sábado, 20 de junho de 2009

MISSA TRIDENTINA EM FÁTIMA ÀS 17,30H AOS DOMINGOS




Faz-se saber que a Missa celebrada segundo as rúbricas do Missal de João XXIII é celebrada na Capela do Seminário dos Padres Marianos, em Fátima, perto do museu da Cera.

Missa Tridentina (Missal João XXIII)
Capela do Seminário dos Padres Marianos
Rua de São Paulo, 2
Domingos, 17,30h

A Missa é celebrada por um sacerdote diocesano.

Somos um grupo regular de Católicos de vários pontos de Portugal e até de outros países que na fidelidade ao Papa Bento XVI nos reunimos para participar na Santa Missa Tridentina , que o Santo Padre colocou à disposição de todos os fiéis Católicos : é por isso que vos convidamos a que venham participar .

Bento XVI:Na solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a Igreja apresenta o mistério do coração de um Deus que se comove e oferece todo o seu amor ...

Homilia do Papa ao inaugurar o Ano Sacerdotal

Nas vésperas presididas na Basílica de São Pedro

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 19 de junho de 2009 (ZENIT.org).- Publicamos a homilia que Bento XVI pronunciou nesta sexta-feira à tarde, ao inaugurar o Ano Sacerdotal, durante as vésperas da solenidade do Sagrado Coração de Jesus, que ele presidiu na Basílica Vaticana.

* * *

Queridos irmãos e irmãs:

Na antífona do Magnificat, dentro de pouco, cantaremos: “O Senhor nos acolheu em seu coração”, “Suscepit nos Dominus in sinum et cor suum”. No Antigo Testamento, fala-se 26 vezes do coração de Deus, considerado como o órgão da sua vontade: em referência ao coração de Deus, o homem é julgado. Por causa da dor que seu coração sente pelos pecados do homem, Deus decide o dilúvio, mas depois se comove diante da fraqueza humana e perdoa. Depois, há uma passagem do Antigo Testamento em que o tema do coração de Deus se expressa de maneira totalmente clara: encontra-se no capítulo 11 do livro do profeta Oseias, em que os primeiros versículos descrevem a dimensão do amor com que o Senhor se dirige a Israel na aurora de sua história: “Quando Israel era menino, eu o amei e do Egito chamei meu filho” (v. 1). Na realidade, à incansável predileção divina, Israel responde com indiferença e inclusive com ingratidão. “Mas quanto mais os chamava, tanto mais eles se afastavam de mim” (v. 2). No entanto, Ele não abandona Israel nas mãos dos inimigos, pois “meu coração se contorce dentro de mim, minhas entranhas comovem-se” (v. 8).

O coração de Deus se estremece de compaixão! Na solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a Igreja apresenta este mistério à nossa contemplação, o mistério do coração de um Deus que se comove e oferece todo o seu amor à humanidade. Um amor misterioso, que nos textos do Novo Testamento nos é revelado como incomensurável paixão de Deus pelo homem. Não se rende diante da ingratidão, nem sequer diante da rejeição do povo que Ele escolheu; mais ainda, com infinita misericórdia, envia ao mundo seu Filho unigênito para que carregue sobre si o destino do amor destruído; para que, derrotando o poder do mal e da morte, possa restituir a dignidade de filhos aos seres humanos escravizados pelo pecado. Tudo isso com um preço muito caro: o Filho unigênito do Pai se imola na cruz: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (cf. João 13, 1). Símbolo deste amor que vai muito além da morte é seu lado atravessado por uma lança. Neste sentido, uma testemunha ocular – o apóstolo João – afirma: “Um dos soldados traspassou-lhe o lado com uma lança e imediatamente saiu sangue e água” (cf. João 19, 34).

Queridos irmãos e irmãs: obrigado, pois, respondendo ao meu convite, viestes em grande número a esta celebração, pela qual entramos no Ano Sacerdotal. Saúdo os senhores cardeais e os bispos, em particular o cardeal prefeito e o secretário da Congregação para o Clero, junto a seus colaboradores, e o bispo de Ars. Saúdo os sacerdotes e seminaristas dos colégios de Roma; os religiosos e religiosas e a todos os fiéis. Dirijo uma saudação especial a Sua Beatitude Ignace Youssef Younan, patriarca de Antioquia dos Sírios, que veio a Roma para visitar-me e manifestar publicamente a ecclesiastica communio (comunhão eclesial, N. da T.), que lhe foi concedida.

Queridos irmãos e irmãs: detenhamo-nos para contemplar juntos o Coração traspassado do Crucificado. Mais uma vez, acabamos de escutar, na breve leitura tomada da carta de São Paulo aos Efésios, que “Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, quando estávamos mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo – pela graça fostes salvos! – e com ele nos ressuscitou e nos fez assentar nos céus, em Cristo Jesus” (Efésios 2, 4-6). Estar em Cristo Jesus significa já sentar-se nos céus. No Coração de Jesus se expressa o núcleo essencial do cristianismo; em Cristo nos é revelada e entregue toda a novidade revolucionária do Evangelho: o Amor que nos salva e nos faz viver já na eternidade de Deus. O evangelista João escreve: “Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (3, 16). Seu Coração divino chama então nosso coração; convida-nos a sair de nós mesmos e a abandonar nossas seguranças humanas para fiar-nos d’Ele e, seguindo seu exemplo, a fazer de nós mesmos um dom de amor sem reservas.

Se é verdade que o convite de Jesus a “permanecer em seu amor” (cf. João 15, 9) se dirige a todo batizado, na festa do Sagrado Coração de Jesus, Dia de Santificação Sacerdotal, este convite ressoa com maior força para nós, sacerdotes, em particular nesta tarde, solene início do Ano Sacerdotal, que convoquei por ocasião do 150º aniversário da morte do Santo Cura de Ars. Vem-me imediatamente à mente uma bela e comovedora afirmação, referida no Catecismo da Igreja Católica: “O sacerdócio é o amor do Coração de Jesus” (n. 1589). Como não recordar com comoção que diretamente desse Coração manou o dom do nosso ministério sacerdotal? Como esquecer que nós, presbíteros, fomos consagrados para servir, humilde e autorizadamente, ao sacerdócio comum dos fiéis? Nossa missão é indispensável para a Igreja e para o mundo, que exige fidelidade plena a Cristo e uma incessante união com Ele; isto é, exige que busquemos constantemente a santidade, como fez São João Maria Vianney. Na carta que vos dirigi por ocasião deste ano jubilar especial, queridos sacerdotes, eu quis sublinhar alguns aspectos que qualificam nosso ministério, fazendo referência ao exemplo e ao ensinamento do Santo Cura de Ars, modelo e protetor de todos os sacerdotes, em particular dos párocos. Espero que este meu texto vos sirva de ajuda e estímulo para fazer deste ano uma ocasião propícia para crescer na intimidade com Jesus, que conta conosco, seus ministros, para difundir e consolidar seu Reino, para difundir seu amor, sua verdade. E, portanto, “a exemplo do Santo Cura de Ars, deixai-vos conquistar por Ele e sereis, também vós, no mundo de hoje, mensageiros de esperança, reconciliação e paz”.

Deixar-se conquistar totalmente por Cristo! Este foi o objetivo de toda a vida de São Paulo, a quem dirigimos nossa atenção durante o Ano Paulino, que já está terminando; esta foi a meta de todo o ministério do Santo Cura de Ars, a quem invocaremos particularmente durante o Ano Sacerdotal; que este seja também o principal objetivo de cada um de nós. Para ser ministros ao serviço do Evangelho, é certamente útil e necessário o estudo com uma atenta e permanente formação pastoral, mas é ainda mais necessária essa “ciência do amor”, que só se aprende de “coração a coração” com Cristo. Ele nos chama a partir o pão do seu amor, a perdoar os pecados e a guiar o rebanho em seu nome. Precisamente por este motivo, não podemos nos afastar nunca do manancial do amor que é seu Coração atravessado na cruz.

Somente assim seremos capazes de cooperar eficazmente com o misterioso “desígnio do Pai”, que consiste em “fazer de Cristo o coração do mundo”, desígnio que se realiza na história na medida em que Jesus se converte no Coração dos corações humanos, começando por aqueles que estão chamados a estar mais perto d’Ele, os sacerdotes. As “promessas sacerdotais” que pronunciamos no dia da nossa ordenação e que renovamos cada ano, na Quinta-Feira Santa, na Missa Crismal, voltam a nos recordar este constante compromisso. Inclusive nossas carências, nossos limites e fraquezas devem nos conduzir ao Coração de Jesus. Se é verdade que os pecadores, ao contemplá-lo, devem aprender a necessária “dor dos pecados” que volta a conduzi-los ao Pai, isso se aplica ainda mais aos ministros sagrados. “Como esquecer que nada faz a Igreja, Corpo de Cristo, sofrer mais que os pecados dos seus pastores, sobretudo daqueles que se convertem em “ladrões de ovelhas” (João 10, 1ss), seja porque as desviam com suas doutrinas privadas, seja porque as atam com os laços do pecado e da morte? Também para nós, queridos sacerdotes, aplica-se o chamado à conversão e a recorrer à Misericórdia Divina, e igualmente devemos dirigir com humildade incessante a súplica ao Coração de Jesus para que nos preserve do terrível risco de causar dano àqueles a quem devemos salvar.

Há pouco, pude venerar, na Capela do Coro, a relíquia do Santo Cura de Ars: seu coração. Um coração inflamado de amor divino, que se comovia frente ao pensamento da dignidade do sacerdote e falava aos fiéis com tons tocantes e sublimes, afirmando que “depois de Deus, o sacerdote é tudo!... Ele próprio não se entenderá bem a si mesmo, senão no céu” (cf. Carta para o Ano Sacerdotal). Cultivemos, queridos irmãos, esta mesma comoção, seja para cumprir nosso ministério com generosidade e dedicação, seja para custodiar na alma um verdadeiro “temor de Deus”: temor de poder privar de tanto bem, por nossa negligência ou culpa, as almas que nos foram confiadas, ou de poder causar-lhes dano. Que Deus não o permita! A Igreja tem necessidade de sacerdotes santos, de ministros que ajudem os fiéis a experimentar o amor misericordioso do Senhor e sejam suas testemunhas convictas. Na adoração eucarística, após a celebração das Vésperas, pediremos ao Senhor que inflame o coração de cada presbítero com essa caridade pastoral capaz de fundir seu “eu” no de Jesus sacerdote, para assim poder imitá-lo na mais completa entrega de si mesmo. Que nos obtenha esta graça a Virgem Mãe, de quem amanhã contemplaremos com viva fé o Coração Imaculado. O Santo Cura de Ars vivia uma filial devoção por ela, até o ponto de que, em 1836, antecipando-se à proclamação do dogma da Imaculada Conceição, já havia consagrado sua paróquia a Maria “concebida sem pecado”. E manteve o costume de renovar frequentemente esta oferenda da paróquia à Santa Virgem, ensinando aos fiéis que “basta dirigir-se a ela para ser escutados”, pela simples razão de que ela “deseja sobretudo ver-nos felizes”. Que Nossa Senhora, nossa Mãe, nos acompanhe no Ano Sacerdotal que iniciamos hoje, para que possamos ser guias firmes e iluminados para os fiéis que o Senhor confia aos nossos cuidados pastorais. Amém!

[Tradução: Aline Banchieri.

© Copyright 2009 - Libreria Editrice Vaticana]

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Bento XVI:"Nós presbíteros fomos consagrados para servir, com humildade e autoridade, o sacerdócio comum dos fiéis"



Ano Sacerdotal inaugurado no Vaticano, diante das relíquias do Santo Cura d'Ars

Bento XVI condenou esta Sexta-feira, no Vaticano, os "pecados dos pastores" da Igreja e pediu fidelidade aos que foram consagrados neste ministério. O Papa assinalava a abertura do Ano Sacerdotal, por ele convocado no 150.º aniversário do Santo Cura d'Ars, João Maria Vianney.

Na homilia da celebração de Vésperas e diante da relíquia do coração do Cura d'Ars, o Papa disse aos padres presentes que "a nossa missão é indispensável para a Igreja e para o mundo" e que a mesma exige "fidelidade".

"Nada faz sofrer tanto a Igreja como os pecados dos seus pastores", assinalou Bento XVI, numa cerimónia que decorreu na Basílica de São Pedro e para a qual estavam convidados os sacerdotes de todo o mundo.

Ao recordar as "promessas sacerdotais" que se pronunciam no dia da ordenação, o Papa alertou para os padres que se tornam "ladrões de ovelhas, seja porque as desviam com as suas doutrinas privadas, seja porque as sufocam com laços de pecado e de morte".

Neste contexto, deixou um apelo à "conversão e ao recurso à Divina Misericórdia" para esconjurar o "terrível risco de prejudicar os que somos obrigados a salvar".

O Papa falou do "coração de Deus", "um Deus que se comove", e da "ingratidão" com que o seu amor é várias vezes recusado. "O coração de Cristo expressa o núcleo essencial do Cristianismo", indicou, aludindo a festa celebrada. Para Bento XVI, em Jesus está "toda a novidade revolucionária do Evangelho, o amor que nos salva e nos faz viver já na eternidade de Deus".

Mais à frente, lembrou a "bela e comovente afirmação" do Cura d'Ars, que dizia que "o sacerdócio é o amor pelo coração de Jesus". "Nós presbíteros fomos consagrados para servir, com humildade e autoridade, o sacerdócio comum dos fiéis", indicou.

Bento XVI desafiou os presentes a fazer deste Ano Sacerdotal "uma ocasião para crescer na intimidade com Jesus, que conta connosco, seus ministros, para difundir e consolidar o seu reino", sendo no mundo de hoje "mensageiros de esperança, reconciliação e de paz".

"Para ser ministros ao serviço do Evangelho é útil, certamente, o estudo com uma apurada e permanente formação pastoral, mas é ainda mais necessária a ‘ciência do amor' que se aprende só no ‘coração a coração' com Cristo", advertiu.

A Igreja, disse o Papa, "tem necessidade de sacerdotes santos, que ajudem os fiéis a experimentar o amor misericordioso do Senhor e sejam testemunhas convictas".

No início da celebração, Bento XVI proclamou a oração para o ano sacerdotal, pedindo que "por intercessão do Santo Cura d'Ars, as famílias cristãs se tornem ‘pequenas igrejas', nas quais as vocações e todos os carismas, dados pelo Espírito Santo, possam ser acolhidos e valorizados".
fonte:agência ecclesia

Bento XVI: no Coração de Jesus está expresso o Amor que nos salva e nos faz viver já na eternidade de Deus.


O núcleo essencial do cristianismo está no Coração de Jesus, afirmou o Papa inaugurando o Ano Sacerdotal

(19/6/2009) Depois do Ano Paulino, Bento XVI coloca a Igreja em celebração com um Ano Sacerdotal, que iniciou esta Sexta-feira, festa do Coração de Jesus e dia de oração pela santificação dos sacerdotes. A iniciativa começou com a celebração de Vésperas, na Basílica de São Pedro, presidida pelo Papa e encerra-se a 19 de Junho de 2010, após um Congresso Internacional, em Roma.
Na homilia desta tarde Bento XVI salientou que no Coração de Jesus está expresso o núcleo essencial do cristianismo: em Cristo é-nos revelada e dada inteiramente a novidade revolucionária do Evangelho: o Amor que nos salva e nos faz viver já na eternidade de Deus.
E depois de ter citado um versículo do evangelista São João “Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o seu Filho único, para que todo o que n’Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”, Bento XVI salientou que o Coração divino “ chama o nosso coração; convida-nos a sair de nós próprios, a abandonar as nossas seguranças humanas para confiarmos n’Ele, e seguindo o seu exemplo, fazer de nós um dom de amor sem reservas.”
Na sua homilia o Papa dirigindo-se depois aos padres salientou que para ser ministro “ao serviço do Evangelho é certamente útil o estudo com uma esmerada e permanente formação pastoral, mas é ainda mais necessária aquela ciência do amor que se aprende somente no coração a coração com Cristo. De facto é Ele que nos chama para distribuir o pão do seu amor, para perdoar os pecados e guiar o rebanho em seu nome.. Precisamente por isso - disse depois o Papa - nunca nos devemos afastar da fonte do Amor que é o Seu Coração trespassado na Cruz.”

Hoje Solenidade do Sagrado Coração de Jesus: principais revelações do Sagrado Coração de Jesus


PRINCIPALES REVELACIONES DEL SAGRADO CORAZÓN DE JESÚS A SANTA MARGARITA

(De las muchas manifestaciones que del Corazón de Jesús tuvo Santa Margarita María, cuatro son las consideradas más importantes.)

Primera Revelación(27 de Diciembre de 1673).
Fiesta de San Juan Evangelista.
El corazón de Margarita entra en el Sagrado Corazón. Santa Margarita está en presencia del Amor Sacramentado. Jesús la hace reposar en su divino pecho donde le descubre "las maravillas de su amor y los secretos de su Corazón". Y le dice: "Mi divino Corazón está tan apasionado de amor a los hombres, en particular hacia ti, que, pudiendo contener en El las llamas de su ardiente caridad, es necesario que las derrame valiéndose de ti, y se manifieste a ellos para enriquecerlos con los preciosos dones que te estoy descubriendo...". Le pide en seguida su corazón y lo introduce en el suyo...
Luego el Señor lo saca y lo vuelve a colocar en el pecho de Margarita, "como una llama ardiente en forma de corazón". Este fuego le producirá un intenso dolor de costado, garantía de la verdad de la aparición. Margarita queda, durante muchos días, abrasada de amor.

Segunda Revelación(1674).
Nuestro Señor nos explica como representar y venerar su Corazón.
La Santa: "Ese día el divino Corazón se me presentó en un trono de llamas, transparente como el cristal, con la llaga adorable, rodeado de espinas significando las punzadas producidas por nuestros pecados...".
El Sagrado Corazón quiere difundir esa devoción por todo el mundo, como el último esfuerzo por abrasarnos con el fuego de su Amor.
En la nueva devoción Jesús pide venerar su Corazón divino bajo la forma de un corazón de carne, la llaga de la lanza estará bien visible, lo rodearán llamas y lo ceñirán las espinas llevando en la parte superior una cruz. "Los que lo honren públicamente recibirán gracias muy especiales".

Tercera Revelación (1674).
El Corazón de Jesús: hoguera ardiente de caridad.
Nos cuenta Santa Margarita: "...Estaba ante el Santísimo Sacramento expuesto con un extraordinario recogimiento y se presentó delante de mí Jesucristo, mi amado Dueño, todo resplandeciente de gloria, con sus cinco llagas brillantes como cinco soles, despidiendo de su Sagrada Humanidad rayos de luz de todas partes pero sobre todo de su adorable pecho, que parecía un horno encendido; y, habiéndose abierto, me descubrió su amante y amable Corazón, vivo manantial de tales llamas. Me fue haciendo entender entonces las inexplicables maravillas de su puro amor hacia los hombres de quienes no recibía más que ingratitudes... Amante apasionado se queja de la falta de amor de los suyos y, divino mendigo, nos tiende la mano pidiendo nuestro amor."
Le pide que comulgue cada vez que pueda, especialmente todos los primeros Viernes. Le pide también la Hora Santa en la noche del Jueves al Viernes, de 23 a 24 horas, para acompañarlo en la humilde y dolorosa oración que hizo a su Padre en el Huerto de los Olivos, antes de Su Pasión.

Cuarta Revelación(El Gran encuentro del 16 de Junio de 1675).
El gran dolor del Corazón de Jesús. La institución de su Fiesta.
Es considerada la más importante. Ese día, se hallaba la Santa adorando el Santísimo Sacramento en profunda contemplación, cuando se le aparece Nuestro Señor Jesucristo mostrándole su Divino Corazón, y le dice: "Mira este Corazón que tanto ha amado a los hombres y al que nada se ha perdonado hasta consumirse y agotarse para demostrarles su Amor: y en cambio, no recibe de la mayoría más que ingratitudes, por las irreverencias, desprecios y sacrilegios hacia Él en este Sacramento de Amor.'' (La Eucaristía).

"Pero lo que todavía me es más doloroso -agregó el Salvador con un acento que estremeció a la Santa- es que obran así hasta los corazones que, de manera especial, se han consagrado a Mí. Por esto te pido que el viernes siguiente a la fiesta de Corpus Christi, se celebre una fiesta particular para honrar mi Corazón, comulgando en dicho día y reparando las ofensas que he recibido en eI Sacramento del Altar. Te prometo que mí Corazón derramará con abundancia las bendiciones de su Divino Amor sobre cuantos le tributen este homenaje y trabajen en propagar esta práctica".

LAS PROMESAS QUE HIZO JESÚS A SANTA MARGARITA, Y POR MEDIO DE ELLA A TODOS LOS DEVOTOS DE SU SAGRADO CORAZÓN.

1. Les daré todas las gracias necesarias a su estado.
2. Pondré paz en sus familias.
3. Les consolaré en sus penas.
4. Seré su refugio seguro durante la vida, y, sobre todo, en la hora de la muerte.
5. Derramaré abundantes bendiciones sobre todas sus empresas.
6. Bendeciré las casas en que la imagen de mi Corazón sea expuesta y venerada.
7. Los pecadores hallarán en mi Corazón la fuente, el Océano infinito de la misericordia.
8. Las almas tibias se volverán fervorosas.
9. Las almas fervorosas se elevarán a gran perfección.
10. Daré a los sacerdotes el talento de mover los corazones más empedernidos.
11. Las personas que propaguen esta devoción tendrán su nombre escrito en mi Corazón, y jamás será borrado de El.
12. Les prometo en el exceso de mi misericordia, que mi amor todopoderoso concederá a todos aquellos que comulgaren por nueve primeros viernes consecutivos, la gracia de la perseverancia final; no morirán sin mi gracia, ni sin la recepción de los santos sacramentos. Mi Corazón será su seguro refugio en aquel momento supremo.

Las condiciones para ganar esta gracia son tres:
1. Recibir la Sagrada Comunión durante nueve primeros viernes de mes de forma consecutiva y sin ninguna interrupción.
2. Tener la intención de honrar al Sagrado Corazón de Jesús y de alcanzar la perseverancia final.
3. Ofrecer cada Sagrada Comunión como un acto de expiación por las ofensas cometidas contra el Santísimo Sacramento.
fonte:benedicamus Dómino

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O Papa dirigiu uma carta aos presbíteros do mundo inteiro por ocasião do Ano Sacerdotal, no150º aniversario da morte de João Maria Vianney, o Santo Cu






Amanha, Solenidade do Sagrado Coração de Jesus e jornada de santificação sacerdotal, Bento XVI inaugurará este ano jubilar durante a celebração das vésperas na basílica vaticana.

Este é o texto completo da carta, que se publicou em Alemão, Espanhol, Francês, Inglês, Italiano, Polonês e Português:


Amados irmãos no sacerdócio,

Na próxima solenidade do Sacratíssimo Coração de Jesus, sexta-feira 19 de Junho de 2009 – dia dedicado tradicionalmente à oração pela santificação do clero – tenho em mente proclamar oficialmente um «Ano Sacerdotal» por ocasião do 150.º aniversário do «dies natalis» de João Maria Vianney, o Santo Patrono de todos os párocos do mundo.[1] Tal ano, que pretende contribuir para fomentar o empenho de renovação interior de todos os sacerdotes para um seu testemunho evangélico mais vigoroso e incisivo, terminará na mesma solenidade de 2010. «O sacerdócio é o amor do Coração de Jesus»: costumava dizer o Santo Cura d’Ars.[2] Esta tocante afirmação permite-nos, antes de mais nada, evocar com ternura e gratidão o dom imenso que são os sacerdotes não só para a Igreja mas também para a própria humanidade. Penso em todos os presbíteros que propõem, humilde e quotidianamente, aos fiéis cristãos e ao mundo inteiro as palavras e os gestos de Cristo, procurando aderir a Ele com os pensamentos, a vontade, os sentimentos e o estilo de toda a sua existência. Como não sublinhar as suas fadigas apostólicas, o seu serviço incansável e escondido, a sua caridade tendencialmente universal? E que dizer da fidelidade corajosa de tantos sacerdotes que, não obstante dificuldades e incompreensões, continuam fiéis à sua vocação: a de «amigos de Cristo», por Ele de modo particular chamados, escolhidos e enviados?

Eu mesmo guardo ainda no coração a recordação do primeiro pároco junto de quem exerci o meu ministério de jovem sacerdote: deixou-me o exemplo de uma dedicação sem reservas ao próprio serviço sacerdotal, a ponto de encontrar a morte durante o próprio acto de levar o viático a um doente grave. Depois repasso na memória os inumeráveis irmãos que encontrei e encontro, inclusive durante as minhas viagens pastorais às diversas nações, generosamente empenhados no exercício diário do seu ministério sacerdotal. Mas a expressão utilizada pelo Santo Cura d’Ars evoca também o Coração traspassado de Cristo com a coroa de espinhos que O envolve. E isto leva o pensamento a deter-se nas inumeráveis situações de sofrimento em que se encontram imersos muitos sacerdotes, ou porque participantes da experiência humana da dor na multiplicidade das suas manifestações, ou porque incompreendidos pelos próprios destinatários do seu ministério: como não recordar tantos sacerdotes ofendidos na sua dignidade, impedidos na sua missão e, às vezes, mesmo perseguidos até ao supremo testemunho do sangue?

Infelizmente existem também situações, nunca suficientemente deploradas, em que é a própria Igreja a sofrer pela infidelidade de alguns dos seus ministros. Daí advém então para o mundo motivo de escândalo e de repulsa. O máximo que a Igreja pode recavar de tais casos não é tanto a acintosa relevação das fraquezas dos seus ministros, como sobretudo uma renovada e consoladora consciência da grandeza do dom de Deus, concretizado em figuras esplêndidas de generosos pastores, de religiosos inflamados de amor por Deus e pelas almas, de directores espirituais esclarecidos e pacientes. A este respeito, os ensinamentos e exemplos de S. João Maria Vianney podem oferecer a todos um significativo ponto de referência. O Cura d’Ars era humilíssimo, mas consciente de ser, enquanto padre, um dom imenso para o seu povo: «Um bom pastor, um pastor segundo o coração de Deus, é o maior tesouro que o bom Deus pode conceder a uma paróquia e um dos dons mais preciosos da misericórdia divina».[3] Falava do sacerdócio como se não conseguisse alcançar plenamente a grandeza do dom e da tarefa confiados a uma criatura humana: «Oh como é grande o padre! (…) Se lhe fosse dado compreender-se a si mesmo, morreria. (…) Deus obedece-lhe: ele pronuncia duas palavras e, à sua voz, Nosso Senhor desce do céu e encerra-se numa pequena hóstia».[4] E, ao explicar aos seus fiéis a importância dos sacramentos, dizia: «Sem o sacramento da Ordem, não teríamos o Senhor. Quem O colocou ali naquele sacrário? O sacerdote. Quem acolheu a vossa alma no primeiro momento do ingresso na vida? O sacerdote. Quem a alimenta para lhe dar a força de realizar a sua peregrinação? O sacerdote. Quem a há-de preparar para comparecer diante de Deus, lavando-a pela última vez no sangue de Jesus Cristo? O sacerdote, sempre o sacerdote. E se esta alma chega a morrer [pelo pecado], quem a ressuscitará, quem lhe restituirá a serenidade e a paz? Ainda o sacerdote. (…) Depois de Deus, o sacerdote é tudo! (…) Ele próprio não se entenderá bem a si mesmo, senão no céu».[5] Estas afirmações, nascidas do coração sacerdotal daquele santo pároco, podem parecer excessivas. Nelas, porém, revela-se a sublime consideração em que ele tinha o sacramento do sacerdócio. Parecia subjugado por uma sensação de responsabilidade sem fim: «Se compreendêssemos bem o que um padre é sobre a terra, morreríamos: não de susto, mas de amor. (…) Sem o padre, a morte e a paixão de Nosso Senhor não teria servido para nada. É o padre que continua a obra da Redenção sobre a terra (…) Que aproveitaria termos uma casa cheia de ouro, senão houvesse ninguém para nos abrir a porta? O padre possui a chave dos tesouros celestes: é ele que abre a porta; é o ecónomo do bom Deus; o administrador dos seus bens (…) Deixai uma paróquia durante vinte anos sem padre, e lá adorar-se-ão as bestas. (…) O padre não é padre para si mesmo, é-o para vós».[6]

Tinha chegado a Ars, uma pequena aldeia com 230 habitantes, precavido pelo Bispo de que iria encontrar uma situação religiosamente precária: «Naquela paróquia, não há muito amor de Deus; infundi-lo-eis vós». Por conseguinte, achava-se plenamente consciente de que devia ir para lá a fim de encarnar a presença de Cristo, testemunhando a sua ternura salvífica: «[Meu Deus], concedei-me a conversão da minha paróquia; aceito sofrer tudo aquilo que quiserdes por todo o tempo da minha vida!»: foi com esta oração que começou a sua missão.[7] E, à conversão da sua paróquia, dedicou-se o Santo Cura com todas as suas energias, pondo no cume de cada uma das suas ideias a formação cristã do povo a ele confiado. Amados irmãos no sacerdócio, peçamos ao Senhor Jesus a graça de podermos também nós assimilar o método pastoral de S. João Maria Vianney. A primeira coisa que devemos aprender é a sua total identificação com o próprio ministério. Em Jesus, tendem a coincidir Pessoa e Missão: toda a sua acção salvífica era e é expressão do seu «Eu filial» que, desde toda a eternidade, está diante do Pai em atitude de amorosa submissão à sua vontade. Com modesta mas verdadeira analogia, também o sacerdote deve ansiar por esta identificação. Não se trata, certamente, de esquecer que a eficácia substancial do ministério permanece independentemente da santidade do ministro; mas também não se pode deixar de ter em conta a extraordinária frutificação gerada do encontro entre a santidade objectiva do ministério e a subjectiva do ministro. O Cura d’Ars principiou imediatamente este humilde e paciente trabalho de harmonização entre a sua vida de ministro e a santidade do ministério que lhe estava confiado, decidindo «habitar», mesmo materialmente, na sua igreja paroquial: «Logo que chegou, escolheu a igreja por sua habitação. (…) Entrava na igreja antes da aurora e não saía de lá senão à tardinha depois do Angelus. Quando precisavam dele, deviam procurá-lo lá»: lê-se na primeira biografia.[8]

O exagero devoto do pio hagiógrafo não deve fazer-nos esquecer o facto de que o Santo Cura soube também «habitar» activamente em todo o território da sua paróquia: visitava sistematicamente os doentes e as famílias; organizava missões populares e festas dos Santos Patronos; recolhia e administrava dinheiro para as suas obras sócio-caritativas e missionárias; embelezava a sua igreja e dotava-a de alfaias sagradas; ocupava-se das órfãs da «Providence» (um instituto fundado por ele) e das suas educadoras; tinha a peito a instrução das crianças; fundava confrarias e chamava os leigos para colaborar com ele.

O seu exemplo induz-me a evidenciar os espaços de colaboração que é imperioso estender cada vez mais aos fiéis leigos, com os quais os presbíteros formam um único povo sacerdotal[9] e no meio dos quais, em virtude do sacerdócio ministerial, se encontram «para os levar todos à unidade, “amando-se uns aos outros com caridade fraterna, e tendo os outros por mais dignos” (Rm 12, 10)».[10] Neste contexto, há que recordar o caloroso e encorajador convite feito pelo Concílio Vaticano II aos presbíteros para que «reconheçam e promovam sinceramente a dignidade e participação própria dos leigos na missão da Igreja. Estejam dispostos a ouvir os leigos, tendo fraternalmente em conta os seus desejos, reconhecendo a experiência e competência deles nos diversos campos da actividade humana, para que, juntamente com eles, saibam reconhecer os sinais dos tempos». [11]

O Santo Cura ensinava os seus paroquianos sobretudo com o testemunho da vida. Pelo seu exemplo, os fiéis aprendiam a rezar, detendo-se de bom grado diante do sacrário para uma visita a Jesus Eucaristia.[12] «Para rezar bem – explicava-lhes o Cura –, não há necessidade de falar muito. Sabe-se que Jesus está ali, no tabernáculo sagrado: abramos-Lhe o nosso coração, alegremo-nos pela sua presença sagrada. Esta é a melhor oração».[13] E exortava: «Vinde à comunhão, meus irmãos, vinde a Jesus. Vinde viver d’Ele para poderdes viver com Ele».[14] «É verdade que não sois dignos, mas tendes necessidade!».[15] Esta educação dos fiéis para a presença eucarística e para a comunhão adquiria um eficácia muito particular, quando o viam celebrar o Santo Sacrifício da Missa. Quem ao mesmo assistia afirmava que «não era possível encontrar uma figura que exprimisse melhor a adoração. (...) Contemplava a Hóstia amorosamente».[16] Dizia ele: «Todas as boas obras reunidas não igualam o valor do sacrifício da Missa, porque aquelas são obra de homens, enquanto a Santa Missa é obra de Deus».[17] Estava convencido de que todo o fervor da vida de um padre dependia da Missa: «A causa do relaxamento do sacerdote é porque não presta atenção à Missa! Meu Deus, como é de lamentar um padre que celebra [a Missa] como se fizesse um coisa ordinária!».[18] E, ao celebrar, tinha tomado o costume de oferecer sempre também o sacrifício da sua própria vida: «Como faz bem um padre oferecer-se em sacrifício a Deus todas as manhãs!».[19]

Esta sintonia pessoal com o Sacrifício da Cruz levava-o – por um único movimento interior – do altar ao confessionário. Os sacerdotes não deveriam jamais resignar-se a ver os seus confessionários desertos, nem limitar-se a constatar o menosprezo dos fiéis por este sacramento. Na França, no tempo do Santo Cura d’Ars, a confissão não era mais fácil nem mais frequente do que nos nossos dias, pois a tormenta revolucionária tinha longamente sufocado a prática religiosa. Mas ele procurou de todos os modos, com a pregação e o conselho persuasivo, fazer os seus paroquianos redescobrirem o significado e a beleza da Penitência sacramental, apresentando-a como uma exigência íntima da Presença eucarística. Pôde assim dar início a um círculo virtuoso. Com as longas permanências na igreja junto do sacrário, fez com que os fiéis começassem a imitá-lo, indo até lá visitar Jesus, e ao mesmo tempo estivessem seguros de que lá encontrariam o seu pároco, disponível para os ouvir e perdoar. Em seguida, a multidão crescente dos penitentes, provenientes de toda a França, haveria de o reter no confessionário até 16 horas por dia. Dizia-se então que Ars se tinha tornado «o grande hospital das almas».[20] «A graça que ele obtinha [para a conversão dos pecadores] era tão forte que aquela ia procurá-los sem lhes deixar um momento de trégua!»: diz o primeiro biógrafo.[21] E assim o pensava o Santo Cura d’Ars, quando afirmava: «Não é o pecador que regressa a Deus para Lhe pedir perdão, mas é o próprio Deus que corre atrás do pecador e o faz voltar para Ele».[22] «Este bom Salvador é tão cheio de amor que nos procura por todo o lado».[23]

Todos nós, sacerdotes, deveríamos sentir que nos tocam pessoalmente estas palavras que ele colocava na boca de Cristo: «Encarregarei os meus ministros de anunciar aos pecadores que estou sempre pronto a recebê-los, que a minha misericórdia é infinita».[24] Do Santo Cura d’Ars, nós, sacerdotes, podemos aprender não só uma inexaurível confiança no sacramento da Penitência que nos instigue a colocá-lo no centro das nossas preocupações pastorais, mas também o método do «diálogo de salvação» que nele se deve realizar. O Cura d’Ars tinha maneiras diversas de comportar-se segundo os vários penitentes. Quem vinha ao seu confessionário atraído por uma íntima e humilde necessidade do perdão de Deus, encontrava nele o encorajamento para mergulhar na «torrente da misericórdia divina» que, no seu ímpeto, tudo arrasta e depura. E se aparecia alguém angustiado com o pensamento da sua debilidade e inconstância, temeroso por futuras quedas, o Cura d’Ars revelava-lhe o segredo de Deus com um discurso de comovente beleza: «O bom Deus sabe tudo. Ainda antes de vos confessardes, já sabe que voltareis a pecar e todavia perdoa-vos. Como é grande o amor do nosso Deus, que vai até ao ponto de esquecer voluntariamente o futuro, só para poder perdoar-nos!».[25] Diversamente, a quem se acusava de forma tíbia e quase indiferente, expunha, através das suas próprias lágrimas, a séria e dolorosa evidência de quão «abominável» fosse aquele comportamento. «Choro, porque vós não chorais»:[26] exclamava ele. «Se ao menos o Senhor não fosse assim tão bom! Mas é assim bom! Só um bárbaro poderia comportar-se assim diante de um Pai tão bom!».[27] Fazia brotar o arrependimento no coração dos tíbios, forçando-os a verem com os próprios olhos o sofrimento de Deus, causado pelos pecados, quase «encarnado» no rosto do padre que os atendia de confissão. Entretanto a quem se apresentava já desejoso e capaz de uma vida espiritual mais profunda, abria-lhe de par em par as profundidades do amor, explicando a inexprimível beleza de poder viver unidos a Deus e na sua presença: «Tudo sob o olhar de Deus, tudo com Deus, tudo para agradar a Deus. (...) Como é belo!»[28] E ensinava-lhes a rezar assim: «Meu Deus, dai-me a graça de Vos amar tanto quanto é possível que eu Vos ame!».[29]

No seu tempo, o Cura d’Ars soube transformar o coração e a vida de muitas pessoas, porque conseguiu fazer-lhes sentir o amor misericordioso do Senhor. Também hoje é urgente igual anúncio e testemunho da verdade do Amor: Deus caritas est (1 Jo 4, 8). Com a Palavra e os Sacramentos do seu Jesus, João Maria Vianney sabia instruir o seu povo, ainda que frequentemente suspirava convencido da sua pessoal inaptidão a ponto de ter desejado diversas vezes subtrair-se às responsabilidades do ministério paroquial de que se sentia indigno. Mas, com exemplar obediência, ficou sempre no seu lugar, porque o consumia a paixão apostólica pela salvação das almas. Procurava aderir totalmente à própria vocação e missão por meio de uma severa ascese: «Para nós, párocos, a grande desdita – deplorava o Santo – é entorpecer-se a alma»,[30] entendendo, com isso, o perigo de o pastor se habituar ao estado de pecado ou de indiferença em que vivem muitas das suas ovelhas. Com vigílias e jejuns, punha freio ao corpo, para evitar que opusesse resistência à sua alma sacerdotal. E não se esquivava a mortificar-se a si mesmo para bem das almas que lhe estavam confiadas e para contribuir para a expiação dos muitos pecados ouvidos em confissão. Explicava a um colega sacerdote: «Dir-vos-ei qual é a minha receita: dou aos pecadores uma penitência pequena e o resto faço-o eu no lugar deles».[31] Independentemente das penitências concretas a que se sujeitava o Cura d’Ars, continua válido para todos o núcleo do seu ensinamento: as almas custam o sangue de Cristo e o sacerdote não pode dedicar-se à sua salvação se se recusa a contribuir com a sua parte para o «alto preço» da redenção.

No mundo actual, não menos do que nos tempos difíceis do Cura d’Ars, é preciso que os presbíteros, na sua vida e acção, se distingam por um vigoroso testemunho evangélico. Observou, justamente, Paulo VI que «o homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres ou então, se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas».[32] Para que não se forme um vazio existencial em nós e fique comprometida a eficácia do nosso ministério, é preciso não cessar de nos interrogarmos: «Somos verdadeiramente permeados pela Palavra de Deus? É verdade que esta é o alimento de que vivemos, mais de que o sejam o pão e as coisas deste mundo? Conhecemo-la verdadeiramente? Amamo-la? De tal modo nos ocupamos interiormente desta palavra, que a mesma dá realmente um timbre à nossa vida e forma o nosso pensamento?».[33] Assim como Jesus chamou os Doze para estarem com Ele (cf. Mc 3, 14) e só depois é que os enviou a pregar, assim também nos nossos dias os sacerdotes são chamados a assimilar aquele «novo estilo de vida» que foi inaugurado pelo Senhor Jesus e assumido pelos Apóstolos.[34]

Foi precisamente a adesão sem reservas a este «novo estilo de vida» que caracterizou o trabalho ministerial do Cura d’Ars. O Papa João XXIII, na carta encíclica Sacerdotii nostri primordia – publicada em 1959, centenário da morte de S. João Maria Vianney –, apresentava a sua fisionomia ascética referindo-se de modo especial ao tema dos «três conselhos evangélicos», considerados necessários também para os presbíteros: «Embora, para alcançar esta santidade de vida, não seja imposta ao sacerdote como própria do estado clerical a prática dos conselhos evangélicos, entretanto esta representa para ele, como para todos os discípulos do Senhor, o caminho regular da santificação cristã».[35] O Cura d’Ars soube viver os «conselhos evangélicos» segundo modalidades apropriadas à sua condição de presbítero. Com efeito, a sua pobreza não foi a mesma de um religioso ou de um monge, mas a requerida a um padre: embora manejasse com muito dinheiro (dado que os peregrinos mais abonados não deixavam de se interessar pelas suas obras sócio-caritativas), sabia que tudo era dado para a sua igreja, os seus pobres, os seus órfãos, as meninas da sua «Providence»,[36] as suas famílias mais indigentes. Por isso, ele «era rico para dar aos outros e era muito pobre para si mesmo».[37] Explicava: «O meu segredo é simples: dar tudo e não guardar nada».[38] Quando se encontrava com as mãos vazias, dizia contente aos pobres que se lhe dirigiam: «Hoje sou pobre como vós, sou um dos vossos».[39] Deste modo pôde, ao fim da vida, afirmar com absoluta serenidade: «Não tenho mais nada. Agora o bom Deus pode chamar-me quando quiser!».[40] Também a sua castidade era aquela que se requeria a um padre para o seu ministério. Pode-se dizer que era a castidade conveniente a quem deve habitualmente tocar a Eucaristia e que habitualmente a fixa com todo o entusiasmo do coração e com o mesmo entusiasmo a dá aos seus fiéis. Dele se dizia que «a castidade brilhava no seu olhar», e os fiéis apercebiam-se disso quando ele se voltava para o sacrário fixando-o com os olhos de um enamorado.[41] Também a obediência de S. João Maria Vianney foi toda encarnada na dolorosa adesão às exigências diárias do seu ministério. É sabido como o atormentava o pensamento da sua própria inaptidão para o ministério paroquial e o desejo que tinha de fugir «para chorar a sua pobre vida, na solidão».[42] Somente a obediência e a paixão pelas almas conseguiam convencê-lo a continuar no seu lugar. A si próprio e aos seus fiéis explicava: «Não há duas maneiras boas de servir a Deus. Há apenas uma: servi-Lo como Ele quer ser servido».[43] A regra de ouro para levar uma vida obediente parecia-lhe ser esta: «Fazer só aquilo que pode ser oferecido ao bom Deus».[44]

No contexto da espiritualidade alimentada pela prática dos conselhos evangélicos, aproveito para dirigir aos sacerdotes, neste Ano a eles dedicado, um convite particular para saberem acolher a nova primavera que, em nossos dias, o Espírito está a suscitar na Igreja, através nomeadamente dos Movimentos Eclesiais e das novas Comunidades. «O Espírito é multiforme nos seus dons. (…) Ele sopra onde quer. E fá-lo de maneira inesperada, em lugares imprevistos e segundo formas precedentemente inimagináveis (…); mas demonstra-nos também que Ele age em vista do único Corpo e na unidade do único Corpo».[45] A propósito disto, vale a indicação do decreto Presbyterorum ordinis: «Sabendo discernir se os espíritos vêm de Deus, [os presbíteros] perscrutem com o sentido da fé, reconheçam com alegria e promovam com diligência os multiformes carismas dos leigos, tanto os mais modestos como os mais altos».[46] Estes dons, que impelem não poucos para uma vida espiritual mais elevada, podem ser de proveito não só para os fiéis leigos mas também para os próprios ministros. Com efeito, da comunhão entre ministros ordenados e carismas pode brotar «um válido impulso para um renovado compromisso da Igreja no anúncio e no testemunho do Evangelho da esperança e da caridade em todos os recantos do mundo».[47] Queria ainda acrescentar, apoiado na exortação apostólica Pastores dabo vobis do Papa João Paulo II, que o ministério ordenado tem uma radical «forma comunitária» e pode ser cumprido apenas na comunhão dos presbíteros com o seu Bispo.[48] É preciso que esta comunhão entre os sacerdotes e com o respectivo Bispo, baseada no sacramento da Ordem e manifestada na concelebração eucarística, se traduza nas diversas formas concretas de uma fraternidade sacerdotal efectiva e afectiva.[49] Só deste modo é que os sacerdotes poderão viver em plenitude o dom do celibato e serão capazes de fazer florir comunidades cristãs onde se renovem os prodígios da primeira pregação do Evangelho.

O Ano Paulino, que está a chegar ao fim, encaminha o nosso pensamento também para o Apóstolo das nações, em quem refulge aos nossos olhos um modelo esplêndido de sacerdote, totalmente «doado» ao seu ministério. «O amor de Cristo nos impele – escrevia ele –, ao pensarmos que um só morreu por todos e que todos, portanto, morreram» (2 Cor 5, 14). E acrescenta: Ele «morreu por todos, para que os vivos deixem de viver para si próprios, mas vivam para Aquele que morreu e ressuscitou por eles» (2 Cor 5, 15). Que programa melhor do que este poderia ser proposto a um sacerdote empenhado a avançar pela estrada da perfeição cristã?

Amados sacerdotes, a celebração dos cento e cinquenta anos da morte de S. João Maria Vianney (1859) segue-se imediatamente às celebrações há pouco encerradas dos cento e cinquenta anos das aparições de Lourdes (1858). Já em 1959, o Beato Papa João XXIII anotara: «Pouco antes que o Cura d’Ars concluísse a sua longa carreira cheia de méritos, a Virgem Imaculada aparecera, noutra região da França, a uma menina humilde e pura para lhe transmitir uma mensagem de oração e penitência, cuja imensa ressonância espiritual há um século que é bem conhecida. Na realidade, a vida do santo sacerdote, cuja comemoração celebramos, fora de antemão uma viva ilustração das grandes verdades sobrenaturais ensinadas à vidente de Massabielle. Ele próprio nutria pela Imaculada Conceição da Santíssima Virgem uma vivíssima devoção, ele que, em 1836, tinha consagrado a sua paróquia a Maria concebida sem pecado e havia de acolher com tanta fé e alegria a definição dogmática de 1854».[50] O Santo Cura d’Ars sempre recordava aos seus fiéis que «Jesus Cristo, depois de nos ter dado tudo aquilo que nos podia dar, quis ainda fazer-nos herdeiros de quanto Ele tem de mais precioso, ou seja, da sua Santa Mãe».[51]

À Virgem Santíssima entrego este Ano Sacerdotal, pedindo-Lhe para suscitar no ânimo de cada presbítero um generoso relançamento daqueles ideais de total doação a Cristo e à Igreja que inspiraram o pensamento e a acção do Santo Cura d’Ars. Com a sua fervorosa vida de oração e o seu amor apaixonado a Jesus crucificado, João Maria Vianney alimentou a sua quotidiana doação sem reservas a Deus e à Igreja. Possa o seu exemplo suscitar nos sacerdotes aquele testemunho de unidade com o Bispo, entre eles próprios e com os leigos que é tão necessário hoje, como o foi sempre. Não obstante o mal que existe no mundo, ressoa sempre actual a palavra de Cristo aos seus apóstolos, no Cenáculo: «No mundo sofrereis tribulações. Mas tende confiança: Eu venci o mundo» (Jo 16, 33). A fé no divino Mestre dá-nos a força para olhar confiadamente o futuro. Amados sacerdotes, Cristo conta convosco. A exemplo do Santo Cura d’Ars, deixai-vos conquistar por Ele e sereis também vós, no mundo actual, mensageiros de esperança, de reconciliação, de paz.

Com a minha bênção.

Vaticano, 16 de Junho de 2009.

BENEDICTUS PP. XVI


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[1] Assim o proclamou o Sumo Pontífice Pio XI, em 1929.
[2] «Le Sacerdoce, c’est l’amour du cœr de Jésus», in Le Curé d’Ars. Sa pensée – son cœur, obra cuidada por Abbé Bernard Nodet (ed. Xavier Mappus, Foi Vivante, 1966), pág. 98. Em seguida, será citada: Nodet. A mesma frase aparece no Catecismo da Igreja Católica, n. 1589.
[3] Nodet, 101.
[4] Ibid., 97.
[5] Ibid., 98-99.
[6] Ibid., 98-100.
[7] Ibid., 183.
[8] MONNIN A., Il Curato d’Ars. Vita di Gian-Battista-Maria Vianney, vol. I (ed. Marietti, Turim 1870), pág. 122.
[9] Cf. Lumen gentium, 10.
[10] Presbyterorum ordinis, 9.
[11] Ibid., 9.
[12] «A contemplação é o olhar de fé, fixado em Jesus. “Eu olho para Ele e Ele olha para mim” – dizia, no tempo do seu santo Cura, um camponês d’Ars em oração diante do sacrário» (Catecismo da Igreja Católica, n. 2715).
[13] Nodet, 85.
[14] Ibid., 114.
[15] Ibid., 119.
[16] MONNIN A., o.c., II, pág. 430ss.
[17] Nodet, 105.
[18] Ibid., 105.
[19] Ibid., 104.
[20] MONNIN A., o.c., II, pág. 293.
[21] Ibid., II, pág. 10.
[22] Nodet, 128.
[23] Ibid., 50.
[24] Ibid., 131.
[25] Ibid., 130.
[26] Ibid., 27.
[27] Ibid., 139.
[28] Ibid., 28.
[29] Ibid., 77.
[30] Ibid., 102.
[31] Ibid., 189.
[32] Evangelii nuntiandi, 41.
[33] BENTO XVI, Homilia na Missa Crismal (9 de Abril de 2009).
[34] Cf. BENTO XVI, Discurso à Assembleia plenária da Congregação do Clero (16 de Março de 2009).
[35] Parte I.
[36] Este foi o nome que deu à casa onde fez alojar e educar mais de 60 meninas abandonadas. Para mantê-la, a nada se poupava: «J’ai fait tous les commerces imaginables» - dizia ele sorrindo (Nodet, 214).
[37] Nodet, 216.
[38] Ibid., 215.
[39] Ibid., 216.
[40] Ibid., 214.
[41] Cf. ibid., 112.
[42] Cf. ibid., 82-84.102-103.
[43] Ibid., 75.
[44] Ibid., 76.
[45] BENTO XVI, Homilia na Vigília de Pentecostes (3 de Junho de 2006).
[46] N. 9.
[47] BENTO XVI, Discurso aos Bispos amigos do Movimento dos Focolares e da Comunidade de Santo Egídio (8 de Fevereiro de 2007).
[48] Cf. n. 17.
[49] Cf. JOÃO PAULO II, Exort. ap. Pastores dabo vobis , 74.
[50] Carta enc. Sacerdotii nostri primordia, parte III.
[51] Nodet, 244.


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Dietro l’opposizione intra-ecclesiale all’insegnamento di Benedetto XVI c’è il pensiero di Karl Rahner, maestro del Concilio, di Martini e relativismo




di Roberto de Mattei

Il nome di Karl Rahner è un passaggio obbligato per chi voglia entrare nel cuore del dibattito intraecclesiale dei nostri giorni. Come perito conciliare del cardinale Franz König il gesuita tedesco svolse, dietro le quinte, un ruolo cruciale nel Vaticano II, fino a essere definito dall’allora decano della Gregoriana, Juan Alfaro, “il massimo ispiratore del Concilio”. Di certo ha dominato il postconcilio come conferenziere di grido e scrittore dalla alluvionale produzione, pronto a intervenire disinvoltamente su tutti i problemi del momento: i suoi titoli sono oltre quattromila, le sue opere, tradotte e diffuse in tutto il mondo, continuano a esercitare una larga influenza sul mondo cattolico contemporaneo.

Sembra giunta però l’ora di “uscire da Rahner”, come implicitamente auspicato da Benedetto XVI nell’ormai storico discorso alla Curia Romana del 22 dicembre 2005, sulle “ermeneutiche” del Concilio Vaticano II. Lo “spirito del Concilio” a cui si richiamano gli ermeneuti della “discontinuità” ha infatti la sua fonte nel Geist in Welt di Rahner, quello “Spirito nel mondo” che è il titolo del suo primo importante libro, pubblicato nel 1939. Se in questo volume Rahner delinea la sua concezione filosofica della conoscenza, nel successivo, “Uditori della parola” (Hörer des Wortes), pubblicato nel 1941, espone la sua visione propriamente teologica. Le tesi di questi due libri e dei successivi, già lucidamente criticate dal padre Cornelio Fabro (“La svolta antropologica di Karl Rahner”, 1974), sono ora oggetto di un importante volume, a cura di padre Serafino M. Lanzetta, che raccoglie gli atti del convegno tenutosi a Firenze nel novembre 2007, con la partecipazione di eccellenti studiosi, provenienti da diverse parti del mondo: Ignacio Andereggen, Alessandro Apollonio, Giovanni Cavalcoli, Peter M. Fehlner, Joaquín Ferrer Arellano, Brunero Gherardini, Manfred Hauke, Antonio Livi, H. Christian Schmidbaur, Paolo M. Siano, (“Karl Rahner. Un’analisi critica. Le figure, le opere e la recensione. Teologia di Karl Rahner, 1904-1984”. Cantagalli).

Oggetto della scienza teologica, per Rahner, non è Dio, di cui non può essere dimostrata l’esistenza, ma l’uomo, che costituisce l’unica esperienza di cui abbiamo l’immediata certezza. Non si può dunque parlare di Dio al di fuori del processo conoscitivo dell’uomo. Dio, più precisamente, esiste “autocomunicandosi” all’uomo che lo interpella. Rahner afferma che nessuna risposta va al di là dell’orizzonte che la domanda ha già precedentemente delimitato. L’orizzonte di Dio è misurato dall’uomo che, delimitando nella sua domanda la risposta divina, diviene la misura stessa della Rivelazione di Dio. Rahner non dice che l’uomo è necessario a Dio perché Dio possa esistere, ma poiché senza l’uomo Dio non può essere conosciuto, la conoscenza umana diviene la chiave di quella che egli definisce la “svolta antropologica” della teologia. Rahner si richiama spesso a san Tommaso d’Aquino, ma di fatto riduce la metafisica ad antropologia e la antropologia a gnoseologia ed ermeneutica.

La “teologia trascendentale” di Rahner appare, in questa prospettiva, come uno spregiudicato tentativo di liberarsi della tradizionale metafisica tomista, in nome dello stesso san Tommaso. Ciò naturalmente può avvenire solo a condizione di falsificare il pensiero dell’Aquinate. Fabro non esita a definire Rahner “deformator thomisticus radicalis”, a tutti i livelli: dei testi, dei contesti e dei principi. L’esito è un “trasbordo” dal realismo metafisico di Tommaso all’immanentismo di Kant, di Hegel e soprattutto di Heidegger, acclamato dal gesuita tedesco come il suo “unico maestro”.

Rahner accetta il punto di partenza cartesiano dell’io come auto-coscienza. L’uomo, spogliato della sua corporeità, è innanzitutto coscienza, puro spirito, immerso nel mondo. Come per Cartesio e per Hegel, anche per Rahner è il conoscere che fonda l’essere, ma la conoscenza ha il suo fondamento nella libertà, perché “nella misura in cui un essere diventa libero, nella medesima misura esso è conoscente”. La coscienza coincide con la volontà dell’uomo e la volontà dell’uomo è l’attuarsi dell’Io. L’Io a sua volta non è sottomesso a nulla che lo possa condizionare, perché il suo fondamento sta proprio nella sua incondizionatezza e dunque nell’assenza di ogni oggettiva limitazione esterna.

La conseguenza della riduzione dell’uomo ad auto-coscienza è la dissoluzione della morale. La libertà prevale sulla conoscenza perché, come afferma Heidegger, dietro il cogito cartesiano irrompe la libertà. L’uomo è coscienza che si auto-conosce e libertà che si auto-realizza. Per Rahner, come per il suo maestro, l’uomo conosce e vive il vero facendosi libero. Il valore morale dell’azione non ha una radice oggettiva, ma è fondato sulla libertà del soggetto.

Forzando il n. 16 della “Lumen Gentium”, in cui si parla della possibilità di salvezza di coloro che “non sono giunti a una conoscenza esplicita di Dio”, Rahner afferma che la salvezza non è un problema, perché è assicurata a tutti, senza limiti di spazio, di tempo e di cultura. La chiesa è una comunità vasta come il mondo, che include i “cristiani anonimi”, i quali, benché possano dirsi non-cattolici, o addirittura atei, hanno la fede implicita. Chiunque infatti “accetta la propria umanità, costui, pur non sapendolo, dice di sì a Cristo, perché in lui ha accettato l’uomo”. Tutti, dunque, anche gli atei, in quanto atei, si salvano se seguono la propria coscienza. Qualsiasi uomo, quando conosce se stesso, anche nel male che compie, se si accetta come tale, allora è auto-redento ed ha fede. E quanto più conosce e accetta la propria “esperienza trascendentale” tanto più ha fede. Questo, osserva giustamente il padre Andereggen, significa che ha più fede un individuo che si sia psicanalizzato freudianamente durante dieci anni, piuttosto che un religioso che preghi (p. 35).

Il cardinale Franz König, uomo di punta del progressismo conciliare, fu il grande “sdoganatore” di Rahner, in odore di eresia fino agli anni Sessanta.

Tra i numerosi e illustri discepoli del gesuita, bisogna ricordare l’ex presidente della Conferenza episcopale tedesca Karl Lehmann e, in Italia, il cardinale Carlo Maria Martini. Le ultime interviste-confessioni di Martini, con Georg Sporschill (“Conversazioni notturne a Gerusalemme”, Mondadori) e con don Luigi Verzé (“Siamo tutti nella stessa barca”, Edizioni San Raffaele), sono di impronta rahneriana, per l’universalismo salvifico e la “morale debole”. Martini, come Rahner, ritiene che la missione della chiesa sia aprire le porte della salvezza a tutti, compresi coloro che si discostano dalla fede e dalla morale cattolica. Lo stesso Martini, istituì a Milano una “cattedra dei non credenti”, per ascoltare il loro contributo alla salvezza del mondo. Il successore di san Carlo Borromeo, rinunciava così al compito di portare Cristo a chi non crede, per affidare ad atei dichiarati come Umberto Eco la missione di “evangelizzare” i fedeli della diocesi ambrosiana.

Non è eccessivo affermare che Rahner è il padre del relativismo teologico contemporaneo. A confermarlo è la sua più intima confidente, Luise Rinser, che l’11 maggio 1965 gli scriveva: “Sai qual è la maggior difficoltà che mi viene da parte tua? Che sei un relativista. Da quando ho imparato a pensare come te non oso affermare nulla con sicurezza” (“Gratwanderung”, Kösel). Qualche anno dopo la stessa Rinser avrebbe solidarizzato con i terroristi Andreas Baader e Gudrun Ensslin. Rahner, da parte sua, il 16 marzo 1984, poco prima di morire, scrisse una lettera in difesa della teologia della liberazione che chiamava i cattolici alle armi in America Latina.

La lettura del libro curato dal padre Lanzetta conferma nell’idea che Karl Rahner, per lo spregiudicato uso delle sue indubbie capacità intellettuali, fu soprattutto un grande avventuriero della teologia. Il giovane Ratzinger subì il fascino della sua personalità, ma intravide presto le conseguenze devastanti del suo pensiero e, sotto un certo aspetto, dedicò tutta la sua successiva opera intellettuale a confutarne le tesi. Oggi il nome di Rahner rappresenta la bandiera teologica di chi si oppone al pensiero antirelativista di Benedetto XVI-Ratzinger. L’analisi critica merita di essere portata fino in fondo.
fonte:rinascimento sacro

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Entrevista a Don Nicola Bux sobre la encíclica del Papa Benedicto XVI "Deus caritas est"





Publicamos una contribución de don Nicola Bux, docente de la Facultad Teológica pullesa, Vicedirector del instituto Ecuménico de Bari y Consultor de diversos Dicasterios Vaticanos, sobre la encíclica del Papa Benedicto XVI "Deus caritas est"

Don Bux, ¿cómo explica este éxito de la “reforma” del Papa Benedicto, como usted mismo ha definido autorizadamente? ¿Y por qué este término de “reforma”?

El Santo Padre, explicando en la carta a los obispos por qué ha considerado una “prioridad” el levantamiento de las excomuniones, escribe: “en nuestro tiempo, en el que en amplias zonas de la tierra la fe está en peligro de apagarse como una llama que no encuentra ya su alimento, la prioridad que está por encima de todas es hacer presente a Dios en este mundo y abrir a los hombres el acceso a Dios”. Un canto atribuido a san Paulino de Nola dice: Ubi charitas et amor Deus ibi est. ¿No deberíamos, por lo tanto, dilatar los espacios del amor para que Dios esté presente en el mundo? Éste es el sentido del gesto del Pontífice. Pero él añade que se debe abrir al acceso “no a un dios cualquiera, sino al Dios que habló en el Sinaí; al Dios cuyo rostro reconocemos en el amor llevado hasta el extremo (cf. Jn 13,1), en Jesucristo crucificado y resucitado”. Ahora bien, ¿no es éste el sentido verdadero de la Liturgia: hacer encontrar la presencia de Dios al hombre que busca la Verdad, su Misterio presente que precede siempre nuestra existencia en el mundo? El Concilio aprobó en primer lugar la Constitución litúrgica por esta razón: la Iglesia debe hablar de Dios al hombre, hacerlo encontrar. El hombre busca la Belleza, “Veritatis splendor”: la reforma, si no sirviera para esto, sería un inútil maquillaje para exhibirnos mejor a nosotros mismos. Pero la verdadera reforma busca dar a Dios el puesto que le corresponde antes que todo y en el centro de todo. En realidad, reforma significa re-forma (“retorno a la belleza”), sin tradicionalismos inútiles o ideas de restauración.

¿Tradición e innovación son, por lo tanto, expresiones a olvidar?

Todo lo contrario. La mejor definición de la tradición la ha dado San Pablo: “Lo que yo recibí del Señor y a mi vez les he transmitido” (1 Cor 11, 23). El Apóstol se refiere a la fractio panis, la Eucaristía, que es el centro de la sagrada Liturgia. Por eso, la Liturgia se recibe de la Tradición, que es fuente de la Revelación junto a la Escritura. Ahora bien, traditio viene de tradere, un verbo de movimiento que, como tal, implica cambio y vida, transmisión de cosas antiguas y nuevas, porque el Verbo eterno hace nuevas todas las cosas (Ap. 21). Aquí la Tradición se convierte en innovación que no es una cosa diferente que viene del mundo, de fuera, sino desde dentro, por eso in-novación, por Aquel que es el Viviente. Monseñor Piero Marini ha afirmado recientemente, en una conferencia, que sobre la tradición hay mucha confusión. Le doy la razón, es más, me gustaría que un día pudiéramos dialogar sobre esto precisamente para contribuir a pacificar los espíritus, con verdad y amor. Nosotros, los sacerdotes, que servimos en el Cuerpo místico de Jesucristo, estamos llamados a dar el ejemplo principalmente practicando la reconciliación.
En los últimos meses, la celebración de la Misa en la forma extraordinaria parece haberse extendido y no está más reservada a pocos apasionados sino que es promovida por personalidades de alto perfil. Solamente en las últimas semanas, hemos tenido los espléndidos ejemplos del Cardenal Cañizares Llovera y del Cardenal Zen que han querido remarcar la fuerza litúrgica del rito antiguo.

Por lo tanto, ¿verdaderamente, como decía el entonces Cardenal Ratzinger, “en la relación con la Liturgia se decide el destino de la fe y de la Iglesia”?

La razón de ser del episcopado está en ser uno con la Cabeza del colegio, el Santo Padre. Un obispo que desobedece – como un sacerdote que lo hiciera con el obispo – es como un miembro desarticulado del cuerpo y causa escándalo a los fieles. Por eso, el Prefecto de Culto Divino – al cual va mi pensamiento y mi constante oración en estas horas en las que está internado en el Policlínico Gemelli – y otros eclesiásticos no hacen más que cumplir con su deber dando el ejemplo.

Para edificar el Reino y la Iglesia, ¿es más importante la obediencia humilde o mi opinión, aún si ésta fuese teológicamente preparada? El hecho de que el Santo Padre no haya impuesto sino propuesto el restablecimiento de la Misa gregoriana – así me gusta llamarla con Martin Mosebach porque se remonta a Gregorio Magno – está teniendo y tendrá un efecto arrastrante aún más grande.

¿Por qué los obispos tienen miedo de volver atrás? ¿No quería la reforma litúrgica restaurar también lo antiguo? ¿Qué cosa más venerable que la Misa de san Gregorio? ¿No deberíamos imitar al escriba evangélico que saca del tesoro cosas antiguas y cosas nuevas? Hemos incentivado museos diocesanos donde admirar las bellezas que antes estaban en las iglesias y los conciertos para escuchar la música sagrada que antes se ejecutaba en los ritos. A los museos y a los conciertos sólo van los apasionados, mientras que a la Liturgia van todos. ¿Tiene sentido privar al pueblo de lo que le pertenece, favoreciendo casi una Iglesia de élite? Más bien, obispos y clero miremos el gran movimiento de jóvenes que se ha creado en torno a la Misa gregoriana; en continuo crecimiento – basta ver en internet – están los jóvenes y no nostálgicos. Pretender no verlo es algo grave para quien debe episcopein, observar alrededor, monitorear. ¿Lo rechazaremos sólo porque no ha nacido de mí o no corresponde a mi sensibilidad? Quien me conoce, sabe que como joven laico y luego como clérigo, he estado, en la diócesis, entre los promotores de la reforma litúrgica: ésta continúa actualmente uniendo lo antiguo y lo nuevo, conectándose mejor al dogma: es conocida la relación de dependencia entre liturgia y regla de fe. No por casualidad un aspecto casi siempre descuidado en la polémica es el referido a las Misas privadas. El Motu Proprio, de hecho, contempla el uso del misal del Beato Juan XXIII también para las Misas “sin pueblo”, es decir, aquellas en las que los sacerdotes celebran privadamente. Esto demuestra que el uso del misal antiguo no está sólo relacionado con un discutible amor por los formalismos y el aspecto exterior de la celebración sino que restablece la comunión de cada sacerdote con todos los cristianos en espacio y tiempo, poniéndolo en comunicación con el pasado, con los santos y con los mártires. De aquí, por ejemplo, la decisión del cardenal Zen de celebrar la última Misa como Arzobispo de Hong Kong, según la forma extraordinaria. Es una exigencia profundamente espiritual. Por otra parte, la universalidad de la lengua latina debería servir de estímulo en un mundo globalizado a fin de que la Iglesia, al menos en el rito, se exprese con una sola lengua.
Todavía son muchos, sin embargo, quienes leen en esta promoción del rito antiguo una suerte de traición al espíritu del Concilio. ¿Cree que el diálogo es un camino transitable para sanar las fracturas y las desconfianzas recíprocas?
Dado que el espíritu del Concilio no puede ser diverso del Espíritu Santo – si lo fuera, sería espíritu de error y no de verdad, como escribe la primera carta de Juan – no se puede pensar en ninguna fractura y discontinuidad entre la Misa celebrada en aquella asamblea y en la que luego fue reformada por Pablo VI. Por lo tanto, ninguna traición sino todo tradición. Aunque, si lo estudiamos, no todo lo que Pablo VI había prescrito fue aplicado y, por tanto, espera serlo para llevar a cumplimiento la reforma litúrgica. Por ejemplo, él había establecido que los misales nacionales llevaran siempre el texto latino para impedir las traducciones libres que han producido y aún producen no poco desconcierto.

A quien se preocupa y ve en esta reforma un intento de erosión del Concilio, sería necesario recordarle el monumental discurso del Papa a la Curia Romana de diciembre de 2005 que ha superado firmemente esta contraposición introduciendo la hermenéutica de la continuidad. De todos modos, siempre es bueno recordar que en la Iglesia hay libertad de crítica si se hace con verdad y amor con tal que no se quiera censurar o demonizar a quien no piensa como yo. Por este motivo, el Papa ha mostrado un vez más su clarividencia para demostrar que “nadie está de más en la Iglesia”. Yo deseo siempre una discusión serena y un profundo y respetuoso debate. “Pax et concordia sit convivio nostro”, dice san Agustín.
Usted ha afirmado: “El uso de la lengua hablada no es necesariamente sinónimo de comprensión. Además de la inteligencia y el corazón, para entrar en ella se necesita también imaginación, memoria y los cinco sentidos todos”. ¿Cree que el redescubrimiento del rito antiguo puede ayudar a vivir con mayor participación también la Misa celebrada en la forma ordinaria?
Para entendernos, la sagrada Liturgia es el atractivo de la Belleza que, a su vez, es el camino razonable de la Verdad. La Belleza es el esplendor de la Verdad. Como ya he dicho en otro sitio, probemos con un silogismo: así como la sagrada y divina Liturgia – que incluye al arte y la música sagrada - es Belleza, así también, sin Verdad no hay Liturgia, culto a Dios. Es precisamente Jesús quien lo recuerda en el Evangelio de san Juan: “los verdaderos adoradores adorarán al Padre en espíritu y en verdad”. Pero para encontrar la Verdad, es necesario conocer a las creaturas. Esto solo cambia mi vida y la suya. Lo he constatado nuevamente en tanta gente que ha participado conmigo en las celebraciones pascuales. El rito, sea el antiguo o el nuevo, debe mirar en la única dirección posible, debe estar dirigido al Señor, interior y exteriormente. Si actualmente los sacerdotes concelebrantes se orientan en dirección al ambón para escuchar el Evangelio, ¿por qué no podrían hacerlo hacia el altar y la cruz para ofrecer la Eucaristía? Hacer esto ayuda a convertirnos. Siguiendo la sagrada Liturgia, en un cierto punto los ritos y los símbolos desaparecerán, revelando el significado; el Misterio penetrará entonces en todas las direcciones: será el cielo sobre la tierra, la representación del Paraíso.
Fuente: Fides et Forma
Traducción: La Buardilla de Jerónimo
Edición: Altaria tua Dómine
Fecha: Mayo 2009

La crise liturgique, conséquence de la crise ecclésiologique Mgr Nicola Bux







L’Homme NouveauSelon vous, l’affirmation des adversaires du Motu proprio estimant que l’ecclésiologie de l’ancien missel est incompatible avec celle issue du concile Vatican II, n’est pas recevable ?

Mgr Nicola Bux – Il suffit de constater que le Canon romain de l’ancien missel est resté une prière eucharistique du nouveau missel. Dans celle-ci, la prière eucharistique I, le prêtre se tourne vers le Père et lui présente l’offrande « pour l’Église sainte et catholique », afin qu’elle soit rassemblée dans l’unité – de même d’ailleurs que le demandait l’antique Didaché – et qu’il la guide par le pape, l’évêque de la communauté au sein de laquelle se célèbre l’eucharistie et à travers « tous ceux qui gardent la foi catholique transmise par les Apôtres ». Ce sont les célèbres dyptiques qui prouvent l’existence de la communion dans l’Église. Dans le même temps, on rappelle au Père ceux qui sont présents à la célébration et ceux qui offrent : « Pour eux, nous t’offrons et eux-mêmes t’offrent », c'est-à-dire que l’on évoque le sacerdoce ministériel et le sacerdoce commun. En second lieu, on affirme que la messe est célébrée en communion avec la Vierge Marie et tous les saints, l’Église céleste, dont on demande l’intercession. En troisième lieu, on invoque de Dieu « la puissance de [sa] bénédiction » pour les dons soient consacrés : ce qui est référé au Saint-Esprit. Il est d’ailleurs prouvé que le canon romain, en son noyau, serait antérieur à la définition du concile de Constantinople de 381. Du reste, une autre prière eucharistique antique, l’anaphore copte de Sérapion, contient une épiclèse au Verbe.

Pour revenir au Canon romain, après la consécration, on fait mémoire au Père du Fils et de son mystère pascal, offrant son Corps et son Sang dont le sacrifice agréé, préfiguré par celui d’Abel, d’Abraham et de Melchisédech. On demande que l’offrande soit portée sur l’autel du ciel depuis celui de la terre. Suit l’intercession pour les défunts, à savoir l’Église qui se purifie, et l’intercession pour l’Église terrestre et célébrant en ce lieu. La grande prière se conclut par la glorification trinitaire et par l’Amen des fidèles. De cette prière, qui dose savamment la foi personnelle et la foi communautaire, émerge ainsi une ecclésiologie trinitaire, ou bien de communion qui descend du ciel, avec les notes d’unité, de sainteté, de catholicité et d’apostolicité.

Quelle vous paraît être alors l’essence de la crise de la liturgie ?

La liturgie est essentiellement prière d’adoration. La crise qui a blessé la liturgie est due au fait que au centre même n’est plus Dieu et son adoration, mais les hommes et la communauté. Ainsi que le disait Jean-Baptiste Metz : « La crise de Dieu est nouée dans l’ecclésiologie ». Providentiellement, le Concile a approuvé en premier la constitution sur la Sainte Liturgie, parce que « Au commencement est l’adoration et donc est Dieu […] L’Église dérive de l’adoration, de la mission de glorifier Dieu » (J. Ratzinger, L’ecclesiologia della Costituzione Lumen gentium, in : Il concilio Vaticano II. Recezione e attualità alla luce del Giubileo, Cinisello, Balsamo 2004, p. 132). C’est cela l’ecclésiologie du Concile qui, au-delà des accents historiques divers, est celle de l’Église catholique depuis deux mille ans.

La crise de la liturgie commence au moment où elle cesse d’être conçue et vécue comme une adoration en Jésus-Christ de la Trinité, où elle n’est plus une célébration de toute l’Église catholique mais d’une communauté particulière, où les évêques et les prêtres au lieu d’être des ministres, c'est-à-dire des serviteurs deviennent des leaders. La lamentation continuelle de certains liturgistes au sujet de la mise en œuvre manquée de la réforme et des expédients nécessaires pour la rendre attrayante, montre bien que s’est perdu l’esprit de la liturgie, en la réduisant à une autocélébration de la communauté particulière.

Votre idée force est donc que s’il y a fausse idée de la liturgie, c’est qu’il y a d’abord fausse ecclésiologie ?

Oui, une ecclésiologie de rupture, au lieu d’une ecclésiologie de continuité. Voyez tous les exemples de relativisme liturgique (habillés du nom de « créativité ») qui sont tous les jours sous tous les yeux : l’Eucharistie est la première a avoir fait les frais d’une idée de l’Église non catholique. A quelle ecclésiologie se réfèrent ceux qui entendent affirmer la supposée incompatibilité du missel de Jean XXIII avec l’actuelle situation ecclésiale ? Craindre l’existence de deux ecclésiologies différentes est une grave erreur : cela signifie que l’on considère le Concile comme un moment de rupture avec la tradition catholique, comme l’a évoqué le Saint-Père dans le discours prononcé lors des quarante ans de la conclusion de Vatican II. Le missel romain de saint Pie V, héritier des antiques sacramentaires et des missels médiévaux, comme aussi le missel de Paul VI, sont l’expression de l’unique lex credendi et orandi qui donne le primat au rapport de l’Église et de tous les fidèles avec Dieu. C’est l’unique ecclésiologie qui peut se dire catholique.

Paul VI entendait la réforme liturgique comme une renovatio et non comme une revolutio destinée à abolir les livres liturgiques précédents. Si donc les « outres neuves pour le vin nouveau » sont recevables, les vieilles outres et le vin vieux restent précieux et recevables. Pourquoi alors s’étonner que le Motu proprio parle d’« un double usage d’un même rite » ? Les interprétations historiques concernant l’œuvre de Pie V et de Paul VI en deviennent correctes.

Concernant donc la « forme ordinaire », vous êtes un partisan décidé de la « réforme de la réforme ».

Exactement : pour réaliser une « réforme de la réforme », doivent être repris les fondements théologiques de la liturgie décrits de manière systématique dans le Catéchisme de l’Église catholique (nn. 1077-1112) sur la base de la constitution Sacrosanctum concilium. L’œuvre de Romano Guardini, L’esprit de la liturgie, ou sa mise à jour par Joseph Ratzinger, Introduction à l’esprit de la liturgie, aideront à déterminer dans le Novus Ordo les points qui ont besoin de restauration.

Il faut réformer ce qui a été déformé. Or les principales « déformations », lesquelles n’ont jamais été imaginées par le Concile, concernent :

- La transformation de la liturgie, prière et dialogue avec Dieu, en exhibition d’acteurs et en inondation de paroles : cela est favorisé par le fait que le prêtre est tourné vers le peuple et facilement porté à regarder aux alentours au lieu de les élever vers la croix, comme la vraie prière avec Dieu l’exigerait. Ainsi les hymnes, les psaumes, l’action pénitentielle, les collectes, la prière universelle et surtout l’anaphore, sont perçus comme la récitation plus ou moins sérieuse d’une pièce théâtrale, d’autant qu’il arrive au célébrant de les interrompre pour faire des monitions et des avis aux fidèles.

- La condamnation du concept de sacrifice auquel est substitué celui de repas, ce qui a fait assimiler l’eucharistie catholique à la célébration de la cène protestante.

- La désorientation procurée par la récitation de l’anaphore face au peuple, qui a contribué à confirmer que la messe était un repas fraternel.

- La substitution totale du vernaculaire au latin.

- La révolution « artistique », en particulier celle de la forme de l’autel devenu un table et le décentrement du tabernacle, remplacé par le siège-trône du prêtre. Pour ne rien dire de l’abolition de la clôture sacrée du sanctuaire et de l’installation du baptistère dans le chœur.

Mais alors que faire ?

Beaucoup de prêtres célèbrent la liturgie à la manière d’une autocréation. Les documents de la Congrégation pour le Culte divin sont très nombreux, mais ils restent lettre morte parce que l’obéissance est en crise. Pourrait-on imaginer l’institution d’un « visiteur apostolique » pour la liturgie, dont la seule existence en ferait rentrer beaucoup dans la discipline ?

Mais il faudrait d’abord faire comprendre que la liturgie est sacrée et divine, c'est-à-dire qu’elle descend d’en haut comme celle de la Jérusalem céleste de l’Apocalypse ; le prêtre l’accomplit in persona Christi, dans l’Église, en tant qu’il en est seulement un ministre. Le terme même de liturgie signifie : action du peuple, en ce sens que celui-ci participe à l’aspect ascendant de l’offrande qui doit être unie à celle du sacrifice de Jésus-Christ. A côté du terme de liturgie, il faudrait réintroduire le terme de culte, lequel indique la relation « cultivée » de révérence et d’adoration de l’homme vers Dieu.

Par où commencer ?

Il conviendrait de proposer aux prêtres de se tourner vers le Seigneur durant l’offertoire et l’anaphore, en particulier durant les temps forts de l’Avent et du Carême, afin de souligner la dimension eschatologique de la liturgie. Et là où l’autel versus populum ne possède pas un marchepied antérieur suffisant, il faudrait suggérer de l’installer. Sinon, il faudrait se tourner vers la croix, et pour cela ou bien la suspendre au-dessus de l’autel, ou bien la poser au centre, devant l’autel ou sur l’autel, en expliquant que le crucifix n’est pas un bibelot qui gêne la vue mais q’il est l’image la plus importante pour aider le regard extérieur et le regard intérieur à se diriger vers la prière. En fait, les yeux du prêtre et ceux des fidèles convergeraient ainsi sur lui au lieu de se distraire de tous côtés.

N’est-il pas paradoxal que ceux qui défendent la forme nouvelle du rite comme modèle de liberté excluent de cette « liberté » la forme ancienne du rite ?

C’est bien pourquoi il faudrait présenter graduellement la liturgie romaine de manière comparée avec les liturgies orientales, en mettant d’ailleurs en évidence les profits œcuméniques de cette comparaison, dès lors que le patriarche de Moscou vient d’exprimer sont approbation pour l’initiative de Benoît XVI de récupérer la tradition liturgique avec le Motu proprio. De la sorte, on atténuera ainsi la peur d’avoir des formes rituelles diverses. D’ailleurs, divers exemples se trouvent déjà dans le missel romain de Paul VI, comme par exemple le rite de l’adoration de la Croix du Vendredi Saint qui peut se faire selon deux formes, la forme traditionnelle du dévoilement, ou la forme nouvelle de la procession. Par conséquent, la solution au problème d’une sauvegarde du rite ancien, en le proposant sans l’imposer, existe déjà. En vérité, l’unité catholique s’exprime proprement à travers la complémentarité des diverses formes rituelles.