sábado, 9 de agosto de 2008

S.Afonso de Ligório diz-nos:

A Santa Missa é um sacrifício impetratório

Se já temos a segura promessa de alcançar tudo que pedimos a Deus em nome de Jesus Cristo (Jo 16, 23), muito maior deve ser a nossa confiança se oferecemos a Deus seu próprio Filho. Este nosso amante Salvador roga por nós sem cessar lá no céu (Rom 8, 34), mas, de modo todo especial, durante a Santa Missa, em que se sacrifica a seu Eterno Pai, pelas mãos do sacerdote, para nos alcançar suas graças. Se soubéssemos que todos os santos e a Santíssima Virgem estão rezando por nós, com que confiança não esperaríamos de Deus os maiores favores e graças. Está, porém, fora de dúvida que um só rogo de Jesus Cristo pode infinitamente mais que todas as súplicas dos santos.

No Antigo Testamento era permitido unicamente ao sumo sacerdote, e isso uma só vez no ano, entrar no santo dos santos; hoje, porém, todos os sacerdotes podem sacrificar todos os dias ao Eterno Pai o cordeiro divino, para alcançar de Deus graças para si e para todo o povo.

O sacerdote sobe ao altar para ser o intercessor de todos os pecadores. “Ele exerce o oficio de um medianeiro”, diz S. Lourenço Justiniano (Sermo de Euchar.), “e por isso deve ser um intercessor para todos os que pecam”. “Dessa maneira”, diz S. Crisóstomo, “está o Padre no altar, no meio, entre Deus e o homem; oferece a Deus as súplicas dos homens e alcança-lhes as graças de que precisam” (Hom. 5 in Jo). Deus distribui a todo o tempo, sempre que é rogado em nome de Jesus Cristo, suas graças, mas ele as distribui com mais largueza durante a Santa Missa, atendendo às súplicas do sacerdote, diz S. Crisóstomo; pois essas súplicas são então acompanhadas e secundadas pela oração de Jesus Cristo, que é o sacerdote principal, visto que é ele mesmo que se oferece neste sacrifício para nos alcançar graças de seu. Eterno Pai.

Segundo o Concílio de Trento (Sess. 22, c.2), é especialmente durante a Santa Missa que o Senhor “está sentado naquele trono de graças”, ao qual devemos nos chegar, diz o Apóstolo, “para alcançar misericórdia e encontrar graças no momento oportuno” (Heb 4, 16). Até os anjos esperam o tempo da Santa Missa, diz S. Crisóstomo (Hom. 13. De incomp. Dei nat.), para pedir com mais resultado por nós, e ele acrescenta que dificilmente se alcançará aquilo que não se consegue durante a Santa Missa.

A Santíssima Virgem, depondo uma vez o Menino Jesus nos braços de S. Francisca Farnese, disse-lhe: Eis aqui o meu Filho; aprende a torná-lo favorável a ti, oferecendo-­o muitas vezes a Deus. Dize, por isso, a Deus, quando vires presente no altar o divino Cordeiro: Ó Pai Eterno, ofereço-vos hoje todas as virtudes, todos os actos e todos os afectos de vosso mui amado Filho. Recebei-os por mim, e por seus merecimentos, que Ele nos deu e, por isso, são meus, dai-me as graças que Jesus Cristo pedir por mim. Ofereço-vos esses merecimentos para vos agradecer por todas as misericórdias que tendes usado comigo e para satisfazer por meus pecados. Pelos merecimentos de Jesus Cristo espero alcançar de vós todas as graças, o perdão, a perseverança, o céu, mas especialmente o mais precioso de todos os dons, o vosso puro e santo amor.