sábado, 15 de fevereiro de 2014

La santa messa si può definire come atto supremo del culto di Dio Uno e Trino, mediante il sacrificio redentore di Gesù Cristo compiuto sulla croce, che si rinnova ossia rende presente sull'altare attraverso la ripetizione dell'Ultima Cena.

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1. Due riti distinti
2. La santa messa
3. Le principali differenze
4. Il sacrificio eucaristico
5. Un solo sacerdote
6. L'altare
7. Il latino e la partecipazione
8. Il sacerdote e i fedeli
9. Profonda umiltà
10. Ricchezza e bellezza
11. Le letture
12. L'Offertorio sacrificale
13. La conclusione
14. Riti e simboli
15. Un recupero pastorale

 2. La santa messa
La santa messa si può definire come atto supremo del culto di Dio Uno e Trino, mediante il sacrificio redentore di Gesù Cristo compiuto sulla croce, che si rinnova ossia rende presente sull'altare attraverso la ripetizione dell'Ultima Cena, sacramento del sacrificio di Cristo (la santa messa è un sacrificio sacramentale, applicativo).
La sua struttura fondamentale è data dalla c.d. liturgia della parola e dalla liturgia eucaristica che, a sua volta, consta di due parti: il sacrificio e la santa comunione. Essenziale è il sacrificio, nel quale mediante la consacrazione separata del pane e del vino si rinnova l'offerta al Padre del Corpo e del Sangue di Gesù Cristo: uno e identico ne è il sacerdote principale, una e identica la vittima, Gesù Cristo, soltanto il modo di fare l'offerta è differente, cruento sulla croce, incruento sull'altare (Pio XII, Enciclica Mediator Dei, II 1: EE 6,493-494). Esso si rinnova perché la Chiesa si unisca al sacrificio del suo Capo e s'inserisca in esso, partecipandovi, al fine di trarne i frutti salvifici. A tal fine è necessaria una partecipazione spirituale dei fedeli (cfr. ivi, 506-528), non è necessaria, invece, la santa comunione che è una parte integrante del sacrificio ed è obbligatoria soltanto per il sacerdote celebrante. Non è necessaria la presenza dei fedeli alla celebrazione, perché la santa messa è sempre un atto pubblico, a favore di tutta la Chiesa.leggere...

A POBREZA E BELEZA NA SANTA MISSA


A POBREZA E BELEZA NA SANTA MISSA






A Missa é o coração da cristandade, afinal é nesta celebração que meditamos sobre todo o amor de Deus aos homens. No altar os fiéis contemplam a mística da Verdade e conhecem os mais belos dogmas da Igreja. A sua realidade sacrificial nos obrigar a refletir e mergulhar na grandeza imensurável de Cristo.
As normas litúrgicas e o missal refletem, apenas, o entendimento acerca do sentido sobrenatural da Santa Missa. Quando nós compreendemos a profundidade da celebração eucarística, todas as regras emitidas pela Igreja são entendidas como consequência. O centro da Liturgia é o Cristo, um Deus feito homem e que pelos homens morreu para salvá-los. Como Sacrifício, a Missa traduz a entrega de Jesus, o Seu amor infinito, de um Deus humilhado. Não é motivo de perplexidade pensar que o Senhor Todo-Poderoso Se fez nascer numa manjedoura, Se diminuiu ao conviver com pecadores e excluídos e, além disso, Se entregou num perfeito holocausto?
A Santa Missa exprime essa perfeita doação de Deus. Quando os adornos e a beleza, que só servem como caminho e não como fim, se tornam centro da celebração, a Liturgia se distancia drasticamente da sua sobrenaturalidade. A sobriedade, sacralidade e solenidade da Missa traduzem, apenas, o sentido místico da celebração. Por si só a ornamentação é vazia, inócua e ineficiente, mas quando é usada como via pode ser um caminho pedagógico muito saudável, explanando os mistérios e expondo a riqueza do cristianismo.
Como a Igreja cresceu na Europa? Através da beleza das imagens, dos vitrais, das catedrais, mas acima de tudo da Santa Missa. Os povos pagãos se sentiam atraídos por uma força silenciosa que os vivificava. Quando Clóvis, Rei dos Francos, foi se batizar na Catedral de Reims, na França, perguntou a São Remígio, depois de contemplar a riqueza e beleza daquele templo, que parecia resplandecer uma fagulha do esplendor da morada celeste: “Padre, isso já é o céu?” Outro fato histórico interessante é o ocorrido quando da primeira Missa celebrada no Brasil, por Frei Henrique de Coimbra, em Porto Seguro. Os curiosos indígenas se aproximavam do altar e contemplavam aqueles estranhos homens se humilhando em frente a uma Cruz. Quando um segundo grupo de índios se aproximou do local o seu líder questionou o que era aquilo, o chefe do primeiro bando, prontamente, apontou para o céu e apontou para a terra, expondo com perfeição o caráter horizontal da Missa; a ligação do homem com Deus.
Beato Antônio Chevrier, fundador do Instituto do Prado, já dizia no seu grande livro “O Verdadeiro Discípulo” que “quando se constrói uma casa, começa-se sempre pelas paredes grossas e, seguidamente, vai-se ao mais fino e aos ornamentos.” O Apóstolo dos Mendigos se referia ao ensino do catecismo, mas essa sua brilhante explanação vale também para a Liturgia. O que seria a Missa se não estivesse fundamentada sobre Cristo? O centro da celebração é Nosso Senhor, o Deus entregue em Sacrifício. São Leonardo de Porto-Maurício, um dos maiores pregadores da cristandade, afirmava que a todas as Missas celebradas na Igreja tinham a mesma validade, mas diferiam nos efeitos causados na assembléia, e por quê? Quantas vezes vamos a uma celebração e mesmo como todo o esforço não conseguimos nos ligar ao mistério do altar? Quantas vezes saímos até mesmo cansados da Liturgia? Tais efeitos são consequências de uma celebração carregada, normativa, Missas meramente burocratizadas e que se perderam entre a desobediência ao missal e o desrespeito ao espírito litúrgico católico.
Qual fiel não agiria com toda reverência e piedade sabendo que no altar se faz presente Deus com Seu corpo, sangue, alma e divindade? Qual de nós não se prostraria no chão ao contemplar o Senhor? Quem não se desmancharia em lágrimas se fosse visitado por Cristo em pessoa? Mas a Eucaristia é isso em concreto! Deus, não satisfeito em Se entregar em Sacrifício, ainda mostrou Seu imensurável amor ao ficar com o povo com toda a Sua plenitude.
Não poucas vezes a Missa vira um espetáculo, um teatro vazio. Isso ocorre por causa do distanciamento do caráter central da celebração; Cristo e Seu Mistério. O Apóstolo da Santa Missa, São Leonardo, já dizia que o meio mais adequado para assistir a Liturgia “consiste em irdes à igreja como se fôsseis ao Calvário, e de vos comportardes diante do altar como o faríeis diante do Trono de Deus, em companhia dos santos anjos. Vede, por conseguinte, que modéstia, que respeito, que recolhimento são necessários para receber o fruto e as graças que Deus costuma conceder àqueles que honram, com sua piedosa atitude, mistérios tão santos.” Ou seja, devemos mergulhar na santa alegria ao contemplar o Senhor que com o Seu amor veio ao mundo para nos salvar. Isso é motivo de regozijo, entretanto, e ao mesmo tempo, devemos sempre ter em mente o sentido místico e sobrenatural da Liturgia. A celebração não é uma conexão horizontal, ou seja, homem e homem, mas uma conexão vertical, homem e Deus. Ocorre que, infelizmente, certas Missas ficam impregnadas por um certo espírito normativo. Não podemos nos acomodar com o hábito; não é porque vamos todo o Domingo – no mínimo – ao encontro de Cristo na Liturgia que perdemos a constante renovação e surpresa na adoração da Eucaristia! De forma alguma! Toda a Santa Missa, para nós, deve ser motivo de perplexidade, de alegria, de adoração, uma constante e eterna sensibilidade.
Beato Antônio Chevrier dizia que “Um Padre pobre e santo numa igreja de madeira converterá mais pecadores do que um Padre ordinário numa igreja de ouro e de mármore e ornamentada de toda a espécie de belezas exteriores.” O que ele quer nos dizer com isso? Que a beleza por si só, o adorno e a ornamentação, são vazios de sentido se não estão centrados em Cristo. Chevrier continua: “Não seja necessário condenar o culto exterior, não, pois que a Igreja o pede e nós somos compostos dum corpo e de uma alma e as coisas exteriores devem levar-nos a Deus. Mas não nos deixemos levar por esta paixão que existe nos nossos dias e não tomemos o acessório pelo principal (...) Nos ornamentos e nas outras coisas...importa que o pensamento de Deus sobressaia e não o pensamento da arte ou do gosto.” Com isso entendemos que a beleza da Missa é resultado do entendimento do mistério do altar, do Sacrifício de Jesus, Sua doação. A pobreza espiritual se une ao caminho da beleza.
Como não se chocar com o exemplo de Santa Isabel, Rainha da Hungria, que ao entrar na Igreja triunfava como majestade, adornada com a coroa, jóias, anéis e colares, mas que quando do início da celebração retirava todas as pedrarias, ouro e prata para se tornar pobre e deixar que apenas o brilho de Cristo reinasse dentro do templo. A santa vivia na corte, mas não era da corte, assim como nós vivemos no mundo, mas não somos do mundo. Era sobre isso que Pe. Antônio Vieira falava quando escreveu: “Deus comumente desposa-se no deserto, porque não acha no deserto as condições do Paço, hoje desposa-se no Paço, porque achou no Paço as condições do deserto (...) Reis que edificam desertos! Se dissera reis que edificam palácios, bem estava; mas reis que edificam desertos! Os desertos edificam-se? Antes desfazendo edifícios é que se fazem desertos. Pois que reis são estes, que trocam os termos à arquitetura? Que reis são estes que edificam desertos? São aqueles reis (diz S. Gregório Papa) em cujos paços reais de tal maneira se contemporiza com a vaidade da Terra, que se trata principalmente da verdade do Céu: e paços onde se serve a Deus como nos ermos, não são paços, mas desertos” (Sermões Vol.VII Sermão de São João Batista).
A Santa Missa nos pede, então, um aparente paradoxo; a pobreza e simplicidade e a solenidade e beleza. E por que apenas aparente paradoxo? Simplesmente porque o nosso esvaziamento é apenas momentâneo, já que na Liturgia ficamos cheios quando nos aproximamos do Senhor em todo o Seu esplendor eucarístico. Assim, quando melhor nos diminuímos melhor engrandecemos Cristo e Seu sacrifício. Uma celebração bela, adornada e bem cuidada não necessariamente é uma celebração embebida em mística e sobrenaturalidade. Infelizmente a história nos mostra as Missas-Óperas, condenadas com vigor por São Pio X, que servem como a representação máxima da degradação do rito quando norteado apenas por uma estética vazia. Por outro lado, quando compreendemos o esplendor da via pulchritudinis, ou seja, o caminho da beleza – e como o próprio nome diz é caminho e não o fim – mais perfeito é o nosso entendimento do mistério do altar, assim, o adorno, o detalhe, a ornamentação, são consequências imediatas da nossa kénosis.


Todos os artigos disponíveis neste sítio são de livre cópia e difusão deste que sempre sejam citados a fonte e o(s) autor(es).
Para citar este artigo:
RAVAZZANO, Pedro. Apostolado Veritatis Splendor: A POBREZA E BELEZA NA SANTA MISSA. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/5967. Desde 22/10/2009.
fonte:Veritatis Splendor

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

prof. Roberto de Mattei: Per quanto mi riguarda continuerò ad esercitare la mia libertà di cristiano per difendere la fede che ho ricevuto con il mio battesimo e che costituisce il mio bene più caro.

a Radio Maria continua la caccia alle streghe




Padre Livio rimuove il Prof. Roberto de Mattei da Radio Maria

Il 13 febbraio Padre Livio Fanzaga, direttore di Radio Maria, ha chiuso la rubrica “Radici Cristiane” che il prof. Roberto de Mattei conduceva dal 17 febbraio 2010, ogni terzo mercoledì del mese a Radio Maria. La ragione del provvedimento è l’articolo dello stesso de Mattei 2013-2014. Motus in fine velocior apparso su “Corrispondenza Romana” del 12 febbraio. Riportiamo di seguito lo scambio di corrispondenza tra padre Livio e Roberto de Mattei.
13 febbraio 2014 – Padre Livio Fanzaga al prof. Roberto de Mattei
Caro Prof. Roberto De Mattei,
ho letto il suo recente articolo “ Motus in fine velocior” e ho notato come si stia sempre più accentuando la sua posizione critica nei confronti del Pontificato di Papa Francesco. Ne sono molto dispiaciuto e avrei desiderato che Lei mettesse la sua grande preparazione culturale al servizio del Successore di Pietro.
Lei comprende, caro Professore, che la sua posizione è incompatibile con la presenza a Radio Maria la quale prevede, nei suoi Principi guida, l’adesione non solo al Magistero della Chiesa, ma anche il sostegno all’azione pastorale del Sommo Pontefice.
Con rincrescimento e per dovere di coscienza, devo sospendere la sua trasmissione mensile, mentre la ringrazio, anche a nome degli ascoltatori, per l’impegno profuso, a titolo di volontariato, alla ricerca delle radici cristiane dell’Europa.
Caro Professore, se il suo atteggiamento verso l’attuale Pontificato dovesse cambiare e divenire più positivo, non ci sarebbe nessuna difficoltà che Lei possa riprendere la sua trasmissione.
Cordialmente
Padre Livio Fanzaga (Direttore)
13 febbraio 2014 – Roberto de Mattei a padre Livio Fanzaga
Caro padre Livio,
Con una e-mail del 13 febbraio Lei mi comunica di aver deciso di sospendere la trasmissione “Radici Cristiane” a Radio Maria perché si starebbe “sempre più accentuando” la mia “posizione critica nei confronti del Pontificato di Papa Francesco” . “La sua posizione – mi scrive – è incompatibile con la presenza a Radio Maria la quale prevede, nei suoi Principi guida, l’adesione non solo al Magistero della Chiesa, ma anche il sostegno all’azione pastorale del Sommo Pontefice“.
Innanzitutto la ringrazio per l’invito che Lei mi fece, quattro anni fa, a condurre la trasmissione “Radici Cristiane” a Radio Maria. Da allora allo scorso 15 gennaio, ogni terzo mercoledì del mese, ho cercato di svolgere al meglio il compito che mi aveva affidato, sviluppando temi di carattere storico, apologetico, spirituale e morale in difesa della Chiesa e della Civiltà cristiana. La ringrazio anche per avermi pubblicamente difeso quando a causa di alcune trasmissioni fui violentemente attaccato dalla stampa laicista. Tutta la mia attività e il mio apostolato è stato e rimane al servizio della Chiesa e del Romano Pontefice, al quale ho dedicato il mio ultimo volume Vicario di Cristo. Il Papato tra normalità e eccezione. La devozione al Papato costituisce una parte essenziale della mia vita spirituale.
La dottrina cattolica ci insegna però che il Papa è infallibile solo a determinate condizioni e che può commettere errori, nel campo ad esempio, della politica ecclesiastica, delle scelte strategiche, dell’azione pastorale e perfino del magistero ordinario. In questo caso non è un peccato, ma un dovere di coscienza per un cattolico rimarcarlo, purché lo faccia con tutto il rispetto e l’amore che si deve al Sommo Pontefice. Così fecero i santi, che devono essere il nostro modello di vita.
La Chiesa lascia questa libertà di critica ai suoi figli e non pecca chi, con la dovuta riverenza, sottolinea le mancanze delle gerarchie ecclesiastiche. Pecca invece chi tace, per viltà o conformismo. Il dramma della Chiesa di oggi sta proprio nella paura dei sacerdoti e dei vescovi, che costituiscono la pars electa della Chiesa, di denunciare la terribile crisi in atto, di risalire alle cause, di proporre rimedi.
Ho riletto l’articolo che costituisce la ragione del mio allontanamento e non mi sembra che ci sia nulla di irriguardoso nei confronti del regnante Pontefice, ma solo alcune considerazioni di carattere storico più che teologico, mosse da puro amore della Verità. Non ho inoltre esposto le mie preoccupazioni sulla attuale situazione della Chiesa nella mia trasmissione mensile di Radio Maria, ma su un’agenzia di informazioni da me diretta.
Caro padre Livio, rientra nella sua piena libertà il congedarmi dalla sua emittente, ma sarebbe stato meglio che Lo avesse fatto senza motivazioni, piuttosto che addurre ragioni così deboli e, se mi permette, infondate. Lei non esce bene da questa vicenda e sinceramente me ne dispiace. Il moto degli eventi si fa sempre più veloce e prima o poi il vortice coinvolgerà anche Lei e Radio Maria, costringendola ad assumere, in un senso o nell’altro, posizioni che Lei si illude possano essere schivate. Vengono momenti però in cui bisogna schierarsi. Per quanto mi riguarda continuerò ad esercitare la mia libertà di cristiano per difendere la fede che ho ricevuto con il mio battesimo e che costituisce il mio bene più caro. Che lo Spirito Santo mi aiuti a non cedere mai ad alcuna pressione o lusinga, a non cessare mai di dire la verità e a dirla tanto più forte quanto più grande è il silenzio di chi dovrebbe esserne voce.
Con devoto ossequio
Roberto de Mattei
14 febbraio 2014 – padre Livio Fanzaga a Roberto de Mattei
Caro Professore,
la ringrazio per la sua pacata risposta. Il suo articolo mi è stato segnalato con preoccupazione da qualche ascoltatore che la segue. Certe decisioni si prendono con sofferenza. E’ mia ferma convinzione che la Chiesa, possa uscire dal travaglio odierno seguendo la Madonna e il Papa. Come ci insegna Benedetto XVI, è più che mai l’ora della preghiera.
Con stima Padre Livio


P. S. La chiosa finale: “Come ci insegna Benedetto XVI” è comunque esilarante, sembra quasi un lapsus freudiano(=oh come vorrei che fosse ancora Papa lui, così mi risparmierei queste figuracce!)

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

A Fraternidade São Pio X é uma mera porção da Igreja Latina em uma situação canônica irregular que deve ser golpeado vigorosamente na cabeça, como os Franciscanos da Imaculada, até que se arraste abjetamente?

FSSPX: Ecumenismo ou não?!

Tradução: Fratres in Unum.com* – Na relação entre a Santa Sé e a Fraternidade São Pio X, há um enorme problema fundamental, o qual é tão óbvio que pouquíssimas pessoas o mencionam. Como membro de um Ordinariato, outro e bem sucedido esforço ecumênico de Bento XVI, eu tenho um natural interesse nesta questão e rezo para sua solução. Este é o locus standi desde o qual eu faço a seguinte pergunta.
Fraternidade e Vaticano… é matéria de ecumenismo ou de disciplina eclesiástica? A Fraternidade é um grupo de amados Irmãos Separados para os quais nós católicos devemos, de acordo com o mandato do Vaticano II, esticar cada um de nossos tendões a fim de conquistarmos a unidade… porque, com sua imensa riqueza espiritual, eles têm tanto a oferecer à Igreja Católica; ou é uma mera porção da Igreja Latina em uma situação canônica irregular que deve ser golpeado vigorosamente na cabeça, como os Franciscanos da Imaculada, até que se arraste abjetamente?
Pe. John Hunwicke
Pe. John Hunwicke
Ambas, Santa Sé e Fraternidade, de fato, conspiram para que se aplique o segundo modelo; Roma por causa de sua natural inclinação a exercer controle sobre a Igreja Latina; a Fraternidade porque se crê não só parte da Igreja Latina, mas até mesmo Sua única parte verdadeiramente saudável e doutrinariamente sólida.
Mas e se Roma, ao menos, tentasse o primeiro modelo? Suponhamos que se fosse tratar o “problema” que a Fraternidade tem com o Vaticano II da mesma maneira que Roma trata os “problemas” dos “nestorianos” ou “monofisitas”? Com estes, Roma está euforicamente contente em assegurar acordos Cristológicos, sem demandar explícita aceitação de Éfeso ou Calcedônia. Ou tomemos os anglicanos, aos quais, sem que aceitem as reais palavras de Trento, foi dito pelos Dicastérios, dentre os quais a Congregação para a Doutrina da Fé, que o último documento (“Clarificações”) da Seção sobre a Eucaristia da Comissão Internacional Anglicano-Católica Romana (N.T.: ARCIC, em seu acrônimo inglês) significava que “nenhum trabalho ulterior” era mais necessário nesta matéria? Ou, coloquemos de outra maneira: se o único obstáculo entre Roma e as Igrejas [Cismáticas] Russa e Grega fosse a Dignitais Humanæ, Roma realmente insistiria que nenhum progresso ulterior seria possível sem uma explícita submissão pelos Ortodoxos [sic] tanto ao documento conciliar quanto à “totalidade do Magistério pós-conciliar”?
(Pensemos nisso, dada a afeição que os hierarcas gregos e russos têm pelo conceito de Estado Ortodoxo e Bizâncio Redivivo, que esta minha última pequena fantasia não seja um cenário tão absolutamente inconcebível. Vocês leram acerca da última proposta de mudança na Constituição russa? Não seria divertido ver o Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos pedir às veneráveis comunidades do Monte Athos a elaboração de um comentário sobre a Dignitatis Humanæ para servir de base para o diálogo entre o Vaticano e a Fraternidade?)
Os burocratas da Cúria estão, pois, tentando tanto manter o bolo quanto o comer. Quando lhes apraz, eles tratam a Fraternidade como súditos desobedientes em vez de Irmãos Separados. Mas quando as exigências da polêmica o requerem, como ocorreu no final do ano passado, eles falam da Fraternidade como estando em cisma ou, até mesmo, de alguma maneira imprecisa excomungados. Mas fariam eles muito bem em pensar cuidadosamente acerca das implicações que tais juízos têm para o status do diálogo. Porque, se os membros da Fraternidade são cismáticos excomungados, então eles se qualificam ao tratamento que Unitatis Redintegratio prescreve para os Irmãos Separados[2].
Ou, para colocarmos o mesmo ponto (novamente) sobre um diverso prisma: A política do Vaticano é realmente de esperar um milênio ou meio para o tempo solidificar e amargurar ainda mais a separação entre Roma e a Fraternidade, e, uma vez que a ruptura seja suficientemente duradoura, acrimoniosa e definitiva, aí então, mas só então, proceder aos rituais fofos e sentimentais dos “braços abertos” para a “querida Igreja irmã” que constituem o processo ecumênico? Eu sei que tem um velho ditado acerca de Roma pensar em termos de séculos… mas é possível que isso seja realmente o plano?
Existe um plano?
A Unitatis Redintegratio do Vaticano II se concentrou sabiamente no que era positivo, aquilo que pode ser seguramente dito que a Igreja Católica e outros grupos têm em comum. (A mesma atitude foi adotada no que concerne às religiões não cristãs.)
Era mais ou menos como olhar a taça de vinho dos ortodoxos [sic] e dizer: “Que bom! Está três quartos (ou mais) cheia.” Mas no diálogo entre o Vaticano e a Fraternidade, o tempo todo foi gasto barganhando se a taça da Fraternidade estaria um miligrama ou dois menos do que cheio.
A Indústria católica de ecumenismo moderna não grita para o mundo ortodoxo [sic] “Vocês têm que aceitar cada palavra dos Decretos de Florença e o Magistério pós-florentino inteiro”. Ou, se faz, fá-lo silenciosamente demais para que eu possa ouvir. Um oficial da Cúria disse recentemente acerca da Fraternidade que “eles têm que mudar sua abordagem e aceitar as condições da Igreja Católica e o Sumo Pontífice”[3]. É essa a maneira que o Vaticano fala dos ortodoxos [sic]… ou dos metodistas…?
Eu penso que a situação concernente à Fraternidade é urgente. Embora o Arcebispo Lefebvre tenha sabiamente escolhido homens jovens para serem consagrados bispos, esses jovens estão agora 25 anos mais velhos. Aproxima-se o tempo em que o problema acerca da consagração de seus sucessores deverá ser encarado. Nós teremos realmente que revisitar, quando este tempo chegar, todos os argumentos intemperados e sem fim acerca do Estado de Necessidade e das Excomunhõe latæ sententiæ? Existe algum outro grupo eclesiástico para o qual a Santa Sé proporia tão lúgubre prospecto como o caminho a seguir para uma alegre reconciliação? Terá sido para nada que Bento XVI cortou aquele particular nó górdio[4] e, fazendo isso, incorreu nas falaciosas calúnias dos ignorantes e dos maldispostos?
O Papa Francisco tem críticos que acreditam que sua abertura, sua humildade, seu desejo de tirar o tapete vermelho, sua preferência por uma Igreja que faz alguma coisa ainda que cometa erros… que tudo isso seja pose e truque midiático. Eu creio que ele seja sincero e de oração.
Mas a crise que ele enfrenta é maior do que é frequentemente admitido. Se Roma não consegue arrumar um lugar sequer para a Fraternidade, com quem tem em comum todas as definições dogmáticas de todos os Concílios Ecumênicos e todas as definições ex cathedra dos Pontífices Romanos, qual a possibilidade real de fazer qualquer progresso com as igrejas e comunidades eclesiásticas mais distantes doutrinalmente? A própria possibilidade de reconciliação eclesiástica, de unitatis redintegratio, está em jogo. Se Roma pode tirar a Fraternidade da jogada, então qualquer coisa pode acontecer. Mas se não… esperamos ansiosamente…
Eu consigo pensar em uma (sólida) razão porque Francisco é o homem para concluir esse episódio. Se Bento o tivesse feito, todos os estúpidos previsíveis da media católica e não católica teriam dito que isso seria só mais uma evidência de que ele é um arquirreacionário. Francisco, resolvendo isso, criará uma perplexidade entre os estúpidos previsíveis, mas sua atual reputação midiática permitiria, se assim podemos dizer, que ele escapasse dessa. Esta é a hora, no início deste pontificado, esse é o momento, o καιρός divino, para tal ação, tempo que provavelmente não se repetirá. (Há evidências de que jornalistas mais perceptivos da mídia liberal estão começando a enxergar através de sua personagem.)
É viável, para o Santo Padre, resolver o “problema” da Fraternidade dentro de dias. O Romano Pontífice tem regularmente uma audiência, creio que quinta-feira à noite, com o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Próxima quinta, ele poderia dar suas ordens ao Arcebispo Müller. Na audiência seguinte, assinaria os documentos[5]. Na quarta seguinte, na Audiência Geral, entre os beijinhos nos bebês e os afagos nos aleijados, ele poderia abraçar em público Sua Excelência Monsenhor Fellay e os outros Reverendos e Reverendíssimos líderes da Fraternidade, na frente de todas as câmeras do mundo e dos jornalistas coçando a cabeça. E, assim como eletrizou o mundo com sua escolha dos pés a lavar e beijar em sua primeira Quinta-feira Santa, Francisco poderia usar uma dúzia de jovens clérigos da Fraternidade no lava-pés de sua segunda Quinta-feira Santa. (Afinal de contas, Paulo VI, quando dos festejos do levantamento das excomunhões de 1054 em Roma, desconcertou o pobre metropolita Meliton ao se prostrar por terra e beijar seus pés… humildade… você sabe, isso faz sentido…)
Então, ele poderia pronunciar um discurso sobre a Reconciliação. Poderia entrar para a história como seu Discurso da Barba de Aarão[6].
Ou, se o Santo Padre não for aventureiro o bastante ou não for suficientemente autônomo para fazer isso, o levantamento da excomunhão de Lefebvre [e do “Leão de Campos”, como é de se supor] poderia ser um primeiro e gracioso gesto.
E, por mais vácuas e pueris que você pense serem as minhas observações e opiniões, mais eu creio que você deva parar de rir e encarar as questões que eu levantei: existe um Plano, outro que não o de esperar por décadas para mudar em séculos a ruptura cristalizada? E: o Vaticano II é modelo de Ecumenismo?

* * *

[1] [N.T.] Pe. John Hunwicke é sacerdote do Ordinariato Pessoal Nossa Senhora de Walsingham para ex-anglicanos na Inglaterra e País de Gales. Quando da ereção do ordinariato, teve sua ordenação postergada por seu “exagerado” fervor católico.

[2] Há ainda um aspecto canônico e pastoral disso. Escritores contrários à Fraternidade comumente afirmam que os casamentos da Fraternidade são inválidos. Mas se a Fraternidade está fora da Igreja, então são tão válidos quanto os casamentos metodistas ou luteranos. E as absolvições são tão válidas quanto a práxis vaticana julga as absolvições ortodoxas [sic]. Não seria, de qualquer forma, um admirável gesto pastoral para a Semana da Unidade dos Cristãos que Roma concedesse jurisdição nestas matérias aos padres da Fraternidade e emitisse uma sanatio para todos os casamentos prévios da Fraternidade? Isto teria a mesma grandiosidade, a mesma generosidade, que o levantamento das excomunhões por Bento XVI.

[3] http://fratresinunum.com/2013/12/23/prefeito-da-congregacao-para-a-doutrina-da-fe-dom-muller-lefebvrianos-sao-cismaticos-de-facto-o-fundador-da-teologia-da-libertacao-sempre-foi-ortodoxo/

[4] [N.T.] Nó górdio é uma metáfora de base mitológica para um problema insolúvel, no caso as excomunhões.

[5] Como os vaticanistas frequentemente assinalam, a solução óbvia seria de “conceder” à Fraternidade precisamente aquilo que, de facto, ela já tem. Isso preservaria a Santa Sé da indignidade das negociatas e reduziria muito consideravelmente o risco de rachas dentro da própria Fraternidade. Dever-se-ia incluir somente duas outras provisões extra, ambas tiradas da Anglicanorum Coetibus: (1) exigir que a Fraternidade delibere junto aos ordinários locais sobre o desenvolvimento de sua missão sem conceder aos ordinários nenhuma possibilidade real de veto; e (2) proporcionar ao Conselho da Fraternidade que envie uma terna à Roma quando de uma vacância episcopal. Poderia, então, ser finalmente nomeado um substituto para Monsenhor Williamson.

[6] [N.T.] Referência ao salmo que dá nome a este site.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Antonio Socci que, num furo jornalístico extraordinário, já havia anunciado, há dois e meio (!), a decisão de Bento XVI de renunciar ao Pontificado.



Autor: Antonio Socci | 12 de fevereiro de 2013.

A renúncia de Bento XVI não é somente uma notícia explosiva, mas um evento epocal, sem precedentes (pode-se citar o caso de Celestino V, há setecentos anos, mas foi um acontecimento muito diferente, num contexto bem diverso).
O que está acontecendo diante de nossos olhos é um acontecimento que, pela sua própria natureza planetária e espiritual, faz empalidecer todas as outras notícias de acontecimentos destes dias e certamente não tem relação alguma com elas (a começar com as eleições italianas).
Ontem, Ezio Mauro, na reunião de redação de “República” transmitida no site, e que obviamente foi dedicada ao pontífice, revelou que Bento XVI chegou a esta decisão “depois de uma longa reflexão. Hoje pela manhã – acrescentou Mauro – ele nos disse que já tinha tomado a decisão há tempo e que mesmo assim a manteve no segredo“.
Na realidade a decisão foi tomada, pelo menos desde o verão de 2011 e não era mais uma notícia secreta desde 25 de setembro de 2011, quando, neste jornal, eu a trouxe à luz, tendo dela sabido de diversas fontes, todas confiáveis e independentes umas das outras. Naquela ocasião, a entrega do cargo fora pensada, por Ratzinger, para o seu aniversário de 85 anos, ou seja, na primavera de 2012.
O problema é que, dois meses depois do meu artigo, no outono de 2011, começou a eclodir o caso do vazamento de informações do Vaticano (conhecido como Vatileaks) e imediatamente ficou claro – até que não se concluísse o caso – que o Santo Padre não colocaria em prática sua decisão. De fato, no livro de entrevista publicado há alguns anos, “Luz do mundo”, com Peter Seewald, analisando a possibilidade de renúncia de forma teórica, explicara que, quando a Igreja se encontra em meio a uma tempestade, um Papa não pode renunciar.
Por isto, no dia 11 de março de 2012, faltando um mês para o aniversário de 85 anos do Pontífice (que é 16 de abril), eu escrevi nesta coluna: “É necessário que se diga que a tempestade que se abateu nestes meses sobre a Cúria vaticana, em particular sobre a Secretaria de Estado, afastou a hipótese da renúncia do Papa, o qual sempre deixou claro que a renúncia deve ser excluída quando a Igreja está em grande dificuldade, pois poderia parecer uma fuga da responsabilidade”. A forma como os fatos se desenvolveram posteriormente confirma esta reconstrução. Já que a renúncia do Papa aconteceu, finalmente, passado exatamente um mês da conclusão definitiva do caso Vatileaks, com o perdão concedido ao mordomo Paulo Gabriele.
Sinal de que esta renúncia já havia sido efetivamente pensada no verão de 2011.
Eis as razões apresentadas ontem pelo Papa: “cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idôneas para exercer adequadamente o ministério petrino”.
Com sua habitual clareza, o Papa disse a simples verdade e fez a escolha que considera a melhor para o bem da Igreja, escolha esta, aliás, de humildade, que é uma característica importante de sua humanidade e de sua fé.
Nós, no entanto, podemos e devemos observar que quase todos os papas precedentes envelheceram e permaneceram no cargo, embora com forças reduzidas, governando através de seus colaboradores.
Pode-se então levantar a hipótese que Bento XVI não tenha feito esta escolha por julgar não ter colaboradores à altura desta tarefa (com a sua renúncia, decaem os cargos mais importantes da cúria).
Pode-se claramente dizer que Bento XVI foi um grande pontífice e que o seu pontificado foi – ao menos em parte – dificultado por uma Cúria que não estava à sua altura, mas também pela escassa sintonia com o Papa por parte do episcopado.
Joseph Ratzinger, que confirma ser um papa extraordinário também com esta sua saída de cena, certamente carregou a cruz do ministério petrino sofrendo muito e dando tudo de si mesmo(não lhe faltaram nem incompreensões, nem desprezo).
Foi uma pena verificar que o seu esplêndido magistério muitas vezes não foi escutado.
Quando publiquei o meu furo jornalístico, escrevi que teria o desejo de ser desmentido pelos fatos e esperava que nós católicos rezássemos para que Deus nos conservasse este grande Papa por mais tempo.
Infelizmente, muitos crentes, ao invés de escutar este meu apelo à oração se puseram a me atacar, como se fosse crime de lesa majestade dar a notícia de que o Papa estava considerando a renúncia. Uma reação puritana que demonstra um certo clericalismo bem comum. Bento XVI – com a sua constante apologia da consciência e da razão – está entre os poucos que não possuem uma mentalidade clericalista.
Basta recordar que não hesitou em chamar com o seu nome próprio todas as pragas da Igreja e de denunciá-las como jamais se fizera.
Na sua admirável liberdade moral ele não hesitou nem mesmo em desmentir alguns de seus colaboradores mais próximos sobre o “segredo de Fátima”. Aconteceu em 2010, quando decidiu fazer uma repentina peregrinação ao santuário português e lá declarou:

“Iludir-se-ia quem pensasse que a missão profética de Fátima esteja concluída [...] Na Sagrada Escritura, é frequente aparecer Deus à procura de justos para salvar a cidade humana e o mesmo faz aqui, em Fátima. [...] Possam os sete anos que nos separam do centenário das Aparições apressar o anunciado triunfo do Coração Imaculado de Maria para glória da Santíssima Trindade”.
Uma expressão que certamente faz pensar (o centenário das aparições de Fátima será em 2017), também numa relação com os famosos “dez segredos” de Medjugorje.
Por outro lado, o próprio anúncio da renúncia aconteceu em uma data gloriosamente mariana, o 11 de fevereiro, aniversário (e festa litúrgica) das aparições da Virgem de Lourdes. É fácil prever que agora irão se desencadear explicações fantasiosas, que irão evocar Malaquias, a monja de Dresden e todo o resto.
Permanece, porém, o fato que o Papa, com o peso da decisão epocal que assumiu, coloca toda a Igreja diante da gravidade dos tempos que vivemos. Gravidade que Nossa Senhora enfatizou dolorosamente em todas as aparições modernas, desde La Salette, Lourdes, Fátima e Medjugorje (passando pelo misterioso e milagroso derramamento de lágrimas da imagem de Nossa Senhora em Civittavecchia).
É de se esperar, além do mais, que não se atribua a este nosso amado Papa, aquilo que foi atribuído a um seu predecessor, Pio X, que a Igreja proclamou santo.
É um episódio que tem sido difundido há alguns meses em alguns ambientes católicos e também na Cúria.
Parece que Pio X, em 1909, teria tido uma visão durante uma audiência que o angustiou: “O que vi foi terrível! Serei eu, ou um meu sucessor? Vi o Papa fugir do Vaticano entre os cadáveres de seus padres. Irá refugiar-se em algum lugar, incógnito, e depois morrerá de morte violenta”.
Parece que teria voltado a esta visão em 1914, perto de sua morte. Ainda lúcido, transmitiu novamente o conteúdo da visão e comentou: “O respeito a Deus desapareceu dos corações. Deseja-se até mesmo apagar a sua lembrança”.
Há algum tempo circula esta “profecia” também porque se diz que Pio X teria igualmente declarado que se trata de “um de meus sucessores com nome igual ao meu”. O nome de Pio X era Giuseppe Sarto. Ou seja, José, portanto, Joseph. Desejo ardentemente que se trate de uma falsa profecia ou que não diga respeito aos nossos dias.
Mas a sua divulgação faz ver o quanto o pontificado de Bento XVI – como o de seu predecessor – esteja circundado de inquietações.
Além do mais, foi ele mesmo quem o iniciou pedindo a oração dos fieis para que não fugisse diante dos lobos. O Papa não fugiu.
Sofreu e realizou a sua missão até que pôde e hoje pede à Igreja um sucessor que tenha as forças para assumir este pesado ministério. Além do mais, para todos é evidente que o papado, já faz três séculos, tornou-se um lugar de martírio branco, da mesma forma com que, nos primeiros séculos, significava certamente o martírio de sangue.
De fato, os tempos modernos se abriram com um outro evento místico acontecido com o papa Leão XIII, o papa da “questão social” e da “Rerum novarum”. No dia 13 de outubro de 1884 (13 de outubro é também o dia do milagre do sol em Fátima) o pontífice teve uma visão durante a celebração eucarística.
Ficou chocado e abalado. O pontífice explicou que dizia respeito ao futuro da Igreja. Revelou que Satanás, nos cem anos seguintes, chegaria ao cume de seu poder e que faria de tudo para destruir a Igreja.
Parece que ele teria visto também a Basílica de São Pedro assediada por demônios que a faziam tremer.
O fato certo, porém, é que o Papa Leão se recolheu imediatamente em oração e escreveu aquela maravilhosa oração a São Miguel Arcanjo, vencedor de Satanás e protetor da Igreja, que desde então era recitada em todas as igrejas, no fim da Missa.
Esta oração foi abolida com a reforma litúrgica que se seguiu ao Concílio Vaticano II, a reforma litúrgica que Bento XVI procurou tanto reelaborar. Nunca como hoje a Igreja necessita da oração de proteção a São Miguel Arcanjo.
Fonte: antoniosocci.com | Tradução: padrepauloricardo.org

http://www.amormariano.com.br/noticias/eu-sabia-da-renuncia-desde-setembro-de-2011/

Antonio Socci: Il “ritiro” di Benedetto XVI...emergono “dettagli” che impongono di interrogarsi seriamente sulla sua effettiva validità canonica.

Forse non è canonicamente valida la rinuncia di Papa Benedetto


Oggi Antonio Socci rilancia, sulla sua pagina Facebook, il tema di cui al precedente articolo Chi ha spinto Papa Benedetto a mollare e perché.
Nel frattempo, Andrea Tornielli, invece, la butta su Ratzinger e ratzingeriani, come se si trattasse di partigianeria o faziosità e dalla sua visuale ristretta e vatican-dipendente, non coglie che non si tratta di Ratzinger versus Bergoglio, ma delle sorti della Chiesa e del Papato.
Pubblico di seguito il testo odierno di Socci:

Il “ritiro” di Benedetto XVI – un anno dopo – si tinge di giallo. Perché emergono “dettagli” che impongono di interrogarsi seriamente sulla sua effettiva validità canonica.
Parto da ciò di cui io stesso sono stato testimone personale. Nell’estate del 2011 ricevo da fonte certa la notizia: Benedetto XVI ha deciso di dimettersi e lo farà dopo aver compiuto gli 85 anni, cioè dall’aprile 2012.
Scrissi tutto su queste colonne il 25 settembre 2011. Fui seppellito da una valanga di risposte sprezzanti sia dall’entourage vaticano che dai vaticanisti. Arrivati alla primavera 2012 qualcuno dei vaticanisti fece ripetutamente notare che la mia previsione non si era realizzata.
Io risposi che si era in pieno nella tempesta di Vatileaks e per quella ragione il Papa non si era ancora dimesso. Infatti l’11 febbraio 2012, appena chiuso il caso Valileaks, Benedetto XVI comunica il suo clamoroso ritiro (si era sempre nel suo 85° anno).
Tuttavia ancora ieri i rosiconi di “Vatican Insider” scrivevano: “Nel corso degli anni, sui giornali italiani, Antonio Socci e Giuliano Ferrara parlarono, con motivazioni diverse, dell’ipotesi che Joseph Ratzinger si dimettesse. Nessuno, a ogni modo, seppe prevedere la tempistica”.
A parte il fatto che la mia era una notizia, mentre l’articolo di Ferrara, uscito mesi dopo, era una sua riflessione culturale, nel mio articolo la tempistica era molto ben definita.

LA CONFERMA DI BERTONE

Inoltre ieri il cardinale Bertone, con una intervista al “Giornale”, ha rivelato: “Il Papa aveva maturato la decisione da tempo, me ne parlò già a metà del 2012”.
Poi decise di ritardare un po’ la comunicazione per le tante tempeste che erano in corso. Ma la decisione era stata presa per l’aprile 2012. Proprio come avevo scritto.
A questo punto mi sono chiesto come facevano quelle mie fonti a sapere con certezza tutto questo già nell’estate del 2011, due anni prima? Chi e perché era in grado di conoscere una cosa simile?
O qualche persona molto vicina al Papa, oppure qualche gruppo di persone che l’aveva con lui “patteggiata” e ottenuta. Ebbene, nell’estate 2011 le persone vicine al Papa non lo sapevano. Dunque ci sono state forze che hanno voluto e premuto per quella decisione fino a “strappargli” una data?

COMPLOTTO ?

Non credo che sia un’esagerazione complottista perché, oltre ai fortissimi attacchi esterni, che hanno connotato il suo pontificato, Benedetto XVI è stato avversato in modo durissimo fin dall’inizio all’interno del mondo ecclesiastico: è evidente dal documento con cui un gruppo di cardinali anonimi, subito dopo il Conclave del 2005, ha infranto il giuramento sul Vangelo diffondendo un presunto Diario delle votazioni che delegittimava Ratzinger e in pratica gli lanciava il segnale di mollare. Prefigurando subdolamente dei fatti che poi si sono davvero realizzati.
Quella delegittimazione pubblica di un papa appena eletto, da parte di cardinali spergiuri, nascosti dietro l’anonimato, non ha eguali nella storia moderna della Chiesa.
E’ possibile pensare che da lì si sia dipanata tutta una strategia ostile che evidentemente puntava proprio alle dimissioni del Papa. Nel libro “Attacco a Ratzinger”, del 2010, Andrea Tornielli e Paolo Rodari, riportano la dichiarazione di un importante cardinale che, dopo il Conclave del 2005, disse di papa Benedetto: “due o tre anni, non durerà più di due o tre anni” (e “lo faceva accompagnando le parole con un gesto delle mani, come per minimizzare”).

INQUIETANTE APPUNTO

Va ricordato anche l’inquietante “appunto” consegnato a Benedetto XVI il 30 dicembre 2011 dal cardinale Dario Castrillòn Hoyos, nel quale si riferivano le cose che un altro cardinale, Paolo Romeo, arcivescovo di Palermo, nel novembre 2011, avrebbe detto ad alcune persone in colloqui avuti a Pechino.
Il Cardinale Romeo, secondo l’estensore del rapporto, avrebbe “aspramente criticato papa Benedetto XVI”. Infine “sicuro di sé, come se lo sapesse con precisione il Cardinale Romeo ha annunciato che il Santo Padre avrebbe solo altri dodici mesi da vivere. Durante i suoi colloqui in Cina ha profetizzato la morte di Papa Benedetto XVI entro i prossimi 12 mesi”.
Tale documento uscì poi sulla stampa nel febbraio 2012 e fece scalpore, ma fu subito dimenticato, anche dai media (sempre superficiali). Declassato a chiacchiera di qualche svagato che aveva frainteso tutto, immaginando attentati e cose simili.
Di certo quel rapporto aveva aspetti strani, ma alla luce di ciò che è davvero accaduto nei dodici mesi successivi, si può dire che era proprio casuale che fosse prevista con certezza l’uscita di scena di Ratzinger?
Di sicuro, con tutto questo oscuro subbuglio di Curia, appaiono poco credibili oggi dichiarazioni come quella fatta a caldo, al momento delle dimissioni del papa, dal cardinale Sodano: “Un fulmine a ciel sereno”.
Sodano – che era Segretario di Stato nel 2005 e fu sostituito da Benedetto XVI nel 2006 - è poi colui che, come decano del Sacro Collegio, ha gestito il nuovo Conclave del 2013. E resta l’uomo forte della Curia.

IL GIALLO

La vicenda delle dimissioni di papa Benedetto è sempre più misteriosa. E pure imbarazzante. Non a caso, per l’anniversario del ritiro, si sono lette cose surreali, come la dichiarazione del cardinale Cottier che ad “Avvenire” ha detto: “Con molta lucidità egli ha misurato le proprie forze e il lavoro da fare. E ha deciso che non si può forzare la Provvidenza”.
Restare al suo posto sarebbe stato “forzare la Provvidenza”? E in quale bignami della teologia sarebbe scritta una simile castroneria, offensiva per papa Benedetto e pure per la Provvidenza, che non è ritenuta in grado di guidare le vite umane? Forse che il Conclave del 2005 andò contro la Provvidenza?
Eccoci dunque davanti alla domanda cruciale: quella sulla “rinuncia” di Benedetto XVI. L’11 febbraio 2013 egli l’annunciò solennemente “ben consapevole della gravità di questo atto, con piena libertà”.
Non è ammissibile dubitare delle sue parole, quindi il suo fu un gesto libero. Tuttavia per ottenere una decisione in tal senso si può premere in molti modi. Non necessariamente con un’imposizione diretta.
C’è chi ha avanzato l’ipotesi che il Papa abbia sentito ventilare eventi catastrofici per la Chiesa che, in cuor suo, riteneva di poter scongiurare facendosi da parte. In questo caso avrebbe preso liberamente la sua decisione, ma quanto sarebbe valido il suo ritiro?
Il problema della validità canonica delle sue dimissioni è enorme. L’invalidità infatti – secondo alcuni canonisti – non riguarda solo il caso di costrizione, ma è da discutere anche in altri casi.

SEGNALI SIGNIFICATIVI

Per esempio ci si può domandare se il Pontefice in cuor suo ha messo nella decisione il concorso della volontà, cioè se si è ritirato – oltreché esteriormente – anche interiormente.
Sembra una questione aleatoria, ma nelle cose di Dio il cuore, che Lui solo vede, è determinante.
Infatti perfino per i sacramenti è necessario questo requisito. Nella consacrazione dell’eucaristia ci vuole materia, forma e intenzione: se manca anche solo uno di questi elementi il sacramento è invalido.
Per esempio se manca l’intenzione interiore del sacerdote di consacrare, se egli formula le parole, ma non ha l’intenzione di consacrare, la consacrazione non è valida.
Benedetto XVI si è ritirato anche interiormente?
Oltre al linguaggio delle parole c’è quello dei gesti. Quello che vediamo è che ha scelto di continuare a stare “nel recinto di Pietro”, di vestire in abito bianco, di definirsi “papa emerito” e di continuare a chiamarsi Benedetto XVI (si firma così).
Inoltre ha rifiutato il cambiamento del suo stemma che lo riportava a cardinale, tenendo ancora quello con le chiavi di Pietro. Il Vaticano ha fatto sapere che Benedetto “preferisce non adottare un emblema araldico espressivo della nuova situazione creatasi con la sua rinuncia al Ministero Petrino”.
Sappiamo che nella Chiesa c’è anche il “magistero tacito” . Forse questo è il caso. E di certo Benedetto è in accordo con Francesco. Un bel mistero.
Antonio Socci
Da “Libero”, 12 febbraio 2014

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Faz hoje um ano que Bento XVI anunciou a sua renúncia ao Papado . Benedicto XVI ha anunciado oficialmente ,hace hoy un Año, la renuncia al pontificado por su “edad avanzada”



Caríssimos Irmãos,
convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idóneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste acto, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.
Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus.
Vaticano, 10 de Fevereiro de 2013.
BENEDICTUS PP XVI

UN RAYO GOLPEA LA CÚPULA DE LA BASÍLICA DE SAN PEDRO EL MISMO DÍA EN QUE DIMITE BENEDICTO XVI


EFE – VAT99 CIUDAD DEL VATICANO (VATICANO), 11/02/2013.- Un rayo golpea la basílica de San Pedro el mismo día en el que el papa Benedicto XVI anuncia su abdicación, en la Ciudad del Vaticano, Vaticano hoy, lunes 11 de febrero de 2013. El Papa Benedicto XVI anunció hoy oficialmente que renuncia al pontificado por su “edad avanzada”, en una decisión sin precedentes en los últimos siglos, que tomó por sorpresa al propio Vaticano. El Vaticano ofrecerá una despedida a Benedicto XVI antes de que ponga fin a su pontificado, previsto para el 28 de febrero próximo, a la que espera que asistan fieles de todo el mundo “y autoridades de muchos países”.
EFE/Alessandro Di Meo.

http://bastioncatolico.wordpress.com/

BENEDETTO XVI : Sappiamo come questo Concilio dei media fosse accessibile a tutti. Quindi, questo era quello dominante, più efficiente, ed ha creato tante calamità, tanti problemi, realmente tante miserie: seminari chiusi, conventi chiusi, liturgia banalizzata … e il vero Concilio ha avuto difficoltà a concretizzarsi, a realizzarsi; il Concilio virtuale era più forte del Concilio reale.

[Alemão, Árabe, Croata, Espanhol, Francês, Inglês, Italiano, Português]

L'ULTIMA STRAORDINARIA LECTIO DIVINA DI PAPA BENEDETTO XVI

BENEDETTO XVI RINUNCIA AL MINISTERO DI VESCOVO DI ROMA: LO SPECIALE DEL BLOG

INCONTRO DEL PAPA CON I PARROCI: VIDEO INTEGRALE


INCONTRO CON I PARROCI E IL CLERO DI ROMA


DISCORSO DEL SANTO PADRE BENEDETTO XVI


Aula Paolo VI
Giovedì, 14 febbraio 2013

Eminenza,
cari fratelli nell’Episcopato e nel Sacerdozio!

E’ per me un dono particolare della Provvidenza che, prima di lasciare il ministero petrino, possa ancora vedere il mio clero, il clero di Roma. E’ sempre una grande gioia vedere come la Chiesa vive, come a Roma la Chiesa è vivente; ci sono Pastori che, nello spirito del Pastore supremo, guidano il gregge del Signore. E’ un clero realmente cattolico, universale, e questo risponde all’essenza della Chiesa di Roma: portare in sé l’universalità, la cattolicità di tutte le genti, di tutte le razze, di tutte le culture. Nello stesso tempo, sono molto grato al Cardinale Vicario che aiuta a risvegliare, a ritrovare le vocazioni nella stessa Roma, perché se Roma, da una parte, dev’essere la città dell’universalità, dev’essere anche una città con una propria forte e robusta fede, dalla quale nascono anche vocazioni. E sono convinto che, con l’aiuto del Signore, possiamo trovare le vocazioni che Egli stesso ci dà, guidarle, aiutarle a maturare, e così servire per il lavoro nella vigna del Signore.
Oggi avete confessato davanti alla tomba di san Pietro il Credo: nell’Anno della fede, mi sembra un atto molto opportuno, necessario forse, che il clero di Roma si riunisca sulla tomba dell’Apostolo al quale il Signore ha detto: “A te affido la mia Chiesa. Sopra di te costruisco la mia Chiesa” (cfr Mt 16,18-19). Davanti al Signore, insieme con Pietro, avete confessato: “Tu sei Cristo, il Figlio del Dio vivo” (cfr Mt 16,15-16).
Così cresce la Chiesa: insieme con Pietro, confessare Cristo, seguire Cristo. E facciamo questo sempre. Io sono molto grato per la vostra preghiera, che ho sentito – l’ho detto mercoledì – quasi fisicamente. Anche se adesso mi ritiro, nella preghiera sono sempre vicino a tutti voi e sono sicuro che anche voi sarete vicini a me, anche se per il mondo rimango nascosto.
Per oggi, secondo le condizioni della mia età, non ho potuto preparare un grande, vero discorso, come ci si potrebbe aspettare; ma piuttosto penso ad una piccola chiacchierata sul Concilio Vaticano II, come io l’ho visto.
Comincio con un aneddoto: io ero stato nominato nel ’59 professore all’Università di Bonn, dove studiano gli studenti, i seminaristi della diocesi di Colonia e di altre diocesi circostanti. Così, sono venuto in contatto con il Cardinale di Colonia, il Cardinale Frings. Il Cardinale Siri, di Genova – mi sembra nel ’61 - aveva organizzato una serie di conferenze di diversi Cardinali europei sul Concilio, e aveva invitato anche l’Arcivescovo di Colonia a tenere una delle conferenze, con il titolo: Il Concilio e il mondo del pensiero moderno.
Il Cardinale mi ha invitato – il più giovane dei professori – a scrivergli un progetto; il progetto gli è piaciuto e ha proposto alla gente, a Genova, il testo come io l’avevo scritto. Poco dopo, Papa Giovanni lo invita ad andare da lui e il Cardinale era pieno di timore di avere forse detto qualcosa di non corretto, di falso, e di venire citato per un rimprovero, forse anche per togliergli la porpora. Sì, quando il suo segretario lo ha vestito per l’udienza, il Cardinale ha detto: “Forse adesso porto per l’ultima volta questo abito”. Poi è entrato, Papa Giovanni gli va incontro, lo abbraccia, e dice: “Grazie, Eminenza, lei ha detto le cose che io volevo dire, ma non avevo trovato le parole”. Così, il Cardinale sapeva di essere sulla strada giusta e mi ha invitato ad andare con lui al Concilio, prima come suo esperto personale; poi, nel corso del primo periodo - mi pare nel novembre ’62 – sono stato nominato anche perito ufficiale del Concilio.
Allora, noi siamo andati al Concilio non solo con gioia, ma con entusiasmo. C’era un’aspettativa incredibile. Speravamo che tutto si rinnovasse, che venisse veramente una nuova Pentecoste, una nuova era della Chiesa, perché la Chiesa era ancora abbastanza robusta in quel tempo, la prassi domenicale ancora buona, le vocazioni al sacerdozio e alla vita religiosa erano già un po’ ridotte, ma ancora sufficienti. Tuttavia, si sentiva che la Chiesa non andava avanti, si riduceva, che sembrava piuttosto una realtà del passato e non la portatrice del futuro. E in quel momento, speravamo che questa relazione si rinnovasse, cambiasse; che la Chiesa fosse di nuovo forza del domani e forza dell’oggi. E sapevamo che la relazione tra la Chiesa e il periodo moderno, fin dall’inizio, era un po’ contrastante, cominciando con l’errore della Chiesa nel caso di Galileo Galilei; si pensava di correggere questo inizio sbagliato e di trovare di nuovo l’unione tra la Chiesa e le forze migliori del mondo, per aprire il futuro dell’umanità, per aprire il vero progresso. Così, eravamo pieni di speranza, di entusiasmo, e anche di volontà di fare la nostra parte per questa cosa. Mi ricordo che un modello negativo era considerato il Sinodo Romano. Si disse - non so se sia vero – che avessero letto i testi preparati, nella Basilica di San Giovanni, e che i membri del Sinodo avessero acclamato, approvato applaudendo, e così si sarebbe svolto il Sinodo. I Vescovi dissero: No, non facciamo così. Noi siamo Vescovi, siamo noi stessi soggetto del Sinodo; non vogliamo soltanto approvare quanto è stato fatto, ma vogliamo essere noi il soggetto, i portatori del Concilio. Così anche il Cardinale Frings, che era famoso per la fedeltà assoluta, quasi scrupolosa, al Santo Padre, in questo caso disse: Qui siamo in altra funzione. Il Papa ci ha convocati per essere come Padri, per essere Concilio ecumenico, un soggetto che rinnovi la Chiesa. Così vogliamo assumere questo nostro ruolo.
Il primo momento, nel quale questo atteggiamento si è mostrato, è stato subito il primo giorno. Erano state previste, per questo primo giorno, le elezioni delle Commissioni ed erano state preparate, in modo – si cercava – imparziale, le liste, i nominativi; e queste liste erano da votare. Ma subito i Padri dissero: No, non vogliamo semplicemente votare liste già fatte. Siamo noi il soggetto. Allora, si sono dovute spostare le elezioni, perché i Padri stessi volevano conoscersi un po’, volevano loro stessi preparare delle liste. E così è stato fatto.
I Cardinali Liénart di Lille, il Cardinale Frings di Colonia avevano pubblicamente detto: Così no. Noi vogliamo fare le nostre liste ed eleggere i nostri candidati. Non era un atto rivoluzionario, ma un atto di coscienza, di responsabilità da parte dei Padri conciliari.Così cominciava una forte attività per conoscersi, orizzontalmente, gli uni gli altri, cosa che non era a caso. Al “Collegio dell’Anima”, dove abitavo, abbiamo avuto molte visite: il Cardinale era molto conosciuto, abbiamo visto Cardinali di tutto il mondo. Mi ricordo bene la figura alta e snella di mons. Etchegaray, che era Segretario della Conferenza Episcopale Francese, degli incontri con Cardinali, eccetera. E questo era tipico, poi, per tutto il Concilio: piccoli incontri trasversali. Così ho conosciuto grandi figure come Padre de Lubac, Daniélou, Congar, eccetera. Abbiamo conosciuto vari Vescovi; mi ricordo particolarmente del Vescovo Elchinger di Strasburgo, eccetera. E questa era già un’esperienza dell’universalità della Chiesa e della realtà concreta della Chiesa, che non riceve semplicemente imperativi dall’alto, ma insieme cresce e va avanti, sempre sotto la guida – naturalmente – del Successore di Pietro.
Tutti, come ho detto, venivano con grandi aspettative; non era mai stato realizzato un Concilio di queste dimensioni, ma non tutti sapevano come fare. I più preparati, diciamo quelli con intenzioni più definite, erano l’episcopato francese, tedesco, belga, olandese, la cosiddetta “alleanza renana”. E, nella prima parte del Concilio, erano loro che indicavano la strada; poi si è velocemente allargata l’attività e tutti sempre più hanno partecipato nella creatività del Concilio. I francesi ed i tedeschi avevano diversi interessi in comune, anche con sfumature abbastanza diverse. La prima, iniziale, semplice - apparentemente semplice – intenzione era la riforma della liturgia, che era già cominciata con Pio XII, il quale aveva già riformato la Settimana Santa; la seconda, l’ecclesiologia; la terza, la Parola di Dio, la Rivelazione; e, infine, anche l’ecumenismo. I francesi, molto più che i tedeschi, avevano ancora il problema di trattare la situazione delle relazioni tra la Chiesa e il mondo.
Cominciamo con il primo. Dopo la Prima Guerra Mondiale, era cresciuto, proprio nell’Europa centrale e occidentale, il movimento liturgico, una riscoperta della ricchezza e profondità della liturgia, che era finora quasi chiusa nel Messale Romano del sacerdote, mentre la gente pregava con propri libri di preghiera, i quali erano fatti secondo il cuore della gente, così che si cercava di tradurre i contenuti alti, il linguaggio alto, della liturgia classica in parole più emozionali, più vicine al cuore del popolo.
Ma erano quasi due liturgie parallele: il sacerdote con i chierichetti, che celebrava la Messa secondo il Messale, ed i laici, che pregavano, nella Messa, con i loro libri di preghiera, insieme, sapendo sostanzialmente che cosa si realizzava sull’altare. Ma ora era stata riscoperta proprio la bellezza, la profondità, la ricchezza storica, umana, spirituale del Messale e la necessità che non solo un rappresentante del popolo, un piccolo chierichetto, dicesse “Et cum spiritu tuo” eccetera, ma che fosse realmente un dialogo tra sacerdote e popolo, che realmente la liturgia dell’altare e la liturgia del popolo fosse un’unica liturgia, una partecipazione attiva, che le ricchezze arrivassero al popolo; e così si è riscoperta, rinnovata la liturgia.
Io trovo adesso, retrospettivamente, che è stato molto buono cominciare con la liturgia, così appare il primato di Dio, il primato dell’adorazione. “Operi Dei nihil praeponatur”: questa parola della Regola di san Benedetto (cfr 43,3) appare così come la suprema regola del Concilio. Qualcuno aveva criticato che il Concilio ha parlato su tante cose, ma non su Dio. Ha parlato su Dio! Ed è stato il primo atto e quello sostanziale parlare su Dio e aprire tutta la gente, tutto il popolo santo, all’adorazione di Dio, nella comune celebrazione della liturgia del Corpo e Sangue di Cristo. In questo senso, al di là dei fattori pratici che sconsigliavano di cominciare subito con temi controversi, è stato, diciamo, realmente un atto di Provvidenza che agli inizi del Concilio stia la liturgia, stia Dio, stia l’adorazione. Adesso non vorrei entrare nei dettagli della discussione, ma vale la pena sempre tornare, oltre le attuazioni pratiche, al Concilio stesso, alla sua profondità e alle sue idee essenziali.
Ve n’erano, direi, diverse: soprattutto il Mistero pasquale come centro dell’essere cristiano, e quindi della vita cristiana, dell’anno, del tempo cristiano, espresso nel tempo pasquale e nella domenica che è sempre il giorno della Risurrezione. Sempre di nuovo cominciamo il nostro tempo con la Risurrezione, con l’incontro con il Risorto, e dall’incontro con il Risorto andiamo al mondo. In questo senso, è un peccato che oggi si sia trasformata la domenica in fine settimana, mentre è la prima giornata, è l’inizio; interiormente dobbiamo tenere presente questo: che è l’inizio, l’inizio della Creazione, è l’inizio della ricreazione nella Chiesa, incontro con il Creatore e con Cristo Risorto. Anche questo duplice contenuto della domenica è importante: è il primo giorno, cioè festa della Creazione, noi stiamo sul fondamento della Creazione, crediamo nel Dio Creatore; e incontro con il Risorto, che rinnova la Creazione; il suo vero scopo è creare un mondo che è risposta all’amore di Dio.
Poi c’erano dei principi: l’intelligibilità, invece di essere rinchiusi in una lingua non conosciuta, non parlata, ed anche la partecipazione attiva. Purtroppo, questi principi sono stati anche male intesi. Intelligibilità non vuol dire banalità, perché i grandi testi della liturgia – anche se parlati, grazie a Dio, in lingua materna – non sono facilmente intelligibili, hanno bisogno di una formazione permanente del cristiano perché cresca ed entri sempre più in profondità nel mistero e così possa comprendere. Ed anche la Parola di Dio – se penso giorno per giorno alla lettura dell’Antico Testamento, anche alla lettura delle Epistole paoline, dei Vangeli: chi potrebbe dire che capisce subito solo perché è nella propria lingua? Solo una formazione permanente del cuore e della mente può realmente creare intelligibilità ed una partecipazione che è più di una attività esteriore, che è un entrare della persona, del mio essere, nella comunione della Chiesa e così nella comunione con Cristo.

Secondo tema: la Chiesa. Sappiamo che il Concilio Vaticano I era stato interrotto a causa della guerra tedesco-francese e così è rimasto con una unilateralità, con un frammento, perché la dottrina sul primato - che è stata definita, grazie a Dio, in quel momento storico per la Chiesa, ed è stata molto necessaria per il tempo seguente - era soltanto un elemento in un’ecclesiologia più vasta, prevista, preparata. Così era rimasto il frammento. E si poteva dire: se il frammento rimane così come è, tendiamo ad una unilateralità: la Chiesa sarebbe solo il primato. Quindi già dall’inizio c’era questa intenzione di completare l’ecclesiologia del Vaticano I, in una data da trovare, per una ecclesiologia completa. Anche qui le condizioni sembravano molto buone perché, dopo la Prima Guerra Mondiale, era rinato il senso della Chiesa in modo nuovo. Romano Guardini disse: “Nelle anime comincia a risvegliarsi la Chiesa”, e un vescovo protestante parlava del “secolo della Chiesa”. Veniva ritrovato, soprattutto, il concetto, che era previsto anche dal Vaticano I, del Corpo Mistico di Cristo. Si voleva dire e capire che la Chiesa non è un’organizzazione, qualcosa di strutturale, giuridico, istituzionale - anche questo -, ma è un organismo, una realtà vitale, che entra nella mia anima, così che io stesso, proprio con la mia anima credente, sono elemento costruttivo della Chiesa come tale. In questo senso, Pio XII aveva scritto l’Enciclica Mystici Corporis Christi, come un passo verso un completamento dell’ecclesiologia del Vaticano I.
Direi che la discussione teologica degli anni ’30-’40, anche ’20, era completamente sotto questo segno della parola “Mystici Corporis”. Fu una scoperta che ha creato tanta gioia in quel tempo ed anche in questo contesto è cresciuta la formula: Noi siamo la Chiesa, la Chiesa non è una struttura; noi stessi cristiani, insieme, siamo tutti il Corpo vivo della Chiesa. E, naturalmente, questo vale nel senso che noi, il vero “noi” dei credenti, insieme con l’”Io” di Cristo, è la Chiesa; ognuno di noi, non “un noi”, un gruppo che si dichiara Chiesa. No: questo “noi siamo Chiesa” esige proprio il mio inserimento nel grande “noi” dei credenti di tutti i tempi e luoghi. Quindi, la prima idea: completare l’ecclesiologia in modo teologico, ma proseguendo anche in modo strutturale, cioè: accanto alla successione di Pietro, alla sua funzione unica, definire meglio anche la funzione dei Vescovi, del Corpo episcopale. E, per fare questo, è stata trovata la parola “collegialità”, molto discussa, con discussioni accanite, direi, anche un po’ esagerate. Ma era la parola - forse ce ne sarebbe anche un’altra, ma serviva questa - per esprimere che i Vescovi, insieme, sono la continuazione dei Dodici, del Corpo degli Apostoli.
Abbiamo detto: solo un Vescovo, quello di Roma, è successore di un determinato Apostolo, di Pietro. Tutti gli altri diventano successori degli Apostoli entrando nel Corpo che continua il Corpo degli Apostoli. Così proprio il Corpo dei Vescovi, il collegio, è la continuazione del Corpo dei Dodici, ed ha così la sua necessità, la sua funzione, i suoi diritti e doveri. Appariva a molti come una lotta per il potere, e forse qualcuno anche ha pensato al suo potere, ma sostanzialmente non si trattava di potere, ma della complementarietà dei fattori e della completezza del Corpo della Chiesa con i Vescovi, successori degli Apostoli, come elementi portanti; ed ognuno di loro è elemento portante della Chiesa, insieme con questo grande Corpo.
Questi erano, diciamo, i due elementi fondamentali e, nella ricerca di una visione teologica completa dell’ecclesiologia, nel frattempo, dopo gli anni ’40, negli anni ’50, era già nata un po’ di critica nel concetto di Corpo di Cristo: “mistico” sarebbe troppo spirituale, troppo esclusivo; era stato messo in gioco allora il concetto di “Popolo di Dio”. E il Concilio, giustamente, ha accettato questo elemento, che nei Padri è considerato come espressione della continuità tra Antico e Nuovo Testamento. Nel testo del Nuovo Testamento, la parola “Laos tou Theou”, corrispondente ai testi dell’Antico Testamento, significa – mi sembra con solo due eccezioni – l’antico Popolo di Dio, gli ebrei che, tra i popoli, “goim”, del mondo, sono “il” Popolo di Dio. E gli altri, noi pagani, non siamo di per sé il Popolo di Dio, diventiamo figli di Abramo, e quindi Popolo di Dio entrando in comunione con il Cristo, che è l’unico seme di Abramo. Ed entrando in comunione con Lui, essendo uno con Lui, siamo anche noi Popolo di Dio. Cioè: il concetto “Popolo di Dio” implica continuità dei Testamenti, continuità della storia di Dio con il mondo, con gli uomini, ma implica anche l’elemento cristologico. Solo tramite la cristologia diveniamo Popolo di Dio e così si combinano i due concetti. Ed il Concilio ha deciso di creare una costruzione trinitaria dell’ecclesiologia: Popolo di Dio Padre, Corpo di Cristo, Tempio dello Spirito Santo.
Ma solo dopo il Concilio è stato messo in luce un elemento che si trova un po’ nascosto, anche nel Concilio stesso, e cioè: il nesso tra Popolo di Dio e Corpo di Cristo, è proprio la comunione con Cristo nell’unione eucaristica. Qui diventiamo Corpo di Cristo; cioè la relazione tra Popolo di Dio e Corpo di Cristo crea una nuova realtà: la comunione. E dopo il Concilio è stato scoperto, direi, come il Concilio, in realtà, abbia trovato, abbia guidato a questo concetto: la comunione come concetto centrale. Direi che, filologicamente, nel Concilio esso non è ancora totalmente maturo, ma è frutto del Concilio che il concetto di comunione sia diventato sempre più l’espressione dell’essenza della Chiesa, comunione nelle diverse dimensioni: comunione con il Dio Trinitario - che è Egli stesso comunione tra Padre, Figlio e Spirito Santo -, comunione sacramentale, comunione concreta nell’episcopato e nella vita della Chiesa.
Ancora più conflittuale era il problema della Rivelazione. Qui si trattava della relazione tra Scrittura e Tradizione, e qui erano interessati soprattutto gli esegeti per una maggiore libertà; essi si sentivano un po’ – diciamo – in una situazione di inferiorità nei confronti dei protestanti, che facevano le grandi scoperte, mentre i cattolici si sentivano un po’ “handicappati” dalla necessità di sottomettersi al Magistero. Qui, quindi, era in gioco una lotta anche molto concreta: quale libertà hanno gli esegeti? Come si legge bene la Scrittura? Che cosa vuol dire Tradizione? Era una battaglia pluridimensionale che adesso non posso mostrare, ma importante è che certamente la Scrittura è la Parola di Dio e la Chiesa sta sotto la Scrittura, obbedisce alla Parola di Dio, e non sta al di sopra della Scrittura. E tuttavia, la Scrittura è Scrittura soltanto perché c’è la Chiesa viva, il suo soggetto vivo; senza il soggetto vivo della Chiesa, la Scrittura è solo un libro e apre, si apre a diverse interpretazioni e non dà un’ultima chiarezza.
Qui, la battaglia - come ho detto - era difficile, e fu decisivo un intervento di Papa Paolo VI. Questo intervento mostra tutta la delicatezza del padre, la sua responsabilità per l’andamento del Concilio, ma anche il suo grande rispetto per il Concilio. Era nata l’idea che la Scrittura è completa, vi si trova tutto; quindi non si ha bisogno della Tradizione, e perciò il Magistero non ha niente da dire. Allora, il Papa ha trasmesso al Concilio mi sembra 14 formule di una frase da inserire nel testo sulla Rivelazione e ci dava, dava ai Padri, la libertà di scegliere una delle 14 formule, ma disse: una deve essere scelta, per rendere completo il testo. Io mi ricordo, più o meno, della formula “non omnis certitudo de veritatibus fidei potest sumi ex Sacra Scriptura”, cioè la certezza della Chiesa sulla fede non nasce soltanto da un libro isolato, ma ha bisogno del soggetto Chiesa illuminato, portato dallo Spirito Santo. Solo così poi la Scrittura parla ed ha tutta la sua autorevolezza. Questa frase che abbiamo scelto nella Commissione dottrinale, una delle 14 formule, è decisiva, direi, per mostrare l’indispensabilità, la necessità della Chiesa, e così capire che cosa vuol dire Tradizione, il Corpo vivo nel quale vive dagli inizi questa Parola e dal quale riceve la sua luce, nel quale è nata. Già il fatto del Canone è un fatto ecclesiale: che questi scritti siano la Scrittura risulta dall’illuminazione della Chiesa, che ha trovato in sé questo Canone della Scrittura; ha trovato, non creato, e sempre e solo in questa comunione della Chiesa viva si può anche realmente capire, leggere la Scrittura come Parola di Dio, come Parola che ci guida nella vita e nella morte.
Come ho detto, questa era una lite abbastanza difficile, ma grazie al Papa e grazie – diciamo – alla luce dello Spirito Santo, che era presente nel Concilio, è stato creato un documento che è uno dei più belli e anche innovativi di tutto il Concilio, e che deve essere ancora molto più studiato. Perché anche oggi l’esegesi tende a leggere la Scrittura fuori dalla Chiesa, fuori dalla fede, solo nel cosiddetto spirito del metodo storico-critico, metodo importante, ma mai così da poter dare soluzioni come ultima certezza; solo se crediamo che queste non sono parole umane, ma sono parole di Dio, e solo se vive il soggetto vivo al quale ha parlato e parla Dio, possiamo interpretare bene la Sacra Scrittura. E qui - come ho detto nella prefazione del mio libro su Gesù (cfr vol. I) - c’è ancora molto da fare per arrivare ad una lettura veramente nello spirito del Concilio. Qui l’applicazione del Concilio ancora non è completa, ancora è da fare.
E, infine, l’ecumenismo. Non vorrei entrare adesso in questi problemi, ma era ovvio – soprattutto dopo le “passioni” dei cristiani nel tempo del nazismo – che i cristiani potessero trovare l’unità, almeno cercare l’unità, ma era chiaro anche che solo Dio può dare l’unità. E siamo ancora in questo cammino. Ora, con questi temi, l’”alleanza renana” – per così dire – aveva fatto il suo lavoro.

La seconda parte del Concilio è molto più ampia. Appariva, con grande urgenza, il tema: mondo di oggi, epoca moderna, e Chiesa; e con esso i temi della responsabilità per la costruzione di questo mondo, della società, responsabilità per il futuro di questo mondo e speranza escatologica, responsabilità etica del cristiano, dove trova le sue guide; e poi libertà religiosa, progresso, e relazione con le altre religioni. In questo momento, sono entrate in discussione realmente tutte le parti del Concilio, non solo l’America, gli Stati Uniti, con un forte interesse per la libertà religiosa. Nel terzo periodo questi hanno detto al Papa: Noi non possiamo tornare a casa senza avere, nel nostro bagaglio, una dichiarazione sulla libertà religiosa votata dal Concilio. Il Papa, tuttavia, ha avuto la fermezza e la decisione, la pazienza di portare il testo al quarto periodo, per trovare una maturazione ed un consenso abbastanza completi tra i Padri del Concilio. Dico: non solo gli americani sono entrati con grande forza nel gioco del Concilio, ma anche l’America Latina, sapendo bene della miseria del popolo, di un continente cattolico, e della responsabilità della fede per la situazione di questi uomini. E così anche l’Africa, l’Asia, hanno visto la necessità del dialogo interreligioso; sono cresciuti problemi che noi tedeschi – devo dire – all’inizio, non avevamo visto. Non posso adesso descrivere tutto questo. Il grande documento “Gaudium et spes” ha analizzato molto bene il problema tra escatologia cristiana e progresso mondano, tra responsabilità per la società di domani e responsabilità del cristiano davanti all’eternità, e così ha anche rinnovato l’etica cristiana, le fondamenta. Ma, diciamo inaspettatamente, è cresciuto, al di fuori di questo grande documento, un documento che rispondeva in modo più sintetico e più concreto alle sfide del tempo, e cioè la “Nostra aetate”. Dall’inizio erano presenti i nostri amici ebrei, che hanno detto, soprattutto a noi tedeschi, ma non solo a noi, che dopo gli avvenimenti tristi di questo secolo nazista, del decennio nazista, la Chiesa cattolica deve dire una parola sull’Antico Testamento, sul popolo ebraico. Hanno detto: anche se è chiaro che la Chiesa non è responsabile della Shoah, erano cristiani, in gran parte, coloro che hanno commesso quei crimini; dobbiamo approfondire e rinnovare la coscienza cristiana, anche se sappiamo bene che i veri credenti sempre hanno resistito contro queste cose. E così era chiaro che la relazione con il mondo dell’antico Popolo di Dio dovesse essere oggetto di riflessione. Si capisce anche che i Paesi arabi – i Vescovi dei Paesi arabi – non fossero felici di questa cosa: temevano un po’ una glorificazione dello Stato di Israele, che non volevano, naturalmente. Dissero: Bene, un’indicazione veramente teologica sul popolo ebraico è buona, è necessaria, ma se parlate di questo, parlate anche dell’Islam; solo così siamo in equilibrio; anche l’Islam è una grande sfida e la Chiesa deve chiarire anche la sua relazione con l’Islam. Una cosa che noi, in quel momento, non abbiamo tanto capito, un po’, ma non molto. Oggi sappiamo quanto fosse necessario.
Quando abbiamo incominciato a lavorare anche sull’Islam, ci hanno detto: Ma ci sono anche altre religioni del mondo: tutta l’Asia! Pensate al Buddismo, all’Induismo…. E così, invece di una Dichiarazione inizialmente pensata solo sull’antico Popolo di Dio, si è creato un testo sul dialogo interreligioso, anticipando quanto solo trent’anni dopo si è mostrato in tutta la sua intensità e importanza. Non posso entrare adesso in questo tema, ma se si legge il testo, si vede che è molto denso e preparato veramente da persone che conoscevano le realtà, e indica brevemente, con poche parole, l’essenziale. Così anche il fondamento di un dialogo, nella differenza, nella diversità, nella fede sull’unicità di Cristo, che è uno, e non è possibile, per un credente, pensare che le religioni siano tutte variazioni di un tema. No, c’è una realtà del Dio vivente che ha parlato, ed è un Dio, è un Dio incarnato, quindi una Parola di Dio, che è realmente Parola di Dio. Ma c’è l’esperienza religiosa, con una certa luce umana della creazione, e quindi è necessario e possibile entrare in dialogo, e così aprirsi l’uno all’altro e aprire tutti alla pace di Dio, di tutti i suoi figli, di tutta la sua famiglia.
Quindi, questi due documenti, libertà religiosa e “Nostra aetate”, connessi con “Gaudium et spes” sono una trilogia molto importante, la cui importanza si è mostrata solo nel corso dei decenni, e ancora stiamo lavorando per capire meglio questo insieme tra unicità della Rivelazione di Dio, unicità dell’unico Dio incarnato in Cristo, e la molteplicità delle religioni, con le quali cerchiamo la pace e
Vorrei adesso aggiungere ancora un terzo punto: c’era il Concilio dei Padri – il vero Concilio –, ma c’era anche il Concilio dei media. Era quasi un Concilio a sé, e il mondo ha percepito il Concilio tramite questi, tramite i media. Quindi il Concilio immediatamente efficiente arrivato al popolo, è stato quello dei media, non quello dei Padri. E mentre il Concilio dei Padri si realizzava all’interno della fede, era un Concilio della fede che cerca l’intellectus, che cerca di comprendersi e cerca di comprendere i segni di Dio in quel momento, che cerca di rispondere alla sfida di Dio in quel momento e di trovare nella Parola di Dio la parola per oggi e domani, mentre tutto il Concilio – come ho detto – si muoveva all’interno della fede, come fides quaerens intellectum, il Concilio dei giornalisti non si è realizzato, naturalmente, all’interno della fede, ma all’interno delle categorie dei media di oggi, cioè fuori dalla fede, con un’ermeneutica diversa. Era un’ermeneutica politica: per i media, il Concilio era una lotta politica, una lotta di potere tra diverse correnti nella Chiesa. Era ovvio che i media prendessero posizione per quella parte che a loro appariva quella più confacente con il loro mondo. C’erano quelli che cercavano la decentralizzazione della Chiesa, il potere per i Vescovi e poi, tramite la parola “Popolo di Dio”, il potere del popolo, dei laici. C’era questa triplice questione: il potere del Papa, poi trasferito al potere dei Vescovi e al potere di tutti, sovranità popolare. Naturalmente, per loro era questa la parte da approvare, da promulgare, da favorire. E così anche per la liturgia: non interessava la liturgia come atto della fede, ma come una cosa dove si fanno cose comprensibili, una cosa di attività della comunità, una cosa profana. E sappiamo che c’era una tendenza, che si fondava anche storicamente, a dire: La sacralità è una cosa pagana, eventualmente anche dell’Antico Testamento. Nel Nuovo vale solo che Cristo è morto fuori: cioè fuori dalle porte, cioè nel mondo profano. Sacralità quindi da terminare, profanità anche del culto: il culto non è culto, ma un atto dell’insieme, della partecipazione comune, e così anche partecipazione come attività. Queste traduzioni, banalizzazioni dell’idea del Concilio, sono state virulente nella prassi dell’applicazione della Riforma liturgica; esse erano nate in una visione del Concilio al di fuori della sua propria chiave, della fede. E così, anche nella questione della Scrittura: la Scrittura è un libro, storico, da trattare storicamente e nient’altro, e così via.

Sappiamo come questo Concilio dei media fosse accessibile a tutti. Quindi, questo era quello dominante, più efficiente, ed ha creato tante calamità, tanti problemi, realmente tante miserie: seminari chiusi, conventi chiusi, liturgia banalizzata … e il vero Concilio ha avuto difficoltà a concretizzarsi, a realizzarsi; il Concilio virtuale era più forte del Concilio reale. Ma la forza reale del Concilio era presente e, man mano, si realizza sempre più e diventa la vera forza che poi è anche vera riforma, vero rinnovamento della Chiesa. Mi sembra che, 50 anni dopo il Concilio, vediamo come questo Concilio virtuale si rompa, si perda, e appare il vero Concilio con tutta la sua forza spirituale. Ed è nostro compito, proprio in questo Anno della fede, cominciando da questo Anno della fede, lavorare perché il vero Concilio, con la sua forza dello Spirito Santo, si realizzi e sia realmente rinnovata la Chiesa. Speriamo che il Signore ci aiuti. Io, ritirato con la mia preghiera, sarò sempre con voi, e insieme andiamo avanti con il Signore, nella certezza: Vince il Signore! Grazie!

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