Caro Padre, meu caro amigo
R. Padre eu tenho 49 anos de idade, estou no desemprego há 10 anos e as minhas perspectivas de trabalho são nulas, tendo em conta as lógicas neoliberais do mercado laboral (cf. Jornais diários e semanários), pois não se aceitam candidaturas a pessoas com mais de 35 e no seu limite com mais de 40 anos de idade (pois eu já estou descartado).
Eu tenho feito tudo, pois já enviei mais de 1500 CV; na maioria dos casos nem recebo uma reposta e quando recebo dizem sempre que tenho excesso de qualificações académicas…, que o meu perfil não se enquadra nos padrões da empresa…, e que neste momento não me podem aceitar, por restrições orçamentais. Já estou a ouvir isto há 10 anos! É desesperante, é um viver, vivendo-morto ou uma vida sem qualquer esperança!
A minha Mulher tem 42 anos e a empresa onde trabalha, vai fechar, tanto em Portugal, como em Espanha, nos próximos 12 meses e as perspectivas futuras, também, não são risonhas, para Ela. Temos duas filhas a minha Mãe com 90 anos, que está a nosso encargo! Estamos condenados a um desemprego perpétuo e a viver num limbo do nada ser, com encargos financeiros fixos, que temos e queremos cumprir e sem perspectivas futuras, para nós e para as nossas filhas. A saída de Portugal seria uma hipótese a considerar, se não tivéssemos a minha Mãe só a nosso encargo; e o Pai de minha Mulher (de 90 anos), também com preocupações e cor-responsabilidades futuras, para minha Mulher.
Caro Padre, nós não estamos a pedir dinheiro, não o vamos aceitar e o Senhor não terá forma como chegar junto de nós (sem ser por e-mail), para não termos e não nos fazerem juízos precipitados (ou outros), sobre as nossas reais intenções.
Aquilo que vos ousamos pedir Caro Padre, é única e exclusivamente - uma caridade cristã - se é que nos é permitido pedir (?...), se nos pode incluir nas suas intenções diárias das suas Missas, até que eu e / ou a minha Mulher encontremos um trabalho. Repito, não Lhe estamos a pedir dinheiro, não Lhe estamos a pedir trabalho. Estamos a pedir a Caridade da Sua Oração, que passa pelo - Vosso Ministério Sacerdotal - de nos incluírem nas Suas Intenções das Missas Diárias e que promova, connosco - uma corrente de oração - e que faça Suave Violência no Coração de Maria e no Coração de Deus para que Nos Concedam um emprego - com trabalho, que nos possa pagar o pão nosso de cada dia, a educação das nossas filhas e as despesas de uma família com compromissos (com habitação, bancos e familiares-idosos), com dignidade, simplicidade e discrição.
Imagino que o Sr. Padre seja tio, irmão ou primo de pessoas que vivam no mundo ou que possam estar a viver - experiências de exclusão social, laboral e "eclesial", como a nossa. O que é que um pai ou uma mãe não faz pelos seus próprios filhos? Embora, eu esteja consciente que - toda esta prova faz parte do Plano de Deus para nós! Porém, isso não invalida que não solicitemos a Intervenção de Deus para o momento, o estado e a difícil provação que estamos a viver neste preciso momento!...
É a única esperança que nos resta, pois sabemos que podemos contar com a sua presença orante e a sua suplica unido a Deus e a Sua Mãe! Por favor peçam essa Graça, esse Milagre ou esse Dom do Céu a Nossa Senhora, no próximo dia 12 e 13 de Maio, junto de Nossa Senhora de Fátima.
Com amizade e gratidão religiosa, atentamente
José Silvestre Pereira e
Maria Silvestre Pereira