- E senti o espírito
inundado por um mistério de luz que é Deus e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora! - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu! (escreve a irmã Lúcia a 3 de janeiro de 1944, em "O Meu Caminho," I, p. 158 – 160 – Carmelo de Coimbra)
sábado, 16 de agosto de 2008
O Cardeal Alfons Stickler foi o Prefeito emérito da Biblioteca Vaticana e de seus arquivos. Actuou como especialista, como perito na Comissão de Liturgia do Concílio Vaticano II. Foi elevado ao Colégio Cardinalício pelo Papa João Paulo II em l985 .È dele este artigo:
O Concílio pediu, uma vez e outra vez, que a reforma aderisse à tradição. Todas as reformas, a excepção da pós-conciliar, observaram essa regra básica
Com o fim de estabelecer a coincidência ou a contradição entre as regulamentações do Concílio e a reforma tal qual foi levada a cabo, vejamos brevemente as instruções Conciliares mais importantes relativas ao trabalho de reforma.
As instruções gerais, que concernem sobretudo aos fundamentos teológicos, estão contidas principalmente no artigo 2 da Sacrossantum Concilium. Aí se estabelecem primeiramente a natureza terreno-celestial da Igreja, seu Mistério, tal como a liturgia deveria expressar isso: todo o que é humano deveria estar ordenado e subordinado ao divino; o visível ao invisível; o activo ao contemplativo; o presente à futura Cidade de Deus que buscamos. De acordo com isso, a renovação da liturgia deve ir de mãos dadas com o desenvolvimento e a renovação do conceito de Igreja.
O artigo 21 deixa assentada a condição prévia para qualquer reforma litúrgica: que há na liturgia uma parte imutável, pois foi decretada por Deus, e partes que podem ser mudadas, ou seja, aquelas que se introduziram no curso do tempo em forma imprópria ou que ficou provado serem menos apropriadas. Os textos e os ritos devem se corresponder com a ordem estabelecida no artigo 2, e por isso podem ser mais bem entendidos e melhor experimentados pelo povo.
No artigo 23 aparecem, sobretudo, guias práticos que devem ser seguidos para lograr a correcta relação entre tradição e progresso. Deve empreender-se uma precisa investigação teológica, histórica e pastoral; ademais, devem considerar-se as leis gerais da estrutura e do sentido da liturgia, e a experiência derivada das reformas litúrgicas mais recentes. Logo, se deixa estabelecido como norma geral que a inovação pode ser introduzida somente se um genuíno beneficio para a Igreja o demanda. Finalmente, as novas formas devem surgir organicamente daquelas já existentes.
Convém assinalar que as normas práticas para a tarefa da reforma surgem da natureza didáctica e pastoral da liturgia.
De acordo com o artigo 33, a liturgia é principalmente o culto à majestade de Deus, pelo qual os crentes entram em relação com Ele por meio de signos visíveis que a liturgia usa para expressar realidades invisíveis, signos que foram eleitos por Cristo mesmo ou pela Igreja. Há aqui um eco vibrante do que o Concílio de Trento já recomendava com o fim de proteger seu património do vazio racionalista e insípido do culto protestante, património que o Santo Padre em seus escritos às Igrejas orientais caracterizou como seu tesouro especial. Este "tesouro especial" também merece ser uma fonte de alimento para a Igreja Católica. Ele se distingue por ser rico em simbolismo, provendo, dessa maneira, educação didáctica pastoral e enriquecimento, tornando- o especialmente adequado até para a gente mais simples.
Quando consideramos que as Igrejas Ortodoxas – apesar de sua separação da rocha da Igreja– através da expressão simbólica e do desenvolvimento teológico que continuamente se incorporaram à sua liturgia preservaram as crenças correctas e os sacramentos, toda reforma litúrgica católica deveria antes aumentar a riqueza simbólica de sua forma de culto em vez de diminuí-la –por vezes até drasticamente.
No que concerne às guias práticas para partes específicas da liturgia – sobretudo para o que é central, o sacrifício da Missa– é suficiente concentrar-se em uns poucos pontos especialmente significativos para a reforma do Ordo Missae.
Para isso, devem se enfatizar especialmente duas directivas Conciliares. No artigo 50 se dá, primeiramente, a directiva de que na reforma deve manifestar-se mais claramente a natureza intrínseca das várias partes da Missa, e a conexão entre elas, com a finalidade de facilitar a activa e devota participação dos fiéis.
Como consequência, se enfatiza que os ritos devem ser simplificados, porém mantendo, ao mesmo tempo, fielmente sua substância, e que certos elementos que tinham sido duplicados no curso dos séculos ou agregados de maneira não especialmente oportuna, deviam ser novamente eliminados; enquanto outros, que tinham sido perdidos com a passagem do tempo, seriam restaurados em harmonia com os padres Conciliares até onde parecera apropriado ou necessário.
O CONCÍLIO: ÊNFASE ESPECIAL NO SILÊNCIO
No que concerne à participação dos fiéis, os vários elementos de compromisso exterior estão indicados no artigo 30, com ênfase especial no silêncio necessário, nos momentos devidos. O Concílio volta a isso, com mais detalhe, no artigo 48, com uma nota especial sobre a participação interior, através da qual a adoração a Deus e a obtenção da Graça, juntamente com o sacerdote que oferece o sacrifício e os demais participantes, logra seus frutos.
A LINGUAGEM LITÚRGICA
O Artigo 36 fala da linguagem litúrgica em geral, e o artigo 54 dos casos particulares da Missa. Logo após de uma discussão que durou vários dias, na qual se discutiram os argumentos, a favor e contra, os padres Conciliares chegaram à clara conclusão – em total acordo com o Concílio de Trento– de que o Latim devia ser mantido como a língua do culto para o rito Latino, ainda que fossem possíveis e até bem aventurados os casos excepcionais. Voltaremos a este ponto em detalhe.
O CANTO GREGORIANO
O artigo 116 fala extensamente sobre o canto gregoriano, fazendo notar que este foi o canto clássico da liturgia católica desde o tempo de Gregório, o Grande, e que, como tal, deve ser mantido. A música polifónica também merece atenção e estudo. Os demais artigos do capitulo VI, sobre música sacra, falam do canto e a música apropriados para a Igreja e a liturgia, e enfatiza esplendidamente o importante, certamente fundamental, papel do órgão na liturgia Católica.
O artigo 107 analisa a reforma do ano litúrgico, pondo ênfase na afirmação ou reintrodução dos elementos tradicionais, e guardando seu carácter específico. Enfatiza-se particularmente a importância das festas do Senhor e em geral do Propium de tempore na seqüência anual, na qual algumas festas sagradas deviam deixar seu lugar para que a completa efectividade da celebração dos mistérios da redenção não fosse menoscabada.
Por certo que essas menções sobre a reforma litúrgica à luz da Constituição para a Liturgia não são completas, no que concerne aos distintos temas considerados, nem a como foram tratados. Seleccionarei muitos e variados exemplos que parecem necessários para chegar a uma conclusão convincente.
A Igreja e a liturgia crescem e se desenvolvem juntas, porém sempre de modo que o terreno se organize em torno ao celestial.
A Missa vem de Cristo; foi adotada pelos apóstolos e seus sucessores, como também pelos Padres da Igreja. Desenvolveu-se organicamente com a manutenção consciente de sua substância. A liturgia se desenvolveu conforme à Fé que está contida nela; por isso podemos dizer com o Papa Celestino I, em seus escritos aos Bispos Galicanos, no ano 422: Legem credendi lex statuit supplicandi: a liturgia contém e, em formas adequadas e compreensíveis, expressa a Fé. Nesse sentido, o conteúdo da liturgia participa do conteúdo da própria Fé e, certamente, contribui a protegê-la. Nunca se viu, então, em nenhum dos ritos cristãos católicos, uma ruptura, uma criação radicalmente nova – a excepção da reforma pós-conciliar. Porém, o Concílio pediu, uma e outra vez, que a reforma se mantivesse unida à tradição. Todas as reformas, começando com Gregório I, ao longo da Idade Média, durante o ingresso na Igreja dos povos mais díspares com seus variados costumes, observaram essa regra básica.
Essa é, incidentalmente, uma característica de todas as religiões, inclusive as não reveladas, o que prova que um apego à tradição é comum a todo culto religioso, e, portanto, é algo natural.
Não é surpreendente, portanto, que cada broto herético da Igreja Católica tenha gerado uma revolução litúrgica, como é claramente reconhecível no caso dos protestantes e anglicanos; enquanto que as reformas efectuadas pelos Papas e particularmente estimuladas pelo Concílio de Trento e levadas adiante pelo Papa São Pio V, como as de São Pio X, Pio XII e João XXIII, não foram revoluções, mas meramente correcções insignificantes, alinhamentos e enriquecimentos. Não devia introduzir-se nada de novo, como o Concílio diz expressamente referindo-se à reforma desejada pelos Padres Conciliares, salvo que o demandassem o bem genuíno da Igreja.
O Concílio pediu, uma vez e outra vez, que a reforma aderisse à tradição. Todas as reformas, a excepção da pós-conciliar, observaram essa regra básica
Com o fim de estabelecer a coincidência ou a contradição entre as regulamentações do Concílio e a reforma tal qual foi levada a cabo, vejamos brevemente as instruções Conciliares mais importantes relativas ao trabalho de reforma.
As instruções gerais, que concernem sobretudo aos fundamentos teológicos, estão contidas principalmente no artigo 2 da Sacrossantum Concilium. Aí se estabelecem primeiramente a natureza terreno-celestial da Igreja, seu Mistério, tal como a liturgia deveria expressar isso: todo o que é humano deveria estar ordenado e subordinado ao divino; o visível ao invisível; o activo ao contemplativo; o presente à futura Cidade de Deus que buscamos. De acordo com isso, a renovação da liturgia deve ir de mãos dadas com o desenvolvimento e a renovação do conceito de Igreja.
O artigo 21 deixa assentada a condição prévia para qualquer reforma litúrgica: que há na liturgia uma parte imutável, pois foi decretada por Deus, e partes que podem ser mudadas, ou seja, aquelas que se introduziram no curso do tempo em forma imprópria ou que ficou provado serem menos apropriadas. Os textos e os ritos devem se corresponder com a ordem estabelecida no artigo 2, e por isso podem ser mais bem entendidos e melhor experimentados pelo povo.
No artigo 23 aparecem, sobretudo, guias práticos que devem ser seguidos para lograr a correcta relação entre tradição e progresso. Deve empreender-se uma precisa investigação teológica, histórica e pastoral; ademais, devem considerar-se as leis gerais da estrutura e do sentido da liturgia, e a experiência derivada das reformas litúrgicas mais recentes. Logo, se deixa estabelecido como norma geral que a inovação pode ser introduzida somente se um genuíno beneficio para a Igreja o demanda. Finalmente, as novas formas devem surgir organicamente daquelas já existentes.
Convém assinalar que as normas práticas para a tarefa da reforma surgem da natureza didáctica e pastoral da liturgia.
De acordo com o artigo 33, a liturgia é principalmente o culto à majestade de Deus, pelo qual os crentes entram em relação com Ele por meio de signos visíveis que a liturgia usa para expressar realidades invisíveis, signos que foram eleitos por Cristo mesmo ou pela Igreja. Há aqui um eco vibrante do que o Concílio de Trento já recomendava com o fim de proteger seu património do vazio racionalista e insípido do culto protestante, património que o Santo Padre em seus escritos às Igrejas orientais caracterizou como seu tesouro especial. Este "tesouro especial" também merece ser uma fonte de alimento para a Igreja Católica. Ele se distingue por ser rico em simbolismo, provendo, dessa maneira, educação didáctica pastoral e enriquecimento, tornando- o especialmente adequado até para a gente mais simples.
Quando consideramos que as Igrejas Ortodoxas – apesar de sua separação da rocha da Igreja– através da expressão simbólica e do desenvolvimento teológico que continuamente se incorporaram à sua liturgia preservaram as crenças correctas e os sacramentos, toda reforma litúrgica católica deveria antes aumentar a riqueza simbólica de sua forma de culto em vez de diminuí-la –por vezes até drasticamente.
No que concerne às guias práticas para partes específicas da liturgia – sobretudo para o que é central, o sacrifício da Missa– é suficiente concentrar-se em uns poucos pontos especialmente significativos para a reforma do Ordo Missae.
Para isso, devem se enfatizar especialmente duas directivas Conciliares. No artigo 50 se dá, primeiramente, a directiva de que na reforma deve manifestar-se mais claramente a natureza intrínseca das várias partes da Missa, e a conexão entre elas, com a finalidade de facilitar a activa e devota participação dos fiéis.
Como consequência, se enfatiza que os ritos devem ser simplificados, porém mantendo, ao mesmo tempo, fielmente sua substância, e que certos elementos que tinham sido duplicados no curso dos séculos ou agregados de maneira não especialmente oportuna, deviam ser novamente eliminados; enquanto outros, que tinham sido perdidos com a passagem do tempo, seriam restaurados em harmonia com os padres Conciliares até onde parecera apropriado ou necessário.
O CONCÍLIO: ÊNFASE ESPECIAL NO SILÊNCIO
No que concerne à participação dos fiéis, os vários elementos de compromisso exterior estão indicados no artigo 30, com ênfase especial no silêncio necessário, nos momentos devidos. O Concílio volta a isso, com mais detalhe, no artigo 48, com uma nota especial sobre a participação interior, através da qual a adoração a Deus e a obtenção da Graça, juntamente com o sacerdote que oferece o sacrifício e os demais participantes, logra seus frutos.
A LINGUAGEM LITÚRGICA
O Artigo 36 fala da linguagem litúrgica em geral, e o artigo 54 dos casos particulares da Missa. Logo após de uma discussão que durou vários dias, na qual se discutiram os argumentos, a favor e contra, os padres Conciliares chegaram à clara conclusão – em total acordo com o Concílio de Trento– de que o Latim devia ser mantido como a língua do culto para o rito Latino, ainda que fossem possíveis e até bem aventurados os casos excepcionais. Voltaremos a este ponto em detalhe.
O CANTO GREGORIANO
O artigo 116 fala extensamente sobre o canto gregoriano, fazendo notar que este foi o canto clássico da liturgia católica desde o tempo de Gregório, o Grande, e que, como tal, deve ser mantido. A música polifónica também merece atenção e estudo. Os demais artigos do capitulo VI, sobre música sacra, falam do canto e a música apropriados para a Igreja e a liturgia, e enfatiza esplendidamente o importante, certamente fundamental, papel do órgão na liturgia Católica.
O artigo 107 analisa a reforma do ano litúrgico, pondo ênfase na afirmação ou reintrodução dos elementos tradicionais, e guardando seu carácter específico. Enfatiza-se particularmente a importância das festas do Senhor e em geral do Propium de tempore na seqüência anual, na qual algumas festas sagradas deviam deixar seu lugar para que a completa efectividade da celebração dos mistérios da redenção não fosse menoscabada.
Por certo que essas menções sobre a reforma litúrgica à luz da Constituição para a Liturgia não são completas, no que concerne aos distintos temas considerados, nem a como foram tratados. Seleccionarei muitos e variados exemplos que parecem necessários para chegar a uma conclusão convincente.
A Igreja e a liturgia crescem e se desenvolvem juntas, porém sempre de modo que o terreno se organize em torno ao celestial.
A Missa vem de Cristo; foi adotada pelos apóstolos e seus sucessores, como também pelos Padres da Igreja. Desenvolveu-se organicamente com a manutenção consciente de sua substância. A liturgia se desenvolveu conforme à Fé que está contida nela; por isso podemos dizer com o Papa Celestino I, em seus escritos aos Bispos Galicanos, no ano 422: Legem credendi lex statuit supplicandi: a liturgia contém e, em formas adequadas e compreensíveis, expressa a Fé. Nesse sentido, o conteúdo da liturgia participa do conteúdo da própria Fé e, certamente, contribui a protegê-la. Nunca se viu, então, em nenhum dos ritos cristãos católicos, uma ruptura, uma criação radicalmente nova – a excepção da reforma pós-conciliar. Porém, o Concílio pediu, uma e outra vez, que a reforma se mantivesse unida à tradição. Todas as reformas, começando com Gregório I, ao longo da Idade Média, durante o ingresso na Igreja dos povos mais díspares com seus variados costumes, observaram essa regra básica.
Essa é, incidentalmente, uma característica de todas as religiões, inclusive as não reveladas, o que prova que um apego à tradição é comum a todo culto religioso, e, portanto, é algo natural.
Não é surpreendente, portanto, que cada broto herético da Igreja Católica tenha gerado uma revolução litúrgica, como é claramente reconhecível no caso dos protestantes e anglicanos; enquanto que as reformas efectuadas pelos Papas e particularmente estimuladas pelo Concílio de Trento e levadas adiante pelo Papa São Pio V, como as de São Pio X, Pio XII e João XXIII, não foram revoluções, mas meramente correcções insignificantes, alinhamentos e enriquecimentos. Não devia introduzir-se nada de novo, como o Concílio diz expressamente referindo-se à reforma desejada pelos Padres Conciliares, salvo que o demandassem o bem genuíno da Igreja.
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
O Papa Pio XII , no dia 1o. de novembro de 1950, na Basílica de São Pedro, dirigiu a cerimónia que ficou e ficará para sempre nos anais da Igreja Católica como a mais solenes da era contemporânea, o Dogma da Assunção da Virgem Mãe de Deus. Vejamos a alocução de Sua Santidade firmada nessa cerimónia:
“Veneráveis irmãos e amados filhos e filhas que vos haveis congregado em nossa presença e todos vós que nos ouvis nesta Santa Roma e em todos os lugares do mundo católico.
“Emocionados pela proclamação como um dogma de fé da Assunção ao céu da Santíssima Virgem em corpo e alma, exultando de alegria que inunda os corações de todos os fiéis, agora satisfeitos em seus ardentes desejos, sentimos irresistível necessidade de elevar junto convosco o hino de graças à amada providência de Deus, que quis reservar para vós a alegria deste dia e a nós o conforto de colocar sobre a fronte da mãe de Deus e da nossa mãe um brilhante diadema que coroa suas singulares prerrogativas.
“ Por um inescrutável desígnio do destino, aos homens da actual geração tão atormentados e afligidos, perdidos e alucinados, mas também sadiamente em busca de um grande Deus que foi perdido, abre-se uma parte luminosa dos céus, onde se senta, junto ao filho da justiça, a rainha mãe, Maria.
“Implorando há longo tempo, finalmente nos chega este dia, o qual por fim, é nosso. A voz dos séculos – deveríamos dizer a voz da eternidade – é nossa. É a voz que, com a ajuda do Espírito Santo, definiu solenemente o alto privilégio da celestial Mãe. E vosso é o grito dos séculos. Como se houvessem sido sacudidos pelas batidas dos vossos corações e pelo balbuciar dos vossos lábios, as próprias pedras desta patriarcal basílica vibram e juntamente com elas os inumeráveis antigos templos levantados em todas as partes em honra de Maria, monumentos de uma só fé e pedestais terrenos do celestial trono da glória da Rainha do Universo, parecem exultar em pequenas batidas. E neste dia de alegria, desde este pedaço do céu, juntamente com a evangélica onda de satisfação que se harmoniza com a onda de exultação de toda a Igreja militante, não pode deixar de descer sobre as almas uma torrente de graças e ensinamentos, frutíferos despertadores de renovada santidade. Por esta razão, para tão altíssima criatura, levantamos, cheios de fé, os nossos olhares da terra – nesta nossa época, entre a nossa geração – e gritamos a todos: “Levantai os vossos corações”.
“As muitas intranquilas e angustiosas almas, triste legado de uma idade violenta e turbulenta, almas oprimidas, porém não resignadas, que já não crêem na bondade da vida e aceitam-na somente como se fossem obrigadas a aceitá-la, ela lhes abre as mas altas visões e as conforta para contemplar que destino e que obras ela há sublimado, ela , que foi eleita por Deus para ser Mãe do mundo, feita em carne, recebeu dócilmente a palavra do Senhor.
“E vós, que estais mais particularmente próximo de nosso coração, vós pobres enfermos, vós refugiados, vós prisioneiros, vós os perseguidos, vós com os braços em trabalho e o corpo sem abrigo, vós nos sofrimentos de toda índole e de todas as nações, vós a quem a passagem pela terra só parece dar lágrimas e privações, por mais esforços que se façam ou que se deverão fazer para acudir em vossa ajuda; levantai vossos olhares para Ela que, antes de vós, percorreu os caminhos da pobreza, do exílio e da dor; para Ela, cuja alma foi atravessada pela espada ao pé da cruz e que agora contempla, como olhar firme, desde a luz eterna, este mundo sem paz, martirizado por desconfianças recíprocas, pelas divisões, pelos conflitos, pelos ódios a tal ponto que se debilitou e se perdeu o sentido do temor em Cristo. Enquanto suplicamos com todo o ardor que a Virgem Maria possa assinalar o retorno do calor, do afecto e da vida aos corações humanos, não nos devemos cansar de recordar que nada deve prevalecer sobre o fato, sobre a consciência de sermos todos filhos da mesma Mãe, laço é de união através do místico Corpo de Cristo, uma nova era e uma nova Mãe dos vivos, que quer conduzir todos os homens à verdade e à graça de seu divino Filho. E agora, oremos com devoção.”
“Veneráveis irmãos e amados filhos e filhas que vos haveis congregado em nossa presença e todos vós que nos ouvis nesta Santa Roma e em todos os lugares do mundo católico.
“Emocionados pela proclamação como um dogma de fé da Assunção ao céu da Santíssima Virgem em corpo e alma, exultando de alegria que inunda os corações de todos os fiéis, agora satisfeitos em seus ardentes desejos, sentimos irresistível necessidade de elevar junto convosco o hino de graças à amada providência de Deus, que quis reservar para vós a alegria deste dia e a nós o conforto de colocar sobre a fronte da mãe de Deus e da nossa mãe um brilhante diadema que coroa suas singulares prerrogativas.
“ Por um inescrutável desígnio do destino, aos homens da actual geração tão atormentados e afligidos, perdidos e alucinados, mas também sadiamente em busca de um grande Deus que foi perdido, abre-se uma parte luminosa dos céus, onde se senta, junto ao filho da justiça, a rainha mãe, Maria.
“Implorando há longo tempo, finalmente nos chega este dia, o qual por fim, é nosso. A voz dos séculos – deveríamos dizer a voz da eternidade – é nossa. É a voz que, com a ajuda do Espírito Santo, definiu solenemente o alto privilégio da celestial Mãe. E vosso é o grito dos séculos. Como se houvessem sido sacudidos pelas batidas dos vossos corações e pelo balbuciar dos vossos lábios, as próprias pedras desta patriarcal basílica vibram e juntamente com elas os inumeráveis antigos templos levantados em todas as partes em honra de Maria, monumentos de uma só fé e pedestais terrenos do celestial trono da glória da Rainha do Universo, parecem exultar em pequenas batidas. E neste dia de alegria, desde este pedaço do céu, juntamente com a evangélica onda de satisfação que se harmoniza com a onda de exultação de toda a Igreja militante, não pode deixar de descer sobre as almas uma torrente de graças e ensinamentos, frutíferos despertadores de renovada santidade. Por esta razão, para tão altíssima criatura, levantamos, cheios de fé, os nossos olhares da terra – nesta nossa época, entre a nossa geração – e gritamos a todos: “Levantai os vossos corações”.
“As muitas intranquilas e angustiosas almas, triste legado de uma idade violenta e turbulenta, almas oprimidas, porém não resignadas, que já não crêem na bondade da vida e aceitam-na somente como se fossem obrigadas a aceitá-la, ela lhes abre as mas altas visões e as conforta para contemplar que destino e que obras ela há sublimado, ela , que foi eleita por Deus para ser Mãe do mundo, feita em carne, recebeu dócilmente a palavra do Senhor.
“E vós, que estais mais particularmente próximo de nosso coração, vós pobres enfermos, vós refugiados, vós prisioneiros, vós os perseguidos, vós com os braços em trabalho e o corpo sem abrigo, vós nos sofrimentos de toda índole e de todas as nações, vós a quem a passagem pela terra só parece dar lágrimas e privações, por mais esforços que se façam ou que se deverão fazer para acudir em vossa ajuda; levantai vossos olhares para Ela que, antes de vós, percorreu os caminhos da pobreza, do exílio e da dor; para Ela, cuja alma foi atravessada pela espada ao pé da cruz e que agora contempla, como olhar firme, desde a luz eterna, este mundo sem paz, martirizado por desconfianças recíprocas, pelas divisões, pelos conflitos, pelos ódios a tal ponto que se debilitou e se perdeu o sentido do temor em Cristo. Enquanto suplicamos com todo o ardor que a Virgem Maria possa assinalar o retorno do calor, do afecto e da vida aos corações humanos, não nos devemos cansar de recordar que nada deve prevalecer sobre o fato, sobre a consciência de sermos todos filhos da mesma Mãe, laço é de união através do místico Corpo de Cristo, uma nova era e uma nova Mãe dos vivos, que quer conduzir todos os homens à verdade e à graça de seu divino Filho. E agora, oremos com devoção.”
Entrevista com a professora Cristina Langer
Por Alexandre Ribeiro
«A própria Liturgia tem na sua sequência uma série de momentos de silêncio, que não são espaços vazios de tempo, mas espaços de tempo repletos da Presença.»
Quem afirma é a professora de arte Cristina Langer, que falou sobre o tema da beleza na liturgia no Simpósio Teológico comemorativo do centenário da diocese de Ribeirão Preto (São Paulo) .
--Qual a relação entre liturgia e beleza?
--Cristina Langer: A beleza tem a tarefa de nos despertar a uma outra coisa que não está nela mesma. Diante da beleza o coração se enche de espera, porque imediatamente nasce a pergunta: Quem é o Artífice, o Criador disto tudo? Então tudo que é belo pode abrir em nós o desejo da busca do Senhor, a Beleza encarnada.
Na Liturgia a beleza é o próprio motivo pelo qual a celebração se dá: para Deus, com Ele e Nele. Qualquer motivo que não seja este esconde a Beleza presente ao invés de revelá-la. Na minha experiência, a participação diária à Santa Missa é a “coroação” de tudo o que me acontece naquele dia porque é o Lugar Privilegiado para retomar a minha consciência ao reconhecimento da presença da Beleza de Cristo.
--No contexto da liturgia e da vida espiritual, há como uma perda da sensibilidade para o belo?
--Cristina Langer: Na experiência de todos nós católicos (sacerdotes, religiosos ou leigos), creio que esta que poderia ser chamada “perda de sensibilidade” é o nosso maior drama. O drama é justamente o ceder ou não ceder à Beleza de Cristo no contexto da vida. O coração deseja esta familiaridade com Aquele que é a própria Beleza, para que repletos da Sua Presença possamos reconhecê-Lo presente em todas as circunstâncias da nossa realidade, para que nossos olhos possam transbordar para o mundo este que é a Beleza.
Este drama, ou perda de sensibilidade, é fruto da nossa auto-suficiência, desta separação que fazemos das coisas do dia-a-dia e da vida espiritual. A nossa vida cotidiana, a realidade do trabalho, das obrigações, das alegrias, das perdas e dificuldades... ou é diante do Senhor, com o Senhor, tornando-se um pedido quotidiano “Vem, Senhor Jesus”, ou não é vida.
--Como cuidar da beleza na liturgia?
--Cristina Langer: “A Liturgia, por sua vez, só é bela e, portanto, verdadeira quando despojada de qualquer outro motivo que não seja a celebração de Deus, para Ele, por meio Dele, com Ele e Nele.”
A Liturgia deve ser vista como um todo, e não como algo fragmentado, com momentos um pouco mais ou um pouco menos importantes. Não pode ser “atravessada” como um “ritual” já conhecido.
Cada instante da celebração é importante e deve ser acolhido e saboreado, porque cada momento será único, belo e verdadeiro somente se vivido no reconhecimento do Senhor. Ao sacerdote cabe colher e revelar a beleza presente nas leituras e no Evangelho, orientando os fiéis apenas para o que é essencial (Cristo), e nunca para qualquer outro “assunto”. Como num todo, as equipes responsáveis pela música e colaboração à Liturgia devem ser igualmente orientadas e acompanhadas ao Essencial.
Outro aspecto muito importante a meu ver é o silêncio. A própria Liturgia tem na sua sequência uma série de momentos de silêncio, que não são espaços vazios de tempo, mas espaços de tempo repletos da Presença. Ao preencher estes momentos com músicas ou palavras supérfluas, encobrimos o Essencial.
Por Alexandre Ribeiro
«A própria Liturgia tem na sua sequência uma série de momentos de silêncio, que não são espaços vazios de tempo, mas espaços de tempo repletos da Presença.»
Quem afirma é a professora de arte Cristina Langer, que falou sobre o tema da beleza na liturgia no Simpósio Teológico comemorativo do centenário da diocese de Ribeirão Preto (São Paulo) .
--Qual a relação entre liturgia e beleza?
--Cristina Langer: A beleza tem a tarefa de nos despertar a uma outra coisa que não está nela mesma. Diante da beleza o coração se enche de espera, porque imediatamente nasce a pergunta: Quem é o Artífice, o Criador disto tudo? Então tudo que é belo pode abrir em nós o desejo da busca do Senhor, a Beleza encarnada.
Na Liturgia a beleza é o próprio motivo pelo qual a celebração se dá: para Deus, com Ele e Nele. Qualquer motivo que não seja este esconde a Beleza presente ao invés de revelá-la. Na minha experiência, a participação diária à Santa Missa é a “coroação” de tudo o que me acontece naquele dia porque é o Lugar Privilegiado para retomar a minha consciência ao reconhecimento da presença da Beleza de Cristo.
--No contexto da liturgia e da vida espiritual, há como uma perda da sensibilidade para o belo?
--Cristina Langer: Na experiência de todos nós católicos (sacerdotes, religiosos ou leigos), creio que esta que poderia ser chamada “perda de sensibilidade” é o nosso maior drama. O drama é justamente o ceder ou não ceder à Beleza de Cristo no contexto da vida. O coração deseja esta familiaridade com Aquele que é a própria Beleza, para que repletos da Sua Presença possamos reconhecê-Lo presente em todas as circunstâncias da nossa realidade, para que nossos olhos possam transbordar para o mundo este que é a Beleza.
Este drama, ou perda de sensibilidade, é fruto da nossa auto-suficiência, desta separação que fazemos das coisas do dia-a-dia e da vida espiritual. A nossa vida cotidiana, a realidade do trabalho, das obrigações, das alegrias, das perdas e dificuldades... ou é diante do Senhor, com o Senhor, tornando-se um pedido quotidiano “Vem, Senhor Jesus”, ou não é vida.
--Como cuidar da beleza na liturgia?
--Cristina Langer: “A Liturgia, por sua vez, só é bela e, portanto, verdadeira quando despojada de qualquer outro motivo que não seja a celebração de Deus, para Ele, por meio Dele, com Ele e Nele.”
A Liturgia deve ser vista como um todo, e não como algo fragmentado, com momentos um pouco mais ou um pouco menos importantes. Não pode ser “atravessada” como um “ritual” já conhecido.
Cada instante da celebração é importante e deve ser acolhido e saboreado, porque cada momento será único, belo e verdadeiro somente se vivido no reconhecimento do Senhor. Ao sacerdote cabe colher e revelar a beleza presente nas leituras e no Evangelho, orientando os fiéis apenas para o que é essencial (Cristo), e nunca para qualquer outro “assunto”. Como num todo, as equipes responsáveis pela música e colaboração à Liturgia devem ser igualmente orientadas e acompanhadas ao Essencial.
Outro aspecto muito importante a meu ver é o silêncio. A própria Liturgia tem na sua sequência uma série de momentos de silêncio, que não são espaços vazios de tempo, mas espaços de tempo repletos da Presença. Ao preencher estes momentos com músicas ou palavras supérfluas, encobrimos o Essencial.
O SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA
Definição: Acto solene com que a Igreja comemora o sacrifício de Jesus Cristo pela humanidade
ÚNICO E MESMO SACRIFÍCIO, NO CALVÁRIO E NO ALTAR
A Santa Missa é o sacrifício do Corpo e do Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, oferecido em nossos altares, em memória do Sacrifício da Cruz. O Santo sacrifício da Missa é oferecido para adorar e glorificar a Deus, para obter o perdão dos pecados, para pedir graças e favores pessoais e também pelas almas do Purgatório. É o Sacrifício da Nova Lei, instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, no qual são oferecidos a Deus o Corpo e o Sangue de Jesus, sob as aparências do pão e do vinho.
É uma prolongação perene e incruenta (sem derramamento de sangue) do mesmo Sacrifício do Calvário. Ambos os sacrifícios, o da Cruz no Calvário, e o da Missa em nossos altares, constituem um único e idêntico sacrifício, pois que a Vítima e o Oferente destes sacrifícios é o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo. O Sacerdote, como "Mediador entre Deus e os Homens" (1 Tim. 2, 5) oferece o Santo Sacrifício da Missa em nome de Jesus Cristo e da sua Igreja, pela salvação do mundo.
A Paixão de Cristo constitui a essência mesma do Santo Sacrifício da Missa. Por isso, afirmou o Apóstolo São Paulo: "Todas as vezes que comerdes deste Pão e beberdes deste Vinho, relembrareis a morte do Senhor, até que Ele venha". (I Cor, 11,26).
A PRIMEIRA SANTA MISSA
As cerimónias, palavras e gestos da Consagração constituem a parte mais importante da Santa Missa. Ora, essas palavras e gestos verificaram-se pela primeira vez, naquela memorável noite da primeira de todas as Quintas-feiras Santas, quando Nosso Senhor Jesus Cristo, no Cenáculo de Jerusalém, celebrou a Sagrada Ceia Pascal com os Seus discípulos. A Sagrada Ceia foi, pois, a primeira Santa Missa, celebrada por Jesus Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote.
PERENE LEMBRANÇA
Assim, o Santo Sacrifício da Missa é uma recordação e renovação:
1. dos gestos e das palavras consacratórias de Jesus Cristo, na Santa Ceia da noite memorável da primeira Quinta-feira Santa.
2. da Morte de Jesus, simbolizada, sobre o altar, pela consagração, em separado, do pão e do vinho (significando que o Sangue de Jesus foi derramado e separado do seu Santíssimo Corpo, causando-Lhe assim a morte redentora).
3. daquela primeira Santa Ceia da Nova Lei, daquele banquete eucarístico, ao qual estão convidados todos os baptizados.
A LITURGIA DA SANTA MISSA
O Santo Sacrifício da Missa é a perpetuação do Drama divino do Calvário. Jesus Cristo, Deus e Homem, padeceu e morreu por minha causa, pela minha salvação. O drama redentor do Calvário é pois, o meu drama. Neste drama se distinguem seis actos principais, nos quais procurarei tomar parte, associando-me ao Sacerdote celebrante que realiza o Santo Sacrifício em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, Sumo Sacerdote:
1.º) Rezar. (Desde o início da Missa até a Epístola). __ É a voz do homem que fala a Deus.
2.º) Escutar. (Desde a Epístola até o fim do Evangelho). __ É a voz de Deus que fala ao homem.
3.º) Oferecer. (No Ofertório, o Sacerdote oferece, a Deus, a Hóstia que vai ser consagrada). __ Oferecer-me-ei também a Deus Pai, em união com Jesus Cristo, a Vítima divina do altar.
4.º) Sacrificar. (O Sacerdote, consagrando o Pão e o Vinho separadamente, significa a efusão do Sangue sofrida por Jesus na sua Paixão e Morte redentora). __ Aceitarei resignadamente os sofrimentos e sacrifícios de cada dia, unindo-o ao sacrifício de Jesus, na Santa Missa.
5.º) Comungar. (A Comunhão é o complemento natural da Consagração, do sacrifício. A Vítima divina da Nova Lei, depois de imolada, deve ser comungada). __ Pela Santa Comunhão, a participação do fiel ao Santo Sacrifício da Missa se realiza plenamente.
6.º) Agradecer. Depois da Comunhão e já ao final do Sacrifício, o Sacerdote reza a oração chamada Pós-comunhão, agradecendo a Deus os benefícios recebidos no Santo Sacrifício da Missa.
Finalidades da Santa Missa:
1) Adorar e dar culto a Deus, nosso Criador e Pai (sacrifício latréutico).
2) Aplacar a sua justiça e obter misericórdia (sacrifício propiciatório).
3) Dar-Lhe graças pelos benefícios recebidos (sacrifício eucarístico).
4) Pedir-lhe favores e graças (sacrifício impetratório).
OBRIGAÇÃO DE ASSISTIR A SANTA MISSA
Apesar de ser uma realidade tão sublime e tão santa, benéfica e necessária, não poucos católicos parecem desconhecer a divina excelência do Santo Sacrifício da Missa. Muitos se negariam mesmo a assisti-la. Eis porque a Santa Igreja Mãe, solicita das nossas almas, nos impõe a todos a assistência à Santa Missa, aos domingos e dias santos. Eis porque ela nos ordena: "Guardar os domingos e festas"; "ouvir a Missa inteira nos domingos e festas de guarda".
Todos os Santos Padres, que escreveram sobre o Santíssimo Sacramento, vêem nele o sacrifício do Novo Testamento. É fora de dúvida que Cristo, instituindo o Santíssimo Sacramento entre as cerimónias da última ceia, instituiu a santa Missa. Aviva tua fé na santa Missa e assiste ao santo sacrifício com o maior respeito e com muita piedade. O cristão reserva uma hora para a celebração eucarística, como núcleo do Domingo e este valor é fixado no terceiro Mandamento da Lei de Deus. Uma hora por semana não é muito para quem acredita que sua vida e felicidade promanam das mãos do Senhor.
"Na hora da morte, as Missas, ? s quais tiveres assistido, serão a tua maior consolação. Um dos fins da Santa Missa é alcançar para ti o perdão dos teus pecados. Em cada Missa, pois, podes diminuir a pena temporal devida aos teus pecados, pena essa que será diminuída na proporção do teu fervor. Será ratificada no céu a bênção, que do sacerdote receberes na Santa Missa. Assistindo-a com devoção, prestas a maior das honras ? Santa Humanidade de Jesus Cristo"
Definição: Acto solene com que a Igreja comemora o sacrifício de Jesus Cristo pela humanidade
ÚNICO E MESMO SACRIFÍCIO, NO CALVÁRIO E NO ALTAR
A Santa Missa é o sacrifício do Corpo e do Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, oferecido em nossos altares, em memória do Sacrifício da Cruz. O Santo sacrifício da Missa é oferecido para adorar e glorificar a Deus, para obter o perdão dos pecados, para pedir graças e favores pessoais e também pelas almas do Purgatório. É o Sacrifício da Nova Lei, instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, no qual são oferecidos a Deus o Corpo e o Sangue de Jesus, sob as aparências do pão e do vinho.
É uma prolongação perene e incruenta (sem derramamento de sangue) do mesmo Sacrifício do Calvário. Ambos os sacrifícios, o da Cruz no Calvário, e o da Missa em nossos altares, constituem um único e idêntico sacrifício, pois que a Vítima e o Oferente destes sacrifícios é o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo. O Sacerdote, como "Mediador entre Deus e os Homens" (1 Tim. 2, 5) oferece o Santo Sacrifício da Missa em nome de Jesus Cristo e da sua Igreja, pela salvação do mundo.
A Paixão de Cristo constitui a essência mesma do Santo Sacrifício da Missa. Por isso, afirmou o Apóstolo São Paulo: "Todas as vezes que comerdes deste Pão e beberdes deste Vinho, relembrareis a morte do Senhor, até que Ele venha". (I Cor, 11,26).
A PRIMEIRA SANTA MISSA
As cerimónias, palavras e gestos da Consagração constituem a parte mais importante da Santa Missa. Ora, essas palavras e gestos verificaram-se pela primeira vez, naquela memorável noite da primeira de todas as Quintas-feiras Santas, quando Nosso Senhor Jesus Cristo, no Cenáculo de Jerusalém, celebrou a Sagrada Ceia Pascal com os Seus discípulos. A Sagrada Ceia foi, pois, a primeira Santa Missa, celebrada por Jesus Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote.
PERENE LEMBRANÇA
Assim, o Santo Sacrifício da Missa é uma recordação e renovação:
1. dos gestos e das palavras consacratórias de Jesus Cristo, na Santa Ceia da noite memorável da primeira Quinta-feira Santa.
2. da Morte de Jesus, simbolizada, sobre o altar, pela consagração, em separado, do pão e do vinho (significando que o Sangue de Jesus foi derramado e separado do seu Santíssimo Corpo, causando-Lhe assim a morte redentora).
3. daquela primeira Santa Ceia da Nova Lei, daquele banquete eucarístico, ao qual estão convidados todos os baptizados.
A LITURGIA DA SANTA MISSA
O Santo Sacrifício da Missa é a perpetuação do Drama divino do Calvário. Jesus Cristo, Deus e Homem, padeceu e morreu por minha causa, pela minha salvação. O drama redentor do Calvário é pois, o meu drama. Neste drama se distinguem seis actos principais, nos quais procurarei tomar parte, associando-me ao Sacerdote celebrante que realiza o Santo Sacrifício em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, Sumo Sacerdote:
1.º) Rezar. (Desde o início da Missa até a Epístola). __ É a voz do homem que fala a Deus.
2.º) Escutar. (Desde a Epístola até o fim do Evangelho). __ É a voz de Deus que fala ao homem.
3.º) Oferecer. (No Ofertório, o Sacerdote oferece, a Deus, a Hóstia que vai ser consagrada). __ Oferecer-me-ei também a Deus Pai, em união com Jesus Cristo, a Vítima divina do altar.
4.º) Sacrificar. (O Sacerdote, consagrando o Pão e o Vinho separadamente, significa a efusão do Sangue sofrida por Jesus na sua Paixão e Morte redentora). __ Aceitarei resignadamente os sofrimentos e sacrifícios de cada dia, unindo-o ao sacrifício de Jesus, na Santa Missa.
5.º) Comungar. (A Comunhão é o complemento natural da Consagração, do sacrifício. A Vítima divina da Nova Lei, depois de imolada, deve ser comungada). __ Pela Santa Comunhão, a participação do fiel ao Santo Sacrifício da Missa se realiza plenamente.
6.º) Agradecer. Depois da Comunhão e já ao final do Sacrifício, o Sacerdote reza a oração chamada Pós-comunhão, agradecendo a Deus os benefícios recebidos no Santo Sacrifício da Missa.
Finalidades da Santa Missa:
1) Adorar e dar culto a Deus, nosso Criador e Pai (sacrifício latréutico).
2) Aplacar a sua justiça e obter misericórdia (sacrifício propiciatório).
3) Dar-Lhe graças pelos benefícios recebidos (sacrifício eucarístico).
4) Pedir-lhe favores e graças (sacrifício impetratório).
OBRIGAÇÃO DE ASSISTIR A SANTA MISSA
Apesar de ser uma realidade tão sublime e tão santa, benéfica e necessária, não poucos católicos parecem desconhecer a divina excelência do Santo Sacrifício da Missa. Muitos se negariam mesmo a assisti-la. Eis porque a Santa Igreja Mãe, solicita das nossas almas, nos impõe a todos a assistência à Santa Missa, aos domingos e dias santos. Eis porque ela nos ordena: "Guardar os domingos e festas"; "ouvir a Missa inteira nos domingos e festas de guarda".
Todos os Santos Padres, que escreveram sobre o Santíssimo Sacramento, vêem nele o sacrifício do Novo Testamento. É fora de dúvida que Cristo, instituindo o Santíssimo Sacramento entre as cerimónias da última ceia, instituiu a santa Missa. Aviva tua fé na santa Missa e assiste ao santo sacrifício com o maior respeito e com muita piedade. O cristão reserva uma hora para a celebração eucarística, como núcleo do Domingo e este valor é fixado no terceiro Mandamento da Lei de Deus. Uma hora por semana não é muito para quem acredita que sua vida e felicidade promanam das mãos do Senhor.
"Na hora da morte, as Missas, ? s quais tiveres assistido, serão a tua maior consolação. Um dos fins da Santa Missa é alcançar para ti o perdão dos teus pecados. Em cada Missa, pois, podes diminuir a pena temporal devida aos teus pecados, pena essa que será diminuída na proporção do teu fervor. Será ratificada no céu a bênção, que do sacerdote receberes na Santa Missa. Assistindo-a com devoção, prestas a maior das honras ? Santa Humanidade de Jesus Cristo"
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
HOMILIA DO PAPA JOÃO PAULO II
FESTA DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA
15 de Agosto de 1998
1. «Feliz daquela que acreditou que teriam cumprimento as coisas que lhe foram ditas da parte do Senhor» (Lc 1, 45).
Com estas palavras, Isabel recebe Maria, que a fora visitar. Esta mesma bem-aventurança ecoa no Céu e na terra, de geração em geração e de maneira particular na solene celebração de hoje. Maria é bem-aventurada porque acreditou imediatamente na Palavra do Senhor, porque sem hesitar aceitou a vontade do Altíssimo, que lhe fora manifestada pelo Anjo na Anunciação.
Poderíamos ver na viagem que Maria fizera de Nazaré até Ain-Karin, da qual o Evangelho nos fala hoje, como que uma prefiguração da sua particular viagem espiritual que, tendo iniciado com o «sim» no dia da Anunciação, culmina precisamente com a Assunção ao céu em corpo e alma. Um itinerário rumo a Deus, sempre iluminado e apoiado pela fé.
O Concílio Vaticano II afirma que Maria «avançou no caminho da fé, e conservou fielmente a união com seu Filho até à cruz» . Por este motivo, ela, na sua incomparável beleza, agradou de tal maneira ao Rei do universo, que agora, plenamente associada a Ele em corpo e alma, resplandece como Rainha à sua Direita .
2. Na hodierna solenidade, a liturgia convida todos nós a contemplar Maria como a «mulher revestida de Sol, tendo a Lua debaixo dos seus pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça» . Nela resplandece a vitória de Cristo sobre o maligno, representado na linguagem apocalíptica como um «grande dragão vermelho» .
Esta visão gloriosa, e ao mesmo tempo dramática, recorda à Igreja de todos os tempos o seu destino de luz no Reino dos céus e conforta-a nas provações que deve suportar ao longo da peregrinação terrena. Enquanto este mundo durar, a história será sempre teatro do conflito entre Deus e satanás, entre o bem e o mal, entre a graça e o pecado, entre a vida e a morte.
Também as vicissitudes deste século que se aproxima do seu fim, testemunham com extraordinária eloquência a profundidade desta luta, que assinala a história dos povos, mas também o coração de cada homem e mulher. Contudo, o anúncio pascal, que ecoou há pouco nas palavras do apóstolo Paulo , é fundamento de esperança certa para todos. Nossa Senhora da Assunção é ícone luminoso deste mistério e desta esperança.
3. Neste segundo ano de preparação imediata para o Grande Jubileu do Ano 2000, eu quis convidar os crentes a tornarem-se mais atentos à presença e à acção do Espírito Santo e a «redescobrirem a virtude teologal da esperança» (Tertio millennio adveniente, 46).
Maria, glorificada no corpo, mostra-se hoje como estrela de esperança para a Igreja e para a humanidade, a caminho rumo ao Terceiro Milénio cristão. A sua altura sublime não a afasta do seu Povo nem dos problemas do mundo, pelo contrário, permite-lhe vigiar de maneira eficaz sobre as vicissitudes humanas com a mesma solicitude atenciosa com que obteve de Jesus o primeiro milagre, durante as Bodas de Caná.
O Apocalipse afirma que a mulher revestida de sol «estava grávida, com dores de parto e gritava com ânsias de dar à luz» .Isto leva a pensar numa página muito importante para a teologia cristã da esperança, escrita pelo apóstolo Paulo: «Sabemos, com efeito, que toda a criação tem gemido e sofrido as dores de parto, até ao presente. E não só ela, mas também nós próprios, que possuímos as primícias do Espírito, gememos igualmente em nós mesmos, aguardando a filiação adoptiva, a libertação do nosso corpo. Porque na esperança é que fomos salvos» (8, 22-24).
Ao celebrar a sua Assunção ao Céu em corpo e alma, oramos a Maria para que ajude os homens e as mulheres do nosso tempo a viverem com fé e esperança neste mundo, procurando o Reino de Deus em todas as coisas; oxalá ela ajude os crentes a abrirem-se à presença e à acção do Espírito Santo, Espírito Criador e Renovador, capaz de transformar os corações; ilumine as mentes acerca do destino que nos espera, da dignidade de cada pessoa e da nobreza do corpo humano.
Maria, elevada ao Céu, mostra-te a todos como Mãe de esperança! Mostra-te a todos como Rainha da Civilização do amor!
FESTA DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA
15 de Agosto de 1998
1. «Feliz daquela que acreditou que teriam cumprimento as coisas que lhe foram ditas da parte do Senhor» (Lc 1, 45).
Com estas palavras, Isabel recebe Maria, que a fora visitar. Esta mesma bem-aventurança ecoa no Céu e na terra, de geração em geração e de maneira particular na solene celebração de hoje. Maria é bem-aventurada porque acreditou imediatamente na Palavra do Senhor, porque sem hesitar aceitou a vontade do Altíssimo, que lhe fora manifestada pelo Anjo na Anunciação.
Poderíamos ver na viagem que Maria fizera de Nazaré até Ain-Karin, da qual o Evangelho nos fala hoje, como que uma prefiguração da sua particular viagem espiritual que, tendo iniciado com o «sim» no dia da Anunciação, culmina precisamente com a Assunção ao céu em corpo e alma. Um itinerário rumo a Deus, sempre iluminado e apoiado pela fé.
O Concílio Vaticano II afirma que Maria «avançou no caminho da fé, e conservou fielmente a união com seu Filho até à cruz» . Por este motivo, ela, na sua incomparável beleza, agradou de tal maneira ao Rei do universo, que agora, plenamente associada a Ele em corpo e alma, resplandece como Rainha à sua Direita .
2. Na hodierna solenidade, a liturgia convida todos nós a contemplar Maria como a «mulher revestida de Sol, tendo a Lua debaixo dos seus pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça» . Nela resplandece a vitória de Cristo sobre o maligno, representado na linguagem apocalíptica como um «grande dragão vermelho» .
Esta visão gloriosa, e ao mesmo tempo dramática, recorda à Igreja de todos os tempos o seu destino de luz no Reino dos céus e conforta-a nas provações que deve suportar ao longo da peregrinação terrena. Enquanto este mundo durar, a história será sempre teatro do conflito entre Deus e satanás, entre o bem e o mal, entre a graça e o pecado, entre a vida e a morte.
Também as vicissitudes deste século que se aproxima do seu fim, testemunham com extraordinária eloquência a profundidade desta luta, que assinala a história dos povos, mas também o coração de cada homem e mulher. Contudo, o anúncio pascal, que ecoou há pouco nas palavras do apóstolo Paulo , é fundamento de esperança certa para todos. Nossa Senhora da Assunção é ícone luminoso deste mistério e desta esperança.
3. Neste segundo ano de preparação imediata para o Grande Jubileu do Ano 2000, eu quis convidar os crentes a tornarem-se mais atentos à presença e à acção do Espírito Santo e a «redescobrirem a virtude teologal da esperança» (Tertio millennio adveniente, 46).
Maria, glorificada no corpo, mostra-se hoje como estrela de esperança para a Igreja e para a humanidade, a caminho rumo ao Terceiro Milénio cristão. A sua altura sublime não a afasta do seu Povo nem dos problemas do mundo, pelo contrário, permite-lhe vigiar de maneira eficaz sobre as vicissitudes humanas com a mesma solicitude atenciosa com que obteve de Jesus o primeiro milagre, durante as Bodas de Caná.
O Apocalipse afirma que a mulher revestida de sol «estava grávida, com dores de parto e gritava com ânsias de dar à luz» .Isto leva a pensar numa página muito importante para a teologia cristã da esperança, escrita pelo apóstolo Paulo: «Sabemos, com efeito, que toda a criação tem gemido e sofrido as dores de parto, até ao presente. E não só ela, mas também nós próprios, que possuímos as primícias do Espírito, gememos igualmente em nós mesmos, aguardando a filiação adoptiva, a libertação do nosso corpo. Porque na esperança é que fomos salvos» (8, 22-24).
Ao celebrar a sua Assunção ao Céu em corpo e alma, oramos a Maria para que ajude os homens e as mulheres do nosso tempo a viverem com fé e esperança neste mundo, procurando o Reino de Deus em todas as coisas; oxalá ela ajude os crentes a abrirem-se à presença e à acção do Espírito Santo, Espírito Criador e Renovador, capaz de transformar os corações; ilumine as mentes acerca do destino que nos espera, da dignidade de cada pessoa e da nobreza do corpo humano.
Maria, elevada ao Céu, mostra-te a todos como Mãe de esperança! Mostra-te a todos como Rainha da Civilização do amor!
O Maravilhoso Valor da Santa Missa
1. Na hora da morte, as missas a que houveres participado serão a tua maior consolação.
2. Toda missa implora o teu perdão junto a Justiça Divina.
3. Em toda missa podes diminuir a pena temporal devida aos teus pecados e diminuí-la de acordo com teu fervor.
4. Participando com devoção da santa missa, prestas a maior das honras a santa humanidade de Nosso Senhor Jesus Cristo.
5. Ele(Jesus Cristo) se compadece de muitas das tuas negligências e omissões.
6. Perdoa os teus pecados veniais não confessados, dos quais te arrependeres.
7. Diminui o império de satanás sobre ti.
8. Sufraga as almas do purgatório da melhor maneira possível.
9. Uma só missa que tiveres participado em vida te é mais salutar e valiosa que inúmeras outras assistidas em tua intenção por outros após tua morte. Pois participando da santa missa, participas também da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.
10. A missa te livra de muitos perigos e desgraças temporais que te abateriam.
11. Toda missa diminui o teu purgatório.
12. Toda missa alcança-te um grau maior de glória no Céu.
13. Na missa recebes a benção do sacerdote, a qual Nosso Senhor confirma no Céu.
14. És abençoado em teu corpo e tua saúde, em teus negócios e empreendimentos e em tua alma para a tua salvação.
Pensamentos de Santos sobre a Santa Missa:
“Fica sabendo ó cristão, que mais se merece em ouvir devotamente uma só missa do que distribuir todas as riquezas aos pobres e peregrinar toda a terra” (São Bernardo)
“Nosso Senhor nos concede tudo o que lhe pedimos na Santa Missa: e o que mais vale é que nos dá ainda o que nem sequer cogitamos pedir-lhe e que, entretanto nos é necessário” (São Jerônimo)
“Se conhecêssemos o valor do santo sacrifício da missa que zelo não teríamos em assistir a ela!” (São Cura d’Ars)
“A missa é o Sol da Igreja” (São Francisco de Sales)
1. Na hora da morte, as missas a que houveres participado serão a tua maior consolação.
2. Toda missa implora o teu perdão junto a Justiça Divina.
3. Em toda missa podes diminuir a pena temporal devida aos teus pecados e diminuí-la de acordo com teu fervor.
4. Participando com devoção da santa missa, prestas a maior das honras a santa humanidade de Nosso Senhor Jesus Cristo.
5. Ele(Jesus Cristo) se compadece de muitas das tuas negligências e omissões.
6. Perdoa os teus pecados veniais não confessados, dos quais te arrependeres.
7. Diminui o império de satanás sobre ti.
8. Sufraga as almas do purgatório da melhor maneira possível.
9. Uma só missa que tiveres participado em vida te é mais salutar e valiosa que inúmeras outras assistidas em tua intenção por outros após tua morte. Pois participando da santa missa, participas também da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.
10. A missa te livra de muitos perigos e desgraças temporais que te abateriam.
11. Toda missa diminui o teu purgatório.
12. Toda missa alcança-te um grau maior de glória no Céu.
13. Na missa recebes a benção do sacerdote, a qual Nosso Senhor confirma no Céu.
14. És abençoado em teu corpo e tua saúde, em teus negócios e empreendimentos e em tua alma para a tua salvação.
Pensamentos de Santos sobre a Santa Missa:
“Fica sabendo ó cristão, que mais se merece em ouvir devotamente uma só missa do que distribuir todas as riquezas aos pobres e peregrinar toda a terra” (São Bernardo)
“Nosso Senhor nos concede tudo o que lhe pedimos na Santa Missa: e o que mais vale é que nos dá ainda o que nem sequer cogitamos pedir-lhe e que, entretanto nos é necessário” (São Jerônimo)
“Se conhecêssemos o valor do santo sacrifício da missa que zelo não teríamos em assistir a ela!” (São Cura d’Ars)
“A missa é o Sol da Igreja” (São Francisco de Sales)
S.Maximiliano nasceu na Polónia em 1894, tendo recebido o nome de Raimundo. Era originário de uma família profundamente religiosa. Naturalmente, cresceu em si o amor a Deus e a Maria.
Em 1910, optou pela vida consagrada e entrou na Ordem dos Franciscanos Conventuais, assumindo o nome de Maximiliano. Aluno brilhante, continuou os seus estudos em Roma onde aprofundou a sua relação especial com Nossa Senhora. No ano 1917,S. Maximiliano juntamente com outros seis frades fundaram a chamada “Milícia da Imaculada”, que tinha por objectivo rezar e sacrificar-se para obter a graça da conversão dos inimigos da Igreja.
Espalhando a Palavra
Apesar de estar debilitado com tuberculose, S. Maximiliano não se poupou a esforço para estender a acção da Milícia. Regressado ao seu país natal em 1922, iniciou a publicação de uma revista que pretendia promover o amor e a devoção a Nossa Senhora.
Cinco anos mais tarde, S.Maximiliano fundou a Niepokalanow, que quer dizer “Cidade da Imaculada”. Nela chegaram a residir 672 religiosos. A cidade tornou-se a base de um centro de comunicação social cristã, incluindo um jornal diário e uma estação de rádio. Em 1931,S.Maximiliano viajou até ao Japão fundando aí uma outra cidade dedicada a Maria, com o seu boletim mariano e missionário impresso em japonês.
Mártir da caridade
Quando rebenta a II Guerra Mundial com a invasão da Polónia pelo exército alemão sob o comando de Hitler, os nazis não se limitaram a prender e deportar judeus, mas também outros grupos étnicos e líderes católicos. Estes últimos eram temidos pela influência que tinham junto do provo polaco, profundamente católico.S. Maximiliano, com a sua vasta acção missionária, também constava da lista. Passou vários meses num campo de concentração. Libertado, foi novamente preso em 1941, enviado para Auschwitz, condenado a trabalhos forçados. Entre os companheiros de infortúnio continuou a exercer um verdadeiro apostolado, encorajando-os a resistir com ânimo.
Foi ali que se ofereceu para morrer no lugar de Francisco Gajowniczek, um pai de família condenado a morte. Único sobrevivente do grupo, no subterrâneo da morte, Maximiliano Kolbe resistiu por quinze dias à fome, à sede, ao desespero na escuridão do cárcere. Confortava os companheiros, os quais, um após outro, aos poucos sucumbiam. Morreu com uma injecção de fenol que lhe administraram. . Foi no dia 14 de Agosto de 1941.
Beatificado por Paulo VI em 1971, foi canonizado por João Paulo II, em 1982.
Em 1910, optou pela vida consagrada e entrou na Ordem dos Franciscanos Conventuais, assumindo o nome de Maximiliano. Aluno brilhante, continuou os seus estudos em Roma onde aprofundou a sua relação especial com Nossa Senhora. No ano 1917,S. Maximiliano juntamente com outros seis frades fundaram a chamada “Milícia da Imaculada”, que tinha por objectivo rezar e sacrificar-se para obter a graça da conversão dos inimigos da Igreja.
Espalhando a Palavra
Apesar de estar debilitado com tuberculose, S. Maximiliano não se poupou a esforço para estender a acção da Milícia. Regressado ao seu país natal em 1922, iniciou a publicação de uma revista que pretendia promover o amor e a devoção a Nossa Senhora.
Cinco anos mais tarde, S.Maximiliano fundou a Niepokalanow, que quer dizer “Cidade da Imaculada”. Nela chegaram a residir 672 religiosos. A cidade tornou-se a base de um centro de comunicação social cristã, incluindo um jornal diário e uma estação de rádio. Em 1931,S.Maximiliano viajou até ao Japão fundando aí uma outra cidade dedicada a Maria, com o seu boletim mariano e missionário impresso em japonês.
Mártir da caridade
Quando rebenta a II Guerra Mundial com a invasão da Polónia pelo exército alemão sob o comando de Hitler, os nazis não se limitaram a prender e deportar judeus, mas também outros grupos étnicos e líderes católicos. Estes últimos eram temidos pela influência que tinham junto do provo polaco, profundamente católico.S. Maximiliano, com a sua vasta acção missionária, também constava da lista. Passou vários meses num campo de concentração. Libertado, foi novamente preso em 1941, enviado para Auschwitz, condenado a trabalhos forçados. Entre os companheiros de infortúnio continuou a exercer um verdadeiro apostolado, encorajando-os a resistir com ânimo.
Foi ali que se ofereceu para morrer no lugar de Francisco Gajowniczek, um pai de família condenado a morte. Único sobrevivente do grupo, no subterrâneo da morte, Maximiliano Kolbe resistiu por quinze dias à fome, à sede, ao desespero na escuridão do cárcere. Confortava os companheiros, os quais, um após outro, aos poucos sucumbiam. Morreu com uma injecção de fenol que lhe administraram. . Foi no dia 14 de Agosto de 1941.
Beatificado por Paulo VI em 1971, foi canonizado por João Paulo II, em 1982.
Alguns pensamentos de S.Maximiliano Maria Kolbe:
1-Uma breve invocação durante o trabalho, é a melhor oração, e isso é bem prático porque nos une constantemente e dum modo cada vez mais profundo à Imaculada.
2-Conheceremos melhor a Imaculada por uma oração humilde, por uma experiência amorosa na vida quotidiana, que por definições sábias e outros argumentos.
3-Visitando Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento, é a Imaculada que faz esta visita em nós e por nós, e nós nela e por Ela.
4-Em tudo o que se refere à vida sobrenatural, nós devemos tudo esperar da Imaculada, porque Ela alcança-nos a graça de Deus.
5-Quando a alma se perde na actividade,é necessário que tome contacto com a Imaculada, que estabeleça uma ponte através de frequentes apêlos interiores:"Maria"
1-Uma breve invocação durante o trabalho, é a melhor oração, e isso é bem prático porque nos une constantemente e dum modo cada vez mais profundo à Imaculada.
2-Conheceremos melhor a Imaculada por uma oração humilde, por uma experiência amorosa na vida quotidiana, que por definições sábias e outros argumentos.
3-Visitando Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento, é a Imaculada que faz esta visita em nós e por nós, e nós nela e por Ela.
4-Em tudo o que se refere à vida sobrenatural, nós devemos tudo esperar da Imaculada, porque Ela alcança-nos a graça de Deus.
5-Quando a alma se perde na actividade,é necessário que tome contacto com a Imaculada, que estabeleça uma ponte através de frequentes apêlos interiores:"Maria"
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Celebra-se amanhã a memória de S.Maximiliano Maria Kolbe, grande santo polaco ,devotíssimo de Nossa Senhora.De algum modo foi um dos primeiros a dar uma resposta aos pedidos de Nossa Senhora em Fátima de oração e sacrifício pela conversão dos pecadores. Após a última aparição de Nossa Senhora, em 13 de outubro de 1917, ele funda , em Roma onde ainda era estudante de teologia, a Milícia da Imaculada que terá como objectivo rezar e sacrificar-se pelos inimigos da Igreja afim de obter a graça da sua conversão.Que S.Maximiliano nos obtenha aquele amor à Virgem Santíssima que tanto o animou e fez dele um grande santo dos nossos tempos.
Card. A. M. Stickler, prefeito emérito dos Arquivos do Vaticano sobre a Missa de S. Pio V no Congresso de Christi Fideles, Nova York, maio de 1995
"Pela constituição do Vaticano II sobre a liturgia é evidente que a vontade do Concílio e a vontade da comissão litúrgica muitas vezes não coincidem, e até se opõem de maneira clara.
A missa de Paulo VI ... põe antes em evidência o aspecto geral da missa, a saber a Comunhão; o que resulta em transformar o Sacrifício naquilo que é permitido chamar um banquete.
O lugar importante dado às leituras e à pregação na nova missa, a possibilidade mesma deixada ao padre de acrescentar explicações e palavras pessoais é uma reflexão a mais sobre o que é legítimo chamar de uma adaptação à idéia protestante de culto..."
"A recente mudança na localização do altar, bem como a posição do padre de frente para a assembléia - proibidas antigamente - tornam-se hoje o sinal de uma missa concebida como reunião da comunidade."
[Ele evoca a grande antiguidade do Cânon, que é na antiga liturgia "o centro da missa compreendida como Sacrifício, e denuncia as modificações que lhe foram feitas]:
"Santo Tomás de Aquino consagra todo um artigo para justificar o "mysterium fidei". E o Concílio de Florença confirma explicitamente o "Mysterium fidei" na fórmula da Consagração. Em nossos dias, o "mysterium fidei" foi eliminado das palavras da Consagração na nova liturgia. Por que então?
Foi concedida igualmente a licença de dizer outros cânones. O Segundo Cânon - que não menciona o caráter sacrifical da missa - tem, não há dúvida, o mérito de ser o mais curto, mas, de fato, suplantou por toda a parte o Cânon romano.
Foi assim que nós perdemos o profundo sentido teológico dado pelo Concílio de Trento."
[Ele recorda Pio XI declarando que a língua empregada na liturgia devia ser] "non vulgaris" (não vulgar).
"Por essas mesmas razões, o cânon 9 do Concílio (de Trento) estabelece a excomunhão para aqueles que afirmam que o rito da Igreja Romana no qual parte do Cânon e as palavras da Consagração são pronunciadas em voz baixa, deve ser condenado."
"O emprego do vernáculo acarretou sérias incompreensões e erros doutrinais, ele produziu a "desunião": Esta Babel de cultos públicos tem por resultado a perda da unidade externa no seio da Igreja Católica (...). Devemos admitir que, em poucos decénios, depois da reforma da língua litúrgica, nós perdemos esta oportunidade de rezar e de cantar juntos".
"Em terceiro lugar, a reforma que se seguiu ao Vaticano II destruiu ou transformou a riqueza de numerosos símbolos litúrgicos".

O Concílio pediu, uma vez e outra vez, que a reforma aderisse à tradição. Todas as reformas, a excepção da pós-conciliar, observaram essa regra básica
Com o fim de estabelecer a coincidência ou a contradição entre as regulamentações do Concílio e a reforma tal qual foi levada a cabo, vejamos brevemente as instruções Conciliares mais importantes relativas ao trabalho de reforma.
As instruções gerais, que concernem sobretudo aos fundamentos teológicos, estão contidas principalmente no artigo 2 da Sacrossantum Concilium. Aí se estabelecem primeiramente a natureza terreno-celestial da Igreja, seu Mistério, tal como a liturgia deveria expressar isso: todo o que é humano deveria estar ordenado e subordinado ao divino; o visível ao invisível; o activo ao contemplativo; o presente à futura Cidade de Deus que buscamos. De acordo com isso, a renovação da liturgia deve ir de mãos dadas com o desenvolvimento e a renovação do conceito de Igreja.
O artigo 21 deixa assentada a condição prévia para qualquer reforma litúrgica: que há na liturgia uma parte imutável, pois foi decretada por Deus, e partes que podem ser mudadas, ou seja, aquelas que se introduziram no curso do tempo em forma imprópria ou que ficou provado serem menos apropriadas. Os textos e os ritos devem se corresponder com a ordem estabelecida no artigo 2, e por isso podem ser mais bem entendidos e melhor experimentados pelo povo.
No artigo 23 aparecem, sobretudo, guias práticos que devem ser seguidos para lograr a correcta relação entre tradição e progresso. Deve empreender-se uma precisa investigação teológica, histórica e pastoral; ademais, devem considerar-se as leis gerais da estrutura e do sentido da liturgia, e a experiência derivada das reformas litúrgicas mais recentes. Logo, se deixa estabelecido como norma geral que a inovação pode ser introduzida somente se um genuíno beneficio para a Igreja o demanda. Finalmente, as novas formas devem surgir organicamente daquelas já existentes.
Convém assinalar que as normas práticas para a tarefa da reforma surgem da natureza didáctica e pastoral da liturgia.
De acordo com o artigo 33, a liturgia é principalmente o culto à majestade de Deus, pelo qual os crentes entram em relação com Ele por meio de signos visíveis que a liturgia usa para expressar realidades invisíveis, signos que foram eleitos por Cristo mesmo ou pela Igreja. Há aqui um eco vibrante do que o Concílio de Trento já recomendava com o fim de proteger seu património do vazio racionalista e insípido do culto protestante, património que o Santo Padre em seus escritos às Igrejas orientais caracterizou como seu tesouro especial. Este "tesouro especial" também merece ser uma fonte de alimento para a Igreja Católica. Ele se distingue por ser rico em simbolismo, provendo, dessa maneira, educação didáctica pastoral e enriquecimento, tornando- o especialmente adequado até para a gente mais simples.
Quando consideramos que as Igrejas Ortodoxas – apesar de sua separação da rocha da Igreja– através da expressão simbólica e do desenvolvimento teológico que continuamente se incorporaram à sua liturgia preservaram as crenças correctas e os sacramentos, toda reforma litúrgica católica deveria antes aumentar a riqueza simbólica de sua forma de culto em vez de diminuí-la –por vezes até drasticamente.
No que concerne às guias práticas para partes específicas da liturgia – sobretudo para o que é central, o sacrifício da Missa– é suficiente concentrar-se em uns poucos pontos especialmente significativos para a reforma do Ordo Missae.
Para isso, devem se enfatizar especialmente duas directivas Conciliares. No artigo 50 se dá, primeiramente, a directiva de que na reforma deve manifestar-se mais claramente a natureza intrínseca das várias partes da Missa, e a conexão entre elas, com a finalidade de facilitar a activa e devota participação dos fiéis.
Como consequência, se enfatiza que os ritos devem ser simplificados, porém mantendo, ao mesmo tempo, fielmente sua substância, e que certos elementos que tinham sido duplicados no curso dos séculos ou agregados de maneira não especialmente oportuna, deviam ser novamente eliminados; enquanto outros, que tinham sido perdidos com a passagem do tempo, seriam restaurados em harmonia com os padres Conciliares até onde parecera apropriado ou necessário.
O CONCÍLIO: ÊNFASE ESPECIAL NO SILÊNCIO
No que concerne à participação dos fiéis, os vários elementos de compromisso exterior estão indicados no artigo 30, com ênfase especial no silêncio necessário, nos momentos devidos. O Concílio volta a isso, com mais detalhe, no artigo 48, com uma nota especial sobre a participação interior, através da qual a adoração a Deus e a obtenção da Graça, juntamente com o sacerdote que oferece o sacrifício e os demais participantes, logra seus frutos.
A LINGUAGEM LITÚRGICA
O Artigo 36 fala da linguagem litúrgica em geral, e o artigo 54 dos casos particulares da Missa. Logo após de uma discussão que durou vários dias, na qual se discutiram os argumentos, a favor e contra, os padres Conciliares chegaram à clara conclusão – em total acordo com o Concílio de Trento– de que o Latim devia ser mantido como a língua do culto para o rito Latino, ainda que fossem possíveis e até bem aventurados os casos excepcionais. Voltaremos a este ponto em detalhe.
O CANTO GREGORIANO
O artigo 116 fala extensamente sobre o canto gregoriano, fazendo notar que este foi o canto clássico da liturgia católica desde o tempo de Gregório, o Grande, e que, como tal, deve ser mantido. A música polifónica também merece atenção e estudo. Os demais artigos do capitulo VI, sobre música sacra, falam do canto e a música apropriados para a Igreja e a liturgia, e enfatiza esplendidamente o importante, certamente fundamental, papel do órgão na liturgia Católica.
O artigo 107 analisa a reforma do ano litúrgico, pondo ênfase na afirmação ou reintrodução dos elementos tradicionais, e guardando seu carácter específico. Enfatiza-se particularmente a importância das festas do Senhor e em geral do Propium de tempore na seqüência anual, na qual algumas festas sagradas deviam deixar seu lugar para que a completa efectividade da celebração dos mistérios da redenção não fosse menoscabada.
Por certo que essas menções sobre a reforma litúrgica à luz da Constituição para a Liturgia não são completas, no que concerne aos distintos temas considerados, nem a como foram tratados. Seleccionarei muitos e variados exemplos que parecem necessários para chegar a uma conclusão convincente.
A Igreja e a liturgia crescem e se desenvolvem juntas, porém sempre de modo que o terreno se organize em torno ao celestial.
A Missa vem de Cristo; foi adotada pelos apóstolos e seus sucessores, como também pelos Padres da Igreja. Desenvolveu-se organicamente com a manutenção consciente de sua substância. A liturgia se desenvolveu conforme à Fé que está contida nela; por isso podemos dizer com o Papa Celestino I, em seus escritos aos Bispos Galicanos, no ano 422: Legem credendi lex statuit supplicandi: a liturgia contém e, em formas adequadas e compreensíveis, expressa a Fé. Nesse sentido, o conteúdo da liturgia participa do conteúdo da própria Fé e, certamente, contribui a protegê-la. Nunca se viu, então, em nenhum dos ritos cristãos católicos, uma ruptura, uma criação radicalmente nova – a excepção da reforma pós-conciliar. Porém, o Concílio pediu, uma e outra vez, que a reforma se mantivesse unida à tradição. Todas as reformas, começando com Gregório I, ao longo da Idade Média, durante o ingresso na Igreja dos povos mais díspares com seus variados costumes, observaram essa regra básica.
Essa é, incidentalmente, uma característica de todas as religiões, inclusive as não reveladas, o que prova que um apego à tradição é comum a todo culto religioso, e, portanto, é algo natural.
Não é surpreendente, portanto, que cada broto herético da Igreja Católica tenha gerado uma revolução litúrgica, como é claramente reconhecível no caso dos protestantes e anglicanos; enquanto que as reformas efectuadas pelos Papas e particularmente estimuladas pelo Concílio de Trento e levadas adiante pelo Papa São Pio V, como as de São Pio X, Pio XII e João XXIII, não foram revoluções, mas meramente correcções insignificantes, alinhamentos e enriquecimentos. Não devia introduzir-se nada de novo, como o Concílio diz expressamente referindo-se à reforma desejada pelos Padres Conciliares, salvo que o demandassem o bem genuíno da Igreja.
Padre Francisco Rodrigues da Cruz
chamado "Santo Padre Cruz"
Sacerdote do Patriarcado de Lisboa e depois da Companhia de Jesus, Francisco Rodrigues da Cruz nasceu em Alcochete, em 29 de Julho de 1859 e faleceu em Lisboa, em 1 de Outubro de 1948.
Foi, no seu tempo, o homem mais venerado em Portugal Continental e Insular, que, sobretudo nos últimos 25 anos, percorreu sem descanso, a fim de pregar e assistir espiritualmente presos e doentes.
Formado em teologia na universidade de Coimbra em 1880 e ordenado sacerdote em 1882, ensinou Filosofia no Seminário de Santarém e dirigiu o Colégio dos órfãos, em Braga, regressando depois à própria diocese, onde foi director espiritual do Seminário Menor (Farrobo e S. Vicente) e deu numerosos tríduos preparatórios das visitas pastorais.
Praticava fielmente o que inculcava aos sacerdotes: “A nossa missão é confessar enquanto se apresentam pecadores, pregar enquanto houver ouvintes, e rezar até já não se poder mais”.
Manteve e fomentou muito a piedade, converteu muitos pecadores. Da sua união com Deus vinha-lhe uma convicção, que impressionava profundamente.
Confessou e deu a primeira comunhão, em 1913, à Lúcia de Fátima, e em Junho ou Julho de 1917 rezou com ela e com os outros dois pastorinhos o terço, dizendo-lhes que não temessem pois era Nossa Senhora que lhes aparecia.
Desejando entrar na Companhia de Jesus, desde 1880, e várias vezes indeferido o seu pedido por falta de saúde, veio a conseguir, em 1929, de Pio XII, licença para fazer os votos religiosos à hora da morte; e, em 1940, de Pio XII, para os fazer imediatamente, sem noviciado. Pronunciou-os no Seminário da Costa, em Guimarães, a 3 de Dezembro de 1940, festa de S. Francisco Xavier de quem era devotíssimo; mas não ficou obrigado a residir em casas da Ordem.
O seu funeral foi verdadeira apoteose em Lisboa.
Contam-se factos extraordinários do Padre Cruz, em vida e depois da morte. Em Fevereiro de 1949, começou a publicar a Vice-Postulação da sua causa, de dois em dois meses, o Boletim Graças do P. Cruz, hoje com a tiragem de 27000 exemplares.
A 10 de Março de 1951 começou o processo informativo, em ordem à beatificação e canonização, finalmente entregue à Sagrada Congregação, nessa altura ainda chamada dos Ritos, em Roma, a 17 de Setembro de 1965. Os relatórios dos teólogos que examinaram os escritos, entregues em 1967, constam dum juízo sobre o P. Cruz: preocupação pastoral, zelo apostólico, ideia única de levar as almas a Deus; austeridade consigo, simplicidade, humildade, pobreza, resignação nos sofrimentos; sacrifício pelo bem do próximo, principalmente pobres e presos; suas virtudes; preocupação de fazer sempre a vontade de Deus; e as suas devoções para com a Eucaristia, Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora. Os dois concluem ter o P. Cruz praticado as virtudes cristãs de modo fora do comum, isto durante 70 anos de sacerdócio. A 30 de Dezembro de 1971, na sessão ordinária da Sagrada Congregação para o Culto dos Santos, foi publicado o decreto de aprovação dos escritos do Servo de Deus, nada impedindo portanto seguir-se adiante a causa da sua beatificação
chamado "Santo Padre Cruz"
Sacerdote do Patriarcado de Lisboa e depois da Companhia de Jesus, Francisco Rodrigues da Cruz nasceu em Alcochete, em 29 de Julho de 1859 e faleceu em Lisboa, em 1 de Outubro de 1948.
Foi, no seu tempo, o homem mais venerado em Portugal Continental e Insular, que, sobretudo nos últimos 25 anos, percorreu sem descanso, a fim de pregar e assistir espiritualmente presos e doentes.
Formado em teologia na universidade de Coimbra em 1880 e ordenado sacerdote em 1882, ensinou Filosofia no Seminário de Santarém e dirigiu o Colégio dos órfãos, em Braga, regressando depois à própria diocese, onde foi director espiritual do Seminário Menor (Farrobo e S. Vicente) e deu numerosos tríduos preparatórios das visitas pastorais.
Praticava fielmente o que inculcava aos sacerdotes: “A nossa missão é confessar enquanto se apresentam pecadores, pregar enquanto houver ouvintes, e rezar até já não se poder mais”.
Manteve e fomentou muito a piedade, converteu muitos pecadores. Da sua união com Deus vinha-lhe uma convicção, que impressionava profundamente.
Confessou e deu a primeira comunhão, em 1913, à Lúcia de Fátima, e em Junho ou Julho de 1917 rezou com ela e com os outros dois pastorinhos o terço, dizendo-lhes que não temessem pois era Nossa Senhora que lhes aparecia.
Desejando entrar na Companhia de Jesus, desde 1880, e várias vezes indeferido o seu pedido por falta de saúde, veio a conseguir, em 1929, de Pio XII, licença para fazer os votos religiosos à hora da morte; e, em 1940, de Pio XII, para os fazer imediatamente, sem noviciado. Pronunciou-os no Seminário da Costa, em Guimarães, a 3 de Dezembro de 1940, festa de S. Francisco Xavier de quem era devotíssimo; mas não ficou obrigado a residir em casas da Ordem.
O seu funeral foi verdadeira apoteose em Lisboa.
Contam-se factos extraordinários do Padre Cruz, em vida e depois da morte. Em Fevereiro de 1949, começou a publicar a Vice-Postulação da sua causa, de dois em dois meses, o Boletim Graças do P. Cruz, hoje com a tiragem de 27000 exemplares.
A 10 de Março de 1951 começou o processo informativo, em ordem à beatificação e canonização, finalmente entregue à Sagrada Congregação, nessa altura ainda chamada dos Ritos, em Roma, a 17 de Setembro de 1965. Os relatórios dos teólogos que examinaram os escritos, entregues em 1967, constam dum juízo sobre o P. Cruz: preocupação pastoral, zelo apostólico, ideia única de levar as almas a Deus; austeridade consigo, simplicidade, humildade, pobreza, resignação nos sofrimentos; sacrifício pelo bem do próximo, principalmente pobres e presos; suas virtudes; preocupação de fazer sempre a vontade de Deus; e as suas devoções para com a Eucaristia, Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora. Os dois concluem ter o P. Cruz praticado as virtudes cristãs de modo fora do comum, isto durante 70 anos de sacerdócio. A 30 de Dezembro de 1971, na sessão ordinária da Sagrada Congregação para o Culto dos Santos, foi publicado o decreto de aprovação dos escritos do Servo de Deus, nada impedindo portanto seguir-se adiante a causa da sua beatificação
terça-feira, 12 de agosto de 2008
apresentamos alguns dos escritos do servo de Deus ,"Santo Padre Cruz" , onde podemos apreciar o espírito que animava o Santo sacerdote que faleceu há 60 anos e cuja fama de santidade era já muita na sua vida e tende vinde sempre a crescer:
Dos seus escritos
Nada contra Deus, nada sem Deus, tudo por Deus.
Meu bom Deus, sem Vós nada, convosco tudo e tudo Vosso.
Eterno Pai, em nome do Vosso Unigénito Filho, Vos peço o Vosso Bom Espírito, de que falais no Santo Evangelho — espírito contrito e humilhado de todos os meus pecados, espírito crente, puro, humilde, caritativo, mortificado, submisso à Vossa Santíssima Vontade.
Meu Bom Jesus, só quero o que Vos agrada, me leva ao Céu, torna digno da Comunhão e consola o Divino Espírito Santo; e nunca quero o que Vos desagrada, me priva do Céu, torna menos digno da Sagrada Comunhão e desgosta o Divino Espírito Santo ainda que de leve. Com a Vossa graça.
Oh! Minha Mãe Santíssima, ajudai-me a amar-Vos e a fazer-Vos amar.
Minha Mãe Santíssima, fechai-me para sempre no Coração do Vosso Divino Filho e não permitais que eu caia em pecado em toda a minha vida.
Meu bom Jesus, ofereço-Vos os meus sofrimentos, resignados com a Vossa Vontade Santíssima: os meus bons desejos de praticar muito boas obras de piedade e de caridade: — e os sacrifícios de não poder realizar esses bons desejos.
Meu Bom Jesus, ofereço-Vos o meu último suspiro em união com os merecimentos da Vossa Paixão e Morte, renovados na Santa Missa que for celebrada na hora da minha morte.
Jesus, Maria, José, a minha alma Vossa é; ela é e há-de ser, quero amar-Vos até morrer.
Meu Deus, quero ver-Vos em tudo, e tudo em Vós, e tudo por Vós.
Meu bom Jesus, qualquer pensamento, que não é do Vosso agrado, nunca quero que me apareça nem demore na minha alma; vejo mas não quero, e desprezo para sempre todas as tentações e o tentador. — Antes mil vezes a morte do que pecar mesmo levemente contra à Santa Modéstia.
Meu bom Jesus, peço-Vos que as minhas lágrimas sejam a compaixão dos Vossos sofrimentos, contrição dos meus pecados e reparação das ofensas que recebeis dos pecadores
Dos seus escritos
Nada contra Deus, nada sem Deus, tudo por Deus.
Meu bom Deus, sem Vós nada, convosco tudo e tudo Vosso.
Eterno Pai, em nome do Vosso Unigénito Filho, Vos peço o Vosso Bom Espírito, de que falais no Santo Evangelho — espírito contrito e humilhado de todos os meus pecados, espírito crente, puro, humilde, caritativo, mortificado, submisso à Vossa Santíssima Vontade.
Meu Bom Jesus, só quero o que Vos agrada, me leva ao Céu, torna digno da Comunhão e consola o Divino Espírito Santo; e nunca quero o que Vos desagrada, me priva do Céu, torna menos digno da Sagrada Comunhão e desgosta o Divino Espírito Santo ainda que de leve. Com a Vossa graça.
Oh! Minha Mãe Santíssima, ajudai-me a amar-Vos e a fazer-Vos amar.
Minha Mãe Santíssima, fechai-me para sempre no Coração do Vosso Divino Filho e não permitais que eu caia em pecado em toda a minha vida.
Meu bom Jesus, ofereço-Vos os meus sofrimentos, resignados com a Vossa Vontade Santíssima: os meus bons desejos de praticar muito boas obras de piedade e de caridade: — e os sacrifícios de não poder realizar esses bons desejos.
Meu Bom Jesus, ofereço-Vos o meu último suspiro em união com os merecimentos da Vossa Paixão e Morte, renovados na Santa Missa que for celebrada na hora da minha morte.
Jesus, Maria, José, a minha alma Vossa é; ela é e há-de ser, quero amar-Vos até morrer.
Meu Deus, quero ver-Vos em tudo, e tudo em Vós, e tudo por Vós.
Meu bom Jesus, qualquer pensamento, que não é do Vosso agrado, nunca quero que me apareça nem demore na minha alma; vejo mas não quero, e desprezo para sempre todas as tentações e o tentador. — Antes mil vezes a morte do que pecar mesmo levemente contra à Santa Modéstia.
Meu bom Jesus, peço-Vos que as minhas lágrimas sejam a compaixão dos Vossos sofrimentos, contrição dos meus pecados e reparação das ofensas que recebeis dos pecadores
O servo de Deus, "santo Padre Cruz", como é conhecido popularmente em Portugal e no mundo inteiro é uma das figuras que mais contribuíram para o conhecimento e a difusão da mensagem de Fátima. O humilde sacerdote foi peregrino centenas de vezes ao santuário de Fátima e tornou-se grande apóstolo de Nossa Senhora , sobretudo pela sua tocante piedade mariana, em especial o terço que ele recitava continuamente. Descobrimos há pouco tempo o quarto onde sempre se alojava numa casa das Senhoras Caldas Machado que o acolhiam, era urgente salvar essa relíquia onde viveu o nosso santo Padre cruz.Junto uma Oração Do Padre Cruz ao Imaculado Coração de Maria :
Doce coração de Maria,
sede a minha salvação,
Alcançai-me da Trindade SSma:
O perdão dos meus pecados todos;
Graça para em toda a minha vida
ter uma fé viva,
esperança firme
e caridade ardente;
Graça para comunicar estas virtudes
a muitas almas;
Graça para eu só pensar,
dizer, escrever, ver e praticar
o que for da Sua Santíssima vontade
sempre;
Evitar todo o pecado,
mesmo venial deliberado;
Resistir prontamente a todas as tentações;
Fazer todo o bem que posso e devo
com pura intenção;
Levar com paciência
e até com alegria
todos os trabalhos e sofrimentos;
Procurar adiantar no caminho da perfeição;
Seguir os exemplos dos Santos
que estão nos céus
e das almas mais justas que há na terra;
Também a saúde da alma e do corpo;
Forças para nunca ter necessidades de operações e conservar
o meu juízo perfeito, até ao fim da minha vida;
Para até à morte Vos amar muito
e ser instrumento da Bondade divina
para fazer muito bem na vida,
na morte
e depois da morte;
E abençoai no céu os que eu abençoo na terra
Doce coração de Maria,
sede a minha salvação,
Alcançai-me da Trindade SSma:
O perdão dos meus pecados todos;
Graça para em toda a minha vida
ter uma fé viva,
esperança firme
e caridade ardente;
Graça para comunicar estas virtudes
a muitas almas;
Graça para eu só pensar,
dizer, escrever, ver e praticar
o que for da Sua Santíssima vontade
sempre;
Evitar todo o pecado,
mesmo venial deliberado;
Resistir prontamente a todas as tentações;
Fazer todo o bem que posso e devo
com pura intenção;
Levar com paciência
e até com alegria
todos os trabalhos e sofrimentos;
Procurar adiantar no caminho da perfeição;
Seguir os exemplos dos Santos
que estão nos céus
e das almas mais justas que há na terra;
Também a saúde da alma e do corpo;
Forças para nunca ter necessidades de operações e conservar
o meu juízo perfeito, até ao fim da minha vida;
Para até à morte Vos amar muito
e ser instrumento da Bondade divina
para fazer muito bem na vida,
na morte
e depois da morte;
E abençoai no céu os que eu abençoo na terra
O servo de Deus Papa Paulo VI foi o primeiro Papa peregrino de Fátima: aqui o vemos no final da peregrinação de 13 de Maio de 1967 , em se celebrou o 50º aniversário das aparições de Nossa Senhora.Nesta foto o Papa Paulo VI apresenta à multidão, a única sobrevivente então viva das aparições, a Irmã Lúcia, agora falecida e sepultada na Basílica de Fátima ao lado da sua prima a beata Jacinta Marto.
4ª Aparição de Nossa Senhora
Como já está dito o que neste dia se passou, não me detenho nisso e passo à aparição, a meu ver no dia 15, ao cair da tarde. Como ainda então não sabia contar os dias do mês, pode ser que seja eu a que esteja enganada; mas conservo a ideia que foi no mesmo dia em que chegamos de Vila Nova de Ourém. Andando com as ovelhas, na companhia de Francisco e seu irmão João, num lugar chamado Valinhos, e sentindo que alguma coisa de sobrenatural se aproximava e nos envolvia, suspeitando que Nossa Senhora nos viesse a aparecer e tendo pena que a Jacinta ficasse sem A ver, pedimos a seu irmão João que a fosse a chamar. Como ele não queria ir, ofereci-lhe, para isso, dois vinténs e lá foi a correr.
Entretanto, vi, com o Francisco, o reflexo da luz a que chamávamos relâmpago; e chegada a Jacinta, um instante depois, vimos Nossa Senhora sobre uma carrasqueira.
- Que é que Vossemecê me quer?
- Quero que continueis a ir à Cova de Iria no dia 13, que continueis a rezar o terço todos os dias. No último mês, farei o milagre, para que todos acreditem.
- Que é que Vossemecê quer que se faça ao dinheiro que o povo deixa na Cova de Iria?
- Façam dois andores: um, leva-o tu com a Jacinta e mais duas meninas vestidas de branco; o outro, que o leve o Francisco com mais três meninos. O dinheiro dos andores é para a festa de Nossa Senhora do Rosário e o que sobrar é para a ajuda duma capela que hão-de mandar fazer.
- Queria pedir-Lhe a cura dalguns doentes.
- Sim; alguns curarei durante o ano. E tomando um aspecto mais triste:
- Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios por os pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas.
E, como de costume, começou a elevar-se em direcção ao nascente.
In, Memórias da Irmã Lúcia
Como já está dito o que neste dia se passou, não me detenho nisso e passo à aparição, a meu ver no dia 15, ao cair da tarde. Como ainda então não sabia contar os dias do mês, pode ser que seja eu a que esteja enganada; mas conservo a ideia que foi no mesmo dia em que chegamos de Vila Nova de Ourém. Andando com as ovelhas, na companhia de Francisco e seu irmão João, num lugar chamado Valinhos, e sentindo que alguma coisa de sobrenatural se aproximava e nos envolvia, suspeitando que Nossa Senhora nos viesse a aparecer e tendo pena que a Jacinta ficasse sem A ver, pedimos a seu irmão João que a fosse a chamar. Como ele não queria ir, ofereci-lhe, para isso, dois vinténs e lá foi a correr.
Entretanto, vi, com o Francisco, o reflexo da luz a que chamávamos relâmpago; e chegada a Jacinta, um instante depois, vimos Nossa Senhora sobre uma carrasqueira.
- Que é que Vossemecê me quer?
- Quero que continueis a ir à Cova de Iria no dia 13, que continueis a rezar o terço todos os dias. No último mês, farei o milagre, para que todos acreditem.
- Que é que Vossemecê quer que se faça ao dinheiro que o povo deixa na Cova de Iria?
- Façam dois andores: um, leva-o tu com a Jacinta e mais duas meninas vestidas de branco; o outro, que o leve o Francisco com mais três meninos. O dinheiro dos andores é para a festa de Nossa Senhora do Rosário e o que sobrar é para a ajuda duma capela que hão-de mandar fazer.
- Queria pedir-Lhe a cura dalguns doentes.
- Sim; alguns curarei durante o ano. E tomando um aspecto mais triste:
- Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios por os pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas.
E, como de costume, começou a elevar-se em direcção ao nascente.
In, Memórias da Irmã Lúcia
Depois de recuperar a missa tridentina em latim, o Papa Bento XVI no domingo , 16 de Junho de 2008, em Brindisi-Itália, deu mais um passo para a restauração dos antigos hábitos litúrgicos, dando a comunhão aos fiéis ajoelhados, uma prática em desuso nos últimos 40 anos.
A recuperação aconteceu durante uma missa ao ar livre oficiada pelo Papa em Brindisi diante de 60.000 pessoas.
Bento XVI já havia feito o mesmo na última missa pública que havia celebrado, no dia 22 de maio na igreja de São João de Latrão en Roma, mas o acontecimento teve menos repercussão porque o público era menos numeroso.
A partir de agora, os fiéis escolhidos para receber a comunhão do Papa devem se ajoelhar diante do Sumo Pontífice em um reclinatório y receber a hóstia directamente na boca.
Depois da reforma litúrgica do concílio Vaticano II (1962-65), a prática corrente era que os fiéis recebessem a hóstia de pé e nas mãos, para que eles mesmo a levassem à boca.
Também podiam recebê-la na boca, mas de pé. A genuflexão nunca esteve proibida, mas ficou reservada às paróquias mais tradicionalistas.
Deste modo, Bento XVI quer dar exemplo ao clero.
"Nós, os cristãos, nos ajoelhamos apenas diante do Santíssimo Sacramento porque, nele, sabemos e acreditamos estar na presença do único e verdadeiro Deus", disse em 22 de maio.
"Estou convencido da urgência de dar novamente a hóstia directamente na boca aos fiéis, sem que a toquem, e de voltar à genuflexão no momento da comunhão como sinal de respeito", acrescentou
A recuperação aconteceu durante uma missa ao ar livre oficiada pelo Papa em Brindisi diante de 60.000 pessoas.
Bento XVI já havia feito o mesmo na última missa pública que havia celebrado, no dia 22 de maio na igreja de São João de Latrão en Roma, mas o acontecimento teve menos repercussão porque o público era menos numeroso.
A partir de agora, os fiéis escolhidos para receber a comunhão do Papa devem se ajoelhar diante do Sumo Pontífice em um reclinatório y receber a hóstia directamente na boca.
Depois da reforma litúrgica do concílio Vaticano II (1962-65), a prática corrente era que os fiéis recebessem a hóstia de pé e nas mãos, para que eles mesmo a levassem à boca.
Também podiam recebê-la na boca, mas de pé. A genuflexão nunca esteve proibida, mas ficou reservada às paróquias mais tradicionalistas.
Deste modo, Bento XVI quer dar exemplo ao clero.
"Nós, os cristãos, nos ajoelhamos apenas diante do Santíssimo Sacramento porque, nele, sabemos e acreditamos estar na presença do único e verdadeiro Deus", disse em 22 de maio.
"Estou convencido da urgência de dar novamente a hóstia directamente na boca aos fiéis, sem que a toquem, e de voltar à genuflexão no momento da comunhão como sinal de respeito", acrescentou
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Mons. Ranjith: Comunhão deve ser recebida de joelhos e na boca
A Libreria Editrice Vaticana publicou um livro, Dominus Est, de autoria do Bispo Athanasius Schneider, onde ele analisa a questão da comunhão recebida de joelhos e na língua.
O Arcebispo Malcolm Ranjith , Secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, prefaciou este livro:
No Livro do Apocalipse, São João relata como viu e ouviu o que foi a ele revelado e prostrou-se em adoração aos pés do anjo de Deus ((cf. Apoc 22, 8). Prostrar-se, ou abaixar-se sobre os próprios joelhos ante a majestade da presença de Deus em humilde adoração, era um hábito de reverência que Israel apresentava constantemente perante o Senhor. É dito no primeiro livro dos Reis, “Quando Salomão acabou de fazer ao Senhor esta prece e esta súplica, levantou-se de diante do altar do Senhor, onde estava ajoelhado com as mãos levantadas para o céu. De pé, abençoou toda a assembléia de Israel” (1 Reis 8, 54-55). A posição de súplica do Rei é clara: Ele estava de joelhos diante do altar.
A mesma tradição é também visível no Novo Testamento onde vemos Pedro cair de joelhos ante a Jesus (cf. Lc 5, 8); quando Jairo pediu a Ele que curasse sua filha (Lc 8, 41), quando o Samaritano retornou para agradecer a Jesus e quando Maria, a irmã de Lázaro, pediu-Lhe pela vida de seu irmão (Jo 11,32). A mesma atitude de prostração diante da revelação da divina presença é amplamente conhecida no Livro do Apocalipse (Apoc. 5, 8, 14 e 19, 4).
Intimamente relacionada a esta tradição era a convicção de que o Templo Sagrado de Jerusalém era o lugar da morada de Deus e, portanto, no templo era necessária a preparação da própria disposição por meio de expressão corporal; um profundo sentido de humildade e reverência na presença do Senhor.
Mesmo na Igreja, a profunda convicção de que nas espécies Eucarísticas o Senhor está verdadeiramente e realmente presente, juntamente com a crescente prática de preservar o Santíssimo Sacramento em tabernáculos, contribuiu para a prática de ajoelhar-se numa atitude de humilde adoração do Senhor na Eucaristia.
A fé na Presença Real de Cristo nas espécies Eucarísticas já pertencia a essência da fé da Igreja Católica e era uma parte intrínseca do Catolicismo. Estava claro que não podíamos edificar a Igreja se esta fé fosse minimamente afectada.
Portanto, a Eucaristia, pão transubstanciado em Corpo de Cristo e o vinho em Sangue de Cristo, Deus entre nós, é para ser acolhido com deslumbramento, reverência e uma imensa atitude de humilde adoração. O Papa Bento XVI ... esclarece que “receber a Eucaristia significa colocar-se em atitude de adoração d'Aquele que comungamos. ... somente na adoração pode maturar um acolhimento profundo e verdadeiro."(Sacramentum Caritatis 66).
Seguindo essa tradição, fica claro que se tornou coerente e indispensável tomar acções e atitudes de corpo e espírito que facilitem ] o silêncio, o recolhimento e a aceitação humilde de nossa miséria face à grandeza e a santidade infinitas Daquele que vem ao nosso encontro sob as espécies Eucarísticas. A melhor forma de expressar nosso senso de reverência para com o Senhor na Missa é seguir o exemplo de Pedro, quem, como nos diz o Evangelho, atirou-se de joelhos ante o Senhor e disse, ”Retira-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador.” (Lc 5, 8)
Actualmente podemos observar que em algumas igrejas essa prática está decrescendo e aqueles responsáveis além de exigirem que os fiéis devam receber a Santíssima Eucaristia de pé, ainda eliminam todos os genuflexórios, forçando os fiéis a se sentarem ou permanecerem de pé, mesmo durante a elevação e adoração das [Sagradas] Espécies. É irónico que tais medidas tenham sido tomadas em[algumas]dioceses por aqueles que são os responsáveis pela liturgia, ou em igrejas, por pastores, sem sequer fazerem uma mínima consulta aos fiéis, a despeito de hoje em dia, muito mais do que antes, haver um ambiente desejoso de democracia na Igreja.
Ao mesmo tempo, acerca da comunhão nas mãos, deve-se reconhecer que a prática foi impropriamente e rapidamente introduzida em algumas dioceses da Igreja logo após o Concílio, mudando aquela antiquíssima prática, tornando-a uma prática regular em toda a Igreja. Algumas dioceses justificaram a mudança dizendo que ela melhor reflecte o Evangelho ou a antiga prática da Igreja... Outras, para justificar essa prática, referem-se às palavras de Jesus: “Tomai e comei.” (Mc 14, 22; Mt 26, 26).
Quaisquer que sejam as razões para esta prática, não podemos ignorar o que está acontecendo no mundo inteiro onde a mesma tem sido implantada. Esse gesto tem contribuído para um gradual enfraquecimento da atitude de reverência para com a sagradas espécies Eucarísticas, enquanto que na prática anterior salvaguardava-se melhor o sentido de reverência. Naquela, ao invés, surgiu uma alarmante ausência de recolhimento . Presenciamos pessoas que comungam e com frequência retornam para os seus assentos como se nada de extraordinário tivesse acontecido... Em muitos casos, não se pode discernir aquele sentido de seriedade e de silêncio interior que deve ser o sinal da presença de Cristo na alma.
Há ainda aqueles que levam as sagradas espécies para tê-las como souvenires, aqueles que vendem, ou ainda pior, que as levam para dessacralizá-las em rituais satânicos. Mesmo em grandes concelebrações, também em Roma, várias vezes as espécies sagradas foram encontradas jogadas no chão.
Essa situação nos leva a reflectir não apenas sobre uma séria perda da fé, mas também sobre as ofensas ultrajantes...
O Papa nos fala da necessidade em compreender não apenas o profundo e verdadeiro significado da Eucaristia, mas também em celebrá-la com dignidade e reverência. Ele nos diz que temos que estar conscientes dos “dos gestos e posições, como, por exemplo, ajoelhar-se durante os momentos salientes da Oração Eucarística.” (Sacramentum Caritatis, 65). Falando ainda sobre a recepção da Sagrada Comunhão ele pede a todos para “que façam o possível para que o gesto, na sua simplicidade, corresponda ao seu valor de encontro pessoal com o Senhor Jesus no sacramento.”(Sacramentum Caritatis, 50).
Neste sentido, o livro escrito pelo Bispo Athanasius Schneider, Bispo Auxiliar de Karaganda no Cazaquistão, intitulado Dominus Est, é significativo e estimado. Ele vem trazer uma contribuição ao debate corrente sobre a presença real e substancial de Cristo nas espécies consagradas do pão e do vinho... a partir de sua experiência, que lhe provocou uma profunda fé, deslumbramento e devoção para com o Senhor presente na Eucaristia, ele nos apresenta uma esclarecedora consideração histórico-teológica de como a prática de receber a Sagrada Comunhão na língua e de joelhos foi aceita e praticada na Igreja por um longo período de tempo.
Agora eu penso que é o momento ideal para se rever e reavaliar tão boas práticas e, se necessário, abandonar a prática corrente que não foi exigida nem pela Sacrosanctum Concilium nem pelos Padres da Igreja, mas foi apenas aceita depois de sua introdução ilegítima em algum países. Agora, mais do que nunca, nós temos a obrigação de ajudar os fiéis em desenvolver novamente uma fé profunda na Presença Real de Cristo nas espécies Eucarísticas a fim de que se fortaleça a vida da Igreja e a defenda em meio ás perigosas distorções da fé que esta situação continua causando.
As razões para esta mudança não devem ser tão académicas, mas pastoral-espirituais assim como litúrgicas - em resumo, o que melhor edifica a fé. Neste sentido Mons. Schneider apresenta uma coragem louvável por ter sido capaz de apreender o verdadeiro significado das palavras de São Paulo: “que isto se faça de modo a edificar.” (1 Cor 14, 26).
MALCOLM RANJITH
Secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.
A Libreria Editrice Vaticana publicou um livro, Dominus Est, de autoria do Bispo Athanasius Schneider, onde ele analisa a questão da comunhão recebida de joelhos e na língua.
O Arcebispo Malcolm Ranjith , Secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, prefaciou este livro:
No Livro do Apocalipse, São João relata como viu e ouviu o que foi a ele revelado e prostrou-se em adoração aos pés do anjo de Deus ((cf. Apoc 22, 8). Prostrar-se, ou abaixar-se sobre os próprios joelhos ante a majestade da presença de Deus em humilde adoração, era um hábito de reverência que Israel apresentava constantemente perante o Senhor. É dito no primeiro livro dos Reis, “Quando Salomão acabou de fazer ao Senhor esta prece e esta súplica, levantou-se de diante do altar do Senhor, onde estava ajoelhado com as mãos levantadas para o céu. De pé, abençoou toda a assembléia de Israel” (1 Reis 8, 54-55). A posição de súplica do Rei é clara: Ele estava de joelhos diante do altar.
A mesma tradição é também visível no Novo Testamento onde vemos Pedro cair de joelhos ante a Jesus (cf. Lc 5, 8); quando Jairo pediu a Ele que curasse sua filha (Lc 8, 41), quando o Samaritano retornou para agradecer a Jesus e quando Maria, a irmã de Lázaro, pediu-Lhe pela vida de seu irmão (Jo 11,32). A mesma atitude de prostração diante da revelação da divina presença é amplamente conhecida no Livro do Apocalipse (Apoc. 5, 8, 14 e 19, 4).
Intimamente relacionada a esta tradição era a convicção de que o Templo Sagrado de Jerusalém era o lugar da morada de Deus e, portanto, no templo era necessária a preparação da própria disposição por meio de expressão corporal; um profundo sentido de humildade e reverência na presença do Senhor.
Mesmo na Igreja, a profunda convicção de que nas espécies Eucarísticas o Senhor está verdadeiramente e realmente presente, juntamente com a crescente prática de preservar o Santíssimo Sacramento em tabernáculos, contribuiu para a prática de ajoelhar-se numa atitude de humilde adoração do Senhor na Eucaristia.
A fé na Presença Real de Cristo nas espécies Eucarísticas já pertencia a essência da fé da Igreja Católica e era uma parte intrínseca do Catolicismo. Estava claro que não podíamos edificar a Igreja se esta fé fosse minimamente afectada.
Portanto, a Eucaristia, pão transubstanciado em Corpo de Cristo e o vinho em Sangue de Cristo, Deus entre nós, é para ser acolhido com deslumbramento, reverência e uma imensa atitude de humilde adoração. O Papa Bento XVI ... esclarece que “receber a Eucaristia significa colocar-se em atitude de adoração d'Aquele que comungamos. ... somente na adoração pode maturar um acolhimento profundo e verdadeiro."(Sacramentum Caritatis 66).
Seguindo essa tradição, fica claro que se tornou coerente e indispensável tomar acções e atitudes de corpo e espírito que facilitem ] o silêncio, o recolhimento e a aceitação humilde de nossa miséria face à grandeza e a santidade infinitas Daquele que vem ao nosso encontro sob as espécies Eucarísticas. A melhor forma de expressar nosso senso de reverência para com o Senhor na Missa é seguir o exemplo de Pedro, quem, como nos diz o Evangelho, atirou-se de joelhos ante o Senhor e disse, ”Retira-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador.” (Lc 5, 8)
Actualmente podemos observar que em algumas igrejas essa prática está decrescendo e aqueles responsáveis além de exigirem que os fiéis devam receber a Santíssima Eucaristia de pé, ainda eliminam todos os genuflexórios, forçando os fiéis a se sentarem ou permanecerem de pé, mesmo durante a elevação e adoração das [Sagradas] Espécies. É irónico que tais medidas tenham sido tomadas em[algumas]dioceses por aqueles que são os responsáveis pela liturgia, ou em igrejas, por pastores, sem sequer fazerem uma mínima consulta aos fiéis, a despeito de hoje em dia, muito mais do que antes, haver um ambiente desejoso de democracia na Igreja.
Ao mesmo tempo, acerca da comunhão nas mãos, deve-se reconhecer que a prática foi impropriamente e rapidamente introduzida em algumas dioceses da Igreja logo após o Concílio, mudando aquela antiquíssima prática, tornando-a uma prática regular em toda a Igreja. Algumas dioceses justificaram a mudança dizendo que ela melhor reflecte o Evangelho ou a antiga prática da Igreja... Outras, para justificar essa prática, referem-se às palavras de Jesus: “Tomai e comei.” (Mc 14, 22; Mt 26, 26).
Quaisquer que sejam as razões para esta prática, não podemos ignorar o que está acontecendo no mundo inteiro onde a mesma tem sido implantada. Esse gesto tem contribuído para um gradual enfraquecimento da atitude de reverência para com a sagradas espécies Eucarísticas, enquanto que na prática anterior salvaguardava-se melhor o sentido de reverência. Naquela, ao invés, surgiu uma alarmante ausência de recolhimento . Presenciamos pessoas que comungam e com frequência retornam para os seus assentos como se nada de extraordinário tivesse acontecido... Em muitos casos, não se pode discernir aquele sentido de seriedade e de silêncio interior que deve ser o sinal da presença de Cristo na alma.
Há ainda aqueles que levam as sagradas espécies para tê-las como souvenires, aqueles que vendem, ou ainda pior, que as levam para dessacralizá-las em rituais satânicos. Mesmo em grandes concelebrações, também em Roma, várias vezes as espécies sagradas foram encontradas jogadas no chão.
Essa situação nos leva a reflectir não apenas sobre uma séria perda da fé, mas também sobre as ofensas ultrajantes...
O Papa nos fala da necessidade em compreender não apenas o profundo e verdadeiro significado da Eucaristia, mas também em celebrá-la com dignidade e reverência. Ele nos diz que temos que estar conscientes dos “dos gestos e posições, como, por exemplo, ajoelhar-se durante os momentos salientes da Oração Eucarística.” (Sacramentum Caritatis, 65). Falando ainda sobre a recepção da Sagrada Comunhão ele pede a todos para “que façam o possível para que o gesto, na sua simplicidade, corresponda ao seu valor de encontro pessoal com o Senhor Jesus no sacramento.”(Sacramentum Caritatis, 50).
Neste sentido, o livro escrito pelo Bispo Athanasius Schneider, Bispo Auxiliar de Karaganda no Cazaquistão, intitulado Dominus Est, é significativo e estimado. Ele vem trazer uma contribuição ao debate corrente sobre a presença real e substancial de Cristo nas espécies consagradas do pão e do vinho... a partir de sua experiência, que lhe provocou uma profunda fé, deslumbramento e devoção para com o Senhor presente na Eucaristia, ele nos apresenta uma esclarecedora consideração histórico-teológica de como a prática de receber a Sagrada Comunhão na língua e de joelhos foi aceita e praticada na Igreja por um longo período de tempo.
Agora eu penso que é o momento ideal para se rever e reavaliar tão boas práticas e, se necessário, abandonar a prática corrente que não foi exigida nem pela Sacrosanctum Concilium nem pelos Padres da Igreja, mas foi apenas aceita depois de sua introdução ilegítima em algum países. Agora, mais do que nunca, nós temos a obrigação de ajudar os fiéis em desenvolver novamente uma fé profunda na Presença Real de Cristo nas espécies Eucarísticas a fim de que se fortaleça a vida da Igreja e a defenda em meio ás perigosas distorções da fé que esta situação continua causando.
As razões para esta mudança não devem ser tão académicas, mas pastoral-espirituais assim como litúrgicas - em resumo, o que melhor edifica a fé. Neste sentido Mons. Schneider apresenta uma coragem louvável por ter sido capaz de apreender o verdadeiro significado das palavras de São Paulo: “que isto se faça de modo a edificar.” (1 Cor 14, 26).
MALCOLM RANJITH
Secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.
domingo, 10 de agosto de 2008
O presidente da Comissão Pontifícia Ecclesia Dei, cardeal Darío Castrillón Hoyos, revelou que após o Motu Proprio de Bento XVI sobre a liturgia pré-concliar, muitos cristãos que haviam se afastado da Igreja por causa das reformas litúrgicas do Concílio Vaticano II “estão retornando à plena comunhão com Roma”.
O cardeal colombiano explicou ao jornal Osservatore Romano que ao abrir a possibilidade de celebrar segundo o rito antigo, a Summorum Pontificum, levou muitos cristãos a pedirem o regresso a Roma.
Dom Castrillón Hoyos declara que após a decisão do papa, um mosteiro de clausura com 30 religiosas espanholas foi reconhecido e regularizado por sua Comissão Pontifícia, e adiantou que grupos americanos, alemães e franceses estão ‘em vias de regularização’.
O Rito de São Pio V, que a Igreja Católica adoptou até a reforma litúrgica de 1970 foi substituído pela Liturgia do "Novus Ordo" (Novo Ordinário), aprovada pela reforma litúrgica do Concílio Vaticano II.
Com o Motu Próprio de 2007, Bento XVI estendeu a toda a Igreja de rito latino a possibilidade de celebrar a missa e os Sacramentos segundo livros litúrgicos promulgados antes do Concílio.
Esta aprovação universal significa que a missa do antigo rito pode agora ser celebrada livremente em todo mundo, pelos sacerdotes que o desejarem, sem necessidade de autorização hierárquica - licença ou indulto - de um bispo.
Para o presidente da Comissão Ecclesia Dei, não é correto falar de ‘retorno ao passado’, mas sim de progresso, “porque agora temos duas riquezas, em vez de uma só”.
O cardeal Castrillón Hoyos revelou também que a Comissão Pontifícia está pensando em organizar uma forma de ajuda aos seminários, dioceses e conferências episcopais, para uma melhor aplicação da Summorum Pontificum. Também serão promovidos subsídios multimídias para o a difusão e a aprendizagem da forma extraordinária, com toda a riqueza teológica, espiritual e artística ligada à antiga liturgia, envolvendo grupos de sacerdotes que já adotam esta forma.
O cardeal colombiano explicou ao jornal Osservatore Romano que ao abrir a possibilidade de celebrar segundo o rito antigo, a Summorum Pontificum, levou muitos cristãos a pedirem o regresso a Roma.
Dom Castrillón Hoyos declara que após a decisão do papa, um mosteiro de clausura com 30 religiosas espanholas foi reconhecido e regularizado por sua Comissão Pontifícia, e adiantou que grupos americanos, alemães e franceses estão ‘em vias de regularização’.
O Rito de São Pio V, que a Igreja Católica adoptou até a reforma litúrgica de 1970 foi substituído pela Liturgia do "Novus Ordo" (Novo Ordinário), aprovada pela reforma litúrgica do Concílio Vaticano II.
Com o Motu Próprio de 2007, Bento XVI estendeu a toda a Igreja de rito latino a possibilidade de celebrar a missa e os Sacramentos segundo livros litúrgicos promulgados antes do Concílio.
Esta aprovação universal significa que a missa do antigo rito pode agora ser celebrada livremente em todo mundo, pelos sacerdotes que o desejarem, sem necessidade de autorização hierárquica - licença ou indulto - de um bispo.
Para o presidente da Comissão Ecclesia Dei, não é correto falar de ‘retorno ao passado’, mas sim de progresso, “porque agora temos duas riquezas, em vez de uma só”.
O cardeal Castrillón Hoyos revelou também que a Comissão Pontifícia está pensando em organizar uma forma de ajuda aos seminários, dioceses e conferências episcopais, para uma melhor aplicação da Summorum Pontificum. Também serão promovidos subsídios multimídias para o a difusão e a aprendizagem da forma extraordinária, com toda a riqueza teológica, espiritual e artística ligada à antiga liturgia, envolvendo grupos de sacerdotes que já adotam esta forma.
O Papa continuará distribuindo comunhão de joelhos e na boca
Explica o mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias
Bento XVI distribuirá habitualmente a comunhão aos fieis de joelhos e na boca, anunciou o mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias.
Em uma entrevista concedida a edição italiana de 26 de junho do «L’Osservatore Romano», Dom Guido Marini responde a quem pergunta se o Papa manterá esta prática que pôde ser vista em sua última viagem à Itália, às localidades de Santa Maria de Leuca e Brindisi.
«Creio realmente que sim – considera –. Neste sentido, não se deve esquecer que a distribuição da comunhão na mão continua sendo ainda, do ponto de vista jurídico, um indulto à lei universal, concedido pela Santa Sé às conferências episcopais que o tenham pedido».
«A modalidade adoptada por Bento XVI tende a sublinhar a vigência da norma válida para toda a Igreja», declara.
Esta modalidade de distribuição do sacramento, diz, «sem tirar nada da outra, sublinha melhor a verdade da presença real na Eucaristia, ajuda à devoção dos fiéis, introduz com mais facilidade no sentido do mistério. Aspecto que em nosso tempo, pastoralmente falando, é urgente sublinhar e recuperar», declara.
A quem acusa Bento XVI de querer impor modelos pré-conciliares, o mestre das celebrações litúrgicas explica que «termos como ‘pré-conciliar’ e ‘pós-conciliar’ me parece que pertencem a uma linguagem que já foi superada e, se são utilizados com o objectivo de indicar uma descontinuidade no caminho da Igreja, considero que são equivocados e típicos de visões ideológicas muito redutivas».
«Há ‘coisas antigas e coisas novas’ que pertencem ao tesouro da Igreja de sempre e como tais devem ser consideradas. Quem é sábio sabe encontrar em seu tesouro tanto umas como outras, sem ter outros critérios que não sejam evangélicos e eclesiais».
«Nem tudo o que é novo é verdadeiro, como tampouco o é tudo que é antigo. A verdade atravessa o antigo e o novo e a ela devemos tender sem preconceitos».
«A Igreja vive segundo essa lei da continuidade, em virtude da qual, conhece um desenvolvimento arraigado na tradição. O importante é que tudo esteja orientado a uma celebração litúrgica que seja verdadeiramente a celebração do mistério sagrado, do Senhor crucificado e ressuscitado, que se faz presente em sua Igreja, reactualizando o mistério da salvação e chamando-nos, segundo a lógica de uma autêntica e activa participação, a compartilhar até suas últimas consequências sua própria vida, que é vida de dom de amor ao Pai e aos irmãos, vida de santidade».
Explica o mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias
Bento XVI distribuirá habitualmente a comunhão aos fieis de joelhos e na boca, anunciou o mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias.
Em uma entrevista concedida a edição italiana de 26 de junho do «L’Osservatore Romano», Dom Guido Marini responde a quem pergunta se o Papa manterá esta prática que pôde ser vista em sua última viagem à Itália, às localidades de Santa Maria de Leuca e Brindisi.
«Creio realmente que sim – considera –. Neste sentido, não se deve esquecer que a distribuição da comunhão na mão continua sendo ainda, do ponto de vista jurídico, um indulto à lei universal, concedido pela Santa Sé às conferências episcopais que o tenham pedido».
«A modalidade adoptada por Bento XVI tende a sublinhar a vigência da norma válida para toda a Igreja», declara.
Esta modalidade de distribuição do sacramento, diz, «sem tirar nada da outra, sublinha melhor a verdade da presença real na Eucaristia, ajuda à devoção dos fiéis, introduz com mais facilidade no sentido do mistério. Aspecto que em nosso tempo, pastoralmente falando, é urgente sublinhar e recuperar», declara.
A quem acusa Bento XVI de querer impor modelos pré-conciliares, o mestre das celebrações litúrgicas explica que «termos como ‘pré-conciliar’ e ‘pós-conciliar’ me parece que pertencem a uma linguagem que já foi superada e, se são utilizados com o objectivo de indicar uma descontinuidade no caminho da Igreja, considero que são equivocados e típicos de visões ideológicas muito redutivas».
«Há ‘coisas antigas e coisas novas’ que pertencem ao tesouro da Igreja de sempre e como tais devem ser consideradas. Quem é sábio sabe encontrar em seu tesouro tanto umas como outras, sem ter outros critérios que não sejam evangélicos e eclesiais».
«Nem tudo o que é novo é verdadeiro, como tampouco o é tudo que é antigo. A verdade atravessa o antigo e o novo e a ela devemos tender sem preconceitos».
«A Igreja vive segundo essa lei da continuidade, em virtude da qual, conhece um desenvolvimento arraigado na tradição. O importante é que tudo esteja orientado a uma celebração litúrgica que seja verdadeiramente a celebração do mistério sagrado, do Senhor crucificado e ressuscitado, que se faz presente em sua Igreja, reactualizando o mistério da salvação e chamando-nos, segundo a lógica de uma autêntica e activa participação, a compartilhar até suas últimas consequências sua própria vida, que é vida de dom de amor ao Pai e aos irmãos, vida de santidade».
Assinar:
Postagens (Atom)