sábado, 9 de agosto de 2008

Renovamos a consagração do nosso Blog MISSA TRIDENTINA EM PORTUGAL ao Coração Imaculado de Maria, de modo que seja a Mãe Celeste a orientar as nossas escolhas e sobretudo a suscitar em todos nós uma vontade de corresponder em tudo à vontade de Deus e do seu Vigário na terra que é o Santo Padre Bento XVI.
S.E.R. o Cardeal Antonio Cañizares Llovera, Arcebispo Metropolitano de Toledo e Primaz de Espanha.
S.Afonso de Ligório diz-nos:

A Santa Missa é um sacrifício impetratório

Se já temos a segura promessa de alcançar tudo que pedimos a Deus em nome de Jesus Cristo (Jo 16, 23), muito maior deve ser a nossa confiança se oferecemos a Deus seu próprio Filho. Este nosso amante Salvador roga por nós sem cessar lá no céu (Rom 8, 34), mas, de modo todo especial, durante a Santa Missa, em que se sacrifica a seu Eterno Pai, pelas mãos do sacerdote, para nos alcançar suas graças. Se soubéssemos que todos os santos e a Santíssima Virgem estão rezando por nós, com que confiança não esperaríamos de Deus os maiores favores e graças. Está, porém, fora de dúvida que um só rogo de Jesus Cristo pode infinitamente mais que todas as súplicas dos santos.

No Antigo Testamento era permitido unicamente ao sumo sacerdote, e isso uma só vez no ano, entrar no santo dos santos; hoje, porém, todos os sacerdotes podem sacrificar todos os dias ao Eterno Pai o cordeiro divino, para alcançar de Deus graças para si e para todo o povo.

O sacerdote sobe ao altar para ser o intercessor de todos os pecadores. “Ele exerce o oficio de um medianeiro”, diz S. Lourenço Justiniano (Sermo de Euchar.), “e por isso deve ser um intercessor para todos os que pecam”. “Dessa maneira”, diz S. Crisóstomo, “está o Padre no altar, no meio, entre Deus e o homem; oferece a Deus as súplicas dos homens e alcança-lhes as graças de que precisam” (Hom. 5 in Jo). Deus distribui a todo o tempo, sempre que é rogado em nome de Jesus Cristo, suas graças, mas ele as distribui com mais largueza durante a Santa Missa, atendendo às súplicas do sacerdote, diz S. Crisóstomo; pois essas súplicas são então acompanhadas e secundadas pela oração de Jesus Cristo, que é o sacerdote principal, visto que é ele mesmo que se oferece neste sacrifício para nos alcançar graças de seu. Eterno Pai.

Segundo o Concílio de Trento (Sess. 22, c.2), é especialmente durante a Santa Missa que o Senhor “está sentado naquele trono de graças”, ao qual devemos nos chegar, diz o Apóstolo, “para alcançar misericórdia e encontrar graças no momento oportuno” (Heb 4, 16). Até os anjos esperam o tempo da Santa Missa, diz S. Crisóstomo (Hom. 13. De incomp. Dei nat.), para pedir com mais resultado por nós, e ele acrescenta que dificilmente se alcançará aquilo que não se consegue durante a Santa Missa.

A Santíssima Virgem, depondo uma vez o Menino Jesus nos braços de S. Francisca Farnese, disse-lhe: Eis aqui o meu Filho; aprende a torná-lo favorável a ti, oferecendo-­o muitas vezes a Deus. Dize, por isso, a Deus, quando vires presente no altar o divino Cordeiro: Ó Pai Eterno, ofereço-vos hoje todas as virtudes, todos os actos e todos os afectos de vosso mui amado Filho. Recebei-os por mim, e por seus merecimentos, que Ele nos deu e, por isso, são meus, dai-me as graças que Jesus Cristo pedir por mim. Ofereço-vos esses merecimentos para vos agradecer por todas as misericórdias que tendes usado comigo e para satisfazer por meus pecados. Pelos merecimentos de Jesus Cristo espero alcançar de vós todas as graças, o perdão, a perseverança, o céu, mas especialmente o mais precioso de todos os dons, o vosso puro e santo amor.
Extractos duma entrevista de Dom Malcolm Ranjith, secretário da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, ao jornal italiano La Repubblica

-Existe um desejo de se opor a tendências que banalizam a Missa?
"Em alguns lugares o sentido do eterno, sagrado ou celestial foi perdido. Existia uma tendência de colocar o homem no centro da celebração, e não o Senhor. Mas o Concílio Vaticano Segundo fala claramente sobre a liturgia como actio Dei, actio Christi. Ao invés, em certos círculos litúrgicos, seja por ideologia ou um certo intelectualismo, como preferir, a idéia espalha uma liturgia adaptável a várias situações, na qual tinha que se deixar espaço à criatividade para que ela fosse acessível e aceitável por todos. Então, particularmente, existiram aqueles que introduziram inovações sem ao menos respeitar o sensus fidei e os sentimentos espirituais dos fiéis."
Às vezes até mesmos bispos pegam o microfone e vão a seus ouvintes com perguntas e respostas.
"O perigo moderno é que o padre pense que ele está no centro da acção. Dessa forma o rito pode tomar um aspecto de teatro ou de uma perfomance numa rede de televisão. O celebrante vê o povo que o vê como o ponto de referência e existe o risco de , para ter o maior sucesso possível com o público, ele fazer gestos e expressões como se ele fosse a figura principal."
Qual seria a atitude correta?
"Quando o padre sabe que não é ele no centro, mas Cristo. No serviço humilde ao Senhor e à Igreja respeitando a liturgia e suas regras, como algo a ser recebido e não a ser inventado, significa deixar maior espaço para o Senhor, pois através do padre como o instrumento Ele pode despertar a atenção dos fiéis".
Os sermões por leigos são também desvios?
"Sim. Pois o sermão, como diz o Santo Padre, é a forma na qual a Revelação e a grande Tradição da Igreja são explicadas, para que a Palavra de Deus possa inspirar a vida dos fiéis em suas escolhas diárias e fazer a celebração litúrgica rica de frutos espirituais. A tradição litúrgica da Igreja reserva o sermão ao celebrante. Aos bispos, padres e diáconos. Mas não aos leigos."
Absolutamente não?
"Não porque eles não são capazes de fazer uma boa reflexão, mas porque na liturgia as funções devem ser respeitadas. Existe, como disse o Concílio, uma diferença "em essencial e não apenas em grau entre o sacerdócio comum dos fiéis de todos os baptizados e aquele dos padres"
Algum tempo atrás o Cardeal Ratzinger estava lamentando uma perda do sentido de mistério nos ritos.
"Frequentemente a reforma conciliar foi interpretada ou considerada numa forma não inteiramente em conformidade com a mente do Vaticano II. O Santo Padre define essa tendência como o "anti-espírito" do Concílio."
-Um ano após a plena reintrodução da Missa Tridentina, qual é a avaliação?
"A Missa Tridentina tem seu profundíssimo valor interno que reflete toda a tradição da Igreja. Existe mais respeito pelo sagrado através de gestos, genuflexões, os períodos de silêncio. Existe maior espaço reservado à reflexão sobre a ação do Senhor e também para o senso de devoção pessoal do celebrante, que oferece o sacríficio não apenas para os fiéis mas também por seus próprios pecados e por sua própria salvação. Alguns elementos importantes do antigo rito podem ajudar também numa reflexão sobre a maneira de celebrar o Novus Ordo. Nós estamos no meio de uma jornada."
Algum dia no futuro está previsto um rito que toma o melhor do antigo e do novo?
"Poderia ser,... mas talvez eu não vejo isso. Penso que nas próximas décadas nós iremos em direção a uma avaliação compreensiva tanto do antigo como do novo rito, salvaguardando o que for eterno e sobrenatural acontecendo no altar e reduzindo todo desejo de estar nos holofotes afim de deixar espaço para o contacto efectivo entre os fiéis e o Senhor através da figura, mas não predominantemente, do sacerdote".
Com posições alternativas do celebrante? Quando o padre se viraria para o abside?
"Você poderia considerar o ofertório, quando as oferendas são trazidas ao sacerdote, e dali em diante todo o caminho para a oração Eucarística, que representa o momento culminante da "transsubstantiatio" e "communio".
O padre que volta suas costas desorienta o povo.
"É um erro falar dessa forma. Pelo contrário, ele está voltado para o Senhor junto com o povo. O Santo Padre, em seu livro O espírito do Concílio [ntd: creio ser um erro de digitação do pe. Zuhlsdorf. O livro do Cardeal Ratzinger chama-se O Espírito da Liturgia] explicou que quando o povo está sentado olhando cada um para si mesmo, um circulo fechado está formado. Mas quando o padre e os fiéis olham juntos ao Leste, em direção ao Senhor que vem, essa é uma forma de se abrir para o eterno".
Nessa visão você coloca também a reabilitação (recupero) do Latin?
Eu não gosto da palavra ‘reabilitação'. Nós estamos implementando o Concílio Vaticano Segundo que explicitamente afirmou que o uso da língua Latina, exceto em caso de direito particular, era para ser preservado nos ritos Latinos. Então, se foi deixado também espaço para a introdução das línguas vernáculas, o Latim não era para ser completamente abandonado. O uso de uma língua sagrada é uma tradição em todo o mundo. No Hinduísmo a língua de oração é o sânscrito, que não está mais em uso. No Budismo o Pali é usado, uma língua que apenas os monges budistas estudam. No Islã o Árabe do Corão é usado. O uso da língua sagrada nos ajuda a viver uma experiência do "outro".
O Latim como a língua sagrada da Igreja?
Claro. O próprio Santo Padre fala em sua Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis no parágrafo 62: "Afim de expressar mais claramente a unidade e a universalidade da Igreja, desejo endossar a proposta feita pelo Sínodo dos Bispos, em harmonia com as diretrizes do Concílio Vaticano Segundo, que, com excepção das leituras, homilia e oração dos fiéis, é adequado que tais liturgias sejam celebradas em Latim". Claro, "durante encontros internacionais".
O que Bento XVI quer atingir dando nova força para a liturgia?
"O Papa quer oferecer a possibilidade de chegar à maravilha da vida em Cristo, uma vida que já na vida aqui na terra já nos leva a um sentido de liberdade e eternidade próprio dos filhos de Deus. E esse tipo de experiência é vivida poderosamente através de uma renovação autêntica da fé que pressupõe um antegozo da realidade celestial na liturgia em que se crê, se celebra e se vive. A Igreja é, e deve tornar-se, o poderoso instrumento e os meios para essa experiência litúrgica libertadora. E é sua liturgia que faz possível despertar tal experiência em seus fiéis"

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Queremos assinalar que da grande família dominicana nasceu a Sociedade de S.Vicente Ferrer que celebra a liturgia Tridentina o que certamente nos alegra a todos e tem sido abençoada com vocações, sinal da sua fidelidade . As fotos ilustram isso.
Hoje festa de S.Domingos de Gusmão, fundador da ordem dos Pregadores, a quem devemos de modo especial a devoção do rosário.Imploramos a ajuda do grande santo sobre todos os que nos visitam.
Entrevita de Vittoria Prisciandaro ao Cardeal Dário Castrillon Hoyos , publicada na revista Iesus , em Maio de 2008:

O cardeal Dário Castrillon Hoyos presidente da comissão Pontifícia “Ecclesia Dei” explica como o motu próprio de Bento XVI é uma grande riqueza espiritual para toda a Igreja.

-Eminência , qual o balanço que faz da promulgação do Motu próprio que ocorrreu há alguns meses?
-Com o Motu próprio o Papa quis dar a todos uma oportunidade renovada de usufruir da enorme riqueza espiritual, religiosa e cultural presente na liturgia do rito gregoriano.O Motu próprio nasce como tesouro oferecido a todos, e não para vir ao encontro dos pedidos de alguns.Muitos dos que antes não sentiam qualquer relação com esta forma extraordinária do rito romano, agora manifestam grande estima pela mesma.
-A propósito da riqueza, alguns liturgistas, sublinharam o facto que o rito extraordinário não oferece a riqueza bíblica introduzida pelo novus ordo…
-Esses não leram o Motu próprio, porque o Papa afirma que as duas formas devem enriquecer-se mutuamente.É evidente que tal riqueza litúrgica não pode ser desprezada.No novus ordo , em alguns anos lê-se praticamente toda a Bíblia , e esta é uma riqueza que não se opõe, mas que vai integrada no rito extraordináro.
-Uma outra objecção é sobre o perigo que celebrações separadas e diferentes podem criar comunidades separadas…
-É uma multiplicidade que enriquece, é uma mais ampla liberdade cultural que o Papa introduz de forma audaz. De resto nas paróquias há muitas diferenças nas celebrações.
-Outro problema é a falta de padres…
-Se numa diocese faltam padres e só três ou quatros fiéis pedem o rito extraordinário.é uma coisa de bom senso pensar que será difícil satisfazer esse pedido. Mas, dado que a intenção do Papa é conceder este tesouro para o bem da Igreja, lá onde não existem sacerdotes , a coisa melhor seria oferecer uma celebração segundo o rito extraordinário numa das Missas dominicais que se celebram na paróquia.Seria uma Missa para todos, e todos, mesmo as jovens gerações, usufruiriam da riqueza do rito extraordinário, por exemplo daqueles momentos de contemplação que no novo ordo desapareceram.
-Então defende que, mesmo que não exista um grupo consistente e estável, no futuro pensa-se em oferecer uma das Missas dominicais no rito extraordinário?
-Penso que sim.Por outro lado esta possibilidade já tinha sido aprovada unanimemente em 1968 por uma comissão cardinalícia na qual estava também presente o cardeal Ratzinger, mas então não se tornou operativa,Agora estou seguro que poderia realizar-se.
-Um outro ponto para esclarecer é a definição de “grupo estável e consistente”.O que é que se entende exactamente com esta expressão?
-É uma questão de bom senso: porque fazer um problema se as pessoas que pedem o rito vêm de paróquias diferentes? Se se reúnem e juntos pedem uma Missa, tornam-se um grupo estável, mesmo se antes não se conheciam. Meso o número é uma questão de boa vontade. Nalgumas paróquias, especialmente no campo, nos dias feriais as pessoas que participam na Missa ordinária são três ou quatro e o mesmo acontece em muitas casas religiosas.Porque é que se aquelas mesmas três pessoas pedem a Missa antiga seria pastoralmente necessário recusá-lo?
-Então o futuro documento deveria ser mais acolhedor dos pedidos de poucas pessoas?
-Sim,mas é necessário entendê-lo não como algo que vai contra os outros, que vai contra a maioria, mas como algo que é para o seu enriquecimento e evitando sempre toda a forma de oposição.
Queremos agradecer ao povo da paróquia de S. Cristobal de Briallos toda a devoção demonstrada e amor na sua festa do Santísssimo Sacramento e também aos membros da Fraternidade de Cristo Sacerdote o zelo nessa Paróquia
S.Afonso de Ligório diz-nos:

A Santa Missa é um sacrifício eucarístico

É justo e razoável que agradeçamos a Deus os benefícios que nos fez em sua infinita bondade. Mas que digno agradecimento podemos dar-lhe nós, miseráveis? Se Deus nos tivesse dado uma única vez um sinal de sua afeição, estaríamos obrigados a um agradecimento infinito, porque esse sinal de amor seria o favor e dom de um Deus infinito. Mas eis que o Senhor nos deu esse meio de cumprir com nossa obrigação e de agradecer-lhe na Santa Missa a Jesus Cristo. Dessa maneira dá-se a Deus o mais perfeito agradecimento e satisfação; pois, quando o sacerdote celebra a Santa Missa, dá-lhe um digno agradecimento por todas as graças, mesmo por aquelas que foram concedidas aos santos no céu; tal acção de graças, porém, não podem prestar a Deus todos os santos juntos, de maneira que também nesse respeito a dignidade sacerdotal sobrepuja todas as dignidades, não exceptuadas as do céu.

A vítima que é oferecida ao Eterno Pai na Santa Missa é seu próprio Filho, em quem pôs toda a sua complacência. Por isso dirigia David suas vistas a este sacrifício, quando excogitava um meio de agradecer a Nosso Senhor pelas graças recebidas: “Que darei ao Senhor por tudo o que ele me tem feito?” pergunta ele, e responde: “Tomarei o cálice da salvação e invocarei o nome do Senhor” (Sl 115, 12). O próprio Jesus Cristo agradeceu a seu Pai celeste todos os benefícios que tinha feito aos homens, por meio deste sacrifício: “E, tomando o cálice, deu graças e disse: Tomai-o e distribuí-o entre vós” (Lc 22, 17).

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

S.Afonso de Ligório diz-nos :

A Santa Missa é um sacrifício propiciatório

Que a Santa Missa é verdadeiramente um sacrifício propiciatório, que inclina Deus a nos perdoar não só a pena mas também a culpa dos pecados, pode-se deduzir já da instituição da sagrada Eucaristia, que foi feita especialmente para a remissão dos pecados: “Este é o meu sangue, que será derramado por muitos, para a remissão dos pecados”, disse Jesus Cristo (Mt 26, 28). A Santa Missa perdoa até os maiores pecados, não imediatamente, mas só mediatamente, como afirmam os teólogos, isto é, Deus, em consideração ao sacrifício do altar, concede a graça que leva o homem a detestar seus pecados e a purificar-se deles no sacramento da penitência. Quanto às penas temporais, que devem ser expiadas depois da destruição da culpa, são elas perdoadas por virtude da Santa Missa, ao menos parcialmente, quando não de todo. Numa palavra, a Santa Missa abre os tesouros da divina misericórdia em favor dos pecadores.

Desgraçados de nós se não houvesse esse grande sacrifício, que impede à justiça divina que nos envie os castigos que merecemos por nossos pecados: é certo que todos os sacrifícios do Antigo Testamento não podiam aplacar a ira de Deus contra os pecadores. Se se sacrificasse a vida de todos os homens e anjos, a justiça divina não seria satisfeita devidamente nem sequer por uma única falta que a criatura tivesse cometido contra seu Criador. Só Jesus Cristo podia satisfazer por nossos pecados: “Ele é a propiciação pelos nossos pecados” (1 Jo 2, 2). Por isso o Padre Eterno enviou seu Filho ao mundo, para que se fizesse homem mortal e, pelo sacrifício de sua vida, O reconciliasse com os pecadores. Esse sacrifício é renovado em cada Missa. Não ha dúvida: o sangue inocente do Redentor clama muito mais fortemente por misericórdia em nosso favor que o sangue de Abel por vingança contra Caim.

Mas também pelos defuntos pode ser oferecido este sacrifício. Por isso o sacerdote, na Santa Missa, pede ao Senhor que se recorde de seus servos que partiram para a outra vida e dormem o sono da paz, e que lhes conceda, pelos merecimentos de Jesus Cristo, o lugar de repouso, da luz e da paz. Se o amor de Deus que possuem as almas ao sair desta vida não basta para purificá-las, essa falta fica reparada pelo fogo do purgatório; muito melhor, porém, a repara o amor de Jesus Cristo por meio do sacrifício eucarístico, que traz às almas grande alívio e, muitas vezes, até a libertação completa de seus sofrimentos. O Concílio de Trento declara que as almas que sofrem no purgatório, pela intercessão dos fiéis, mas em especial pelo santo sacrifício da Missa, podem ser muito auxiliadas. E acrescenta (Sess. 22, c. 2) que isso é uma tradição apostólica. Santo Agostinho exorta-nos a oferecer o sacrifício da Santa Missa por todos os defuntos, para o caso de que não possa aproveitar às almas por que pedimos.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

S.Afonso de Ligório diz-nos:

A Santa Missa é um sacrifício latrêutico

No Antigo Testamento procuravam os homens honrar a Deus por toda a espécie de sacrifícios; no Novo Testamento, porém, presta-se maior a honra a Deus com um só sacrifício da Missa do que com todos os sacrifícios do Antigo Testamento, que eram só figuras e sombras da sagrada Eucaristia. Pela Santa Missa se presta a Deus a honra que lhe é devida, porque, por meio dela, recebe ele a mesma honra infinita que Jesus Cristo lhe prestara sacrificando-se na cruz. Uma só Missa presta a Deus maior honra que todas as orações e penitências dos santos, todos os trabalhos dos apóstolos, todos os sofrimentos dos mártires, todo o amor dos serafins e mesmo da Mãe de Deus, porque todas as honras dos homens são de natureza finita, enquanto a honra que Deus recebe pelo santo sacrifício da Missa é infinita, visto que lhe é prestada por uma pessoa divina.

Devemos por isso reconhecer, com o santo Concílio de Trento, que a Santa Missa é a mais santa e divina de todas as obras (Sess. 22). Nosso Senhor morreu especialmente para esse fim, para poder criar sacerdotes do Novo Testamento. Não era necessário que o Salvador morresse para remir o mundo; uma só gota de seu sangue, uma lágrima, uma só oração teria bastado para operar a salvação de todos, porque, sendo essa oração de valor infinito, seria suficiente para remir não só o mundo, mas também mil mundos. Para criar, porém, um sacerdote, devia Jesus Cristo morrer, pois, do contrário, donde se tiraria esse sacrifício que agora oferecem a Deus os sacerdotes do Novo Testamento, esse santo e imaculado sacrifício que, por si só, basta para dar a Deus a honra que lhe é devida? Ainda que se sacrificasse a vida de todos os anjos e santos, mesmo assim esse sacrifício não prestaria a Deus essa honra infinita que lhe dá uma única Santa Missa.
MONSENHOR RANJITH EXPLICA O PLANO LITÚRGICO DO PAPA BENTO XVI
* Entrevista realizada por Marco Politi para O diário La Repubblica.


A comunhão de joelhos vai nesta direção?
Na liturgia sente-se a necessidade de reencontrar o sentido do sagrado, sobretudo na celebração Eucarística. Porque acreditamos que o que sucede sobre o altar vai muito mais além do que podemos pensar humanamente. E, por isso, a fé da Igreja na Presença Real De Cristo na espécies Eucarísticas deve ser expressa através de gestos adequados e de comportamentos distintos dos que fazemos diariamente.

Marcando uma descontinuidade?
Não estamos diante de um chefe político ou de uma personagem da sociedade moderna, mas diante de Deus. Quando sobre o altar desce a presença do Deus eterno, devemos pôr-nos na posição mais adequada para adorá-Lo. Na minha cultura, no Sri Lanka, devemos prostrar-nos com a cabeça no chão como fazem os budistas e os muçulmanos na oração.

A Hóstia na mão, diminui o sentido da trancendência da Eucaristia?
Em certo sentido,sim.Expõe aquele que comunga a senti-la quase como um pão normal. O Santo padre fala frequentemente da necessidade de salvaguardar o sentido da “alteridade” em cada expressão da liturgia. O gesto de tomar a Sagrada Hóstia e, em lugar de recebê-la, colocá-la na boca nós mesmos, reduz o profundo significado da Comunhão.
Querem impedir uma banalização da Missa?
Nalguns lugares perdeu-se o sentido do eterno, o sagrado ou celestial. Houve uma tendência para pôr o homem no centro da celebração e não o Senhor. Mas o Concílio Vaticano II fala claramente da liturgia como acção de Deus, acção de Cristo. Em lugar disso, em certos círculos litúrgicos, devido à ideologia ou por um certo intelectualismo, difundiu-se a ideia que uma liturgia adaptável a diversas situações, na qual se deve dar espaço à criatividade para que seja acessível e aceitável para todos . Logo estão também aqueles que introduziram inovações sem sequer respeitar o sensus fidei e os sentimentos espirituais dos fiéis.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

S.Afonso de Ligório fala-nos da missa:

A Santa Missa é uma representação e renovação do sacrifício da cruz

Segundo S. Tomás (Off. Ss. Sac., 1.4), o Salvador nos deixou o SS. Sacramento para conservar viva entre nós a lembrança dos bens que nos adquiriu e do amor que nos testemunhou com sua morte. Por isso o mesmo Doutor chama a Sagrada Eucaristia “um manancial perene da paixão”.

Ao assistires, pois, à Santa Missa, pondera que a hóstia que o sacerdote oferece é o próprio Salvador que por ti sacrificou seu sangue e sua vida. Entretanto, a Santa Missa não é somente uma representação do sacrifício da cruz, “ mas também uma renovação do mesmo sacrifício, porque em ambos é o mesmo sacerdote e a mesma vítima, a saber, o Filho de Deus Humanado. Só no modo de oferecer há uma diferença: o sacrifício da cruz foi oferecido com derramamento de sangue; o sacrifício da Missa é incruento; na cruz, Jesus morreu realmente; aqui, morre só misticamente (Conc. Trid., Sess. 22, c. 2).

Representa-te, durante a Santa Missa, te achares no monte Calvário, para ofereceres a Deus o sangue e a vida de seu adorável Filho, e, ao receberes a santa comunhão, representa-­te beberes seu precioso sangue das chagas do Salvador. Pondera também que em cada Missa se renova a obra da redenção, de maneira que, se Jesus Cristo não tivesse morrido na cruz, o mundo receberia, com a celebração de uma só Missa, os mesmos benefícios que a morte do Salvador lhe trouxe. Cada Missa que é celebrada encerra em si todos os grandes bens que a morte na cruz nos trouxe, diz S. Tomás (In Jo 6, lect. 6). Pelo sacrifício do altar nos é aplicado o sacrifício da cruz. A paixão de Jesus Cristo nos habilitou à redenção; a Santa Missa faz-nos entrar na posse dela e comunica-nos os merecimentos de Jesus Cristo.

4) A Santa Missa é o maior presente de Deus

Na Santa Missa Jesus Cristo mesmo dá­ -se a nós. É uma verdade de Fé que o Verbo Encarnado se obrigou a obedecer ao sacerdote, quando ele pronuncia as palavras da consagração, e a vir às suas mãos sob as espécies de pão e de vinho. Fica-se estupefato por Deus ter obedecido outrora a Josué e mandado ao sol que parasse, quando disse: “Sol, não te movas de Gabaon, e tu, ó lua, do vale de Ajalon” (Jos 10, 12). Entretanto, muito mais admirável é que Deus mesmo desce ao altar ou a qualquer outro lugar a que o Padre o chama com umas poucas palavras, e isso tantas vezes quantas é chamado pelo sacerdote, mesmo que este seja seu inimigo. E, tendo vindo, põe-se o Senhor à inteira disposição do sacerdote; este o leva, à vontade, de um lugar para o outro, coloca-o sobre o altar, fecha-o no tabernáculo, tira-o da igreja, toma-o na santa comunhão, e o dá em alimento a outros. S. Boaventura diz que o Senhor, em cada Missa, faz ao mundo um benefício igual àquele que lhe fez outrora pela encarnação (De inst. Novit., p. 1, c. 1). Se Jesus Cristo não tivesse vindo ao mundo, o sacerdote, pronunciando as palavras da consagração, o introduziria nele. “Oh! dignidade sublime a do sacerdote”, exclama por isso S. Agostinho (Mol. Inst.. Sach., t. 1, c. 5), “em cujas mãos o Filho de Deus se reveste de carne, como no seio da Virgem Mãe”.

Numa palavra, a Santa Missa, conforme a predição do profeta (Zac 9, 17), é a coisa mais preciosa e bela que possui a Igreja: “Qual é o seu bem e qual a sua formosura senão o pão dos escolhidos e o vinho que gera virgens?” S. Bartolorneu (De inst. Nov., 1. c) diz que a Santa Missa nos põe diante dos olhos todo o amor que Deus nos dedicou, e que é, de certo modo, um compêndio de todos os benefícios que ele nos fez. Por isso o demónio se esforçou sempre para retirar do mundo a Santa Missa por meio dos hereges; estes se mostram assim como precursores do Anticristo, que procurará, antes de tudo, impedir a celebração da Santa Missa, o que ele, de fato, conseguirá, conforme a profecia de Daniel (Dan 8, 12): “E lhe será dado o poder contra o sacrifício perene por causa dos pecados”.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

"Na hora da morte, as Missas, às quais tiveres assistido, serão a tua maior consolação. Um dos fins da Santa Missa é alcançar para ti o perdão dos teus pecados. Em cada Missa, pois, podes diminuir a pena temporal devida aos teus pecados, pena essa que será diminuída na proporção do teu fervor. Será ratificada no céu a bênção, que do sacerdote receberes na Santa Missa. Assistindo-a com devoção, prestas a maior das honras à Santa Humanidade de Jesus Cristo"

Santo Agostinho

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"Cada Missa à que assistires, alcançar-te-á no céu maior grau de glória. Serás abençoado em teus negócios pessoais e obterás as graças, que te são necessárias"

São Jerónimo

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"Todas as Missas tem um valor infinito, pois são celebradas pelo próprio Jesus Cristo com uma devoção e amor acima do entendimento dos anjos e dos homens, constituindo o meio mais eficaz, que nos deixou Nosso Senhor Jesus Cristo, para a salvação da humanidade"

Santa Matilde

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"Nenhuma língua humana pode exprimir os frutos de graças, que atrai o oferecimento do Santo Sacrifício da Missa"

São Lourenço

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"O Martírio não é nada em comparação com a Santa Missa. Pelo martírio, o homem oferece a Deus a sua vida; na Santa Missa, porém, Deus dá o seu Corpo e o seu Sangue em sacrifício para os homens. Se o homem reconhecesse devidamente esse mistério, morreria de amor".

São Tomás de Aquino

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"Agradeçamos, pois, ao Divino Salvador por ter-nos deixado este meio infalível de atrair sobre nós as ondas da Divina Misericórdia''

São João Baptista Vianney - o Cura D'Ars

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"A Santa Missa é uma embaixada à Santíssima Trindade de inestimável valor; é o próprio Filho de Deus que a oferece"

São João Baptista Vianney - o Cura D'Ars

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"A Santa Missa é o presente mais precioso e mais agradável que podemos oferecer à Santíssima Trindade; vale mais que o céu e a terra; vale o próprio Deus"

Ven. Martinho de Cochem

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"Sinto-me abrasado de amor até o mais íntimo do coração pelo santo e admirável Sacramento da Santa Missa e deslumbrado por essa clemência tão caridosa e tão misericordiosa de Nosso Senhor, a ponto de considerar grave falta, para quem, podendo a assistir a uma missa, não o faz"

São Francisco de Assis


Novas fotos do tríduo em honra de Maria Rainha organizado pela Fraternidade de Cristo Sacerdote e Maria Rainha.
Publicamos mais algumas fotos do tríduo realizado pela Fraternidade de Cristo Sacerdote e Maria Rainha em honra de Maria Rainha.
Entrevista que a Rádio Vaticano fez ao presidente da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, e prefeito emérito da Congregação para o Clero, o cardeal colombiano Darío Castrillón Hoyos...

Cardeal Darío Castrillón Hoyos:- "Já João Paulo II queria dar aos fiéis que amavam o antigo rito _ alguns dos quais haviam passado para o movimento do arcebispo Lefebvre, mas que depois o haviam deixado para manter a plena unidade com o Sucessor de Pedro _ a oportunidade de celebrar o rito que mais atendia à sensibilidade deles. O Santo Padre Bento XVI participou desde o início de toda a questão Lefebvre e, portanto, conheceu muito bem o problema que a reforma litúrgica criava para aqueles fiéis. O papa tem um amor especial pela Liturgia. Um amor que se traduz também em capacidade de estudo, de aprofundamento da própria Liturgia. Por esse motivo, Bento XVI considera a liturgia anterior à Reforma do Concílio um tesouro inestimável. O papa não quer voltar atrás. É importante saber e ressaltar que o Concílio não proibiu a liturgia de São Pio V e, ademais, é preciso dizer que os Padres do Concílio celebraram a Missa de São Pio V. Não é um voltar atrás, como alguns defendem _ porque não conhecem a realidade. Pelo contrário: o Concílio quis ser amplo nas liberdades boas dos fiéis. Uma dessas liberdades é justamente a de tomar esse tesouro, como diz o papa _ que é a Liturgia _ para mantê-lo vivo."

P. Cardeal Hoyos, o que muda, na realidade, com esse Motu Proprio?


Cardeal Darío Castrillón Hoyos:-"Com esse Motu Proprio, na realidade, a mudança não é tão grande. A coisa principal é que neste momento os sacerdotes podem decidir, sem permissão nem por parte da Santa Sé nem por parte do bispo, se celebrar a Missa no rito antigo. E isso vale para todos os sacerdotes. Os párocos são eles mesmos que na paróquia devem abrir a porta àqueles sacerdotes que, tendo a faculdade, vão celebrá-la. Portanto, não é necessário pedir nenhuma outra permissão."

P. Cardeal Hoyos, este documento esteve acompanhado de polêmicas e temores: mas o que não é verdade daquilo que foi dito ou lido?

Cardeal Darío Castrillón Hoyos:- "Por exemplo, não é verdade que tenha sido tirado dos bispos o poder sobre a Liturgia, porque já o Código diz quem deve dar a permissão para celebrar a missa e não é o bispo: o bispo dá o celebrat _ a potestade de poder celebrar _ mas quando um sacerdote tem essa potestade, são o pároco e o capelão que devem oferecer o altar para celebrar. Se alguém o impede, cabe à Pontifícia Comissão Ecclesia Dei tomar medidas, em nome do Santo Padre, a fim de que esse direito _ que é um direito claro dos fiéis _ seja respeitado."

P. Cardeal Castrillón Hoyos, na vigília da entrada em vigor do Motu Proprio, quais são seus votos?

Cardeal Darío Castrillón Hoyos:- "A Eucaristia é a maior coisa que nós temos, é a maior manifestação do amor, do amor redentor de Deus que nos quer acompanhar com essa presença eucarística. Isso jamais deve ser um motivo de discórdia: ali deve existir somente o amor. Faço votos de que isso possa ser um motivo de alegria para todos aqueles que amam a tradição, um motivo de alegria para todas aquelas paróquias que não terão mais divisões, mas terão _ pelo contrário _ uma multiplicidade de santidade com um rito que foi certamente o fator e o instrumento de santificação por mais de mil anos. Portanto, agradecemos o Santo Padre que recuperou para a Igreja esse tesouro. Nada é imposto aos outros. O papa não impõe a obrigação; o papa impõe, porém, que se ofereça essa possibilidade onde os fiéis quiserem. No caso de um conflito, porque humanamente dois grupos podem entrar em contraste, a autoridade do bispo _ como diz o Motu Proprio _ deve intervir para evitá-lo, mas sem anular o direito que o papa deu a toda a Igreja."

domingo, 3 de agosto de 2008

Declarações do Cardeal Stickler sobre a Missa de S. Pio V

Prefeito emérito dos Arquivos do Vaticano
(revista The Latin Mass, 1995)
O Cardeal no Congresso de Christi Fideles, Nova York, maio de 1995

"A Missa nova deveria chamar-se "missa da comissão litúrgica pós-conciliar":

"Pela constituição do Vaticano II sobre a liturgia é evidente que a vontade do Concílio e a vontade da comissão litúrgica muitas vezes não coincidem, e até se opõem de maneira clara.

A missa de Paulo VI ... põe antes em evidência o aspecto geral da missa, a saber a Comunhão; o que resulta em transformar o Sacrifício naquilo que é permitido chamar um banquete.

O lugar importante dado às leituras e à pregação na nova missa, a possibilidade mesma deixada ao padre de acrescentar explicações e palavras pessoais é uma reflexão a mais sobre o que é legítimo chamar de uma adaptação à idéia protestante de culto..."

"A recente mudança na localização do altar, bem como a posição do padre de frente para a assembléia - proibidas antigamente - tornam-se hoje o sinal de uma missa concebida como reunião da comunidade."

[Ele evoca a grande antiguidade do Cânon, que é na antiga liturgia "o centro da missa compreendida como Sacrifício, e denuncia as modificações que lhe foram feitas]:

"Santo Tomás de Aquino consagra todo um artigo para justificar o "mysterium fidei". E o Concílio de Florença confirma explicitamente o "Mysterium fidei" na fórmula da Consagração. Em nossos dias, o "mysterium fidei" foi eliminado das palavras da Consagração na nova liturgia. Por que então?

Foi concedida igualmente a licença de dizer outros cânones. O Segundo Cânon - que não menciona o carácter sacrifical da missa - tem, não há dúvida, o mérito de ser o mais curto, mas, de fato, suplantou por toda a parte o Cânon romano.

Foi assim que nós perdemos o profundo sentido teológico dado pelo Concílio de Trento."

[Ele recorda Pio XI declarando que a língua empregada na liturgia devia ser] "non vulgaris" (não vulgar).

"Por essas mesmas razões, o cânon 9 do Concílio (de Trento) estabelece a excomunhão para aqueles que afirmam que o rito da Igreja Romana no qual parte do Cânon e as palavras da Consagração são pronunciadas em voz baixa, deve ser condenado."

"O emprego do vernáculo acarretou sérias incompreensões e erros doutrinais, ele produziu a "desunião": Esta Babel de cultos públicos tem por resultado a perda da unidade externa no seio da Igreja Católica (...). Devemos admitir que, em poucos decénios, depois da reforma da língua litúrgica, nós perdemos esta oportunidade de rezar e de cantar juntos".

"Em terceiro lugar, a reforma que se seguiu ao Vaticano II destruiu ou transformou a riqueza de numerosos símbolos litúrgicos".
O presidente da Comissão Pontifícia Ecclesia Dei, cardeal Darío Castrillón Hoyos, revelou que após o Motu Proprio de Bento XVI sobre a liturgia pré-concliar, muitos cristãos que haviam se afastado da Igreja por causa das reformas litúrgicas do Concílio Vaticano II “estão retornando à plena comunhão com Roma”.

O cardeal colombiano explicou ao jornal Osservatore Romano que ao abrir a possibilidade de celebrar segundo o rito antigo, a Summorum Pontificum, levou muitos cristãos a pedirem o regresso a Roma.

Dom Castrillón Hoyos declara que após a decisão do papa, um mosteiro de clausura com 30 religiosas espanholas foi reconhecido e regularizado por sua Comissão Pontifícia, e adiantou que grupos americanos, alemães e franceses estão ‘em vias de regularização’.

O Rito de São Pio V, que a Igreja Católica adoptou até a reforma litúrgica de 1970 foi substituído pela Liturgia do "Novus Ordo" (Novo Ordinário), aprovada pela reforma litúrgica do Concílio Vaticano II.

Com o Motu Próprio de 2007, Bento XVI estendeu a toda a Igreja de rito latino a possibilidade de celebrar a missa e os Sacramentos segundo livros litúrgicos promulgados antes do Concílio.
Esta aprovação universal significa que a missa do antigo rito pode agora ser celebrada livremente em todo mundo, pelos sacerdotes que o desejarem, sem necessidade de autorização hierárquica - licença ou indulto - de um bispo.

Para o presidente da Comissão Ecclesia Dei, não é correto falar de ‘retorno ao passado’, mas sim de progresso, “porque agora temos duas riquezas, em vez de uma só”.
O cardeal Castrillón Hoyos revelou também que a Comissão Pontifícia está pensando em organizar uma forma de ajuda aos seminários, dioceses e conferências episcopais, para uma melhor aplicação da Summorum Pontificum. Também serão promovidos subsídios multimídias para o a difusão e a aprendizagem da forma extraordinária, com toda a riqueza teológica, espiritual e artística ligada à antiga liturgia, envolvendo grupos de sacerdotes que já adoptam esta forma.