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(11/12/2011) Neste domingo de manhã Bento XVI deslocou-se à paróquia de Nossa Senhora das Graças, na periferia norte de Roma, para aí celebrar a Eucaristia. À sua chegada, o Papa foi acolhido no pátio interior das instalações paroquiais por uma grupo de crianças da escola primária, às quais dirigiu uma palavra de saudação. Comentando a exortação de São Paulo “rezai incessantemente”, da segunda leitura do dia, o Pontífice observou que “está claro que não quer dizer estar sempre a dizer orações, mas sim que nunca devemos perder o contacto com Deus, no nosso coração”. Com este contacto, teremos sempre a alegria da sua presença.
Na homilia da Missa, a propósito da figura de João Batista, “voz que clama no deserto”, proposta pelo Evangelho, o Santo Padre observou que “também hoje no deserto das grandes cidades, da grande ausência de Deus, temos necessidade de vozes que anunciem simplesmente que há Deus que Ele está sempre perto, mesmo quando parece ausente”. João Batista, voz que clama no deserto é também uma “testemunha da luz”. Facto que nos toca diretamente, porque “neste mundo de tantas trevas, de tanta obscuridade, todos estamos chamados a ser testemunhas da luz. E só o poderemos ser se levarmos em nós esta luz, se estamos certos de que a luz existe, se tivermos visto ao menos um pouco desta luz… na Palavra de Deus, nos sacramentos… É esta, precisamente, a missão no tempo do Advento: redescobrir a luz que vem de Deus e testemunhá-la aos outros.
Também a propósito da alegria que caracteriza este III domingo do Advento, o Papa insistiu em recordar que, mesmo no meio de dúvidas e dificuldades, a alegria é possível porque Deus está connosco.
Evocando a história desta jovem paróquia romana, criada em 1985 e com uma igreja nova, consagrada no ano passado, Bento XVI aludiu aos desafios ali sentidos, nomeadamente (disse) “grupos religiosos que se apresentam como depositários da verdade do Evangelho”.
“A este propósito, é meu dever recomendar-vos que estejais vigilantes e que aprofundeis as razões da fé e da mensagem cristã, como nos foi transmitida com garantia de autenticidade pela milenária tradição da Igreja”.
Como diz São Pedro, estai sempre prontos a responder a quem quer que vos interpele sobre as razões da esperança que há em vós:
“vivei a linguagem compreensível a todos do amor e da fraternidade, mas sem esquecer o empenho de purificar e reforçar a própria fé perante os perigos e as insídias que a podem ameaçar neste tempos”.
Superai os limites do individualismo (exortou o Papa), o fascínio do relativismo com que se considera legítimo todo e qualquer comportamento, a atração que exercem formas de sentimento religioso que exploram as necessidades e as aspirações mais profundas do espírito humano, propondo perspetivas de satisfação fáceis, mas ilusórias. “A fé é um dom de Deus, mas requer a nossa resposta, a decisão de seguir Cristo, não só quando cura e alivia, mas também quando fala de amor até ao dom de si mesmo”.
Quase a concluir a homilia na paróquia de Nossa Senhora das Graças, Bento XVI recordou ainda, com insistência, no testemunho da caridade que há-de caracterizar a vida da comunidade. “Nestes anos, vistes crescer rapidamente o número dos seus membros, vistes chegar muitas pessoas carecidas, em situações de dificuldade, que têm necessidade de vós, da vossa ajuda material, mas também e sobretudo, da vossa fé e do vosso testemunho de crentes. Fazei com que o rosto da vossa comunidade possa sempre exprimir concretamente o amor de Deus rico em misericórdia e vos convide a aproximar-vos d’Ele confiadamente”.
Ao meio-dia, tendo regressado já ao Vaticano, Bento XVI assomou como todos os domingos à janela dos seus aposentos sobre a Praça de São Pedro, para a recitação do Angelus. Como é tradição neste terceiro domingo do Advento, ali se congregaram um certo número de crianças das paróquias romanas, trazendo consigo as imagens do Menino Jesus, dos respetivos presépios, para o Papa os benzer. Bento XVI não deixou de os saudar expressamente: “Caros meninos, quando rezardes diante do presépio, lembrai-vos também de mim, como eu vos recordo a vós. Obrigado!...
Na costumada alocução antes da oração mariana, o Papa falou da alegria, da “verdadeira alegria” sublinhada na liturgia deste III domingo do Advento. “A verdadeira alegria não é fruto do divertimento, entendido no sentido etimológico de di-vertere, ou seja, alhear-se dos empenhos e responsabilidades da vida.”
Embora reconhecendo a importância de, nos ritmos quotidianos, muitas vezes frenéticos, da nossa vida termos momentos de repouso, de distensão; insistiu em sublinhar que “a verdadeira alegria está ligada à relação com Deus. Quem encontrou Cristo na própria vida, experimenta no coração uma serenidade e uma alegria que ninguém nem nenhuma situação podem tirar”. “A verdadeira alegria não é um simples estado de ânimo, passageiro, nem algo que se atinge com os próprios esforços, mas sim um dom. Nasce do encontro com a pessoa viva de Jesus, dando-lhe espaço em nós, acolhendo o Espírito Santo que guia as nossas vidas”. |
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