sábado, 13 de setembro de 2008

De Fátima, uma oração pelo Santo Padre em Lourdes
2008-09-13


Esta manhã no Santuário de Fátima durante a Eucaristia internacional da Peregrinação Aniversária de Setembro, os fiéis oraram pela peregrinação do Santo Padre no santuário mariano francês de Lourdes, que este ano celebra o 150º aniversário da aparição de Nossa Senhora a Bernadette Soubirous e que acolhe durante estes dias a visita do Sumo Pontífice.

"Pelo Santo Padre o Papa Bento XVI na sua viagem a Lourdes para que, sob o auxílio de Maria ‘Virgem Sábia’ e ‘Mestra da Verdade’, proclame a palavra da salvação que Ela sempre meditou em seu coração", foi a prece proclamada no momento da Oração dos Fiéis.

Já no momento final da Eucaristia, D. António Marto, Bispo de Leiria-Fátima, enfatizou esta ligação dos peregrinos em Fátima ao Santo Padre.

“É esta devoção à Virgem Mãe que nos une hoje particularmente ao Santo Padre Bento XVI na sua peregrinação a Lourdes, fazendo-se peregrino entre os peregrinos para aí confiar a Nossa Senhora as dores da humanidade e a causa da paz, hoje tão precária”, disse D. António Marto que agradeceu de seguida ao Cardeal Renato Martino “pelo testemunho do seu afecto a Nossa Senhora e pela sua palavra iluminante e interpeladora para abrimos os nossos corações à mensagem da Senhora, que continua sempre actual e nos chama a viver na verdade e na luz do Evangelho”.
Unidos ao Santo Padre nesta sua visita pastoral a França, alegramo-nos pelo acolhimento entusiasta do povo de Deus em receber o Vigário de Cristo na terra.Os jovens têm-se manifestado com todo o seu ardor e generosidade em todos os locais onde o Santo Padre tem passado.Que Nossa Senhora De Lourdes onde o Papa Bento XVI já se encontra peregrino abençoe abundantemente esta sua visita e todos os que o acompanham espiritualmente. Também em Fátima o Santo Padre foi recordado várias vezes na peregrinação aniversária, onde pedimos pelas suas intenções, é deste modo que a Igreja cresce na unidade e dá ao mundo um testemunho da mesma.
Extractos da homilia do Santo Padre aos jovens em Paris:

En este año dedicado a San Pablo, quisiera confiaros un segundo tesoro, que estaba en el centro de la vida de este Apóstol fascinante: se trata del misterio de la Cruz. El domingo, en Lourdes, celebraré la Fiesta de la Exaltación de la Santa Cruz junto con una multitud de peregrinos. Muchos de vosotros lleváis colgada del cuello una cadena con una cruz. También yo llevo una, como por otra parte todos los Obispos. No es un adorno ni una joya. Es el precioso símbolo de nuestra fe, el signo visible y material de la vinculación a Cristo. San Pablo habla claramente de la cruz al principio de su primera carta a los Corintios. En Corinto, vivía una comunidad alborotada y revuelta, expuesta a los peligros de la corrupción de las costumbres imperantes. Peligros parecidos a los que hoy conocemos. No citaré nada más que los siguientes: las querellas y luchas en el seno de la comunidad creyente, la seducción que ofrecen pseudo sabidurías religiosas o filosóficas, la superficialidad de la fe y la moral disoluta. San Pablo comienza la carta escribiendo: “El mensaje de la cruz es necedad para los que están en vías de perdición; pero, para los que están en vías de salvación –para nosotros- es fuerza de Dios” (1 Co 1,18). Después, el Apóstol muestra la singular oposición que existe entre la sabiduría y la locura, según Dios y según los hombres. Habla de ello cuando evoca la fundación de la Iglesia en Corinto y a propósito de su propia predicación. Concluye insistiendo en la hermosura de la sabiduría de Dios que Cristo y, tras de Él, sus Apóstoles enseñan al mundo y a los cristianos. Esta sabiduría, misteriosa y escondida (cf. 1 Co 2,7), nos ha sido revelada por el Espíritu, porque “a nivel humano uno no capta lo que es propio del Espíritu de Dios, le parece una locura; no es capaz de percibirlo porque sólo se puede juzgar con el criterio del Espíritu” (1 Co 2,14).
Diante da pergunta de se é um retrocesso para a Igreja a publicação do motu proprio Summorum Pontificum sobre o rito extraordinário em Latim na missa (7 de julho de 2007), o Papa explicou que «é um medo infundado, pois este ‘motu proprio’ é simplesmente um ato de tolerância, com um objetivo pastoral, para pessoas que foram formadas nesta liturgia, que a amam, que a conhecem e querem viver com esta liturgia».

«É um pequeno grupo, pois supõe uma formação em latim, uma formação em certa cultura. Mas me parece uma exigência normal da fé e da pastoral para um bispo de nossa Igreja ter amor e tolerância por estas pessoas e permitir-lhes viver com esta liturgia», reconheceu o Papa.

«Não há oposição alguma entre a liturgia renovada pelo Concílio Vaticano II e esta liturgia. Cada dia, os padres conciliares celebraram a missa segundo o rito antigo e, ao mesmo tempo, conceberam um desenvolvimento natural para a liturgia em todo este século, pois a liturgia é uma realidade viva, que se desenvolve e que conserva em seu desenvolvimento sua identidade.»

«Portanto, há certamente acentos diferentes, mas uma identidade fundamental que exclui uma contradição, uma oposição entre a liturgia renovada e a liturgia precedente. Creio que existe uma possibilidade de enriquecimento pelas duas partes.»

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Esta tarde na catedral de Notre Dame em Paris o Santo Padre Bento XVI encontrou-se com os padres, religiosas e seminaristas convidando a todos a seguir a Cristo na fidelidade .Grande entusiasmo visível nos milhares de jovens que aguardam o encontro com o Santo Padre fóra da Catedral.
Hoje , 12 de Setembro, Festa so Santísssimo Nome de Maria. o Santo Padre Bento XVI inicia a sua viagem a França onde permanecerá até segunda-feira.Peçamos a Nossa Senhora que abençõe o Santo Padre nesta sua visita apostólica e sirva de consolação a todos os crentes que vivem nesse país.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Ontem Festa da Natividade de VIRGEM MARIA nossa materna intercessora junto de Deus e de Jesus Cristo , nosso Salvador. Que Maria Santissima interceda por todos e nos proteja todos os dias da nossa vida. A Maria Imaculada nos consagramos totalmente, que Ela guie os nossos passos no caminho da santidade.
Bento XVI visitou este Domingo a Diocese italiana de Cagliari, na Sardenha. A viagem, de poucas horas, foi centrada no santuário de Nossa Senhora de Bonaria, há 100 anos padroeira da ilha

A visita papal teve como momento central a Missa, celebrada de manhã no adro em frente do santuário mariano, perante uma multidão vinda de toda a Ilha. Na homilia, para além de sublinhar como a figura de Maria se insere no projecto de Deus realizado na pessoa de Jesus Cristo, Bento XVI evocou a história do cristianismo nesta localidade.


"Na Sardenha, o cristianismo chegou não com a espada dos conquistadores ou por imposição estrangeira, mas germinou do sangue dos mártires que aqui deram a vida como acto de amor para com Deus e para com os homens. Foi nas vossas minas que pela primeira vez ressoou a Boa Nova trazida pelo Papa Ponciano e pelo presbítero Hipólito e tantos irmãos condenados a trabalhos forçados nestas minas, por causa da sua fé em Cristo”, referiu.


A parte final da homilia foi dedicada pelo Papa à devoção que os habitantes da Sardenha dedicam a Nossa Senhora, que num canto popular aclamam como “Mãe, Filha e Esposa do seu Senhor”…


Invocando Nossa Senhora como “Estrela da nova evangelização”, Bento XVI convidou a aprender de Maria como levar aos homens e mulheres do nosso tempo Cristo Salvador: “Maria vos ajude a levar Cristo às famílias, pequenas igrejas domésticas e células da sociedade, hoje mais do que nunca carecidas de confiança e de apoio tanto no plano espiritual como social”.


“Que ela vos torne capazes de evangelizar o mundo do trabalho, da economia, da política, que necessita de uma nova geração de cristãos empenhados, capazes de procurar com competência e rigor moral soluções de desenvolvimento sustentável. Em todos estes aspectos do empenho cristão podeis sempre contar com a guia e o apoio da Virgem Santa. Confiemo-nos portanto à sua intercessão materna”, acrescentou.


Depois da Missa, o Papa deslocou-se ao Seminário Regional da Sardenha, local onde foi acolhido pelo respectivo Reitor. Na Capela, perante todos os seminaristas, Bento XVI recolheu-se um momento em oração. Seguiu-se o almoço com os Bispos da Ilha.


Antes de deixar o Seminário, o Papa dirige uma palavra de agradecimento à Comissão organizadora da visita, seguindo depois para a catedral da cidade, dedicada a Nossa Senhora da Assunção. Aí teve lugar um encontro com os padres, os seminaristas e os membros da comunidade teológica da Sardenha.


À saída da Catedral, Bento XVI deslocou-se a uma praça de Cagliari, para o Encontro com os jovens, tal como fizera João Paulo II aquando da sua visita pastoral a Cagliari, em Outubro de 1985.


O actual Papa desenvolveu brevemente três pontos: família, formação e fé. Recordando que actualmente se admitem também outras formas de convivência e que por vezes se usa o termo “família” para designar outras uniões que tal não são, Bento XVI exortou vivamente os jovens a “apropriarem-se de novo” do valor da família.


“Voltai a apropriar-vos do valor da valor da família. Amai-a não só por tradição, mas por opção adulta e consciente: amai a vossa família de origem e preparai-vos a amar também aquele que com a ajuda de Deus vós próprios formareis”, pediu.


Bento XVI sublinhou que tal “preparação” é mesmo indispensável, porque “o amor verdadeiro não se improvisa”. “Para além do sentimento, o amor é feito de responsabilidade, de constância, de sentido do dever. Tudo isso se aprende através do exercício prolongado das virtudes cristãs da confiança, da pureza, do abandono à Providência, da oração”, prosseguiu.


O segundo “valor” recordado pelo Papa aos jovens da Sardenha foi “a séria formação intelectual e moral indispensável para projectar e construir o seu futuro e o da sociedade”. Finalmente, Bento XVI exaltou a importância de “uma fé sincera e profunda, que se torne substância de vida”.


Desemprego, relativismo e consumismo

Bento XVI denunciou a “praga” do desemprego e da precariedade laboral entre os jovens, considerando que estes põem em causa os projectos de vida dos jovens, levando-os à emigração e ao abandono da terra onde nasceram.


O Papa classificou a sociedade actual como “consumista”, na qual “o sucesso e o lucro se converteram nos novos ídolos perante muitos se prostram”. Nesse contexto, incentivou os jovens a serem livres e a resistirem ao niilismo e o consumismo, afirmando que o homem “pode superar a fome, mas não pode viver onde a verdade e a justiça lhe estão proibidas”.


“O pão material não basta, não é suficiente para viver de maneira plena, é necessário outro alimento, para nutrir o crescimento pessoal, da família e da sociedade”, acrescentou Bento XVI, esclarecendo que este alimento é a fé “sincera e profunda”.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

A BEATA Alexandrina de Balazar , de nacionalidade portuguesa manifestou um grande amor a Nossa Senhora como a seguir se demonstra.Aprendamos dela.

Alexandrina e a Natividade de Maria


A devoção, o carinho e o amor da Beata Alexandrina à Virgem Maria são conhecidos de todos. A “Mãezinha” do Céu foi sempre para ela, desde a mais tenra idade, um ponto de mira, uma atracção irresistível, como ela mesma no-lo diz na sua “Autobiografia”:

« Se nesta idade ― por volta dos 5 ou 6 anos ― manifestava os meus defeitos, também mostrava o meu amor para com a Mãe do Céu, e lembra-me com que entusiasmo cantava os versinhos a Nossa Senhora e até me recordo do primeiro cântico que entoei na igreja, que foi “Virgem pura, tua ternura, etc.” ».

No mesmo documento, um pouco mais adiante, ela escreveu ainda:

« Quando me encontrava com umas primas que moravam distantes, cantava com elas pelos caminhos a Ave-Maria ».

A quando da sua estadia na Póvoa de Varzim, ela recorda:

« À medida que ia crescendo, ia aumentando em mim o desejo da oração. Tudo queria aprender. Ainda conservo as devoções que aprendi na minha infância, como: Lembrai-vos, ó puríssima Virgem Maria, Ó Senhora minha, ó minha Mãe, o oferecimento das obras do dia ― Ofereço-vos, ó meu Deus ―, a oração ao Anjo da Guarda, oração a S. José e várias jaculatórias ».

Durante esse mesmo período, diz ela que « fugia do convívio delas ― das meninas com quem passeava ― e ia colher flores que desfolhava para fazer tapetes na igreja de Nossa Senhora das Dores. Era em Maio e toda me comprazia de ver o altar da Mãezinha adornado de rosas e cravos e de respirar o perfume dessas flores ».

« Todos os anos, no mês de Maio, fazia o mês da Mãezinha. Gostava muito de o fazer sozinha: meditava, cantava, rezava e chorava algumas vezes ao mesmo tempo que pedia à Mãe do Céu que me libertasse da grande tribulação que estava a passar ».

Neste mesmo mês de Maio, enviava à “Mãezinha” cartas simples, mas recheadas desse amor, desse carinho, dessa ternura que habitavam o seu humilde e puro coração.

Será ainda ― a quando dos princípios da doença que a fixará ao leito para sempre ― à Mãezinha do Céu ― a Nossa Senhora de Fátima ― que ela recorrerá para pedir a sua cura: « Não deixei de pedir muito à Mãezinha para que intercedesse por mim nas mesmas intenções ».

Não obtendo esta, « compreendi que a vontade de Nosso Senhor era que estivesse doente. Deixei de pedir a minha cura. No decorrer dos anos, estive várias vezes às portas da morte; preparava-me com os últimos Sacramentos e esperava a hora da morte resignada ».

Quando tinha 18 anos, viu-se em grande perigo, e uma vez mais, como ela nos conta, foi a “Mãezinha” que veio em seu auxílio:

« Com os meus dezoito anos ― conta ela ainda ―, vi-me num perigo muito grande, inesperadamente. Lembro-me que levava o meu tercinho na mão e que apertei uma medalha da Nossa Senhora das Graças e, de repente, livrei-me do perigo. Foi sem dúvida a Mãezinha do Céu a velar-me. Oh, como lhe estou agradecida!... »

Quando Alexandrina decidiu consagrar-se a Deus, foi uma vez mais a “Mãezinha” a portadora desta consagração definitiva e solene, mesmo se feita na intimidade do seu quarto.

« Ó minha Mãezinha do Céu, eu tenho tanta, tanta confiança em Vós que não sei explicar-vos o amor que Vos tenho. Ó minha Mãe, é muito, mas queria muito mais, muito mais; só vós me podeis alcançar essa graça e também o amor ao Vosso e meu querido Jesus. Ai, aumentai-mo muito, muito! Abrasai-me em chamas de puro amor! Sim, sim, minha boa Mãezinha! ».

Um pouco mais tarde — em 1935 —, como para recompensá-la deste amor filial à Mãe do Céu, será à “doentinha de Balasar” que Jesus pedirá a Consagração do mundo ao Coração Imaculado de Maria.

Foi também numa festa Mariana ― em Setembro de 1934 ― que ela anunciou ao Padre Mariano Pinho as “exigências” de Jesus para com ela: o anúncio da preparação à crucifixão, como podemos verificar nesta carta que a Alexandrina escreveu ao seu Director espiritual:

« Balasar, 8 de Setembro de 1934

Viva Jesus!.

Senhor Padre Pinho :

Cá estou eu, no dia do aniversário de minha querida Mãezinha do Céu, a escrever a Vª Revª. Não esperei para o dia 12, porque tenho muitas saudades; ainda está muito fresco e também me parece necessário dizer-lhe alguma coisa daqui.

Que tal foi a viagem para Lisboa? E não lhe fez mal a visita que me fez numa tarde de tanta chuva?

Sei que fez um sacrifício muito grande, mas penso que outras coisas lhe custaram mais do que a chuva. Mas paciência, quanto maior é o sacrifício, maior será a recompensa de Nosso Senhor; é esta a minha confiança.

Vou também fazer um grande sacrifício. Nosso Senhor bem o sabe e Vª Revª também faz ideia quanto me custa; mas antes de o fazer, ofereci-o ao meu bom Jesus. Quinta-feira, dia 6, o Senhor Abade veio trazer Nosso Senhor a uma doente, minha vizinha, e ao mesmo tempo, trouxe também para mim. Depois de comungar, não sei como fiquei, estava fria, parecia-me que não sabia dar as graças. Mas, louvado seja, o meu bom Jesus não olhou para a minha indignidade nem para a minha frieza; parecia-me ouvir dizer:

— Dá-me as tuas mãos, quero-as cravar Comigo, dá-me a tua cabeça, quero-a coroar de espinhos, como me fizeram a Mim, dá-me teu coração, quero-o trespassar com a lança, como me trespassaram a Mim; consagra-me todo o teu corpo, oferece-te toda a Mim, quero possuir-te por completo e fazer o que Me aprouver.

Isto foi bastante para ter ficado muito preocupada. Não sabia o que fazer; calar-me e não dizer nada: parece-me que o meu bom Jesus não queria que ocultasse isto. Isto repetiu-se na sexta-feira e hoje, dia de Nosso Senhora; assim, como também, a obediência em tudo, como já expliquei a Vª Revª.

Será isto uma ilusão minha? Ai, meu Jesus, perdoai-me se Vos ofendo. Eu não Vos queria ofender; faço por obediência, e a não ser calar-me, não sei como poderia proceder de outra forma.

A minha saúde continua a mesma, sempre com muitos sofrimentos, mas tudo vai bem, Nosso Senhor ajuda-me.

Senhor, ajuda-me.

Muitas lembranças da minha mãe e muitas, muitas saudades da Deolinda.

Fará a caridade de me abençoar e de pedir a Jesus por mim; eu também não esquecerei o Paizinho nas minhas pobres orações. Adeus, adeus.

Alexandrina Maria da Costa ».

Antes de citar as palavras que Jesus lhe transmitira, Alexandrina confessa que vai « também fazer um grande sacrifício », o que se compreende perfeitamente, pois não é evidente fazer uma tal declaração. Que pensará dela o bom Padre Pinho? Irá ele acreditar que as ditas palavras eram mesmo sobrenaturais? Não irá ele pensar que Alexandrina é uma “iluminada” que procura dar nas vistas?

E como para justificar os seus receios e sua “vergonha”, ela diz ainda: « Nosso Senhor bem o sabe e Vª Revª também faz ideia quanto me custa ».

Claro que “Nosso Senhor sabe” — foi Ele quem o disse! — ; claro que Nosso Senhor vai tocar o coração do sacerdote e, pela acção do Espírito Santo prepará-lo para ouvir, daqui em diante, tais afirmações; claro que o Padre Mariano Pinho, homem piedoso e simples como uma criança, vai acreditar, mesmo se durante algum tempo a põe à prova; claro que o bom sacerdote vai compreender que a esta jovem de 30 anos, custa confessar uma tal declaração vinda directamente do Céu: não se teria ela enganado? Não seria o seu “imaginário” o autor destas palavras?

Habitada certamente por estes escrúpulos, Alexandrina confessa humildemente que « antes de o fazer, ofereci-o ao meu bom Jesus ».

Mas, que ofereceu ela a Nosso Senhor?

Simplesmente o sacrifício de ter que revelar tais confidências de Jesus. Mas ela sabe já muito bem que todo o sacrifício agrada a Deus e que, « quanto maior é o sacrifício, maior será a recompensa de Nosso Senhor; é esta a minha confiança ».

Ela explica ainda que estas palavras de Nosso Senhor, não fora uma só vez que ela as ouvira, mas que « isto repetiu-se na sexta-feira e hoje, dia de Nosso Senhora ».

Sabemos que quando a Beata Alexandrina ditou esta carta, era Deolinda quem escrevia.

Mas nada melhor do que ouvir a própria Alexandrina no-lo contar na sua Autobiografia:

« Nosso Senhor pediu-me isto duas vezes. Não sei dizer a minha aflição, pois não queria escrever e não queria dizer à minha irmã, mas também não queria ficar calada, porque compreendia que não era a vontade de Nosso Senhor. Tinha que dizer ao meu Pai espiritual. Resolvi-me a fazer o sacrifício, pedindo à minha irmã que escrevesse em meu nome tudo o que lhe ia ditar. Ela não olhava para mim, nem eu para ela e, depois da carta escrita, tudo morreu para nós ambas, não falando mais no assunto ».

E logo a seguir ela explica mais ou menos aquilo que acima interrogavamos:

« Até esse tempo, sentia uma grande alegria para mim receber uma carta do meu director espiritual. Desde então, toda essa consolação espiritual desapareceu. Temia que ele me maltratasse, dizendo-me que tudo era falso. Eu cedi ao convite de Nosso Senhor, mas pensava que esses sacrifícios fossem só sofrimentos, embora maiores; não pensava em nada de sobrenatural. O meu director obrigou-me a que escrevesse tudo, e durante dois anos e meio não me disse que era Nosso Senhor — o que me fez sofrer bastante, apesar dos meus poucos conhecimentos ».

Portanto, como acima dizíamos, o Padre Mariano Pinho quis “testar” esta nova experiência mística da sua dirigida, por isso mesmo, “durante dois anos e meio” nada lhe disse que a pudesse confortar na ideia que era realmente Nosso Senhor que lhe falava. Mas Alexandrina sabia, estava mesmo convencida que as palavras ouvidas por ela não tinham outra fonte, outro autor que o Autor mesmo da vida, o Autor da graça e Salvador das almas: Jesus.

« Desde então — explica ela —, tinha Jesus à minha ordem, falando-me de dia e de noite. Sentia grande consolação espiritual; não me assustavam os meus sofrimentos. Em tudo sentia amor ao meu Jesus e sentia que Ele me amava, pois d’Ele recebia carícias sem conta. Só me desejava sozinha. Oh, como me sentia eu no silêncio e muito unidinha a Ele!...

Jesus desabafava muito comigo. Dizia-me coisas tristes, mas as consolações e o amor que me fazia sentir obrigavam-me a esquecer o Seus desabafos. Passava noites e noites sem descansar, a contemplar quadros que Jesus me mostrava e em conversa íntima com Ele.

E, como não podia deixar de ser, a Virgem Maria lá estava também neste viver humilde e simples da jovem de Balasar

« Também vi a Mãezinha uma vez, representando Nossa Senhora do Carmo, com o Seu Divino Filho nos braços. Outras vezes como Nossa Senhora da Conceição. Oh, como era bela!... Só queria amá-la e a Jesus! Só me sentia bem a sós com Eles! »

Tão simplesmente como Alexandrina, tão filialmente como ela nos fala, digamos nós também, nesta data aniversário do nascimento da Virgem Mãe:

Feliz aniversário, Mãezinha do Céu! Nós queremos ser vossos filhos também, nós queremos amar-vos, imploramos a vossa materna protecção e a vossa santa ajuda, para sermos verdadeiros filhos de Deus.

Viva o 8 de Setembro! Amen.

Afonso Rocha
A Igreja celebra hoje a Festa da NATIVIDADE DE MARIA, ou seja a Festa do seu nascimento.Queremos alegrar-nos e bendizer ao SENHOR por esta Festa.

"Assim se exprimiu o Padre Antônio Vieira sobre essa celebração: "Quereis saber quão feliz, quão alto é e quão digno de ser festejado o Nascimento de Maria? Vede o para que nasceu. Nasceu para que dEla nascesse Deus. (...) Perguntai aos enfermos para que nasce esta celestial Menina, dir-vos-ão que nasce para Senhora da Saúde; perguntai aos pobres, dirão que nasce para Senhora dos Remédios; perguntai aos desamparados, dirão que nasce para Senhora do Amparo; perguntai aos desconsolados, dirão que nasce para Senhora da Consolação; perguntai aos tristes, dirão que nasce para Senhora dos Prazeres; perguntai aos desesperados, dirão que nasce para Senhora da Esperança.


Os cegos dirão que nasce para Senhora da Luz; os discordes, para Senhora da Paz; os desencaminhados, para Senhora da Guia; os cativos, para Senhora do Livramento; os cercados, para Senhora da Vitória. Dirão os pleiteantes que nasce para Senhora do Bom Despacho; os navegantes, para Senhora da Boa Viagem; os temerosos da sua fortuna, para Senhora do Bom Sucesso; os desconfiados da vida, para Senhora da Boa Morte; os pecadores todos, para Senhora da Graça; e todos os seus devotos, para Senhora da Glória. E se todas estas vozes se unirem em uma só voz, dirão que nasce para ser Maria e Mãe de Jesus"

(Pe. AntônioVieira - Sermão do Nascimento da Mãe de Deus).
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