(5/9/2010) Por ocasião do bicentenário do nascimento do Papa Leão XIII Bento XVI deslocou-se neste Domingo a Carpineto Romano, que se encontra a 80 quilómetros de Roma.
Gioacchino Pecci, que viria a ser o Papa Leão XIII, nasceu em Carpineto a 2 de Março de 1810, Destacou-se pela sua encíclica “Rerum Novarum”, de 15 de Maio de 1891, sobre os direitos e deveres do capital e do trabalho, em que introduziu a ideia da subsidiariedade no pensamento social católico.
Esta encíclica marcou o início da sistematização do pensamento social católico, chamado vulgarmente de Doutrina social da Igreja Católica.
Em Carpineto, Bento XVI presidiu a uma Missa na Praça Monti Lepini, na presença de cerca de 5 mil fiéis.
"O seu testemunho seja sempre corajoso e o seu serviço profético, possa em cada momento manifestar aquilo que é chamado a dizer no nome de Jesus. Foi com estas palavras que o bispo de Anagni-Alatri D. Lourenço Loppa se dirigiu ao Papa acolhendo-o na Praça central da terra natal de Leão XIII. D. Loppa recordou que esta visita do Papa representa o ponto culminante do ano de celebrações para o segundo centenário do nascimento do Papa da Rerum Novarum e que nos fala do amor de Deus, vasto e interminável, fiel a si mesmo que, como em todas as estações da historia, sobretudo naquelas atormentadas e difíceis, sabe garantir á sua Igreja o guia seguro e iluminado de Pedro.
Na homilia da Missa Bento XVI exortou os católicos a uma ampla reflexão sobre o impulso de promoção humana trazido pelo Cristianismo no caminho da civilização e também sobre o método e o estilo de tal contributo, conformes ás imagens evangélicas da semente e do fermento: “no interior da realidade histórica os cristãos, agindo como simples cidadãos ou de uma forma associada, constituem uma força pacifica de mudança profunda, favorecendo o desenvolvimento das potencialidades internas á própria realidade.”
“É esta a forma de presença e de acção no mundo proposta pela doutrina social da Igreja, que tem como objectivo o amadurecimento das consciências como condição de válidas e duradoiras transformações”.
Numa época de áspero anticlericalismo e de manifestações acesas contra o Papa, Leão XIII soube guiar e sustentar os católicos no caminho de uma participação constructiva, rica de conteúdos, firme nos princípios e capaz de abertura.
Imediatamente depois da sua encíclica Rerum Novarum, de facto, verificou-se na Itália e noutros Países uma autentica explosão de iniciativas: associações caixas rurais e artesanais, jornais, um vasto movimento que teve no servo de Deus José Toniolo o animador iluminado.
Leão XIII - sublinhou Bento XVI - era um Papa muito idoso, mas sábio e clarividente, e pode assim introduzir no século XX uma Igreja rejuvenescida , com uma atitude justa para enfrentar os novos desafios. Era um Papa ainda politica e fisicamente prisioneiro no Vaticano, mas na realidade, com o seu Magistério, representava uma Igreja capaz de enfrentar sem complexos as grandes questões do mundo contemporâneo”.
Após a celebração, Bento XVI regressou de helicóptero a Castel Gandolfo, residência pontifícia de Verão para presidir a oração mariana do Angelus do meio dia .
(5/9/2010) Depois da Missa celebrada durante a manhã em Carpineto Romano, Bento XVI recitou a oração mariana do Angelus com os milhares de pessoas congregadas no pátio interno do Palácio Pontifício de Castelgandolfo.
Nas palavras proferidas nesta ocasião, depois de pedir desculpa pelo atraso, devido á sua deslocação de helicóptero de Carpineto Romano para Castelgandolfo, o Santo Padre apresentou brevemente a sua mensagem publicada nos dias passado, e dirigida aos jovens do mundo inteiro para o XXVI dia mundial da juventude que terá lugar em Madrid em Agosto do próximo ano.
O tema escolhido para esta mensagem retoma uma expressão da Carta aos Colossenses do apostolo Paulo: “enraizados e edificados n’Ele, tornando-vos firmes na fé. Decididamente – salientou o Papa – uma proposta contra-corrente . De facto, perguntou o Papa, quem é que hoje propõe aos jovens de serem enraizados e firmes?
Exalta-se sobretudo a incerteza, a mobilidade, a volubilidade…todos eles aspectos que reflectem uma cultura indecisa acerca dos valores de fundo, aos princípios na base dos quais orientar e regular a própria vida.
O Jovem – salientou depois Bento XVI - é como uma árvore que cresce: para se desenvolver bem precisa de raízes profundas que em caso de tempestades de vento o mantenham bem firme no terreno.
Assim, também a imagem do edifício em construção faz presente a exigência de fundamentos validos para que a casa seja sólida e segura.
O Santo Padre referiu - se depois ao coração da sua mensagem aos jovens: as palavras “em Cristo” e “na fé”.
O amadurecimento pleno da pessoa, a sua estabilidade interior, têm o fundamento na relação com Deus, relação que passa através do encontro com Jesus Cristo. Uma relação de confiança profunda, de autentica amizade com Jesus é capaz de dar a um jovem aquilo de que precisa para enfrentar bem a vida: serenidade e luz interior, aptidão a pensar positivamente, generosidade em relação aos outros, disponibilidade a pagar de pessoa pelo bem, a justiça e a verdade.
Um ultimo aspecto muito importante. Para se tornar crente, o jovem é sustentado pela fé da Igreja; se nenhuma pessoa é uma ilha, menos ainda o é o cristão, que descobre na Igreja a beleza da fé partilhada e testemunhada juntamente com os outros na fraternidade e no serviço da caridade
Bento XVI concluiu pedindo que a Virgem Maria acompanhe com a sua protecção o caminho das comunidades e dos grupos juvenis para o grande encontro de Madrid de 2011