- E senti o espírito inundado por um mistério de luz que é Deus e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora! - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu! (escreve a irmã Lúcia a 3 de janeiro de 1944, em "O Meu Caminho," I, p. 158 – 160 – Carmelo de Coimbra)
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Em matéria litúrgica, continuo a ser, com efeito, sempre unido à posição de Mons. Lefebvre e a posição do cardeal Ottaviani expressa na sua carta de apresentação a Paulo VI do Breve Exame Crítico: “Sempre os sujeitos, para o bem dos quais é feita a lei, tiveram o direito e mais que o direito, o dever, se a lei revela-se pelo contrário nociva, de pedir ao legislador, com uma confiança filial, a sua ab-rogação. É por isso que suplicamos urgentemente a Vossa Santidade não permitir que - num momento em que a pureza da fé e a unidade da Igreja sofrem tão cruéis lacerações e os perigos sempre maiores que encontram cada dia um eco afligido nas palavras do Pai comum – nos seja retirada a possibilidade de continuar a recorrer ao integral e fecundo Missal Romano de São Pio V, tão louvado por Vossa Santidade e profundamente venerado e amado por todo o mundo católico”. Não é no momento em que o direito ao uso da missa “tridentina” finalmente é legalmente reconhecido que vou celebrar a nova missa. Continua a ser, para mim, sempre equívoca. Favorece sempre a heresia protestante. Enquanto for celebrada “tal como é” na Igreja, é inútil esperar uma restauração do sacerdócio, é inútil esperar, apesar todos os apelos, as orações, um regresso da juventude nos seminários. Para subir ao “altar de Deus” é necessário um ideal forte, é necessário uma compreensão do verdadeiro sacerdócio católico. É necessário que seja recordada a distinção essencial entre o sacerdócio dos fiéis e o sacerdócio hierárquico. Ora, o rito novo, este rito “moderno”, para falar como Mons. Gamber, - expressão que eu preferiria encontrar no § 1 do Motu Proprio de Bento XVI - mantém sempre a confusão do sacerdócio dos fiéis com o sacerdócio ministerial. É necessário uma real confissão da Santa Eucaristia, o santo sacrifício propiciatório da Cruz, renovado sobre o altar. Este sacrifício, sua actualidade, é a razão do padre. É por isso que se faz necessário proceder a “reforma da reforma”. Essa é ideia de Bento XVI. Falou muito frequentemente enquanto era ainda cardeal. Rezo de modo que a Providência lhe dê tempo de levar ao fim essa obra.