sexta-feira, 1 de novembro de 2024

“São José e a comunhão dos santos”.


“A comunhão dos Santos é a Igreja”, afirmou o Papa na Catequese desta quarta-feira, 2

Da redação, com Vatican News

Papa durante Catequese /Foto: REUTERS/Guglielmo Mangiapane

“São José e a comunhão dos santos”. Este foi o tema da catequese do Papa Francisco desta quarta-feira, 2. A Audiência Geral foi realizada na Sala Paulo VI.

Francisco concentrou-se neste importante artigo de fé. Segundo o Santo Padre, ele pode enriquecer a vida cristã e também moldar da melhor maneira a relação dos cristãos com os santos e com os entes queridos falecidos.

“Mesmo quando confiamos plenamente na intercessão de um santo ou ainda mais na Virgem Maria, a nossa confiança só tem valor em relação a Cristo. O vínculo que nos une a Ele e entre nós tem um nome específico: ‘comunhão dos santos’”, disse o Pontífice.

Milagres

O Papa frisou que não são os santos que fazem milagres, mas apenas a graça de Deus que atua através deles. Os milagres foram feitos por Deus, afirmou Francisco, pela graça de Deus que age através de uma pessoa santa, uma pessoa justa.

“Isso deve ser claro. Tem gente que diz: ‘Eu não acredito em Deus, mas acredito neste santo’. Não, está errado. O santo é um intercessor, aquele que intercede por nós, e o Senhor nos dá a graça por meio do Santo”, sublinhou.

Comunhão dos santos

Então, o que significa a “comunhão dos santos”? Perguntou o Papa. “A comunhão dos Santos é a Igreja”, explicou. Isso significa que a Igreja “é a comunidade dos pecadores salvos”.

“Ninguém pode ser excluído da Igreja, somos todos pecadores salvos. A nossa santidade é o fruto do amor de Deus manifestado em Cristo, que nos santifica amando-nos na nossa miséria e salvando-nos dela. Graças a Ele formamos sempre um só corpo, diz São Paulo, no qual Jesus é a cabeça e nós somos os membros”, destacou.

O Santo Padre afirmou que a alegria e a tristeza que atingem a sua vida dizem respeito a todos, assim como a alegria e a tristeza que atingem a vida do irmão e da irmã também dizem respeito a ele. De acordo com Francisco, não se pode ficar indiferente aos outros, porque todos são um só corpo, em comunhão.

Neste sentido, o Pontífice comentou que o pecado de uma pessoa atinge sempre a todos, e o amor de cada pessoa atinge a todos. “Em virtude da comunhão dos santos, desta união, cada membro da Igreja está ligado a mim de uma forma profunda, e este vínculo é tão forte que não pode ser interrompido nem mesmo pela morte”.

Terra e céu

Com efeito, o Papa afirmou que a comunhão dos santos não diz respeito apenas aos irmãos e irmãs que estão ao meu lado neste momento da história, mas também àqueles que concluíram a sua peregrinação terrena e atravessaram o limiar da morte.

“Eles também estão em comunhão conosco. Em Cristo ninguém pode realmente nos separar daqueles que amamos porque o vínculo é um vínculo existencial, um vínculo forte que está em nossa própria natureza; só muda a forma como estamos juntos, mas nada e ninguém pode quebrar esse vínculo. A comunhão dos santos mantém unida a comunidade de fiéis na terra e no Céu.”

Amizade

Neste sentido, a relação de amizade que pode ser construída com um irmão ou irmã ao seu lado, também pode ser estabelecida com um irmão ou irmã no Céu, disse o Pontífice.

Segundo o Papa, os santos são amigos com quem muito frequentemente estabelecemos relações de amizade.

“Aquilo que chamamos devoção a um santo, sou devoto deste santo, desta santa, aquilo que chamamos de devoção é na verdade uma forma de expressar o amor a partir deste mesmo vínculo que nos une”.

Na vida cotidiana, o Santo Padre frisou que pode-se dizer: “Mas, essa pessoa tem muita devoção aos seus velhos pais”. “Não, é uma forma de amor, uma expressão de amor. Todos sabemos que podemos sempre recorrer a um amigo, especialmente quando estamos em dificuldade e precisamos de ajuda”.

“Todos precisamos de amigos; todos precisamos de relações significativas para nos ajudar a enfrentar a vida. Também Jesus tinha os seus amigos, e recorreu a eles nos momentos mais decisivos da sua experiência humana.”

A propósito de amizade, Francisco destacou que Deus confiou a José as coisas mais preciosas que Ele tem: o seu Filho Jesus e a Virgem Maria.

Proximidade

“Graças à comunhão dos santos que nos sentimos próximos dos Santos e Santas que são nossos padroeiros. Esta é a confiança que nos deve animar sempre a recorrer a eles em momentos decisivos de nossa vida”, exortou.

O Pontífice concluiu dizendo que a devoção aos santos não é uma coisa mágica, não é uma superstição.
“É simplesmente falar com um irmão, uma irmã que está diante de Deus, que viveu uma vida justa, uma vida santa, uma vida modelo, e agora está diante de Deus. Eu falo com este irmão, com esta irmã e peço sua intercessão pelas necessidades que tenho”.

São João Paulo II convida-nos a entrar e nunca sair da “Escola Eucarística dos santos”

Ecclesia de Eucharistia – Um verdadeiro tratado de João Paulo II sobre a Eucaristia na vida da Igreja

Ecclesia de Eucharistia – Um verdadeiro tratado de João Paulo II sobre a Eucaristia na vida da Igreja

Ecclesia de Eucharistia – Um verdadeiro tratado de João Paulo II sobre a Eucaristia na vida da Igreja

“A Igreja vive da Eucaristia!”. É com esta verdade que o Papa São João Paulo II inicia a Encíclica Ecclesia de Eucharistia sobre a relação da Eucaristia com a Igreja de Cristo.

Lançada na Quinta-Feira Santa, 17 de Abril de 2003, a Encíclica apresenta verdades e reflexões do Papa polaco sobre o Santíssimo Sacramento, Corpo e Sangue de Jesus Cristo que sustentam a Igreja e a vida de cada fiel.

Pão da presença

Nos primeiros parágrafos, João Paulo II aborda a Sagrada Eucaristia como meio da presença de Cristo entre nós. "É com alegria que ela (a Igreja) experimenta, de diversas maneiras, a realização incessante desta promessa: 'Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo' (Mt 28, 20); mas, na sagrada Eucaristia, pela conversão do pão e do vinho no corpo e no sangue do Senhor, goza desta presença com uma intensidade sem par. Desde o Pentecostes, quando a Igreja, povo da nova aliança, iniciou a sua peregrinação para a pátria celeste, este sacramento divino foi ritmando os seus dias, enchendo-os de consoladora esperança", reflectiu.

Assim, isto torna-se realidade também para nós e para a nossa comunidade católica. Em torno da Eucaristia, celebrada e adorada, reconhecemo-nos miseráveis, necessitados da Misericórdia do Senhor; reconhecemo-nos sedentos e famintos, com a certeza de que seremos alimentados pelo Pão do Céu; reconhecemo-nos irmãos, servos e servas de um mesmo Deus imenso que quis tornar-se pequeno num pedaço de pão, como fez-se pequeno em Belém, para permanecer no meio de nós.

Sacramento de Amor

Ainda assim, o Sumo Pontífice relembrou o Concílio Vaticano II que tratou da Eucaristia como fonte e centro de toda a vida cristã e lembrou que "por isso, o olhar da Igreja volta-se continuamente para o seu Senhor, presente no sacramento do Altar, onde descobre a plena manifestação do seu imenso amor".

Na Eucaristia encontramo-nos com Aquele mesmo Cristo que, na Cruz, deu a sua vida por amor a nós e pela nossa salvação. Nesse “Mistério da Fé”, fazemos memória e celebramos a Paixão, Morte e Ressurreição do Nosso Senhor.

"Se é com o dom do Espírito Santo, no Pentecostes, que a Igreja nasce e se encaminha pelas estradas do mundo, um momento decisivo da sua formação foi certamente a instituição da Eucaristia no Cenáculo. O seu fundamento e a sua fonte é todo o Triduum Paschale (Tríduo Pascal), mas este está de certo modo guardado, antecipado e 'concentrado' para sempre no dom eucarístico. Neste, Jesus Cristo entregava à Igreja a actualização perene do mistério pascal. Com ele, instituía uma misteriosa 'contemporaneidade' entre aquele Triduum (Tríduo) e o arco inteiro dos séculos", explicou Karol Wojtyla no documento.

Adorar com e como os santos

Já na conclusão da Encíclica, São João Paulo II convida-nos a entrar e nunca sair da “Escola Eucarística dos santos”, local onde aprendemos a amar a Eucaristia e a adorar em Espírito e em verdade.

"Meus queridos irmãos e irmãs, vamos à escola dos Santos, grandes intérpretes da verdadeira piedade eucarística. Neles, a teologia da Eucaristia adquire todo o brilho duma vivência, 'contagia-nos' e, por assim dizer, nos 'abrasa'. Ponhamo-nos sobretudo à escuta de Maria Santíssima, porque n'Ela, como em mais ninguém, o mistério eucarístico aparece como o mistério da luz. Olhando-A, conhecemos a força transformadora que possui a Eucaristia. N'Ela, vemos o mundo renovado no amor. Contemplando-A elevada ao Céu em corpo e alma, vemos um pedaço do 'novo céu' e da 'nova terra' que se hão-de abrir diante dos nossos olhos na segunda vinda de Cristo. A Eucaristia constitui aqui na terra o seu penhor e, de algum modo, antecipação: 'Veni, Domine Iesu' (Ap 22, 20)”, convidou o Santo Padre.

O Papa ainda nos convida a viver o mistério da Eucaristia sem a pretensão de entendê-lo. É “Mistério da Fé”, portanto, deve ser vivido com o coração focado, com o desejo de amar mais, adorar mais, promover mais.

"Nos sinais humildes do pão e do vinho transubstanciados no seu corpo e sangue, Cristo caminha connosco, como nossa força e nosso viático, e torna-nos testemunhas de esperança para todos. Se a razão experimenta os seus limites diante deste mistério, o coração iluminado pela graça do Espírito Santo intui bem como comportar-se, entranhando-se na adoração e num amor sem limites", concluiu o Papa.

Pode ler o documento completo clicando aqui.


O segredo da espiritualidade e oração de são João Paulo II

O segredo da espiritualidade e oração de são João Paulo II

Portrait by Zbigniewa Kotyłły (Seminary Church of Lublin)-wikimedia.

Nós o víamos orar de um modo muito diferente do nosso. Ele era como que pego pelo Senhor. Ele mergulhava no Senhor de modo que não existisse mais nada fora, somente Deus nele.

Dois pilares

Uma das características mais marcantes de São João Paulo II foi sua espiritualidade e vida de oração. Em alguns momentos-chave ele nos deu as pistas de um caminho de santidade construído em dois pilares: o Espírito Santo e Maria Santíssima.

Ele conta no livro escrito por André Frossard, Retrato de São João Paulo II, como começou a sua transformação para uma vida de maior intimidade com Deus:

“Dos 10 aos 12 anos eu fui coroinha, mas devo confessar que não era muito zeloso. Minha mãe já havia morrido… Meu pai, percebendo minha indisciplina, disse um dia: ‘Você não é um bom coroinha. Não está orando o suficiente ao Espírito Santo. Você deve orar a Ele’. 

Ele então me mostrou uma oração. (…) nunca mais esqueci. Foi uma lição espiritual importante, mais duradoura e mais forte do que qualquer coisa que eu pudesse aprender lendo ou ensinando. Com que convicção o Pai falou comigo! Ainda posso ouvir sua voz hoje”.

Além disso, o papa contou por ocasião do encontro com a RCC (Renovação Carismática Católica), que por esta mesma época, ele enfrentava dificuldade com Matemática. Seu pai lhe indicou um livro e apontou uma oração que desde então rezava todos os dias até o último dia de sua vida: o Veni Creator (Vem Espírito Santo Criador).

“A situação no mundo é perigosa demais, muito perigosa”, disse e advertiu do perigo do materialismo, que “é a negação do espiritual e, por isso, precisamos” da ação do Espírito Santo.

Graças ao Espírito Santo, indicou, “começamos a viver novamente, encontramos a nós mesmos, nossa identidade, toda nossa humanidade”.

Vida entregue à Mãe do Céu

Já seu amor por Maria cresceu ainda na adolescência, em especial pela devoção à Nossa Senhora do Carmo.

“Eu próprio recebi muitos favores deste lugar (Monte Carmelo), pelos quais hoje agradeço a Deus. Uso o escapulário até hoje, pois o recebi dos padres carmelitas quando tinha mais ou menos 12 anos.”

Sua consagração definitiva a Maria aconteceu em 1958, quando se tornou arcebispo de Cracóvia, colocando em seu brasão papal mais tarde o lema “Totus tuus”:

Consagrar-se a Maria Santíssima significa recorrer ao seu auxílio e oferecermo-nos a nós mesmos e oferecer a humanidade Àquele que é Santo, infinitamente Santo; valer-se do seu auxílio – recorrendo ao seu Coração de Mãe aberto junto da Cruz ao amor para com todos os homens e para com o mundo inteiro – para oferecer o mundo, e o homem, e a humanidade, e todas as nações Àquele que é infinitamente Santo”.

Ele revelou certa vez que havia consagrado sua vida a Jesus pelas mãos de Maria na fórmula proposta no Tratado de Verdadeira devoção à Santíssima Virgem, de São Luiz Maria G. de Monfort.

“Como se sabe, no meu brasão episcopal, que é a ilustração simbólica do texto evangélico acima citado (Jo 19, 25-27), o mote Totus tuus está inspirado na doutrina de São Luís Maria Grignion de Montfort (cf. Dom e mistério, págs. 38-39: Rosarium Virginis Mariae, 15). 

Estas duas palavras exprimem a pertença total a Jesus por meio de Maria: ‘Tuus totus ego sum, et omnia mea tua sunt’, escreve São Luís Maria; e traduz: ‘Eu sou todo teu, e tudo o que é meu te pertence, meu amável Jesus, por meio de Maria, tua Santa Mãe’ (Tratado sobre a verdadeira devoção, 233). 

A doutrina deste Santo exerceu uma profunda influência sobre a devoção mariana de muitos fiéis e sobre a minha própria vida. Trata-se de uma doutrina vivida, de grande profundidade ascética e mística, expressa com um estilo vivo e fervoroso, que usa com frequência imagens e símbolos. 

A partir do tempo em que São Luís Maria viveu, a teologia mariana contudo desenvolveu-se muito, sobretudo mediante o contributo decisivo do Concílio Vaticano II” (Carta às Famílias Monfortinas sobre a doutrina de seu fundador, 2004).

A diferença era notada por quem estava bem perto de São João Paulo II. O cardeal Stanislaw Dziwisz, secretário pessoal de João Paulo II, numa entrevista revelou:

Nós o víamos orar de um modo muito diferente do nosso. Ele era como que pego pelo Senhor. Ele mergulhava no Senhor de modo que não existisse mais nada fora, somente Deus nele. Como sacerdote era um homem de muita oração e contemplação”.

Pe. Paulo Ricardo partilha no seu vídeo da homilia diária que São João Paulo II, em suas viagens apostólicas, ao mesmo tempo que com uma mão saudava as pessoas, com a outra estava sempre a segurar o terço para retomar a oração assim possível.

Breve biografia

João Paulo II, nascido Karol Józef Wojtyła (18 de Maio de 1920 – 2 de Abril de 2005), foi papa de 16 de Outubro de 1978 até a sua morte. Teve o terceiro maior pontificado documentado da história. Foi o único Papa eslavo e polaco até a sua morte, e o primeiro Papa não-italiano desde o holandês Adriano VI em 1522.

João Paulo II foi aclamado como um dos líderes mais influentes do século XX. Teve um papel fundamental para o fim do regime comunista na Polônia e talvez em toda a Europa, bem como importância significante na melhora das relações da Igreja Católica com o judaísmo, o islão e as igrejas ortodoxas e protestantes.

Foi um dos líderes que mais viajou na história, tendo visitado 129 países durante o seu pontificado. Sabia falar muitíssimos idiomas.

Como parte de sua ênfase especial na vocação universal à santidade, beatificou 1.340 pessoas e canonizou 483 santos, quantidade maior que todos os seus predecessores juntos pelos cinco séculos passados. Em 2 de Abril de 2005, faleceu devido a sua saúde frágil e o agravamento da doença de Parkinson.

Em 19 de Dezembro de 2009, João Paulo II foi proclamado “Venerável” pelo seu sucessor papal, o Papa Bento XVI. Foi proclamado Beato em 1 de Maio de 2011.

Foi canonizado em 27 de abril de 2014, pelo Papa Francisco.

Com informações de:

Padre Paulo Ricardo

El Día de Todos los Santos: Conoce la Fiesta que Celebra a los Santos de...

Pessoas beatificadas e canonizadas pelo papa João Paulo II"