma disposição de Nossa Senhora deve ser a meta de todo católico.

Abandono à Providência

Quando, nas bodas de Caná, Maria pediu a Jesus que resolvesse a situação dos noivos, que já não tinham mais vinho para servir, Ela estava nos ensinando algo: Que em tudo podemos e devemos recorrer à Divina Providência.

Maria sabia que seu Filho providenciaria o necessário para aquele momento. Por isso, ela incentivou os serventes: “Fazei o que ele vos disser” (Jo 2,5). E foi assim que Jesus realizou o seu primeiro milagre, “manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele” (Jo 2,11).

Essa atitude de Nossa Senhora, de ilimitada confiança na Providência Divina, devemos imitar a cada dia. Abandonar-se, como Ela, nos braços da Providência é o socorro mais certo que podemos ter.

Humildade

Desde o primeiro instante em que recebeu a missão de trazer ao mundo o Salvador, Nossa Senhora não se comportou de outra maneira, senão como Serva do Senhor. Com toda humildade, Ela sabia que não lhe cabiam privilégios, mas sim responsabilidades.

Foi por esse motivo que Maria, sabendo da gravidez de sua prima Isabel, colocou-se à caminho de sua casa para ajudá-la. Cheia do Espírito Santo, com a chegada da Virgem Mãe de Deus, Isabel exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre (…) bem-aventurada és tu que creste” (Lc 1,42.45).

A essa saudação, Maria louvou a Deus, porque mais uma vez, com toda humildade, reconhece ser apenas um instrumento da graça: “Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva” (Lc 1,46-48).

Assim como Nossa Senhora, devemos sempre nos colocarmos diante do outro como servos. Estamos neste mundo para servir uns aos outros. Também Jesus nos deixou esse ensinamento quando lavou os pés dos Seus discípulos.

Saibamos, no dia a dia, imitar a humildade de Nossa Senhora!

Perseverança

O momento mais difícil na vida terrena de Maria, certamente, foi ver Jesus sendo açoitado e morrer crucificado.  Tamanha dor deve ter dilacerado o seu coração de mãe!

Mas Ela se manteve perseverante: “Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe” (Jo 19, 25).

Maria sabia que o sofrimento do seu amado Filho era para o bem da humanidade.

Foi ali, aos pés da Cruz, que Jesus nos confiou a maternidade de Maria, quando disse ao seu discípulo “eis aí tua mãe”.  

Nos momentos de dificuldade, adentremos na “escola” de Nossa Senhora Mãe da Igreja para aprender com Ela a sermos perseverantes. Perseverante é aquele que não desiste, que se mantém firme, que não se deixa abalar pelas circunstâncias negativas. Assim foi Maria, assim devemos ser todos nós!

 

Orações à Mãe da Igreja para rezar todo dia 

Para nos aproximarmos de Nossa Senhora e, aprendermos com Ela, não há nada mais eficaz do que a oração.

Por isso, listamos algumas orações e práticas de piedade para você incluir na sua rotina diária.

 

Ofício da Imaculada –  uma oração que pode ser cantada ou recitada (de uma só vez ou seguindo a Liturgia das Horas). O Ofício foi escrito originalmente em latim, no século XV, pelo monge franciscano Bernardino de Bustis, que desejava proteger a Imaculada Conceição dos inúmeros combates que vinha sofrendo desde o século XII. Para rezar o Ofício da Imaculada, acesse aqui!

 

Santo Rosário – O Rosário, ou o Terço, é uma oração contemplativa, como a própria Virgem, que guardava e meditava em seu coração os mistérios da vida de Jesus. Esta oração, é uma espécie de resumo do Evangelho, nos apontando para a profundidade de toda a mensagem de Jesus. Com o Rosário meditado, frequentamos a “escola” de Nossa Senhora Mãe da Igreja para mergulharmos na contemplação do rosto de Cristo e na experiência do Seu amor misericordioso.

 

Devoção dos 5 primeiros sábados – a revelação desta devoção começou nas aparições de Nossa Senhora em Fátima, quando a Virgem disse à pequena Lúcia: “Jesus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração”. Oito anos depois, Nossa Senhora mais uma vez se manifestou à Lúcia, que então havia entrado para o Convento das Irmãs Doroteias. A Virgem revelou, então, a devoção reparadora dos 5 primeiros sábados, que consiste nos seguintes passos:  Durante 5 meses, no 1º sábado, devemos nos confessar, receber a sagrada Comunhão, rezar o Terço e meditar os 15 mistérios do Rosário, para desagravar o Imaculado Coração de Maria. Aos que praticam essa devoção, Nossa Senhora fez uma promessa: “Eu prometo assistir-lhes, na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas”.

 

Além da oração, é altamente recomendado que busquemos leituras espirituais sobre a Virgem Maria e a sua importância como Mãe de Deus e Mãe da Igreja. Para começar, sugerimos alguns livros que se destacam no assunto: Glórias de Maria, de Santo Afonso Ligório; Imitação de Maria, do Pe. Luís Erlin; e  Maria, Mãe da Igreja: O Magistério Mariano do Papa Paulo VI.

Não tardemos, portanto, a entrar na “escola” de Nossa Senhora Mãe da Igreja e fazer dela nossa mestra no seguimento a Jesus. É com a sua ajuda que seremos merecedores da felicidade eterna!

 

Oração à Nossa Senhora Mãe da Igreja

Senhora Mãe da Igreja,

Mãe de Jesus, Mãe nossa,

que ensinastes ao menino Deus a beleza do amor humano,

e aprendestes com Ele a grandeza do amor divino, intercedei por nós!

Caminhando com Jesus no mistério de sua vida,

aprendestes com Ele a ouvir, a acolher

e a colocar em prática a Palavra do Senhor.

Assim, vos fizestes discípula de teu Filho,

e Ele vos fez Mãe da comunidade, Mãe da Igreja!

Santa Maria, Mãe de Deus,

olhai vossos filhos nas horas de luz e de cruz.

Levai-nos ao Coração de Jesus,

para aprendermos com Ele,

a sermos discípulos missionários.

Senhora Mãe da Igreja, caminhai conosco!

Levai-nos a agir em favor dos irmãos.

Olhai por nós!

Intercedei por nós!

Como se relacionar com Nossa Senhora no dia a dia?

 


Como se relacionar com Nossa Senhora no dia a dia?

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Cada paróquia no Brasil tem um título de Nossa Senhora que ganha destaque na comunidade local. Quando se aproxima a festa relacionada a esse título mariano, a paróquia se mobiliza, faz novena, quermesse e celebra muito a festividade.

Nossa Senhora só está presente em nossa vida nesses momentos particulares? Somos fiéis devotos dela, mas só pedimos sua intercessão nas Missas celebrativas ou quando estamos com problemas a resolver? Não é esse o desejo de Deus ao nos dar Maria como Mãe, nem é o desejo dela ao nos assumir como filhos. Ela quer participar do nosso dia a dia, auxiliando-nos e fortalecendo-nos na caminhada até Deus.

 

 

 Trazer nossa  Senhora para perto de Nós

São Bernardo nos ensina que “nos perigos, nas angústias e dúvidas devemos pensar em Maria, invocando-a”. São Boaventura afirma: “Jamais li que algum santo não tivesse sido devoto especial da Santíssima Virgem”. Na oração da Ladainha de Nossa Senhora, nós a chamamos de “auxílio dos cristãos”. Sim, ela o é! Nossa Senhora é Auxiliadora!

No Evangelho de João 19,26-27, vemos que “Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse a ela: ‘Mulher, eis o teu filho!’. Depois, disse ao discípulo: ‘Eis a tua mãe!’. A partir daquela hora, o discípulo a acolheu no que era seu’”.

Papa Francisco, ao meditar essa leitura, fala-nos: “Temos uma Mãe que está conosco, que nos protege, acompanha e ajuda também nos tempos difíceis, nos maus momentos”.

A maternidade de Maria

Podemos encontrar um vasto conteúdo nos escritos dos Papas e Santos da Igreja mostrando-nos a real maternidade de Maria. A resposta de João às Palavras do Cristo na cruz nos mostra qual deve ser nossa postura ao acolher a Virgem Santa como Mãe: “A partir daquela hora, o discípulo a acolhe no que era seu”. Esse é o centro do relacionamento materno entre Maria e seus filhos, não somente crer na maternidade, mas trazer Nossa Senhora para perto, colocá-la a par dos acontecimentos e sentimentos que, diariamente, compõem nossa vida, e para isso há um caminho eficaz: a oração.

Seja o Rosário, o Ofício, a Ladainha ou uma jaculatória que invoca a proteção da Santíssima Virgem, seja um momento longo ou um breve elevar da alma até o colo sublime da Mãe de Deus, o certo é que devemos seguir o exemplo de João e trazer Maria para tudo o que nos pertence. Apresentar a ela nossos conflitos e medos, nossas vitórias e projetos, e tê-la como Mãe é encontrar nela uma companheira para o dia a dia.

Muitas vezes, durante o meu dia, elevo meu coração a Maria. Além de rezar o Santo Terço, vou colocando-me nas mãos dela no decorrer das horas e dos fatos ocorridos. Quando estou realizando algum trabalho, para o qual não tenho muito domínio, vou pedindo a Maria que venha em meu auxílio. Quando vivo uma situação difícil, busco nela um apoio.

Leia mais:
.:Por que chamamos a Virgem Maria de Nossa Senhora?
.: A devoção a Nossa Senhora nos aproxima de Jesus
.: Nossa Senhora é o reflexo da beleza de Deus

Mostra-te, Mãe

Na Carta Encíclica Adiutricem Populi, Papa Leão XIII fala de uma jaculatória simples, mas eficaz: “Mostra-te, Mãe”. Ele convida os cristãos a invocarem Maria nos acontecimentos do dia e pedir sua presença ou seu conselho.

Maria não somente quer nos acolher como filhos, como deseja nos acompanhar por toda nossa peregrinação aqui na Terra rumo à morada eterna.

Nos acontecimentos duros da vida, nos momentos de solidão e dor, alegria e realização, clamemos essa simples oração que nos ensina o Santo Padre: “Mostra-te, Mãe”. Confiemos: aquela que acompanhou Jesus até o Calvário também nos acompanhará por todos os caminhos.

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Serva de Deus Irmã Edda Roda, Virgem. Uma alma trinitária.

 


Venerável Serva de Deus Irmã Edda Roda, Virgem. Uma alma trinitária.

 Sua vida interior

Irmã Edda foi uma alma trinitária do nosso tempo. Uma verdadeira alma contemplativa mas que viveu uma vida ativa e apostólica própria da sua congregação. e abraçou com a cruz da enfermidade!
Na Carta de 17 de setembro de 1978, ao Padre Antonio, ela revela que "o meu polo de atração é a Trindade".
Seu caminho é a viver a inabitação trinitária. Assim, no ano seguinte, na Carta de 28 de setembro de 1979, escreve: 
"Gostaria de viver em contínua adoração da Trindade que vive em mim, mas ainda que permanecendo com a vontade e o desejo ardente do coração, não estou sempre também com a inteligência e o pensamento que permanecem ocupados no trabalho; veja, Antonio, como sou pobre e limitada, mas não me desanimo antes me abandono totalmente a Deus; um só pensamento e desejo me persegue: "Amar", mas também isso na serenidade, na alegria, na grande paz que tenho neste período, sim porque estou vivendo uma quietude profunda da alma, dom imenso do Pai à minha pequena alma". 
E no seu Diário em 24 de junho de 1988, escreve uma frase que para mim marca sua vocação: "Ser a pequena alegria da Trindade". 
Em 15 de setembro do mesmo ano, anota:
"A ocupação cotidiana seja o amor simples e puro como Ele me disse com a Sua vida feita um irrevogável 'AMÉM' ao Pai. Eis o valor do silêncio que me lança sempre mais e só n´Ele, e me faz viver no desejo do amor dos 'TRÊS'". 
Irmã Edda experimenta esta profunda vida trinitária em união com Maria. Assim escreve na carta de 4 de janeiro de 1988: 
"Estou convencida de que o Senhor exulta de alegria todas as vezes que nos ouve em colóquio com Nossa Senhora. Considero uma graça grande que Ele fez me enamorar de sua Mãe, Ela a Virgem em escuta, em oração, em adoração, a Disponível, a Aurora que anuncia o Cristo Amém do Pai, a Mulher por excelência, a Mãe! O Ostensório, o Tabernáculo vivo". 

        Aspecto histórico de sua vida

     Irmã Edda Roda nasceu em 30 de outubro de 1940 em Leno, província de Bréscia (…). Aos quinze anos começou a frequentar a escola secundária pública para a formação profissional, mas, no segundo trimestre do segundo ano desistiu por motivos de saúde (…) obteve o diploma depois de entrar no convento em 1965 em Varese. Em julho de 1959, porém, obteve o diploma de enfermeira geral no hospital Bolognini de Seriate (…).

     Edda conheceu as Irmãs Capuchinhas trabalhando na Clínica San Francesco em Bérgamo e em 24 de setembro de 1959 em Gênova, iniciou seu postulantado. Em 12 de junho de 1960 iniciou seu noviciado em Loano e recebeu o nome de Irmã Adalberta da Santíssima Trindade. Depois do Concílio, no início dos anos 1970, quando se deu a possibilidade, ela escolheria retomar o nome de Batismo, Edda (…).

     Em 2 de outubro de 1962, em Loano, berço do Instituto, emitiu a primeira profissão religiosa (…). Nas poucas notas do seu Diário encontramos também o sonho de ser missionária da caridade a pensar na África e nos leprosos, sonho que depois se concretizará. Porém, em obediência às superioras e também à fragilidade da sua saúde e da sua pessoa, foi designada para uma missão na Itália de evangelização do povo, que ocupará os últimos anos de sua existência de forma intensa e envolvente (…).

     Em setembro de 1965, a irmã Edda foi transferida para Brescia para ajudar na creche. Ali permaneceu até setembro de 1967, altura em que regressou a Varese para prosseguir os estudos que concluiu em Gênova em 1970, obtendo um diploma de habilitação docente em escolas de nível preparatório.  Em 16 de outubro de 1967 emitiu os votos perpétuos.

 

     Os anos de 1966 a 1973, e novamente com uma recaída em 1987, a viram várias vezes hospitalizada na casa de repouso de Bérgamo por síndrome astênica com quedas de humor que talvez levem suas irmãs a rotulá-la superficialmente como deprimida e hipocondríaca. Em outubro de 1974, Edda estava de volta a Gênova, sendo tratada de exaustão. Em 1977 obteve o diploma no Curso Superior de Teologia, e, do seu serviço pastoral, resultou uma intensa atividade no campo das Missões Populares, uma itinerância evangelizadora que fez crescer um entusiasmo cada vez mais forte no coração de Edda para o anúncio do Evangelho no encontro com as pessoas.

As pessoas que ela encontrava nas casas e nas paróquias continuavam a afeiçoá-la porque eram atraídas pelo bem. Era uma ocorrência comum". A afabilidade, a desenvoltura na fala capaz de atrair as pessoas, a preparação teológica, a simplicidade no aprofundamento da Palavra e no ensinar a ler o Evangelho de maneira nova, a rezar com o coração e a sabedoria para consolar os que sofriam.

     Em agosto de 1995, ela foi diagnosticada com câncer uterino. Foi ela própria quem comunicou discretamente o diagnóstico às freiras do refeitório, ao regressar do hospital onde tinha feito os exames. As religiosas que a acompanharam ou conheceram durante a sua doença são unânimes em recordar a sua grande paciência e serenidade em aceitar e suportar o sofrimento, as terapias, o grande mal-estar físico que sofria.

 

     Transferida para a clínica de Bérgamo, faleceu no dia 16 de junho de 1996, retornando ao Pai em silêncio e discrição, em um estilo de vida típico de esquecimento de si mesma, abandonada Àquele que tanto amava.

 

     Em 23 de setembro de 2017, foi aberto na Cúria de Bérgamo o processo diocesano para a causa de beatificação de Irmã Edda. No dia 20 de maio de 2023, o Papa Francisco, juntamente com outros sete Servos de Deus, reconheceu suas virtudes heróicas da Serva de Deus. No dia 20 de maio de 2023. Portanto, doravante, recebe o título de VENERÁVEL.

      Agora, sua postulação para a causa de beatificação e canonização aguarda que a Santíssima Trindade, a quem a Venerável Irmã Edda tanto amava e adorava no fundo de sua alma, se digne alcançar, por sua intercessão o (s) milagre (s) que a leve às honras dos altares.

      P. RESTA, Irmã Edda Roda. Missionário do povo e apóstolo da consolação, Gorle, 2016


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