quinta-feira, 17 de julho de 2008

A Igreja e as Aparições da Virgem

* Em 18 de janeiro de 1862: o bispo assinou a carta pastoral aprovando as aparições. Seu caráter sobrenatural e a vida tão autêntica da vidente.
* 1874: o Papa Pio IX concedeu ao santuário o título de Basílica.
* 1876: coroação solene da estátua da Virgem.
* Leão XIII: aprovou o ofício e missa de Lourdes
* Pio X chamou o santuário de Lourdes: "sede do poder e da misericórdia de Maria, onde ocorreram maravilhosas aparições da Virgem". Além disso, em 1907, estendeu a celebração da festa de Nossa Senhora de Lourdes a toda a Igreja universal.
* Pio XI afirmou: “Lourdes, onde a Virgem apareceu várias vezes à bem-aventurada se Bernadete, onde exortou a todos os homens à penitência”.
* Elevou à honra dos altares a Santa Bernadete Soubirous em 8 de Dezembro de 1933.
* Pio XII: escreveu a encíclica "A peregrinação à Lourdes", o mais completo de todos os documentos sobre Lourdes".
* João XXIII: no encerramento do centenário das aparições de Lourdes, recordava o seguinte: "A Igreja, pela voz de seus Papas, não cessa de recomendar aos católicos que prestem atenção à mensagem de Lourdes"
* Finalmente, João Paulo II é o primeiro Papa a peregrinar até Lourdes, em 1983, pelos 125o aniversário das aparições. Ali celebrou a Santa Missa no dia 15 de Agosto, afirmando duas vezes: "Viemos em peregrinação a Lourdes, onde Maria disse a Bernadete: "Eu sou a Imaculada Conceição" e acrescentou: "Aqui falou com uma simples menina de Lourdes, rezou com ela o terço, deu-lhe várias mensagens, e o Papa concluiu dizendo: "a Virgem vem para salvar os pecadores"
Vamos peregrinos a Nossa Senhora de Lourdes onde estaremos de 18 a 25 de Julho pedindo a Nossa Senhora pelo Santo Padre Bento XVI e o seu encontro com os 500000 jovens na Austrália e também teremos presentes todos os internautas que visitam o nosso blog pedindo à Mãe Imaculada pelo triunfo do seu Imaculado Coração e que se digne aceitar os nossos contributos em prol do mesmo, sobretudo a oração frequente do santo rosário e todos os sacrifícios que fazem parte da nossa vida de cada dia. Pedimos a todos que nos lembreis em vossas orações, assim a comunhão será total.Bem hajam.
Santa Bernadete



Santa Marie Bernard -Bernadete- Soubirous nasceu em 7 de janeiro, de 1844, no povoado de Lourdes, França. Era a primeira de vários irmãos. Seus pais viviam em um sótão úmido e miserável, e o pai tinha por ofício coletar o lixo do hospital.

Desde pequena, Bernadete teve uma saúde bem delicada por causa da falta de alimentação suficiente, e do estado lamentavelmente pobre da casa onde morava. Nos primeiros anos sofreu de cólera que a deixou muito enfraquecida. Em seguida, por causa também do clima terrivelmente frio no inverno, a santa adquiriu aos dez anos uma asma.

Tempos depois das aparições, Bernadete foi admitida na Comunidade de Filhas da Caridade de Nevers. Em julho de 1866 começou seu noviciado e em 22 de setembro de 1878 pronunciou seus votos, faleceu alguns meses depois, no dia 16 de Abril de 1879.

A vida da jovenzinha, depois das aparições esteve cheia de enfermidades, penalidades e humilhações, mas com tudo isto foi adquirindo um grau de santidade tão grande que ganhou enorme prêmio para o céu.

Em seus primeiros anos com as freiras, a jovem Santa sofreu muito, não somente pela falta de saúde, com também por causa da Madre superiora do lugar que não acreditava em suas doenças, inclusive dizia que coxeava a perna, não pelo tumor que tinha, mas para chamar a atenção.

Em sua comunidade, a santa dedicou-se a ser enfermeira e sacristã, e mais tarde, por nove anos esteve sofrendo ma dolorosa doença. Ao chegar-lhes os agudos ataques exclamava "O que peço a nosso Senhor não é que me conceda saúde, mas que me conceda valor e fortaleza para suportar com paciência minha enfermidade.

Para cumprir o que recomendou a Santíssima Virgem, ofereço meus sofrimentos como penitência pela conversão dos pecadores".

Quando lhe faltava pouco para morrer, chegou um Bispo para visitá-la disse que estava a caminho de Roma, que escrevera uma carta ao Santo Padre para que lhe enviasse uma benção, e que ele a levaria pessoalmente. Bernadete, com mão estremecida, escreve: "Santo Padre, quanto atrevimento, que eu uma pobre irmãzinha escreva ao Sumo Pontífice. Mas o Senhor Bispo mandou que o fizesse. Peço uma benção especial para esta pobre doente". De volta da viagem, o Bispo trouxe uma benção especialíssima do Papa e um crucifixo de prata como presente do Santo Padre.

Em 16 de abril de 1879, estando muito mal de saúde e tendo apenas 35 anos, exclamou emocionada: "Eu vi a Virgem. Sim, a vi, a vi! Que formosa era!" E depois de alguns momentos de silêncio disse emocionada: "Rogai Senhora por esta pobre pecadora", e apertando o crucifixo sobre seu coração faleceu.

Uma imensa multidão assistiu aos funerais de Santa Bernadete. E ela começou a conseguir milhares de Deus em favor dos que lhe pediam ajuda. 30 anos mais tarde, seu cadáver foi exumado, e encontrado em perfeito estado de conservação, alguns anos depois, pouco antes de sua beatificação, efetuada em 12 de Junho de 1925, foi feito um segundo reconhecimento do corpo, que continua intacto.

Santa Bernadete foi canonizada em 8 de Dezembro de 1933. Seu corpo incorrupto ainda pode ser visitado no Convento de Nevers, dentro de um féretro de cristal. A festividade da Santa se celebra em 16 de Abril.
Excelência, que acolhida teve o Motu Proprio de Bento XVI que liberou a Santa Missa conforme o rito tridentino? Alguns, no seio da própria Igreja, viraram o nariz...

Mons. Ranjith: "Houve reações positivas e, é inútil negar, críticas e oposições também de parte de teólogos, liturgicistas, sacerdotes, Bispos e até de Cardeais. Francamente, não compreendo estas formas de afastamento e --- por que não? --- de rebelião contra o Papa. Convido a todos, particularmente os Pastores, a obedecer ao Papa, que é o sucessor de Pedro. Os bispos, em especial, juraram fidelidade ao Pontífice: sejam coerentes e fiéis ao seu compromisso".

Segundo o senhor, a que se devem estas manifestações contrárias ao Motu Proprio?

Mons. Ranjith: "Como o senhor sabe, em algumas Dioceses foram publicados documentos interpretativos que visam inexplicavelmente limitar o Motu Proprio do Papa. Por trás destas ações se escondem, por um lado, preconceitos do tipo ideológico e, por outro lado, o orgulho, um dos pecados mais graves. Repito: convido a todos a obedecer ao Papa. Se o Santo Padre julgou como seu dever promulgar o Motu Proprio, é porque ele teve os seus motivos com os quais eu concordo plenamente".

A liberação do rito tridentino determinada por Bento XVI surgiu como um justo remédio a tantos abusos litúrgicos tristemente registrados depois do Concílio Vaticano II com o ‘Novus Ordo’…

Mons. Ranjith: "Veja, eu não quero criticar o ‘Novus Ordo’. Mas, me vem de rir quando ouço dizer, até por amigos, que numa paróquia um sacerdote é Santo pela sua homilia, ou como fala. A Santa Missa é sacrifício, dom, mistério, independentemente do sacerdote que a celebra. É importante, melhor, fundamental, que o sacerdote se coloque de lado: o protagonista da Missa é Cristo. Não entendo, portanto, celebrações eucarísticas transformadas em espetáculo com danças, músicas ou aplausos, como muito freqüentemente ocorre com o Novus Ordo"

Monsenhor Patabendige, a Sua Congregação muitas vezes já denunciou estes abusos litúrgicos …

Mons. Ranjith: "Verdade. Há muitos documentos nessa linha que, infelizmente, ficaram letra morta, terminando em gavetas poerentas, ou, pior ainda, no cesto de lixo ".

Um outro ponto: muitas vezes se ouve homilias longuíssimas...

Mons. Ranjith: "Também isto é um abuso. Sou contra danças e aplausos no decorrer das missas, que não são um circo nem um estádio. Em relação às homilias, estas devem se referir, como salientou o Papa, exclusivamente ao aspecto catequético, evitando sociologismos e falatórios inúteis. Por exemplo, é comum sacerdotes tocarem na política porque não prepararam bem a homilia que, pelo contrário, deve ser escrupulosamente estudada. Uma homilia excessivamente longa é sinônimo de pouca preparação: o tempo ideal de uma pregação deve ser de 10 minutos, no máximo 15. Deve-se lembrar que o momento culminante da celebração é o mistério Eucarístico, sem com isto querer diminuir a liturgia da Palavra, mas salientar como deve ser aplicada uma corretta liturgia".

Voltando ao Motu Proprio, alguns criticam o emprego do latim durate a Missa …

Mons. Ranjith: "O rito tridentino faz parte da tradição da Igreja. O Papa oportunamente já explicou as razões deste seu ato, um ato de liberdade e de justiça com os tradicionalistas. Quanto ao latim, gostaria de salientar que nunca foi abolido, e é mais uma garantia da universalidade da Igreja. Mas eu repito: convido aos sacerdotes, Bispos e Cardeais à obediência, deixando de lado todo o tipo de orgulho tipo ou preconceito”.





Bruno Volpe, Papanews.it

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Sonho das duas colunas e do navio

Em 30 de Maio, Dom Bosco contou ter visto em sonho uma terrível batalha no mar, desencadeada por uma multidão de embarcações, pequenas e grandes, contra um único majestoso navio, símbolo da Igreja. Esse navio, várias vezes atingido, mas sempre vitorioso, era guiado pelo Papa.

Ancorou seguro entre duas colunas saídas do mar. A primeira tinha em cima uma grande hóstia onde se liam as palavras "Salus credentium" (Salvação dos crentes).

Na outra coluna, mais baixa, estava a estátua da Imaculada com as palavras "Auxilium Christianorum" (Auxílio dos Cristãos).
ENTREVISTA DE SUA EXCIA. MONS. ALBERT MALCOLM RANJITH, ARCEBISPO SECRETÁRIO DA CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS SOBRE O MOTU PROPRIO DE SUA SANTIDADE O PAPA BENTO XVI.
1. Excelência Reverendíssima, qual é, a seu ver o significado profundo do Motu Proprio Summorum Pontificum?

“Vejo nessa decisão não só a solicitude do Santo Padre em abrir caminho para a reentrada à plena comunhão da Igreja para os seguidores de Monsenhor Lefebvre, mas também um sinal para toda a Igreja sobre alguns princípios teológico-disciplinares a salvaguardar tendo em vista uma sua profunda renovação, tão desejada pelo Concílio.


Parece-me que há nisso um forte desejo do Papa para corrigir aquelas tentações, patentes em alguns ambientes, que vêem o Concílio como um momento de ruptura com o passado, e como um novo início. Basta recordar seu discurso à Cúria Romana, em 22 de Dezembro de 2005. De outro lado, nem o Concílio pensou, nesses termos. Seja em suas escolhas doutrinárias, seja nas litúrgicas, como também nas jurídicas-pastorais, o Concílio foi um outro momento de aprofundamento e de atualização da rica herança teológica-espiritual da Igreja na sua história bimilenar. Com o Motu Proprio, o Papa quis afirmar claramente que toda tentação de desprezo dessas veneráveis tradições está fora de lugar. A Mensagem é clara: progresso, sim, mas não às custas, ou sem a história. Também a reforma litúrgica deve ser fiel a tudo aquilo que aconteceu desde o início até hoje, sem exclusões.

Por outro lado, não devemos jamais esquecer que, para a Igreja Católica, a Revelação Divina não é algo proveniente apenas da Sagrada Escritura, mas também da Tradição viva da Igreja. Tal fé nos distingue nitidamente das outras manifestações da fé cristã. A verdade para nós é aquilo que emerge, por assim dizer, destes dois pólos, isto é, a Sagrada Escritura e a Tradição. Esta posição, para mim, é muito mais rica do que outras visões, porque respeita a liberdade do Senhor a guiar-nos em direção a uma compreensão mais adequada da verdade revelada também através daquilo que acontecerá no futuro.

Naturalmente, o processo de discernimento daquilo que emerge será atualizado através do Magistério da Igreja. Mas aquilo que devemos recolher é a importância atribuída à Tradição. A Constituição Dogmática Dei Verbum afirmou essa verdade claramente (DV 10).

Ademais, a Igreja é uma realidade que supera os níveis de uma pura invenção humana. Ela é o Corpo místico de Cristo, a Jerusalém celeste e a estirpe eleita de Deus. Ela, por isso, supera as fronteiras terrestres assim como toda limitação de tempo e é uma realidade que transcende de muito a sua manifestação terrestre e hierárquica. Por isso, nela, aquilo que é recebido, deverá ser transmitido fielmente. Nós não somos nem inventores da verdade, nem os seus donos, mas apenas aqueles que a recebem, e que têm o dever de protegê-la e transmiti-la aos outros. Como dizia São Paulo falando da Eucaristia: “Eu de fato recebi do Senhor aquilo que, por minha vez, vos transmiti” (1Cor 11, 23).



O respeito da Tradição não é, portanto, uma livre escolha nossa na busca da verdade, mas a sua base que deve ser aceita. Na Igreja, a fidelidade à Tradição, por isso, é uma atitude essencial da própria Igreja. O Motu Proprio, a meu ver, deve ser entendido também nesse sentido. Ele é um possível estímulo para uma necessária correção de rumo. De fato, em algumas escolhas da reforma litúrgica feita depois do Concílio, foram adotadas orientações que ofuscaram alguns aspetos da Liturgia, melhor refletida da prática precedente, porque, a renovação litúrgica foi entendida por alguns como algo a ser feito totalmente “ex novo” (do novo). Sabemos bem, porém, que tal não foi a intenção da Sacrosanctum Concilium, que destaca que “as novas formas, de qualquer modo, desabrocharão organicamente daquelas já existentes” (SC 23).
16 de julho- Festa de Nossa Senhora do Carmo

A festa de Nossa Senhora do Carmo recorda a instituição do Santo Escapulário que a Virgem entregou a São Simão Stock, Geral dos Carmelitas, a 16 de julho de 1251, dizendo:

"Meu filho querido, recebe este Escapulário, privilégio que concedo para todos os Carmelitas, sinal de minha fraternidade, salvação nos perigos, penhor de paz e de eterna aliança.
Todo aquele que com este hábito piedosamente morrer, não sofrerá o fogo eterno, assim como os irmãos que houverem ido para o Purgatório, dali Eu os libertarei no sábado seguinte à sua morte."

O escapulário é uma veste comum a muitas congregações religiosas mas particularmente distintiva da Ordem dos Carmelitas. Impõe-se hoje também um escapulário de formato pequeno a pessoas que não pertencem a congregações, para lhes permitir que participem das grandes Graças que a ele estão ligadas; entre outras, o privilégio sabatino.

Em sua bula chamada Sabatina, o Papa João XXII afirma que aqueles que usarem o escapulário serão depressa libertados das penas do purgatório no sábado que se seguir à sua morte.

Numa bula de 11 de fevereiro de 1.950, Pio XII convidava a "colocar em primeiro lugar, entre as devoções marianas, o escapulário que está ao alcance de todos"; entendido como veste mariana, esse é de fato um ótimo símbolo da proteção da Mãe celeste, enquanto sacramental extrai o seu valor das orações da Igreja e da confiança e amor daqueles que o usam.
Sabemos que o Santo Padre está já na Austrália para a Jornada Mundial da Juventude, são cerca de 500 000 jovens de todo o mundo que encontrarão o Papa Bento XVI em Sydney. Vamos unir-nos a esse evento e fazer muita unidade ao Santo Padre recordando-o na nossa oração, já que a oração chega onde nós não podemos chegar".

terça-feira, 15 de julho de 2008

Iremos em breve participar no Jubileu de Lourdes onde a Virgem Maria se dignou aparecer há 150 anos.

De 11 de fevereiro a 10 de julho, a bem-aventurada Virgem Imaculada dignou-se transmitir uma missão durante 18 aparições:

1ª aparição - 11 de fevereiro. Na manhã dessa quinta-feira, as duas irmãs Bernadette e Antonieta, e uma amiga Joana Abadie, procuravam lenha junto à gruta de Massabielle, nas margens do rio Gave. As duas pequenas saltam sem dificuldade um regato. Bernadette descalça-se para meter os pés na água e passar ao outro lado.

Entretanto - escreve ela - «vi numa cavidade do rochedo uma moita, uma só, que se agitava como se houvesse muito vento. Quase ao mesmo tempo saiu do interior da gruta uma nuvem dourada, e logo a seguir uma Senhora nova e bela, bela mais que todas as criaturas, como eu nunca tinha visto nenhuma. Veio pôr-se à entrada da concavidade, por cima do tufo de mato.

Logo olhou para mim, sorriu-me e fez-me sinal para que me aproximasse, como o faria minha mãe. Tinha-me passado o medo, mas parecia-me que não sabia onde estava. Esfreguei os olhos, fechei-os, tornei-os a abrir; mas a Senhora estava lá sempre, continuando a sorrir e fazendo-me compreender que eu não estava enganada.

Sem saber o que fazia, tomei o terço e ajoelhei-me. A Senhora aprovou com um sinal de cabeça e passou para os seus dedos um rosário que trazia no braço direito. Quando quis começar a rezar e erguer a mão à testa, o meu braço ficou imóvel, como que paralisado. Só depois de a Senhora fazer o sinal da cruz é que eu o pude fazer também. A Senhora deixava-me rezar sozinha. Ela apenas passava as contas pelos dedos, sem falar. Só no fim de cada mistério dizia comigo: Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.

Quando acabou a reza, a Senhora voltou a entrar do interior do rochedo e a nuvem de ouro desapareceu com Ela».

A quem lhe perguntava como era a Senhora, Bernadette fazia esta descrição: «Tem as feições duma donzela de 16 ou 17 anos. Um vestido branco cingido com faixa azul até aos pés. Traz na cabeça véu igualmente branco, que mal deixa ver os cabelos, caindo-lhe pelas costas. Vem descalça, mas as últimas dobras do vestido encobrem-lhe um pouco os pés. Na ponta de cada um sobressai uma rosa dourada. Do braço direito pende um rosário de contas brancas encadeadas em ouro, brilhante como as duas rosas dos pés».

2ª aparição - 14 de fevereiro. Tudo, mais ou menos, como na primeira. Temendo que fosse alguma alma do outro mundo, como lhe tinham dito, Bernadette asperge o penedo com água benta.

«Ela não se zanga» diz a pequena com satisfação. «Pelo contrário, sorri para todos nós».

Nestas duas primeiras aparições, Nossa Senhora nada disse, além de rezar os Glórias dos mistérios.

3ª aparição - 18 de fevereiro. A celestial aparição pergunta delicadamente à menina:
«Queres fazer-me o favor de vir aqui durante 15 dias?»

- «Assim o prometo» - respondi.
«Também eu prometo fazer-te feliz, não neste, mas no outro mundo».

4ª aparição - 19 de fevereiro. Enquanto a vidente rezava, uma multidão de vozes sinistras, que pareciam sair das cavernas da terra, cruzaram-se e entrechocaram-se, como os clamores duma multidão em desordem. Uma dessas vozes, que dominava as outras, gritava em tom estridente, raivoso, para a pastorinha: Foge! Foge daqui!

Nossa Senhora ergueu a cabeça, franziu ligeiramente a fronte e logo aquelas vozes fugiram em debandada.

5ª aparição - 20 de fevereiro. Nossa Senhora ensinou pacientemente, palavra por palavra, uma oração só para Bernadette, que ela devia repetir todos os dias.

6ª aparição - 21 de fevereiro. «A Senhora - escreve a vidente - desviou durante um instante de mim o seu olhar, que alongou por cima da minha cabeça. Quando voltou a fixá-lo em mim, perguntei-lhe o que é que a entristecia e Ela respondeu-me:
«Reza pelos pecadores, pelo mundo tão revolto.»

7ª aparição - 23 de fevereiro. A Vidente, caminhando de joelhos e beijando o chão, vai do lugar onde se encontrava até à gruta. Nossa Senhora comunica-lhe um segredo que a ninguém podia revelar.

8ª aparição - 24 de fevereiro. A Santíssima Virgem disse estas palavras:
«Reza a Deus pelos pecadores!
Penitência! Penitência! Penitência!
Beija a terra em penitência pela conversão dos pecadores!»

9ª aparição - 25 de fevereiro
«A Senhora disse-me:
«Vai beber à fonte e lavar-te nela.»

Não vendo ali fonte alguma, eu ia ao rio Gave beber. Ela disse-me que não era ali. Fez-me sinal com o dedo mostrando-me o sítio da fonte. Para lá me dirigi. Vi apenas um pouco de lama. Meti a mão e não pude apanhar água. Escavei e saiu água mais suja. Tirei-a três vezes. À quarta já pude beber».

Era a água milagrosa que tantos prodígios tem realizado.

Nossa Senhora mandou-lhe ainda fazer esta penitência pelos pecadores:
«Come daquela erva que ali está!»

Quando troçavam da pequena por tão estranha ordem, respondia:

- «Mas vocês também não comem salada!?»

10ª e 11ª aparições - 27 e 28 de fevereiro. Na primeira destas visitas, a Virgem Imaculada tornou a mandar beijar o chão em penitência pelos pecadores; na segunda sorriu e não respondeu quando a Vidente lhe perguntou o nome.

12ª aparição - 1º de março. A Aparição manda a Bernadette rezar o terço pelas suas contas e não pelas duma companheira, Paulina Sans, que lhe tinha pedido para usar as suas.

13ª aparição - 2 de março. A Virgem pede:
«Vai dizer aos sacerdotes que tragam o povo aqui em procissão e que me construam uma capela.»

14ª aparição - 3 de março. A Senhora não aparece à hora habitual, mas sim ao entradecer e deu explicação.
«Não me viste esta manhã porque havia pessoas que desejavam examinar o que fazias enquanto eu estava presente. Mas elas eram indignas. Tinham passado a noite na gruta, profanando-a.»

15ª aparição - 4 de março. No segundo mistério do primeiro terço, Bernadette começa a ver Nossa Senhora. Acabou esse terço e rezou outros dois, refletindo ora alegria, ora tristeza.

Durante esta quinzena, Nossa Senhora comunicou à menina três segredos e uma oração com esta ordem:
«Proíbo-te de dizer isto, seja a quem for.»

16ª aparição - 25 de março. Na manhã da festa da Anunciação dirigiu-se para a gruta a privilegiada menina.

«Peguei no terço - escreve ela - Enquanto rezava, assaltava-me teimosamente o desejo de lhe pedir que dissesse o seu nome. Receava, porém, ser importuna com uma pergunta que já tinha ficado sem resposta mais de uma vez...

Num impulso, que não me foi possível conter, as palavras saíram me boca...

- Senhora, quereis ter a bondade de me dizer quem sois?

A única resposta foi uma saudação de cabeça, acompanhada dum sorriso. Nova tentativa, seguida de idêntica resposta.

A terceira vez que lhe perguntei, tomou um ar grave e humilde. Em seguida, juntou as mãos, ergueu-as... olhou para o céu... depois separando lentamente as mãos e inclinando-as para mim, deixando tremer um pouco voz, disse-me:
«Eu sou a Imaculada Conceição.»

17ª aparição - 7 de abril. Nossa Senhora nada disse, mas verificou-se nesta aparição o chamado milagre da vela. A vela benta, que Bernadette segurava, escorregou-lhe pela mão atingindo-lhe os dedos.

- Meu Deus, ela queima-se! - gritam várias pessoas.

- Deixem-na estar! ordena o Dr. Dozous.

Bernadette não se queimou.

18ª aparição - 16 de julho. Como é festa de Nossa Senhora do Carmo, a Vidente assiste à missa e comunga na igreja. À tarde sente que Deus a chama para a gruta, mas não pode aproximar-se devido à sebe, e aos soldados que, por malvada ordem do governo, cercam o recinto. A menina contempla a Senhora, de além do rio e da sebe.

«Não via o rio, nem as tábuas - explicará ela mais tarde. Parecia-me que entre mim e a Senhora, não havia mais distância que nas outras vezes. Só a via a Ela. Nunca a vi tão bela»

Foi o último adeus da Senhora até ao céu.
Pergunta: Eminência, um ano depois da celebração em Santa Maria Maior da Santa Missa no Rito de São Pio V, quais foram as reações que V. Ema. recebeu da parte do mundo dito « tradicionalista»?

Dom Dario Castrillón: Eu diria que elas foram positivas. Eu recebi até este dia centenas de cartas, provindo de todas as partes do mundo, exprimindo a gratidão e a esperança suscitadas por esta celebração, que, aliás, foi seguida por numerosos fiéis em Santa Maria Maior.

Entre tantas expressões de reconhecimento, numerosos fiéis insistiram sobre a emoção causada por este novo gesto de solicitude pastoral para com aqueles que, sem negar a validade da reforma litúrgica atual, se identificam, contudo na celebração do Santo Sacrifício segundo o Missal Romano da edição típica de 1962.

Por outra parte, esta celebração deu maior confiança sobre o fato de que o venerável Rito de São Pio V se beneficia, na Igreja católica de Rito Latino, de «um direito de cidadania », como eu disse na homilia. Este Rito não está extinto, não há dúvidas nesta matéria. O acontecimento de Santa Maria Maior contribuiu para dissipar esta dúvida, onde um tipo de desinformação a teria alimentado.
Carta Apostólica em forma de "Motu Proprio" SUMMORUM PONTIFICUM

É evidente que entre os livros litúrgicos de Rito Romano o Missal Romano é eminente. Nasceu na cidade de Roma e gradualmente ao longo dos séculos tomou formas que são muito similares a aquelas em vigor em recentes gerações.
"Este mesmo objetivo foi açoitado pelos Romanos Pontífices ao longo dos séculos seguintes, assegurando a colocação em dia, definindo os ritos e os livros litúrgicos, e empreendendo, do começo deste século, uma reforma mais geral". (2) Foi desta forma em que atuaram nossos Predecessores Clemente VIII, Urbano VIII, São Pio X (3), Bento XV, Pio XII e o Beato João XXIII.


domingo, 13 de julho de 2008

CARTA APOSTÓLICA
DE SUA SANTIDADE BENTO XVI
MOTU PROPRIO

SUMMORUM PONTIFICUM




Entretanto, com o fim que a Sagrada Liturgia possa de modo mais eficaz cumprir com sua missão, muitos outros Romanos Pontífices no curso dos séculos vieram a expressar particular preocupação, entre eles São Pio V é eminente, quem com grande zelo pastoral, segundo a exortação do Concílio de Trento, renovou o culto em toda a Igreja, assegurando a publicação de livros litúrgicos corrigidos e “restaurados segundo as normas dos Pais” e os pôs em uso na Igreja Latina.