- E senti o espírito inundado por um mistério de luz que é Deus e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora! - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu! (escreve a irmã Lúcia a 3 de janeiro de 1944, em "O Meu Caminho," I, p. 158 – 160 – Carmelo de Coimbra)
domingo, 5 de julho de 2020
A História de Santa Filomena
A História de Santa Filomena Figura 1: Pintura de Santa Filomena solicitada por São João Maria Vianney, santuário de Ars, França. Vianney relatava que a representação era conforme a aparência exata de Santa Filomena, que também apareceu ao sacerdote. O Santo Cura d’Ars, patrono de todos os párocos, foi grande devoto e amigo da santa. Em 1843, agonizante já desacreditado pelos médicos, curou-se por intercessão da pequena santinha, como carinhosamente a chamava. A seus pés, os instrumentos de seu suplício. Três pessoas, desconhecidas entre si e vivendo em três lugares distintos na Itália, tiveram o que parecia ser uma revelação privada feita a eles sobre a vida de Santa Filomena. Comparados, quando vieram a ser conhecidos, estes três relatos se confirmaram idênticos, a menos em diferentes níveis de detalhes. O mais famoso e circunstanciado dos três relatos é aquele feito pela irmã Maria Luísa de Jesus, fundadora das oblatas de Nossa Senhora das Dores, e que na época da revelação pertencia à ordem terceira dominicana. No dia 3 de agosto de 1833, esta irmã estava rezando depois de receber a comunhão, diante de uma pequena estátua que representava Santa Filomena, quando sentiu um grande desejo de saber o dia exato do martírio da santa. Isto porque, afinal de contas, 10 de agosto era apenas o dia em que as relíquias de Filomena chegaram à cidade de Mugnano. Se por um lado este era um grande dia para a cidade, não era porém tão interessante àqueles que viviam fora de Mugnano. Este pensamento sempre lhe ocorria, mas naquele momento o desejo preenchia completamente o seu coração. A este ponto ouviu uma discreta voz a lhe dizer: «Cara Irmã, 10 de agosto foi o dia de meu descanso, de meu triunfo, de meu nascimento no Céu, de minha entrada na posse daqueles bens eternos que nenhuma mente humana é capaz sequer de imaginar. Por esta razão que meu Divino Esposo dispôs, por Seus mais altos decretos, que minha chegada a Mugnano deveria ser no dia de minha chegada no Céu! Ele preparou tantas circunstâncias que fizeram com que minha chegada a Mugnano fosse gloriosa e triunfante; dando alegria para toda gente, mesmo que o pároco que me conduziu estivesse firmemente decidido a que meu translado se realizasse de forma discreta no dia 5 do mês, em sua própria casa. Meu Esposo Omnipotente impediu-o com tantos obstáculos que o sa1 cerdote, apesar de ter feito tudo o que podia para levar adiante seu plano, não o pôde. Assim foi que o tal translado foi feito no dia 10, o dia de minha festa no Paraíso!» Em decorrência deste acontecimento, irmã Maria Luísa foi tomada de tristeza já que julgava que havia facilmente caído como presa de uma ilusão. Ela refugiou-se no sacramento da penitência, confessando tudo ao seu diretor. Ele não foi tão imediato em descartar a matéria. Ele a testou. Escreveu a Mugnano e perguntou a Don Francesco di Lucia se era verdade que ele havia originalmente intencionado que o translado tivesse se dado silenciosamente no dia 5 em sua própria casa. E a resposta que veio depois claramente mostrava quantos obstáculos impediram sua inocente tentativa de trazer seu desejo de Roma rápida e discretamente para sua própria capela! Então, o diretor espiritual de irmã Maria Luísa deu-lhe a ordem de pedir a Santa Filomena que lhe dissesse mais sobre sua vida e seu martírio. Pois que Maria Luísa foi a ela, pediu que não reparasse no pedido feito por obediência, e que lhe dissesse um pouco mais. Veio então um dia em que, estando em sua cela, ela sentiu seus olhos sendo fechados e ouviu novamente aquela voz graciosa. Segue-se o relato da vida de Santa Filomena como extraído do relato oficial do padre Francesco di Lucia, intitulado Relazione Istorici di Santa Filomena e subsequentes atualizações, a partir das locuções recebidas pela irmã Luísa de Jesus em Agosto de 1833, relatos estes que receberam autorização oficial do então Santo Ofício, (hoje a Congregação para a Doutrina da Fé) a 21 de dezembro de 1833: LER...