sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Entrevista de Vittoria Prisciandaro ao Cardeal Dário Castrillon Hoyos, publicada na revista Iesus , em Maio de 2008:

O cardeal Dário Castrillon Hoyos presidente da comissão Pontifícia “Ecclesia Dei” explica como o motu próprio de Bento XVI é uma grande riqueza espiritual para toda a Igreja.

-Eminência , qual o balanço que faz da promulgação do Motu próprio que ocorrreu há alguns meses?

-Com o Motu próprio o Papa quis dar a todos uma oportunidade renovada de usufruir da enorme riqueza espiritual, religiosa e cultural presente na liturgia do rito gregoriano.O Motu próprio nasce como tesouro oferecido a todos, e não para vir ao encontro dos pedidos de alguns.Muitos dos que antes não sentiam qualquer relação com esta forma extraordinária do rito romano, agora manifestam grande estima pela mesma.Entre os fiéis distinguirei três grupos: aqueles que estão vinculados em forma quase orgânica com a Fraternidade S.Pio X; aqueles da Fraternidade S.Pedro e, enfim o grupo mais importante e numeroso. Formado por pessoas afeiçoadas á cultura religiosa de todos os tempos, que hoje descobrem a intensidade espiritual do rito antigo e, entre estas numerosos jovens.Nestes meses nasceram novas associações de pessoas pertencentes a este último grupo.
-A propósito da riqueza, alguns liturgistas, sublinharam o facto que o rito extraordinário não oferece a riqueza bíblica introduzida pelo novus ordo…

-Esses não leram o Motu próprio, porque o Papa afirma que as duas formas devem enriquecer-se mutuamente.É evidente que tal riqueza litúrgica não pode ser desprezada.No novus ordo , em alguns anos lê-se praticamente toda a Bíblia , e esta é uma riqueza que não se opõe, mas que vai integrada no rito extraordináro.

-Uma outra objeção é sobre o perigo que celebrações separadas e diferentes podem criar comunidades separadas…

-É uma multiplicidade que enriquece, é uma mais ampla liberdade cultural que o Papa introduz de forma audaz. De resto nas paróquias há muitas diferenças nas celebrações. E não quero falar dos abusos, porque não são os abusos a razão principal do Motu próprio.

-O seu secretário,monsenhor Perl, anunciou para breve que haverá um documento de esclarecimento sobre o Motu próprio.Quando sairá?

-Foi o cardeal Bertone a anunciá-lo, e tem o direito de o fazer.Mas eu, que sou um servidor do Papa, só o anunciarei quando o Papa o disser.A nossa Comissão referiu ao Pontífice que de todas as partes do mundo nos chegam tantas perguntas, muitíssimas justificadas, outras devidas a falta de conhecimento. O Santo Padre, e só ele, dirá se convém fazer um tal documento e quando.
-Quais são as perguntas que vos chegaram e que mereciam uma resposta?

- A primeira refere-se ao latim, porquê –dizem- celebrar numa língua que não se conhece ? Infelizmente os seminaristas , mas também alguns sacerdotes, não estudaram o latim e por isso lhes é difícil celebrar na forma extraordinária.Para fazê-lo deviam ao menos conhecer o cânone da Missa , a parte da consagração. Nós na Nossa Comissão “Ecclesia Dei” estamos preparando encontros, cursos e comunicação informática para um profundo conhecimento da liturgia anterior. Alguns cursos já estão activos na França, Alemanha, Brasil, América central e Estados Unidos.Em Toledo, na Espanha, por exemplo, estão avaliando se convém fazer um seminário extra para a preparação ao rito extraordinário ou então dar cursos especiais no seminário da diocese.
Em geral nota-se um interesse pela volta do latim no mundo académico.Foi triste nestes anos passados constatar o abandono não só da língua, mas também de certos conteúdos relacionados com a precisão semântica da língua latina.

-Outro problema é a falta de padres…

-Se numa diocese faltam padres e só três ou quatros fiéis pedem o rito extraordinário.é uma coisa de bom senso pensar que será difícil satisfazer esse pedido. Mas, dado que a intenção do Papa é conceder este tesouro para o bem da Igreja, lá onde não existem sacerdotes , a coisa melhor seria oferecer uma celebração segundo o rito extraordinário numa das Missas dominicais que se celebram na paróquia.Seria uma Missa para todos, e todos, mesmo as jovens gerações, usufruiriam da riqueza do rito extraordinário, por exemplo daqueles momentos de contemplação que no novo ordo desapareceram.
-Então defende que, mesmo que não exista um grupo consistente e estável, no futuro pensa-se em oferecer uma das Missas dominicais no rito extraordinário?

-Penso que sim.Por outro lado esta possibilidade já tinha sido aprovada unanimemente em 1968 por uma comissão cardinalícia na qual estava também presente o cardeal Ratzinger, mas então não se tornou operativa.Agora estou seguro que poderia realizar-se.

-Um outro ponto para esclarecer é a definição de “grupo estável e consistente”.O que é que se entende exactamente com esta expressão?

-É uma questão de bom senso: porque fazer um problema se as pessoas que pedem o rito vêm de paróquias diferentes? Se se reúnem e juntos pedem uma Missa, tornam-se um grupo estável, mesmo se antes não se conheciam. Meso o número é uma questão de boa vontade. Nalgumas paróquias, especialmente no campo, nos dias feriais as pessoas que participam na Missa ordinária são três ou quatro e o mesmo acontece em muitas casas religiosas.Porque é que se aquelas mesmas três pessoas pedem a Missa antiga seria pastoralmente necessário recusá-lo?

-Então o futuro documento deveria ser mais acolhedor dos pedidos de poucas pessoas?

-Sim, mas é necessário entendê-lo não como algo que vai contra os outros, que vai contra a maioria, mas como algo que é para o seu enriquecimento e evitando sempre toda a forma de oposição.
a Igreja celebra amanhã 1 de novembro a Solenidade de todos os Santos cuja protecção invocamos também para o nosso blog afim de que os que nos visitam sintam a comunhão com os irmãos que já se encontram na glória celeste.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Resposta do Cardeal Dário Castrillon Presidente da Pontifícia Comissão "Ecclesia Dei" a certas perguntas

P-É aceitável referir-se à carta "Quattuor abhinc annos" para regulamentar questões relativas à celebração da Forma extraordinária do rito romano, que é, segundo o Missal Romano de 1962?

R- Evidentemente que não. Isto porque, com a publicação do Motu Próprio "Summorum Pontificum", os regulamentos para o uso do Missal de 1962, anteriormente apresentada no "Quattuor abhinc annos", e posteriormente no Motu Próprio do Servo de Deus João Paulo II "Ecclesia Dei adflicta" tornaram-se obsoletas.

De fato, a "Summorum Pontificum" no Art.1, afirma explicitamente que "as condições da utilização deste Missal, regulamentado em documentos anteriores no" Quattuor abhinc annos "e" Ecclesia Dei ", foram substituídos. O Motu Próprio enumera as novas condições da sua utilização.
Portanto, já não é possível fazer referência à restrição fixada por esses dois documentos, relativos às celebrações, de acordo com o Missal de 1962.

P- Quais são as diferenças substanciais entre os mais recente Motu Próprio e os dois documentos anteriores a respeito deste assunto?

R- A primeira grande diferença é que agora ele é certamente lícito celebrar a Santa Missa segundo o rito extraordinário sem a necessidade de uma autorização especial, um chamado “ indulto”. «O Santo Padre, Bento XVI, estabeleceu, de uma vez por todas, que o rito romano consiste em duas formas, a que ele deu o nome " Forma Ordinária" (a celebração do Novus Ordo, segundo o Missal de Paulo VI de 1970) e a "Forma Extraordinária " (a celebração da Rito gregoriano, segundo o Missal do Beato João XXIII de 1962), e confirmou que o Missal de 1962 nunca foi revogada.

Outra diferença é que, em missas celebrada sem fiéis, cada sacerdote católico do rito latino, diocesano ou religioso, pode usar um dos dois Missais (art. 2). Além disso, em missas com ou sem o povo, diz respeito ao Pároco (Pastor) ou reitor da igreja em que se pretende celebrar, a dar permissão para os sacerdotes que apresentam um "Celebret" a partir de seu próprio ordinário. Se ele negar que a permissão, o Bispo, em conformidade com as normas do Motu Próprio, deverá garantir que a autorização seja dada (cf. art. 7) .

É importante saber que já em 12 de dezembro de 1986 uma Comissão "ad hoc" d e Cardeais (composto pelos eminentes Cardeais: Paul Augustin Mayer, prefeito da Congregação para o Culto Divino, Agostino Casaroli, Bernardin Gantin, Joseph Ratzinger, William W. Baum, Edouard Gagnon, Alfons Stickler, Antonio Innocenti) foi formada "pela vontade do Santo Padre, com a missão de examinar os passos necessários para eliminar a ineficiência do Pontifício Indulto" Quattuor anhinc annos " emitido pela Congregação para o Culto Divino, N. 686/84 de 3 de Outubro de 1984. "Esta comissão tinha proposto ao Santo Padre João Paulo II, mesmo assim, muitos elementos substanciais para atingir esse objectivo que foram recuperadas no Motu Próprio.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Mons. Guido Marini fala da liturgia papal de Bento XVI

- Rádio Vaticano: Monsenhor Marini, como você define o estilo litúrgico do Papa Bento XVI?

Monsenhor Marini: Esta não é uma pergunta fácil, porque o estilo litúrgico engloba tanto o exterior como o interior da dimensão de celebrar - e naturalmente a respectiva compreensão do que é a liturgia. Acho que o estilo litúrgico do Papa Bento XVI engloba tanto a sobriedade que tem sempre caracterizado a liturgia Romana, e o sentido do mistério e do sagrado. And then E então eu vejo uma grande viragem no sentido do Senhor que afinal está presente em cada momento da celebração.

Rádio Vaticano: No centro de cada celebração, não existe o sacerdote, e isso significa que nem mesmo o Papa, mas Cristo ressuscitado. Agora, os críticos dizem que alguns destes novos elementos distraiem os fiéis, em vez de ajudá-los a concentrar-se no essencial. Qual é a vossa posição sobre esta matéria?

Monsignor Marini: I don't believe that these elements distract. Monsenhor Marini: Eu não acredito que estes elementos distraem. Naturalmente há que ter cuidado que o Senhor continue a ocupar o centro. O perigo da distracção está sempre lá, e, portanto, é necessária uma educação que leve de volta ao centro. Mas tudo na liturgia, também nos seus pormenores, que transmitem beleza, harmonia e esplendor, não distraiem do mistério de Deus, mas realmente ajudam a encontrar Aquele que é infinita Beleza.

Rádio Vaticano: Em que medida é que o próprio Papa Bento sugere mudanças nos seus serviços? Ou é você quem as sugere aoPapa?

Monsenhor Marini: Para dizer a verdade: Neste momento em que eu tive a graça de estar perto do Santo Padre não é que eu tenha recebido instruções de cada vez. É antes uma conversa, uma troca de idéias, uma colaboração. Pela minha parte eu tento sugerir e apresentar elementos litúrgicos ao Santo Padre. Ele pesa a favor e contra, exprime a sua ideia e, em seguida, dá uma orientação clara qual é seguida.

Rádio Vaticano: Por exemplo?

Monsenhor Marini: Você mencionou antes algumas "inovações", entre aspas, na liturgia. Por exemplo então a Comunhão: Quem a recebe das mãos do Santo Padre, recebe-a de joelhos. Tal sugestão foi apresentada pelo Santo Padre, e ele deu suas instruções neste sentido.
Cardeal Dario Castrillon apresenta missão da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei

Permito-me apresentar um breve relatório sobre a Pontifícia Comissão Ecclesia Dei e sobre o estado da realidade pastoral que o Santo Padre colocou sob sua competência.Esta Comissão foi instituída pelo Servo de Deus João Paulo II em 1988… Por vontade do Santo Padre, este Dicastério estende, seu serviço a satisfazer as justas aspirações de quantos por uma sensibilidade particular desejam manter viva a liturgia latina anterior na celebração da Eucaristia e dos outros sacramentos. O Santo Padre, que foi durante alguns anos membro desta Comissão, quer que ela se converta em um organismo da Santa Sé com a finalidade própria e distinta de conservar e manter o valor da liturgia latina tradicional. Trata-se de uma oferta generosa do Vigário de Cristo que, como expressão de sua vontade pastoral, quer pôr a disposição da Igreja todos os tesouros da liturgia latina que durante séculos nutriu a vida espiritual de tantas gerações de fiéis católicos. O Santo Padre quer conservar os imensos tesouros espirituais, culturais e estéticos ligados à liturgia antiga. A recuperação desta riqueza se une à não menos preciosa da liturgia actual da Igreja.Por estas razões o Santo Padre tem a intenção de estender a toda a Igreja latina a possibilidade de celebrar a Santa Missa e os Sacramentos segundo os livros litúrgicos promulgados pelo Beato João XXIII em 1962. Por esta liturgia, que nunca foi abolida, e que , como dissemos, é considerada um tesouro, existe hoje um novo e renovado interesse e, também por esta razão o Santo Padre pensa que chegou o tempo de facilitar, como o quis a primeira Comissão Cardinalícia em 1986, o acesso a esta liturgia fazendo dela uma forma extraordinária do único rito Romano.Há algumas boas experiências de comunidades de vida religiosa ou apostólica erigidas pela Santa Sé recentemente que celebram em paz e serenidade esta liturgia. Em torno delas se congregam assembleias de fiéis que frequentam estas celebrações com alegria e gratidão.
PONTIFICAL EM IMPERIA
Monsenhor Mario Oliveti,Bispo de Albenga-Imperia, na Itália, celebrou a Santa Missa Tridentina no passado domingo , durante a qual fizeram a sua Profissão solene oito irmãs Franciscanas da Imaculada , segundo o antigo ritual tridentino e na presença do seu fundador ,o Padre Stefano Mannelli.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

domingo, 26 de outubro de 2008

PAPA BENTO XVI

Solenidade de Cristo Rei do Universo

Caros irmãos e irmãs

Hoje,celebra-se a solenidade de Cristo Rei do universo. Desde o anúncio do seu nascimento, o Filho unigénito do Pai, que nasceu da Virgem Maria, é definido "rei" no sentido messiânico, ou seja, herdeiro do trono de David, segundo as promessas dos profetas, para um reino que não terá fim (cf. Lc 1, 32-33). A realeza de Cristo permaneceu totalmente escondida, até aos seus trinta anos, transcorridos numa existência comum em Nazaré. Depois, durante a vida pública, Jesus inaugurou o novo Reino, que "não é deste mundo" (Jo 18, 36) e no final realizou-o plenamente com a sua morte e ressurreição. Ao aparecer ressuscitado aos Apóstolos, disse: "Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra" (Mt 28, 18): esta autoridade brota do amor, que Deus manifestou plenamente no sacrifício do seu Filho. O Reino de Cristo é dom oferecido aos homens de todos os tempos, para que todo aquele que acredita no Verbo encarnado "não morra, mas tenha a vida eterna" (Jo 3, 16). Por isso, precisamente no último Livro da Bíblia, o Apocalipse, Ele proclama: "Eu sou o Alfa e o Ómega, o princípio e o fim" (Ap 22, 13).
Hoje Solenidade de Cristo Sacerdote segundo o Missal do Beato João XXIII (1962).As imagens representam momentos desta festa no Instituto de Cristo Rei Sumo Sacerdote ,que se dedica de modo especial à celebração da Liturgia Tradicional ou Tridentina. Tal Instituto acaba de ser reconhecido como de direito pontifício.