sexta-feira, 31 de maio de 2019

don Divo, devemos acreditar no amor pessoal de Deus por mim, num amor infinito que me quer com toda a sua força de amor

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ABANDONO A DEUS
(Extraído da Meditação de Dom Divo "A Fé de Maria")

E é por isso que a primeira coisa que se impõe se quisermos nos entregar ao Espírito Santo é o que sempre foi dito. Acreditar no amor de Deus. Se não acreditamos no amor de Deus, também não podemos abandonar-nos, ou pelo menos o nosso abandono é verdadeiramente como uma renúncia à vida, um abandono à morte, às forças desintegradoras do ser, ao desânimo, à desconfiança, à vacuidade.

Para que o nosso abandono seja positivo, devemos acreditar no amor pessoal de Deus, não no amor de Deus em geral, mas neste amor de Deus por mim, num amor infinito, que me quer com toda a sua força de amor. Temos de acreditar nisto.

Assim, o meu abandono não é um fracasso da minha vida, um empobrecimento da minha existência, mas sim uma semelhança com o outro, como o abandono da mulher àquele que ama. Torna-se um fortalecimento da vida, uma verdadeira realização do próprio ser porque, assim como Deus, assim também a criatura humana é, só se ama, na medida em que ama.

A primeira coisa que se impõe, portanto, é crer no amor de Deus, mas não é fácil. Antes de mais nada, devemos perceber a própria realidade de Deus, enquanto não o fizermos nunca poderemos abandonar-nos. Abandono é como atirarmo-nos para um vazio, é para morrermos verdadeiramente.

Devemos ter certeza de que Deus não só está presente, mas me ama verdadeiramente, porque não nos abandonamos ao outro se não nos amamos, não somente, mas não queremos. Este abandono não seria para uma pessoa, mas para nada. Temos de acreditar.

quarta-feira, 29 de maio de 2019

don Divo, É Deus quem nos pede em cada momento uma resposta ao seu amor, e tudo o que fazemos deve ser um dom que oferecemos ao Senhor.

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Roteiro de 5 dias pelas Montanhas Rochosas do Canadá (Banff e Jasper)  | Mala de Aventuras


Se a nossa consagração depende de uma vocação divina, é melhor meditarmos profundamente e por muito tempo sobre o que importa nesta vocação.

Pode-se certamente meditar sobre o amor infinito de Deus que nos ama, que chama cada um pelo seu nome, que assiste cada um de nós e nos acompanha em cada momento do nosso caminho. Poder-se-ia certamente pensar na iniciativa de Deus neste caminho de santificação, neste caminho de perfeição que a vida cristã deve ser para todos - e teríamos tanto para meditar! Pelo contrário, quero meditar sobre uma outra verdade que muitas vezes permanece escondida de nós, e é precisamente o facto de que a vocação nos coloca em relação com Deus: já não somos mestres da nossa vida, já não somos tão livres que tenhamos de determinar o nosso próprio caminho.

É claro que a vocação divina nos deixa a decisão de uma resposta, mas, quer façamos um caminho ou outro, nosso caminho agora não é mais do que uma resposta ou uma rejeição de Deus.

Estamos em relação com Deus, nossa vida é essencialmente esta relação; como nosso caminho é determinado por uma palavra que nos foi dirigida, nosso caminho agora só pode ser este: ou uma resposta a Deus que nos chama ou uma recusa a Ele que nos convida.

E esta verdade ensina-nos que a responsabilidade pesa sobre nós. Se a escolha do caminho, do caminho, da meta, fosse deixada a nós sozinhos, não nos sentiríamos tão culpados se não chegássemos aonde nossos desejos nos levariam a lutar. Na verdade, ninguém se sente culpado por si mesmo, podemos dizer: - Paciência! Eu queria chegar ao topo e só cheguei a meio do caminho. - Podemos lamentar que não tenhamos conseguido alcançar o que esperávamos, mas não nos sentiríamos culpados por isso. Em vez disso, somos culpados quando temos de responder a Outro, que tem todo o direito sobre nós, da nossa viagem.

Devemos perceber que a vocação divina que recebemos nos torna precisamente responsáveis perante o Senhor por toda a nossa vida.



Se tivéssemos escolhido o Senhor, é claro, se não tivéssemos alcançado a perfeição, poderíamos ter uma certa dor, mas poderia também solicitar a vaidade de ter sido tão bons ao menos a ponto de escolhê-la, poderíamos sentir-nos, se não fosse outra coisa, felizes por saber escolher a melhor parte, mesmo que não tivéssemos podido então realizar nosso ideal de perfeição - teríamos recebido uma nobreza pelo próprio fato de tê-la escolhido nós mesmos. Mas se é Deus quem nos escolhe, ter assumido o compromisso da perfeição evangélica não é para nós motivo de vaidade e orgulho, é antes motivo de séria responsabilidade para cada um de nós responder a Deus.

Sentir isto não é uma coisa pequena para nenhum de nós: devemos responder a Deus em nossas vidas, em todas as nossas ações.



É Deus quem nos pede em cada momento uma resposta ao seu amor, e tudo o que fazemos deve ser um dom que oferecemos ao Senhor. Não é um presente gratuito, um presente puramente gratuito - é uma resposta amorosa ao Amor infinito. Se recebemos uma vocação que nos compromete com a santidade, não podemos viver com superficialidade; não podemos adiar para amanhã o compromisso de uma santificação que hoje nos mantém unidos, não podemos fugir de uma pesada responsabilidade por cada um de nós.

A santidade não é, não se torna um privilégio, nem é ainda menos uma presunção - é uma obrigação estrita para cada um de nós. Quem não busca verdadeiramente a perfeição, uma vez consagrado ao Senhor, falha em sua vida e é culpado do Amor que o escolheu.

Responder a Deus: isto é o que significa ter recebido uma vocação divina: significa que em cada momento devemos responder a Deus do uso que fazemos de nós mesmos, do nosso coração, da nossa vontade, da nossa inteligência, da nossa força, do nosso tempo - de tudo o que devemos responder.

Muito pouco o sentimos; acreditamos nele, mas não o percebemos dia após dia, minuto após minuto; não sentimos realmente a gota que nos empurra para o caminho que nos deve conduzir à santidade. Vivemos tão pacificamente: uma vida medíocre que parece já ter sido muito realizada quando acrescentamos outra oração às nossas orações habituais, quando tentamos exercer um pouco de paciência, quando tentamos manter-nos fiéis a algum exercício particular de virtude.

Parece-nos que está a acontecer muita coisa? É a Deus que devemos responder, a um Amor infinito: tudo o que podemos fazer será sempre pequeno se realmente sentirmos que a nossa vida deve ser uma resposta pessoal a um Amor infinito que nos tomou para si.

Com que espírito interior sentiram os santos que foram levados ao encontro de Deus! Nada os deteve no seu caminho: nem a fadiga, nem a doença, nem a fraqueza do corpo, nem a fragilidade do espírito; a sua alma estava agitada como que por um furacão, por um vento tempestuoso que os empurrava violentamente para o Senhor.



don Divo, Se la nostra consacrazione dipende da una vocazione divina, conviene che noi meditiamo profondamente e lungamente che cosa importi questa vocazione.

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Se la nostra consacrazione dipende da una vocazione divina, conviene che noi meditiamo profondamente e lungamente che cosa importi questa vocazione.
Si potrebbe certo meditare sull'amore infinito di Dio che ci ama, che chiama ognuno per nome, che assiste ciascuno di noi e ci accompagna in ogni istante del nostro cammino. Si potrebbe certo pensare alla iniziativa di Dio in questo cammino di santificazione, in questo cammino di perfezione che deve esser per tutti la vita cristiana - e avremmo tanto da meditare! Voglio piuttosto meditare su un'altra verità che tante volte ci rimane nascosta, ed è precisamente il fatto che la vocazione ci mette in rapporto con Dio: non siamo più noi i padroni della nostra vita, non siamo più così liberi da dover determinare il nostro cammino.
Certo, la vocazione divina lascia a noi la decisione di una risposta, ma, sia che noi facciamo una via, sia che ne facciamo un'altra, il nostro cammino ora non è più che una risposta o un rifiuto a Dio. 
Noi siamo in rapporto con Dio, la nostra vita è essenzialmente questo rapporto; dal momento che il nostro cammino è determinato da una parola che ci è stata rivolta, il nostro cammino ora non può essere più che questo: o una risposta a Dio che ci chiama o un rifiuto a Lui che ci invita.
E questa verità ci insegna quale responsabilità pesa su di noi. Se a noi soli fosse lasciato di scegliere la via, il cammino, la mèta, non ci sentiremmo tanto colpevoli se poi non giungessimo là dove i nostri desideri ci farebbero tendere. Nessuno infatti si sente colpevole verso di sé, si può dire: - Pazienza! Volevo arrivar sulla cima e non son giunto altro che a metà del cammino. - Noi potremmo anche rimpiangere di non aver potuto realizzare quanto speravamo, ma non per questo Ci sentiremmo colpevoli. Siamo colpevoli invece quando dobbiamo rispondere a un Altro, il quale ha ogni diritto su noi, del nostro cammino.
Dobbiamo renderci conto che una vocazione divina che noi abbiamo ricevuto, ci fa precisamente responsabili di fronte al Signore di tutta la nostra vita.

Se fossimo stati noi a scegliere il Signore, certo, se poi non avessimo raggiunto la perfezione potremmo averne un certo dolore, ma ci potrebbe anche sollecitare la vanità di esser stati così bravi almeno da sceglierla, ci potremmo sentire, se non altro, contenti per il fatto che avremmo saputo scegliere la parte migliore anche se poi non avessimo potuto realizzare un nostro ideale di perfezione - ci darebbe una nobiltà il fatto stesso di averlo scelto noi. Ma se è Dio che ci sceglie, l'aver assunto un impegno di perfezione evangelica non è certo per noi motivo di vanità e di orgoglio, è motivo piuttosto di grave responsabilità per ciascuno di noi rispondere a Dio.
Sentire questo non è di poco conto per alcuno di noi: dobbiamo rispondere a Dio della nostra vita, di ogni nostro atto. 

È Dio che ci chiede in ogni istante una risposta al suo amore, e tutto quanto facciamo dev’essere un dono che offriamo al Signore. Non è un dono libero, un dono puramente gratuito - è una risposta d'amore all'Amore infinito. Non si può, se abbiamo ricevuto una vocazione che ci impegna alla santità, vivere con superficialità; non si può rimandare a domani l'impegno di una santificazione che oggi ci stringe, non possiamo sottrarci a una responsabilità pesante per ciascuno di noi.
La santità non è, non diventa un privilegio, né è tanto meno una presunzione - è un obbligo stretto per ciascuno. Chi non tende veramente alla perfezione una volta che sia consacrato al Signore, fallisce nella sua vita, e si rende colpevole verso l'Amore che l'ha scelto.
Rispondere a Dio: ecco che cosa vuol dire aver ricevuto una vocazione divina: vuol dire che noi in ogni istante dobbiamo rispondere a Dio dell'uso che noi facciamo di noi stessi, del nostro cuore, della nostra volontà, della nostra intelligenza, delle nostre forze, del nostro tempo - di tutto dobbiamo rispondere.
Troppo poco noi lo sentiamo; lo crediamo ma non lo realizziamo giorno per giorno, minuto per minuto; veramente non sentiamo il pungolo che ci spinge nel cammino che deve portarci alla santità. Si vive così tranquilli: una vita mediocre che sembra realizzare già molto quando noi aggiungiamo alle preghiere abituali un’altra preghiera, quando cerchiamo di esercitare un po’la pazienza, quando procuriamo di mantenerci fedeli a qualche esercizio particolare di virtù.
Ci sembra di far molto? È a Dio che dobbiamo rispondere, a un Amore infinito: tutto quello che noi possiamo fare sarà sempre poco se noi sentiremo davvero che la nostra vita dev’essere una risposta personale a un Amore infinito che ci ha voluti per Sé.
Da quale spirito interiore si sentivano portati i santi incontro a Dio! Nulla li arrestava nel loro cammino: né la stanchezza, né la malattia, non la debolezza del corpo, o la fragilità dello spirito; la loro anima era agitata come da un uragano, da un vento tempestoso che li spingeva violentemente incontro al Signore. Noi, invece, quanto facilmente ci contentiamo di quel che facciamo, come siamo facilmente soddisfatti di quel poco che a fatica doniamo! Voi mi dite: - Non siamo interamente soddisfatti e contenti, veramente ci sentiamo sempre in debito. - Vi sentite magari in debito verso il Signore, ma non perché non avete raggiunto la santità: vi sentite in debito semplicemente perché avete compiuto qualche mancanza, o perché avete detto male l'Ufficio o perché avreste voluto far meglio un certo esercizio di pietà o perché avreste voluto essere più pazienti in una certa congiuntura. È poco quello che voi pretendete da voi stessi, mentre da voi dovreste pretendere tutto.
Il cristiano, che deve rispondere a un Amore infinito, può essere contento soltanto quando avrà donato tutto se stesso nella sua morte - solo la morte lo può contentare. Che cosa può fare l'uomo quando si sia donato così da non poter dare di più? Ma ognuno di noi può dare di più fintanto che la vita cristiana non consuma tutte le potenze del cuore e dell'anima così da esigere, da operare la morte.
Oh, i santi! L'amore li ha consumati! Pensate una S. Teresa del Bambino Gesù, una S. Gemma Galgani, pensate un S. Francesco d'Assisi, un S. Giovanni della Croce: lo possiamo dire con verità, è l'amore che li ha consumati, perché non ha lasciato loro riposo, li ha incalzati con violenza sempre crescente in questa via che doveva condurli al Signore; ed essi, portati da questa violenza, non sono mai stati soddisfatti si sé, ma anzi hanno sentito via via che più amavano Dio tanto più rimaneva loro da amare.
Oh, certo, noi non somigliamo a queste anime! Come povero è il nostro dono di amore, povera la nostra risposta!

« Non voi avete eletto me, ma io voi ». Aver ricevuto una vocazione divina vuol dire che Dio ci ha amato. Ma l'amore esige l'amore, e l'amore infinito di Dio non può esigere da te che un amore totale, onde tu più nulla possa sottrarre a Colui che ti ha chiamato, ti ha voluto per sempre. Più nulla! Non viver più una nostra vita, non conservare più niente di noi, non sentirci mai più sicuri - Dio vuole tutto e perciò non ti lascia più alcuna sicurezza, più alcun riposo, alcuna proprietà né esterna né interiore, né che sia ricchezza misurabile dalla stima degli uomini, dalla consapevolezza di una perfezione. Devi donarti a Dio così che più nulla ti rimanga.
Non è davvero facile rispondere a una vocazione divina. Ma almeno noi dovremmo esser consapevoli di averla ricevuta e vivere perciò in tal modo che per noi la consacrazione debba essere anche un impegno che consumi tutta la vita. Sarebbe veramente ingenuo pensare che si possa rispondere a una consacrazione religiosa soltanto facendo quanto la Comunità prescrive come obbligo; sarebbe ben povera la coscienza che noi avremmo di esser chiamati da Dio e di dover rispondere a una consacrazione religiosa, se noi pensassimo che questa consacrazione esigesse questo soltanto. 

Una consacrazione religiosa esige la santità. Voi potete esser dispensati dal dire l'Ufficio, da ogni obbligo, ma la consacrazione non vi potrà mai più dispensare dal tendere alla perfezione evangelica, da esigere da voi stessi la perfezione della carità. Neppure la Chiesa può darvi mai più una dispensa dal farvi santi, dall'esigere da voi stessi il dono supremo di tutta la vita, il dono totale di tutti voi stessi al Signore.
In che modo viver tutto questo? Il modo ve lo può suggerire la Comunità attraverso i mezzi e le indicazioni che vi dà, gli insegnamenti, la vita comune; ve lo possono suggerire le condizioni nelle quali voi venite a trovarvi, i bisogni delle anime che vivono vicino a voi. Dio si farà sempre chiaramente sentire a un'anima che vuol veramente seguirlo.
No, nessuno può dispensarvi mai più da questo dovere di tendere alla perfezione. La santità è il vero obbligo che vi impone la consacrazione.
Dovete essere santi: la vocazione v’impone precisamente questo dovere. Non si tratta di essere delle anime pie, delle anime ferventi; non si tratta di far dell’apostolato, di far tanto bene intorno a voi - potete apparentemente anche non farne affatto: quello che la consacrazione vi impone è la santità. 

Tu non sai se il Signore ti darà sempre la salute, le possibilità per far del bene in qualche organizzazione; tu saprai però una cosa, cioè, che in qualunque tua condizione, stato di salute, ambiente in cui vivrai, dovrai realizzare sempre il dono totale di te all'amore di Dio, dovrai sempre realizzare la tua santità.

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Con Matteo Salvini e amici e alleati da tutta Europa!

Dom Fernando Rifan, FÁTIMA, O SEGREDO

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FÁTIMA, O SEGREDO

      Fui convidado pela Deputada Federal Chris Tornietto, para, no dia 13 de maio, participar de um evento especial por ela promovido, na Câmara Federal em Brasília, em homenagem a Nossa Senhora de Fátima, cuja festa se celebrou nesse dia.
      No meu discurso laudatório, ressaltei que os portugueses nos legaram, junto com a civilização, a fé cristã. Suas caravelas vinham ornadas com a Cruz da Ordem de Cristo. O primeiro monumento erguido no Brasil foi uma cruz e a primeira cerimônia foi uma Missa, além do nosso primeiro nome Terra de Santa Cruz. Pedro Álvares Cabral trazia, em sua nau capitânia, a imagem de Nossa Senhora da Esperança, e, com ela, a devoção a Nossa Senhora, Mãe de Jesus, Nosso Senhor e Deus, venerada sob diversos títulos.  
      Portugal também nos trouxe a devoção a Nossa Senhora de Fátima. Nessa pequena cidade de Portugal, Maria apareceu a três pastorinhos, no dia 13 de maio de 1917, há 102 anos atrás. Os milagres que acompanharam essa aparição foram testemunhados por milhares de pessoas e pelos jornais da época, até os anticlericais. De lá, essa devoção se espalhou e chegou ao Brasil. São sempre atuais e dignas de recordação as suas palavras e seu ensinamento. Aquelas três simples crianças foram os portadores do “recado” da Mãe de Deus para seus filhos.
      Ali, Nossa Senhora nos alerta, entre outras coisas, contra o perigo do materialismo comunista e seu esquecimento dos bens espirituais e eternos, erro que, conforme sua predição, vai cada vez mais se espalhando na sociedade moderna, vivendo os homens como se Deus não existisse: o ateísmo prático, o secularismo. Todos os sistemas econômicos, se também adotam o materialismo e colocam o lucro acima da moral e da pessoa humana, assumem os erros do comunismo e acabam se encontrando na exclusão de Deus. Sobre isso, no discurso inaugural do CELAM, em 13 de maio de 2007, em Aparecida, o Papa Bento XVI alertou: “Aqui está precisamente o grande erro das tendências dominantes do último século... Quem exclui Deus de seu horizonte, falsifica o conceito da realidade e só pode terminar em caminhos equivocados e com receitas destrutivas”. Fátima é, sobretudo, a lembrança de Deus e das coisas sobrenaturais aos homens de hoje.
      Aos pastorinhos e a nós, Nossa Senhora pediu a oração, sobretudo a reza do Terço do Rosário todos os dias, e a penitência, a mortificação nas coisas agradáveis e lícitas, pela conversão dos pecadores e pela nossa santificação e perseverança. Explicou que o pecado, além de ofender muito a Deus, causa muitos males aos homens, sendo a guerra uma das suas consequências. Lembrança muito válida, sobretudo hoje, quando os homens perderam o senso do pecado e o antidecálogo rege a vida moderna, como nos lembrou São João XXIII. 
      Fátima é o resumo, a recapitulação e a recordação do Evangelho para os tempos modernos. O Rosário, tão recomendado por Nossa Senhora, é a “Bíblia dos pobres” (São João XXIII). Sua mensagem é sempre atual. É a mãe que vem lembrar aos filhos o caminho do Céu.

Discurso de Sua Exª Revmª Dom Fernando Arêas Rifan no Congresso Nacional em homenagem pelo dia de Nossa Senhora de Fátima

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Extraído de "MEDITAÇÃO NA ORAÇÃO EM JESUS" por Don DIVO BARSOTTI





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Se a nossa consagração depende de uma vocação divina, é melhor meditarmos profundamente e por muito tempo sobre o que importa nesta vocação.
Pode-se certamente meditar sobre o amor infinito de Deus que nos ama, que chama cada um pelo seu nome, que assiste cada um de nós e nos acompanha em cada momento do nosso caminho. Poder-se-ia certamente pensar na iniciativa de Deus neste caminho de santificação, neste caminho de perfeição que a vida cristã deve ser para todos - e teríamos tanto para meditar! Pelo contrário, quero meditar sobre uma outra verdade que muitas vezes permanece escondida de nós, e é precisamente o facto de que a vocação nos coloca em relação com Deus: já não somos mestres da nossa vida, já não somos tão livres que tenhamos de determinar o nosso próprio caminho.
É claro que a vocação divina nos deixa a decisão de uma resposta, mas, quer façamos um caminho ou outro, nosso caminho agora não é mais do que uma resposta ou uma rejeição de Deus. 
Estamos em relação com Deus, nossa vida é essencialmente esta relação; como nosso caminho é determinado por uma palavra que nos foi dirigida, nosso caminho agora só pode ser este: ou uma resposta a Deus que nos chama ou uma recusa a Ele que nos convida.
E esta verdade ensina-nos que a responsabilidade pesa sobre nós. Se a escolha do caminho, do caminho, da meta, fosse deixada a nós sozinhos, não nos sentiríamos tão culpados se não chegássemos aonde nossos desejos nos levariam a lutar. Na verdade, ninguém se sente culpado por si mesmo, podemos dizer: - Paciência! Eu queria chegar ao topo e só cheguei a meio do caminho. - Podemos lamentar que não tenhamos conseguido alcançar o que esperávamos, mas não nos sentiríamos culpados por isso. Em vez disso, somos culpados quando temos de responder a Outro, que tem todo o direito sobre nós, da nossa viagem.
Devemos perceber que a vocação divina que recebemos nos torna precisamente responsáveis perante o Senhor por toda a nossa vida.

Se tivéssemos escolhido o Senhor, é claro, se não tivéssemos alcançado a perfeição, poderíamos ter uma certa dor, mas poderia também solicitar a vaidade de ter sido tão bons ao menos a ponto de escolhê-la, poderíamos sentir-nos, se não fosse outra coisa, felizes por saber escolher a melhor parte, mesmo que não tivéssemos podido então realizar nosso ideal de perfeição - teríamos recebido uma nobreza pelo próprio fato de tê-la escolhido nós mesmos. Mas se é Deus quem nos escolhe, ter assumido o compromisso da perfeição evangélica não é para nós motivo de vaidade e orgulho, é antes motivo de séria responsabilidade para cada um de nós responder a Deus.
Sentir isto não é uma coisa pequena para nenhum de nós: devemos responder a Deus em nossas vidas, em todas as nossas ações. 

É Deus quem nos pede em cada momento uma resposta ao seu amor, e tudo o que fazemos deve ser um dom que oferecemos ao Senhor. Não é um presente gratuito, um presente puramente gratuito - é uma resposta amorosa ao Amor infinito. Se recebemos uma vocação que nos compromete com a santidade, não podemos viver com superficialidade; não podemos adiar para amanhã o compromisso de uma santificação que hoje nos mantém unidos, não podemos fugir de uma pesada responsabilidade por cada um de nós.
A santidade não é, não se torna um privilégio, nem é ainda menos uma presunção - é uma obrigação estrita para cada um de nós. Quem não busca verdadeiramente a perfeição, uma vez consagrado ao Senhor, falha em sua vida e é culpado do Amor que o escolheu.
Responder a Deus: isto é o que significa ter recebido uma vocação divina: significa que em cada momento devemos responder a Deus do uso que fazemos de nós mesmos, do nosso coração, da nossa vontade, da nossa inteligência, da nossa força, do nosso tempo - de tudo o que devemos responder.
Muito pouco o sentimos; acreditamos nele, mas não o percebemos dia após dia, minuto após minuto; não sentimos realmente a gota que nos empurra para o caminho que nos deve conduzir à santidade. Vivemos tão pacificamente: uma vida medíocre que parece já ter sido muito realizada quando acrescentamos outra oração às nossas orações habituais, quando tentamos exercer um pouco de paciência, quando tentamos manter-nos fiéis a algum exercício particular de virtude.
Parece-nos que está a acontecer muita coisa? É a Deus que devemos responder, a um Amor infinito: tudo o que podemos fazer será sempre pequeno se realmente sentirmos que a nossa vida deve ser uma resposta pessoal a um Amor infinito que nos tomou para si.
Com que espírito interior sentiram os santos que foram levados ao encontro de Deus!

 

Don Divo Barsotti, a eternidade não tem amanhã: a vida eterna é Presença


A eternidade não tem amanhã: a vida eterna é Presença1 O reino dos céus é como um tesouro escondido em um campo; o homem o encontra e o esconde novamente, e depois vai, cheio de alegria, vende todos os seus bens e compra aquele campo. O reino dos céus é como um mercador que vai em busca de pérolas preciosas; encontrou uma pérola de grande valor, vai, vende todos os seus bens e compra-os. O reino dos céus é também semelhante a uma rede lançada ao mar, que recolhe toda a espécie de peixes. Quando está cheio, os pescadores levam-no para a costa e depois sentam-se, recolhem os bons peixes nos cestos e deitam fora os maus. (Mateus 13, 44-48) 1)
Divo Barsotti: uma vida como contribuição para voltar aos fundamentos da fé: Dom Divo Barsotti (Palaia 1914 - Florença 2006) é apresentado por muitos como uma personalidade de grande carisma e de grande fé. Na verdade, ele foi definido como um dos maiores homens espirituais do nosso tempo. 2 Exegeta intuitivo mesmo que não enquadrado em qualquer modelo. Escritor místico, ele fundou a comunidade contemplativa dos Filhos de Deus, que tende à santidade possível para todos os homens empenhados num claustro, no trabalho ou na família. 
A peculiaridade de Barsotti é dar à reflexão teológica contemporânea um exemplo de quanto o homem pode combinar pesquisa científica com misticismo. Cataldo Naro: "A sua obra teve uma influência ao longo da segunda metade do século XX que surgirá cada vez mais claramente nos próximos anos, à medida que nos tornarmos mais capazes de um desprendimento crítico. 
Antes do Concílio Vaticano II, Divo Barsotti revelou ao mundo católico sua própria "preguiça" mental e espiritual, seu próprio "cansaço" histórico, como se os católicos não percebessem as ansiedades da sociedade e que depois surgiriam totalmente em 1968; hoje, seu convite a voltar aos fundamentos da fé, aos sacramentos e à missa, à Escritura e à oração litúrgica, a colocar Deus no centro e, sobretudo, parece profético.4

 Depois do Vaticano II, o seu trabalho deparar-se-á com oposição e descuido. Barsotti começou assim a recordar que a missão da Igreja não é resolver as crises mundiais ou locais e restaurar a paz, mas anunciar a salvação de Jesus Cristo e vencê-la através da sua relação com Ele. 1 A ocasião para este relatório surgiu da apresentação da "Tese do Magistério das Ciências Religiosas" (7 de Novembro de 2011, Paróquia Regina Pacis, Caltanissetta) por Liliana Rita Tricoli apoiada, com o Prof. Massimo Naro como orador no ano lectivo 2007-08, na Faculdade de Teologia da Sicília "São João Evangelista". O título da tese é o seguinte: "O mistério do Verbo encarnado, o caminho do conhecimento e da relação com Deus". Uma reflexão sobre a "teologia" de Divo Barsotti". A exposição está estruturada em três partes que seguem, quase fielmente, os capítulos da obra de Liliana Tricoli, e são: 1) Divo Barsotti: uma vida como contribuição para voltar aos fundamentos da fé; 2) O Mistério da Encarnação "contém" toda a história; 3) A eternidade não tem amanhã: a vida eterna é presença. O índice geral da tese é caracterizado por: I capítulos "Quem é Divo Barsotti"; II capítulo "Teologia para Barsotti: o mistério da Encarnação e o conhecimento de Deus"; III capítulo "Deus se dá no Verbo encarnado"; IV capítulo "A realidade última é Deus na Trindade das pessoas". 2 Cf. G. Penco, History of the Church in Italy, vol. II, Jaca Book, Milão 1978, pp. 657-660. 3 C. Naro, Introdução, em AA. VV., Divo Barsotti testemunho de Deus na Itália do século XX, Ed. Paccagnella, S. Lazzaro di Savena 2001, p. 8. 4 Para mais informações, ver as seguintes obras de Barsotti: Il Mistero Cristiano e l'anno liturgico; Il Mistero Cristiano e la Parola di Dio.

2 A produção literária de Divo Barsotti é vasta5 e inclui meditações espirituais sobre livros do Antigo e Novo Testamento, retratos de santos, diários, reflexões feitas durante exercícios espirituais, etc. Nos diários, o autor não se apresenta como profissional de culto ou conhecimento teológico, mas como mensageiro de uma missão de que  é testemunha; ensina que o testemunho não é aquele que fala de Deus, mas aquele através do qual o próprio Deus fala.

 Em "Palavra e Silêncio", escreveu: "Nesta terrível crise que parece ameaçar a sobrevivência da Igreja e do cristianismo, apenas uma palavra é imposta: o testemunho deve, com a sua própria vida, demonstrar a verdade. Certamente, isso compromete o homem a ser mais do que o homem, compromete-se com o mais elevado heroísmo, com a mais brilhante santidade.
 A santidade do testemunho é a prova de que Deus verdadeiramente vive e está presente no coração do mundo. Esta é a missão que recebi e à qual devo responder mesmo correndo o risco de que os homens riam de mim". ler....


quarta-feira, 22 de maio de 2019

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Fra’ Lorenzo: benedizione di Dio e semplicità hanno accompagnato la sua vita

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Fra’ Lorenzo: benedizione di Dio e semplicità hanno accompagnato la sua vita (Sergio Nuvoli)

fralorenzo5“Il santo è un vero uomo perché aderisce a Dio e quindi all’ideale per cui è stato costruito il suo cuore”. Ogni volta che incontravo fra’ Lorenzo questa definizione di santità, data da don Luigi Giussani, mi tornava nel cuore. Era questo, in fondo, che il frate laico di Sardara ha continuato a descrivermi – più che a raccontarmi – nelle lunghe conversazioni che abbiamo avuto.
La mèta cui puntava era esattamente questa: aderire al disegno che Dio aveva su di lui, e questa indicava agli altri come ideale da raggiungere, come tensione da vivere nel quotidiano. La sua vita descrive letteralmente un percorso, un cammino di purificazione fatto di scoperte personali che oggi rileggono nelle sue parole anche teologi che hanno fatto studi molto approfonditi. Lui, con semplicità, quando raccontava di sé e della sua fede, parlava della scoperta – nella sua esistenza – di concetti a cui gli studiosi di teologia nei loro trattati danno nomi complessi.
fralorenzo
Aveva l’ansia tipica dei missionari: gli interessava far arrivare a tutti il messaggio che gli aveva cambiato la vita e che lui aveva sperimentato in particolare nel rapporto con il beato fra’ Nicola da Gesturi. Sono sempre stato convinto che fosse questo, in fondo, il motivo per cui non si è mai sottratto a nessun giornalista che, con qualunque mezzo, volesse intervistarlo: anche il più bizzarro dei colleghi ha sempre trovato la porta spalancata da fra’ Lorenzo. In rete, anche su whatsapp, gira da tempo una sua benedizione. Si è sempre fatto riprendere, anche quando ha cominciato a stare male: all’attivo, oltre agli scritti, anche documentari e film. Resto convinto che avrebbe sorriso anche di quelli – e non sono stati pochi – che hanno voluto un selfie accanto alla sua salma. Certamente non li avrebbe allontanati.
Fra’ Lorenzo è soltanto l’ultimo di una lunga fila di frati laici (cioè non sacerdoti) che si mostrano disponibili all’ascolto dei cagliaritani che, di volta in volta, riconoscono in uno di loro un ruolo e una capacità speciali. Da sempre il convento dei cappuccini è mèta incessante di tanti che cercano una parola di conforto, un aiuto, una benedizione: quel luogo, che conserva le spoglie mortali di un servo di Dio, di un beato (fra’ Nicola da Gesturi) e di un santo (Ignazio da Laconi) è uno dei polmoni spirituali di Cagliari e conserva immutato il fascino di una fede semplice, genuina, offerta a tutti.
fralorenzo2
Una volta, quando ero direttore del settimanale diocesano di Cagliari, conversavo con fra’ Lorenzo sulla differenza tra fra’ Nicola e fra’ Nazareno. Ci pensò un po’, e mi disse sorridendo che per rispondermi sarebbe stato sufficiente ripensare ai loro funerali. Gli chiesi cosa intendesse e lui mi rispose, più o meno: “In entrambi i casi c’erano tantissime persone. A quello di fra’ Nicola – soprannominato in vita ‘frate silenzio’ – stavano tutti zitti. A quello di fra’ Nazareno c’era un chiasso insopportabile”. Ci ho ripensato mentre il vescovo di Ozieri incensava la sua bara: il funerale di fra’ Lorenzo si è svolto sotto la pioggia incessante, che da sempre per i cristiani (e non solo per gli agricoltori di qualunque fede) è sinonimo della benedizione di Dio. E si è svolto in una semplicità eccezionale: la benedizione e la semplicità che hanno accompagnato la vita di Benvenuto Pinna da Sardara, per tutti più semplicemente fra’ Lorenzo.
Sergio Nuvoli (foto da “Capuccini Tv)
(admaioramedia.it)



Arrivati da diversi paesi della zona, molti suoi amici terreni e spirituali di Fra Lorenzo si sono ritrovati nella chiesa di Sant’Antonio a Sardara per la presentazione del primo volume di scritti inediti – Esperienza Eremitica. Raccolti in un volumetto tanto sobrio quanto intenso nel ricordo, l’Archivio Fra Lorenzo propone al pubblico una serie di scritti inediti e fotografie riguardanti l’esperienza eremitica del noto frate sardarese. La raccolta dei testi, curata da padre Giovanni Atzori, provinciale dei cappuccini di Sardegna e Corsica e da Francesco Sedda racconta, dalle origini, la ricerca di un luogo per meditare, -saggiare le proprie forze, come sostiene lo stesso autore – in una dimensione contemplativa e di silenzio che rende testimonianza del contatto con la natura e in definitiva, con la preghiera. Alla presentazione partecipa il sindaco Roberto Montisci, molti sardaresi, il parroco don Stefano Mallocci e tanti amici spirituali. Fra i presenti, alcuni giovani cantori, i Giullari di Dio, gruppo di chiara ispirazione francescana. Con melodia soave, intonati sulla semplicità del flauto, nel canto accompagnano la lettura di alcuni passi tratti dallo scritto. In sottofondo un tappeto fondo musicale riproduce i suoni della natura, le gocce d’acqua, il vento appena accennato e il cinguettio degli uccelli. Il tutto in un’atmosfera di raccoglimento e di pace.
Al termine della presentazione, nell’ex oratorio parrocchiale accanto alla chiesa di Sant’Antonio, è stato allestito una piccola esposizione di oggetti di uso quotidiano appartenuti al frate, i suoi sandali, il bastone che lo accompagnava nei sentieri in montagna, pagine di memoria, fotografie. Per chi ne volesse una copia del libro, si riceve gratuitamente, ve ne sono ancora disponibili attraverso l’oratorio di Sardara oppure è possibile richiederlo presso i Cappuccini di Cagliari; le offerte saranno impiegate per far fronte alla stampa dei prossimi volumi.



Padre Giovanni e don Stefano Mallocci

Nel proprio contributo, padre Giovanni Atzori, Ministro provinciale dei Cappuccini di Sardegna e Corsica, mette in evidenza l’atteggiamento di apertura. «Nel ricordare Fra Lorenzo – egli afferma – mi colpisce, fra gli altri aspetti, il suo modo di stabilire relazioni, con tutti, con i famigliari, i genitori e in particolar modo con suo padre, che in lui riponeva grande fiducia assegnandogli piccole e grandi responsabilità». (Con lui raggiunse Cagliari per essere accolto dai Cappuccini – dopo aver realizzato, da adolescente, la volontà e l’ardente desiderio di conoscere Dio. In viale Fra Ignazio, venne ricevuto da Fra Nicola il quale, osservandolo nel tempo, colse nel suo confratello più piccolo la particolarità dell’atteggiamento corporeo, della postura, con cui Fra Lorenzo, maturava il proprio personale stile di preghiera n.d.r.). »Fra Lorenzo – prosegue padre Giovanni – è un dono per tutti. Ciascuno di noi ha stabilito con lui una relazione, imperscrutabile, rimasta nel profondo del cuore. Mi piace pensare alla sua testimonianza nel mondo d’oggi, alla sua esperienza di vita e al metodo per pregare». Padre Giovanni durante la presentazione ha dato lettura di un passo nel quale Fra Lorenzo prende nota degli orari che scandiscono le fasi dell’intensa giornata, in funzione delle diverse ore di meditazione sul monte Arcuentu. «Rimarrà un mistero ciò che lui ha vissuto in questi anni di ritiro, cosa il suo cuore ha sentito, quale rapporto abbia stabilito con Dio. Lo stile con cui si relazionava nei confronti del prossimo – sottolinea in conclusione padre Giovanni – dovrebbe essere da esempio per rieducarci alla costruzione di relazioni, che nell’intima relazione con Dio trovano origine; questo libro ci aiuta a capire quale posto ciascuno di noi abbia riservato per questa relazione».
La testimonianza di Roberto Montisci, sindaco di Sardara
Fra Lorenzo, uomo assolutamente affascinante. Un esempio in tutto, di vita, di umiltà e generosità”
Il primo cittadino sardarese mette in evidenza l’aspetto esistenziale che riconosce nella vocazione del frate suo compaesano. «Dalla lettura del libro sono rimasto profondamento colpito. Incontrai Fra Lorenzo per pochi minuti – ricorda il sindaco – mentre durante una gita mi trovavo sull’Arcuentu. Il suo eremitaggio mi ha fatto capire quanto la modernità, con la frenesia, i rumori, gli impegni, la confusione, siano di impedimento per la ricerca del sentimento di religiosità, dell’essenza stessa della nostra esistenza. Fra Lorenzo ci fa capire quanto sia importante la ricerca di solitudine e di quiete; fra i diversi luoghi, per quanto riguarda l’Arcuentu, che conosco meglio di altri, posso dire che effettivamente avvicina al senso del creato e dell’universo nella sua interezza. Si tratta di un paesaggio che dal punto di vista dell’accessibilità, davvero mette alla prova la resistenza fisica, peraltro in una cornice mozzafiato; da un lato il panorama affacciato sul mare e dall’altro rivolto verso l’interno dell’Isola, in una sintesi di natura e bellezza». Sul rapporto uomo-natura, cita un romanzo di Steinbeck del 1933, Al Dio sconosciuto, opera nella quale si parla dell’avvicinarsi verso Dio e verso la religiosità, nel silenzio dell’ambiente in cui trascorre la vita. «Fra Lorenzo – prosegue il sindaco – è una persona, ancora oggi, capace di trasmettere il desiderio di spiritualità, e di ricerca interiore che non ci può lasciare indifferenti».
L’archivio di Fra Lorenzo; una preziosa risorsa di fede e di cultura
«Si tratta –  afferma Francesco Sedda, relatore e co-curatore del volumetto, pronipote di Fra Lorenzo – di un’iniziativa presa subito dopo la sua morte, per prenderci cura dei suoi ricordi e fare in modo che i suoi amici, tutti, sia chi lo ha conosciuto personalmente e chi indirettamente attraverso la testimonianza altrui, possano incontrarsi ancora. Allo stato attuale, le risorse dell’Archivio appartengono al fondo dei Cappuccini e al fondo dei famigliari, due fonti che si integrano reciprocamente. L’intenzione è quella di lavorare insieme; vi sono molti documenti audiovisivi da restaurare, fotografie e manoscritti per i quali occorre la trasposizione in formato digitale affinché possano essere pubblicati e diffusi e così, sentire ancor più vicina la sua presenza. Di Fra Lorenzo possediamo i quaderni scolastici nei quali compaiono i temi, i disegni. Come ricordava padre Giovanni Atzori, in uno di questi sono rappresentati due uomini, padre e figlio che, con la bisaccia sulle spalle, si dirigono verso la campagna. Nei temi poi compaiono testimonianze di com’era Sardara fino agli anni ‘30; il mercato, la chiesa, le feste. Da questi scritti possiamo risalire al momento fondamentale della sua conversione avvenuta attraverso la lettura della Bibbia. Sotto questo aspetto è impossibile definire la figura di Fra Lorenzo – un suggerimento per la chiave di lettura per conoscerlo oggi – senza considerare l’atteggiamento di ascolto verso la parola di Dio. Non contemplata direttamente negli scritti ma attraverso una citazione indiretta – prosegue Francesco Sedda –  ricordiamo la testimonianza di un confratello negli anni ‘50, Salvatore Collu, il quale racconta che Fra Lorenzo si addormentava e si svegliava – programmando gli strumenti di riproduzione –  con l’audio registrato dei racconti biblici, che compaiono – divisi per capitoli – anche in un quadernetto, in una stesura completata prima della morte, riferita presumibilmente alla metà degli anni ’60.
Gli scritti più numerosi si collocano invece nella metà degli anni ’80, dopo dieci anni di esperienza di meditazione in solitudine – per buona parte sull’Arcuentu – e in ragione delle opere frutto della sua vocazione – il presepe, dopo il servizio di farmacia – sembrerebbe che lui voglia mettere nero su bianco alcune riflessioni, a cominciare dall’infanzia per proseguire sulle memorie contenenti alcuni passaggi annotati dai superiori nei suoi confronti, recuperati dalle cronache dei conventi nei quali ebbe a trovarsi durante il suo periodo trascorso nella penisola».
Sotto l’aspetto esistenziale, commenta l’immagine del prozio attraverso una citazione tratta da Eugenio Montale «… io me ne andrò… zitto col mio segreto». esprime in modo lirico l’essenza di un esempio di vita. Sempre a proposito di mistero afferma: «Ciascuno di noi sa cosa Fra Lorenzo ha lasciato nella propria vita; la preghiera, la dimensione più larga. Accanto a questa ci sono i fatti, i segni, i luoghi, le cose, le parole e gli scritti che ci ricordano la sua presenza. Tutto ciò costituisce il sentiero attraverso il quale proseguire la sua frequentazione».  Per la nostra e per le generazioni future.
 Giovanni Contu

sábado, 18 de maio de 2019

Carlo Acutis e a mensagem de Fátima





Transmitido em direto a 13/05/2019
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Ao aparecer a três crianças em Fátima, no ano de 1917, Nossa Senhora quis deixar ao mundo inteiro uma mensagem de oração e penitência, destinada a produzir grandes frutos de santidade. E é sobre um desses frutos que o Padre Paulo Ricardo pretende falar na transmissão deste dia 13 de maio, ao apresentar a vida do Venerável Carlo Acutis, um jovem católico italiano que morreu em 2006 em odor de santidade, e cujo testemunho está a impressionar toda a Igreja. Venha conhecer conosco a biografia desse “anjo da juventude” e renovar a sua fé na santidade cristã! Nosso programa vai ao ar, como de costume, às 21h (horário de Brasília), e você e sua família são nossos convidados mais que especiais.

Don Divo Barsotti, Por ser meu, Ele Se faz presente em minha vida, de fato, em Cristo, Ele vive Sua vida em mim.

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É precisamente através deste processo que o caminho da humildade coincide com o caminho de um amor que nos assimila a Deus.
Um ato é humano, quando por ele o homem se realiza em seu mais alto valor como criatura consciente e livre e, portanto, responsável. O ato humano proclama a nobreza do ser espiritual. É a vontade que torna o acto realizado pelo homem humano.

Assim, renunciando a toda a sua vontade, se o homem se deixa possuir por Deus de tal modo que a vontade do Senhor se cumpre sempre mais perfeitamente nele, acontece que ele vive a mesma vida que Deus. "Eu vivo ego, sou non ego, vivit vero em mim Christus. Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim" (Gl 2, 20).

Outro me toma, me usa como instrumento de sua vontade, e ele vive para mim. Por ser meu, Ele se faz presente em minha vida; na verdade, em Cristo, Ele vive Sua vida em mim. A vida sobrenatural consiste numa conformidade cada vez mais perfeita à vontade divina, numa certa substituição da vontade de Deus pela vontade do homem. Certamente "substituição" é um termo demasiado forte: também em nosso Senhor permanece a vontade humana, com a vontade divina; mas a vontade humana permanece para aderir e dar lugar à vontade de Deus. Por isso, no Getsêmani, Jesus reza: "Não como eu quero, mas como tu queres" (Mt 26,39).

 O exercício da vontade humana é precisamente o de renunciar a si mesmo para que Deus esteja presente. O homem vive a sua morte apenas para se tornar o órgão da vontade divina. * O caminho da vida espiritual vai da obediência ao abandono perfeito. A perfeição da obediência será o abandono: como se o homem já não tivesse desejo, aspiração ou vontade, deixa-se possuir totalmente por Aquele que ama.

 Ele se entrega totalmente a Deus para que só Deus possa viver através do ser humano. A adesão à vontade divina na obediência pressupõe ainda um esforço, uma ascese, um constrangimento que o homem impõe à sua própria natureza. Os instintos ainda se opõem à vontade de Deus e o homem deve mortificá-los, mas a obediência é própria do servo.

 Quando, pouco a pouco, no crescimento do amor, nada mais contrasta o homem com a vontade divina, então o homem manso segue o impulso que vem dele. A docilidade supõe um consenso, que pode ser mais ou menos fácil, que pode ser dado mais ou menos prontamente; no final, a alma já não parece conhecer a sua própria vontade: só Deus parece agir através dela, instrumento puro nas mãos de Deus, a alma deixa Deus fazer consigo o que quer.

 Da obediência ao abandono: a alma nasce trazida pelo amor tanto quanto desce à humildade; o abandono que realiza sua pura transformação em Deus se identifica também com sua perfeita abnegação. Ser criado, é claro, permanece: o homem é imortal; mas psicologicamente é como se não fosse; não só não sente mais oposição a Deus, mas também não tem consciência de si mesmo, exceto em Deus. Não confundido com ele, mas plenamente concedido a ele, em sua luz ele se perde, como uma pequena chama na luz do sol.

A chama permanece, mas não é vista. Nesta luz imensa desaparece toda outra luz; ela existe, mas é como se não fosse. Assim são as estrelas no esplendor do dia. A verdadeira humildade coincide com a plenitude da vida em Deus. A purificação não vem primeiro, depois o amor. Tanto o homem é purificado como ele ama, e tanto ama quanto é purificado; no final, a pureza total coincide com a visão de Deus. A plenitude da vida divina responde ao nada de ser criado. Pura capacidade que acolhe a Deus, nós somos apenas Ele na medida em que Ele se deu a Si mesmo. Como um cristal que acolhe a luz do sol em si mesmo, ele se ilumina e reflete sobre tudo.

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Don Divo Barsotti, Na obediência, de fato o homem morre para si mesmo e abre espaço para Deus


É através da obediência que voltamos ao nosso país", diz São Bento. Portanto, tudo está, como foi dito, em ouvir e ser dócil a Deus. Nenhuma palavra pode substituir esta Palavra divina que cada um de nós deve ouvir em nossos corações. Se você não o escuta, não é porque Deus não fala conosco, mas porque algo o impede de escutar. Ninguém é surdo à Palavra divina, exceto aquele que quer ser surdo.

 Nada em si ouve a Palavra de Deus. "Deus disse: Que haja luz. E a luz era" (Gn 1,3). Nada em si responde ao Senhor. Quanto mais o homem que Deus criou escutará e responderá para que possa colaborar com Ele! Temos medo de Deus. Não é fogo? Obedecer a Deus é lançar-se no fogo e o fogo queima; obedecer a Deus é lançar-se no abismo, perder-se. Na obediência, de fato, o homem morre para si mesmo e abre espaço para Deus: assim, na obediência, ele é verdadeiramente a perfeição da humildade. 

Mesmo aqueles que tão orgulhosamente se candidatam a ser admitidos entre os pára-quedistas, a primeira vez que têm de se expulsar do avião, precisam de um empurrão. Alguém tem de os empurrar para fora, para o vazio. Assim é para a alma. Deus pode incitar a alma a dar-se a si mesma, mas responder-lhe exige da alma uma dedicação cada vez mais pura; e o homem tem medo da morte. 

A percepção é viva e clara de que as  exigências de Deus não são como as de uma criatura, que são sempre limitadas. Talvez possa agradar às criaturas, mas como poderia agradar a Deus? Quanto mais eu me dou, mais Ele me pede. O abismo divino permanece intransponível. É na medida em que eu me dou que a fome dele está crescendo. E a alma se defende. Algo é feito para não fazer tudo. 

O que fazemos, fazemos precisamente para nos defendermos das exigências de Deus. Em vez disso, a graça purifica-nos secretamente para nos tornar capazes de amar. A pureza do coração, de alguma forma, mede o amor. 
De facto, o homem, a "imagem de Deus" (cf. Gn 1, 26.27) - e só o pecado obscureceu a imagem - é a criação do amor. Ao purificar-se a si mesmo, ele retorna à sua integridade natural, ele ama. O amor é a expressão muito natural da sua natureza, é a sua vida. São Tomé reconhece o caráter "físico" do amor, como Cassiano e Evagrius o ensinaram, que concretamente identificou a pureza do coração com a caridade.

 Na pureza, de fato, o homem se liberta do egoísmo que o divide e o coloca contra os outros e se torna um com todos, vivendo no amor a unidade da natureza. Mas a pureza não é suficiente no caminho que nos leva a Deus. A integridade da natureza parece ser apenas a condição da humildade. O amor a Deus é, de facto, um auto-sacrifício. Como poderia o homem alcançar "sua unidade" com Deus sem antes morrer em obediência? Sem falhar a si mesmo em humildade? 

Por isso, o processo da nossa purificação e o perfeito exercício da humildade são possíveis através de uma graça que nos foi merecida por Cristo e que cada vez mais nos assimila a Ele. De facto, Cristo é o " homem novo " (cf. Ef 2, 15; 4, 24; Col 3, 10), no qual a nossa natureza volta a ser una e é na sua obediência ao Pai que a natureza humana se oferece plenamente a Deus para fazer a sua vontade.

 O ato supremo de Cristo é a renúncia de toda a Sua vontade humana pela vontade do Pai em aceitar a morte. "Não o que eu quero, mas o que tu queres" (Mc 14,36). O homem não podia querer a sua morte oferecendo-se puramente a Deus no dom total de si mesmo, não podia viver este dom que, porque vive em Cristo, ou melhor, o próprio Cristo vive nele a sua morte.

 No ato da morte na cruz, assim como toda ascese tem sua perfeita e imutável realização, assim também a natureza humana encontra para a eternidade a suprema perfeição do amor. O reconhecimento de Deus é o reconhecimento do Um. Tens de o atestar. O anúncio da unidade só pode ser feito pelo homem no acto em que se deixa morrer para dar lugar em si mesmo a Deus. E o lugar de Deus no homem só pode ser o homem inteiro, numa das suas mortes.

Don Divo Barsotti, deixemo-nos amar por Deus!

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DON DIVO BARSOTTI - mas tu deixas  que Deus te ame ?


Dom Divo Barsotti (Fundador da Comunidade dos Filhos de Deus)

"Fé! Tende fé! Deus é médico e medicina" São Leopoldo Mandic
 DEIXEMOS NOS SER AMADOS POR DEUS
Don Divo Barsotti
O que temos de fazer e que Ele espera de nós, é que nos abramos verdadeiramente a acolher o Seu amor encarnado, que só ele pode vencer todos os nossos obstáculos, só ele pode dilatar a nossa alma  na medida da Sua caridade, que só ele pode transformar a nossa alma e torná-la um exemplo vivo de Deus.
Esta é a entrega que te dou esta manhã. Meus queridos irmãos, deixemo-nos amar por Deus!

Sintamo nos amados porque   realmente  o somos e deixemo-nos amar. Todos nós pedimos amor, todos queremos ser amados; e por que rejeitamos o amor que Deus tem por nós? E porque não queremos acreditar neste amor infinito? Que obstáculos temos em nós para não aceitar que somos amados? 

Sim, meus queridos irmãos, porque não cremos na gratuidade do amor, cremos que Deus nos ama pelo que somos e se Deus nos amasse pelo que somos, Ele nunca nos amaria, mas nos ama pelo que Ele é, e  Ele é infinito. Não pelo que somos, mas pelo que Ele é.

Deixemo nos amar por Deus! Em seu amor, ele nos transformará e nos fará amar verdadeiramente, assim como nós  somos amados por Ele. Eis que, com estas palavras que podem dar início à nossa peregrinação, iniciamos também a Liturgia do Sacrifício, oferecendo-nos ao Senhor para que Ele nos leve e nos transforme, como acontece com o pão e o vinho que representam o nosso trabalho e nós mesmos. Coloquemo-nos também na patena, ponhamos a nossa vida, ponhamos o nosso ser, ponhamos o nosso passado, ponhamos o nosso futuro. Que as palavras da Consagração nos transformem também em Cristo, assim como o pão e o vinho se transformam em Corpo e Sangue de Cristo.
(Introdução à Santa Missa na Capela de São Leopoldo Mandic Pádua 09/07/1984)

Don Divo Barsotti O SENTIDO DO PECADO

                                                                          português



Don Divo Barsotti 
O SENTIDO DO PECADO 

Meditação 2 Outubro 1966

O mundo moderno perdeu o sentido do pecado. O homem parece não ter mais liberdade do que seguir a sua própria natureza espontaneamente. Não sei se ele adquiriu a inocência do animal: é certo que praticamente ninguém no mundo de hoje sente a necessidade de se libertar de si mesmo. O homem aceitou a si mesmo como ele é, e por causa de sua fealdade ele não reprova mais a ninguém, nem mesmo a Deus, porque assim como ele perdeu o sentido do pecado, também ele perdeu o sentido de Deus. O homem está sozinho em um mundo vazio e não há nenhuma lei que ele deve perceber. Talvez nunca a humanidade se tenha encontrado neste abismo de perversão moral, talvez nunca tenha caído tão baixo: não porque hoje se cometem mais pecados do que no passado, mas porque hoje não sabemos, não sentimos, já nem sequer estamos conscientes do mal em que somos amassados. O homem aceita a si mesmo como é e não espera redenção, e já não acredita em qualquer salvação. O sentido da vida que é próprio do homem de hoje é assustador. A matéria se identifica com o espírito e Deus com o mundo; e não há mais luz de liberdade, não há mais luz de beleza espiritual para o homem. O paralítico mencionado no Evangelho de Mateus (Mt 9, 1-8) é apresentado a Jesus e não pede a salvação do seu pecado: parece que ele não sente a necessidade. Só a dor, a incapacidade física, o faz sentir a necessidade de libertação. Só esta deficiência, sem lhe dar esperança na recuperação, o faz desejar, porém, lhe permite  
para acessar o Mestre Divino de modo que, se Ele realmente puder fazer algo, Ele possa manifestar Seu poder e curá-lo. 

Talvez só isto   possa aproximar  os homens modernos de Deus: a ador, a doença; ou talvez até mesmo a doença e a dor já não se traduzam para o homem num grito de misericórdia, num pedido de ajuda; talvez o homem, como besta ferida, aguarde apenas a morte. Não sei. Isto é verdade: que o mundo parece deserto por Deus, está vazio. E as almas que crêem acreditar   não são menos vazias, e as almas que professam a vida religiosa não são menos vazias, e as almas que pensam que estão perto de Deus não são menos vazias. Um sacerdote me disse que a experiência mais terrível de seu sacerdócio (era capelão de um hospital) era a da absoluta impermeabilidade do homem a Deus e à graça, mesmo diante da morte. Há muitos homens que já não se abalam por causa da doença, nem mesmo por causa da iminência da morte: é um ato puramente físico, biológico, é preciso suportar. O homem voltou a ser menos do que sempre foi, mesmo fora do cristianismo, mesmo em oposição ao cristianismo: nem mesmo um espírito, nem mesmo uma alma, nenhuma luz espiritual o visita mais. Um certo estoicismo, que é pior que qualquer pecado, parece ser o caráter do homem moderno. Estoicismo que não é estoicismo antigo: é uma impermeabilidade absoluta a todos os valores. Aceita-se a vida tal como ela é e já não se faz diferença entre o bem e o mal, porque já não há diferença para o homem, pois isso já não impõe nada, já não escolhe nada. Foi verdadeiramente reduzido à inocência do animal. Quão mais cristão, parece-nos, foi o assassino e libertino de alguns séculos atrás! O gosto que o escritor sentiu ao descrever o mal, tentando incitar outros a cair nele também, é no final um testemunho mais elevado do que a literatura moderna, por exemplo, onde tudo é impassível, tudo se tornou uma coisa. As piores perversões a que o homem pode se entregar são descritas em um tom assustador de impassividade. Eu não acredito que mesmo o diabo tenha chegado a tal ausência total de luz espiritual. O que distingue o homem é sobretudo isto: que ele não é um animal que vive, que se deixa viver. O que distingue um cristão, ou melhor, qualquer homem religioso, é o sentido de uma relação com Deus, ou com o mistério se não quisermos dizer Deus; o sentido de uma relação que dá à alma a consciência viva, dolorosa, de impotência, culpa, pecado e condenação.

 O que distingue a alma religiosa é o sentido do pecado. O homem nunca poderia viver diante de Deus sem ter esta consciência: a consciência de uma infinita desproporção entre a sua pobreza e a infinita santidade de Deus. Mas ainda mais do que desproporção, o sentido de uma oposição radical: querendo ou não querendo, o homem sente sempre que Deus, antes de ser o Amor que chama, antes de ser a alegria que embriaga, é verdadeiramente um fogo que queima. O paralítico ao menos desejava a sua recuperação: este é o primeiro sustento que deu aquela alma à graça divina. Havia pelo menos um desejo de se sentir melhor; havia, portanto, um ser e um desejo de ser outra coisa. No fato de que pelo menos ele não se aceita plenamente como é e gostaria de ser diferente do que é, ou pelo menos quer ser, havia, portanto, um ser e querer ser outra coisa. Aqui estamos nós para o homem. Está aqui. No fato de que pelo menos ele não se aceita plenamente como é e gostaria de ser diferente do que é, ou pelo menos quer ser diferente. E isto é suficiente para que a graça encontre um ponto para enxertar, e isto é suficiente para que Deus encontre uma porta para entrar no coração do homem. Não sei se estamos realmente conscientes do nosso pecado tal como ele é; não sei se nos sentimos diante da santidade infinita de Deus como imundos, como dizia São Paulo, como imundo, como sentia São Paulo da Cruz, mas pelo menos podemos sentir que persiste no fundo um desejo vivo de sermos diferentes de quem somos, e talvez nem sequer a nível espiritual, mesmo a nível puramente físico: mais jovens, mais seguros de nossa santidade... Não sei, algo para que sintamos algum desejo de qualquer maneira, para que nos ofereçamos  Àquele que nos pode escutar. Pelo menos isso, então,  se nos impõe a nós mesmos: que não estamos felizes conosco mesmos, que queremos ser diferentes de quem somos. Então Deus pode aproximar-se mais da nossa alma, então Deus pode ter uma relação connosco; então a nossa vida já é uma oração. Mas, afinal, pedir juventude ou santidade não é um remédio para nossos males, porque neste caso nos parece mais lógico que num estoicismo cego e opaco, ele também aceite a morte porque é a natureza do homem morrer, porque é risível que o homem, uma vez velho, queira voltar jovem ou, ao nascer, não queira morrer. Desejar uma cura, desejar ser melhor a um nível puramente físico, como o paralítico poderia sentir, não é realmente o remédio para os nossos males, mesmo que esse desejo seja concedido. Algo que devemos pedir, implorar, mas a nossa alma deve viver um desejo mais profundo. Confiança, esperança, liberdade interior, abertura e finalmente expansão para uma certa paz não podem vir de ser curados. Nosso Senhor diz: "Tem confiança, meu filho, os teus pecados foram perdoados. A confiança, a liberdade interior, a abertura da alma em paz, só podem derivar da remissão de um dos nossos pecados. É justo, portanto, que a alma, se quiser ser salva, tenha antes de mais nada consciência deste pecado, porque, caso contrário, deseja e não sabe o que deseja, aspira a algo e não sabe a que aspira. Foi dito que basta desejar ser mais jovem já para dar a Deus a mão para entrar em nossos corações. Deus não entra dando-nos juventude ou cura: quando Deus entra, dá ao homem a consciência do que é realmente o seu mal: o seu pecado. O pecador pede uma coisa e Deus lhe dá outra; pede a sua recuperação, porque não sabe que é pecador, mas Deus, que através desta oração de recuperação pôde entrar em sua alma, agora dá à alma a consciência do que é realmente seu mal e o cura: "Confide, fili, remittuntur tibi sin tua". Nossa confiança, liberdade e paz interior derivam da remissão de pecados e de nada mais que isso. O homem moderno perdeu essa confiança, essa liberdade, esse senso de paz porque não só ainda não tem consciência de seus pecados, mas, não tendo essa consciência, não pode sequer ter essa remissão, não pode ser perdoado. E o Senhor desceu à terra para isto: para nos perdoar os nossos pecados. A nossa salvação depende deste simples acto divino: o perdão dos nossos pecados. Há um sentido de uma desproporção assustadora entre o que sou, entre as possibilidades de ação que me foram dadas aqui e o que me foi prometido: a eternidade. É possível que o homem acredite verdadeiramente que Deus será a sua vida? É possível ao homem acreditar nisso e não sentir que está irremediavelmente perdido? O que pode o homem oferecer pela sua salvação, para merecer esta grandeza? Que proporção existe entre estes dois dias de vida, entre as minhas virtudes, se as tenho, e esta santidade e esta vida divina? Eu me vejo amanhã depois da morte; e se eu me vejo depois da morte, parando em mim, eu não posso ver que o meu inferno, a minha condenação, não posso esperar outra coisa. Todas as virtudes dos santos, na verdade, como disse Isaías, são imundas, ainda mais na minha vida. Que proporção pode haver entre o que ofereço a Deus e o que espero receber? Entre o que é a minha vida e o que Ele me promete? É precisamente esta visão da nossa eternidade, tão iminente para cada um de nós, que dá um sentido de terror à alma. Você sente que está caindo no vazio, sente que está realmente caindo no inferno: o que você tem a oferecer a Deus para merecer a salvação, se a sua salvação é esta vida divina? Então sente o teu pecado, então estás consciente da tua indignidade, e foges de Deus, e não podes fugir d'Ele: negas a Deus, porque fugir de Deus não significa nada para ti.