Mons. Bux
-Em muitas igrejas agora falta o tabernáculo no altar-mor, um pouco como fazer uma visita e não encontrar o dono da casa ...
-Isto nos leva longe e, ao mesmo tempo, perto sobre a ideia do sentido do sagrado. Nós quase nos incomodamos com a ideia de ter o Santíssimo Sacramento no centro, temo-lo arrumado num canto.
-Porque razões? Também arquitectónicas?
-Agora eu não discuto os cânones da beleza do estilo. Digo apenas que, nas igrejas góticas, barrocas, românicas, via-se um foco, tocava-se o divino. Em muitas igrejas modernas isto falta . Os olhos dos fiéis antes pousavam-se no Crucifixo, em algo sagrado, enquanto agora no centro do altar destaca-se outra coisa...
-O que é que se destaca?
-O trono do sacerdote que tapa a Deus. Como se a presença do sacerdote fosse mais importante do que a de Deus. Em resumo o trono do sacerdote sobressai e domina tudo. Chegámos à clericolatria, nos pomos a nós mesmos no centro da liturgia, mas o centro da liturgia não é o sacerdote, mas Deus.
- E senti o espírito inundado por um mistério de luz que é Deus e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora! - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu! (escreve a irmã Lúcia a 3 de janeiro de 1944, em "O Meu Caminho," I, p. 158 – 160 – Carmelo de Coimbra)