sábado, 12 de dezembro de 2009

Imagens da Missa Tridentina na Inglaterra





Pregador do Papa: “Ministros da nova aliança do Espírito” Segunda meditação de Advento do padre Cantalamessa ao Papa e à Cúria



CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 11 de dezembro de 2009 (ZENIT.org).- Publicamos a segunda meditação de Advento dirigida na manhã desta sexta-feira pelo padre Raniero Cantalamessa, O.F.M. Cap., a Bento XVI e a seus colaboradores da Cúria Romana, na capela "Redemptoris Mater", do Vaticano.

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Ministros da nova aliança do Espírito


1. A serviço do Espírito

Na pregação passada, havíamos comentado a definição que Paulo dá dos sacerdotes como "servos de Cristo". Na Segunda Carta aos Coríntios, encontra-se uma afirmação aparentemente diferente. Ele escreve: "que nos tornou capazes de exercer o ministério da aliança nova, não da letra, mas do Espírito. A letra mata, o Espírito é que dá a vida. Se o ministério da morte, gravado em pedras com letras, foi cercado de tanta glória que os israelitas não podiam fitar o rosto de Moisés, por causa do seu fulgor, ainda que passageiro, quanto mais glorioso não será o ministério do Espírito?" (2 Cor 3, 6-8).

Paulo define a si mesmo e seus colaboradores como "ministros do Espírito" e o ministério apostólico como um “serviço do Espírito". A comparação com Moisés e com o culto da Antiga Aliança não deixa nenhuma dúvida de que nessa passagem, como em muitas outras dessa mesma carta, ele fala do papel dos guias da comunidade cristã, ou seja, dos apóstolos e seus colaboradores.

Quem conhece a relação que existe para Paulo entre Cristo e o Espírito sabe que não há contradição entre ser servos de Cristo e ministros do Espírito, mas uma perfeita continuidade. O Espírito de que se fala aqui é de fato o Espírito de Cristo. O próprio Jesus explica o papel do Paráclito a respeito dele mesmo, quando diz aos apóstolos: ele tomará do meu e vos anunciará, ele vos fará recordar aquilo que eu disse, ele dará testemunho de mim...

A definição completa do ministério apostólico e sacerdotal é: servos de Cristo no Espírito Santo. O Espírito indica a qualidade ou a natureza de nosso serviço, que é um serviço "espiritual" no sentido forte do termo; não só no sentido de que se relaciona com o espírito do homem, sua alma, mas no sentido de que tem por sujeito, ou "agente principal", como dizia Paulo VI, o Espírito Santo. Santo Irineu diz que o Espírito Santo é "a nossa própria comunhão com Cristo" [1].

Logo acima, na mesma Segunda Carta aos Coríntios, o apóstolo havia ilustrado a ação do Espírito Santo nos ministros da nova aliança com o símbolo da unção: "É Deus que nos confirma, a nós e a vós, em nossa adesão a Cristo, como também é Deus que nos ungiu. Foi ele que imprimiu em nós a sua marca e nos deu como garantia o Espírito derramado em nossos corações” (2 Cor 1, 21 s.).

Santo Atanásio comenta sobre este texto: "o Espírito é chamado para ungir e selar... A unção é o sopro do Filho para que todo aquele que possui o Espírito possa dizer: 'nós somos o perfume de Cristo’. O selo é o Cristo, de modo que aquele que é marcado pelo selo possa assumir a forma de Cristo" [2]. Quanto à unção, o Espírito Santo nos transmite o perfume de Cristo; quanto ao selo, a sua forma ou imagem. Portanto, não há dicotomia entre o serviço de Cristo e o serviço do Espírito, mas unidade profunda.

Todos os cristãos são "ungido"; o próprio nome não significa outra coisa que isso: "ungido", à semelhança de Cristo, que é o Ungido por excelência (cf. 1 Jo 2, 20. 27). Mas Paulo está falando aqui de sua obra e de Timóteo ("nós") na comunidade ("vós”); é evidente que se refere especificamente à unção e ao selo do Espírito recebidos no momento de ser consagrados ao ministério apostólico, para Timóteo mediante a imposição das mãos do Apóstolo (cf. 2 Tim 1, 6).

Temos de redescobrir a importância da unção do Espírito, porque nela, creio, está contido o segredo da eficácia do ministério episcopal e presbiteral. Os sacerdotes são essencialmente consagrados, isto é, ungidos. "Nosso Senhor Jesus – lê-se na Presbyterorum ordinis – que o Pai santificou e enviou ao mundo (Jo 10, 36), tornou participante todo o seu Corpo místico da unção do Espírito com que Ele mesmo tinha sido ungido”. O mesmo decreto conciliar lança luz sobre a especificidade da unção conferida pelo sacramento da Ordem. Por isso, diz, “os presbíteros ficam assinalados com um caráter particular e, dessa maneira, configurados a Cristo sacerdote, de tal modo que possam agir em nome de Cristo cabeça” [3].

2. A Unção: figura, acontecimento e sacramento

A unção, como a Eucaristia e a Páscoa, é uma daquelas realidades que se fazem presentes em todas as fases da história da salvação. De fato, está presente no Antigo Testamento como figura, no Novo Testamento como acontecimento e no tempo da Igreja como sacramento. No nosso caso, a figura advém das várias unções praticadas no Antigo Testamento; o acontecimento é constituído pela unção de Cristo, o Messias, o Ungido, a quem todas as figuras tendiam como que ao seu cumprimento; o sacramento é representado por aquele conjunto de sinais sacramentais que provêm da unção como rito principal ou complementar.

No Antigo Testamento se fala em três tipos de unção: a unção real, a sacerdotal e a profética, isto é, a unção dos reis, dos sacerdotes e dos profetas, ainda que no caso dos profetas se trate de uma unção espiritual ou metafórica, sem a presença de um óleo material. Em cada uma destas três unções, é delineado um horizonte messiânico, ou seja, a expectativa de um rei, um sacerdote ou um profeta, que será o Ungido por antonomásia, o Messias

Junto com a investidura oficial e jurídica, pela qual o rei converte-se no Ungido do Senhor, a unção confere também, segundo a Bíblia, um poder interior, comporta uma transformação que vem de Deus e este poder, esta realidade vem cada vez mais identificados com o Espírito Santo. Ao ungir a Saul como rei, Samuel disse: “Não é o Senhor quem te ungiu como chefe de seu povo Israel? Tu governarás o povo do Senhor... Te invadirá então o Espírito do Senhor, entrarás em transe com eles e ficarás mudado em outro homem” (1 Samuel 10, 1-6).

O Novo Testamento não hesita em apresentar Jesus como o Ungido de Deus, no qual todas as unções do passado encontraram seu cumprimento. O título de Messias, Cristo, que significa justamente Ungido, é a prova mais clara disso.

O momento ou evento histórico que remete a essa conclusão é o batismo de Jesus no Jordão. O efeito desta unção é o Espírito Santo: “Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder” (At 10, 38); o próprio Jesus, após seu batismo, declarará na sinagoga de Nazaré: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pois me ungiu (Lc 4, 18).

Jesus era certamente pleno do Espírito Santo desde o momento da Encarnação, mas tratava-se de uma graça pessoal, ligada à união hipostática, e portanto incomunicável. Ora, na unção, recebe aquela plenitude do Espírito Santo que, como cabeça, poderá transmitir para o corpo. A Igreja vive desta graça capital (gratia capitis).

Os efeitos da tríplice unção – real, profética e sacerdotal – são grandiosos e imediatos no ministério de Jesus. Pela força da unção real, Ele abate o reino de Satanás e instaura o Reino de Deus: “se expulso, no entanto, pelo Espírito de Deus, é porque já chegou até vós o Reino de Deus” (Mt 12, 28); pela força da unção profética, “anuncia a boa nova aos pobres”; e pela força da unção sacerdotal, oferece orações e lágrimas durante sua vida terrena e, ao fim, oferece a si mesmo na cruz.

Após ter estado presente no Antigo Testamento como figura e no Noto Testamento como acontecimento, a unção está presente agora na Igreja como sacramento. O sacramento toma da figura o sinal e do acontecimento o significado; toma das unções do Antigo Testamento o elemento – o óleo, o crisma ou unguento perfumado – e de Cristo a eficácia salvífica. Cristo nunca foi ungido com óleo físico (à parte da unção de Betânia), nem nunca ungiu a ninguém com óleo físico. Nele o símbolo foi substituído pela realidade, pelo “óleo da alegria” que é o Espírito Santo.

Mais que um sacramento isolado, a unção está presente na Igreja como um conjunto de ritos sacramentais. Como sacramentos em si mesmos, temos a confirmação (que através de todas as transformações sofridas remete, como testemunha seu nome, ao rito antigo da unção com o crisma) e a unção dos enfermos; como parte de outros sacramentos, temos a unção batismal e a unção nos sacramento da Ordem. Na unção crismal que se segue ao batismo, faz-se menção explícita à tríplice unção de Cristo: “Ele próprio vos consagra com o crisma da salvação; inseridos em Cristo sacerdote, rei e profeta, sejais sempre membro de Seu corpo para a vida eterna”.

De todas estas unções, interessa-nos neste momento a que acompanha ao momento em que se confere a Ordem sagrada. No momento em que unge com o sagrado crisma as palmas de cada ordenando ajoelhado ante ele, o bispo pronuncia estas palavras: “O Senhor Jesus Cristo, que o Pai consagrou no Espírito Santo, e revestiu de poder, te guarde para a santificação de seu povo e para oferecer o sacrifício”.

3. A unção espiritual

Existe um risco comum a todos os sacramentos: o de ficar no aspecto ritualístico e canônico da ordenação, em sua validade e legitimidade, sem dar a devida importância ao res sacramenti, ao efeito espiritual, à graça própria do sacramento, no caso o fruto da unção na vida do sacerdote. A unção sacramental nos habilita a cumprir certas tarefas sacras, como orientar, pregar, instruir; nos dá, por assim dizer, a autorização para fazer certas coisas, não necessariamente a autoridade para fazê-las; assegura a sucessão apostólica, mas não necessariamente o sucesso apostólico!

A unção sacramental, com o caráter indelével (o “selo”) que imprime no sacerdote, é um recurso ao qual podemos recorrer a qualquer momento, sempre que sentirmos necessidade, que podemos, por assim dizer, ativar a qualquer momento de nosso ministério. Também aqui atua aquilo que a teologia chama de “revivescência” do sacramento. O sacramento, uma vez recebido no passado, reviviscit, volta a reviver e a conferir sua graça: em casos extremos, porque remove o obstáculo do pecado (o obex), em outros casos porque remove o verniz do costume, intensificando a fé no sacramento. É como se fosse um frasco de perfume; pode-se mantê-lo no bolso ou nas mãos indefinidamente, mas enquanto não o abrirmos, o perfume não se manifesta, é como se não estivesse lá.

Como nasceu essa ideia de uma unção atual? Um passo importante foi dado, mais uma vez, por Agostinho. Ele interpreta o texto da primeira Carta de João: “Quanto a vós, a unção que recebestes de Jesus permanece convosco...” (1 Jo 2, 27), no sentido de uma unção perene, por meio da qual o Espírito Santo, professor interior, permite-nos compreender interiormente aquilo que ouvimos de fora. É atribuída a ele a expressão “unção espiritual”, spiritalis unctio, que consta no hino Veni Creator [4]. São Gregório Magno ajudou, entre muitas outras coisas, a popularizar, ao longo da Idade Média, esse ponto de vista agostiniano [5].

Uma nova fase no desenvolvimento do tema da unção se inicia com São Bernardo e São Boaventura. Com eles, se define o novo sentido, de caráter espiritual, da unção, já não tanto relacionado ao tema do conhecimento da verdade, mas sobre a experiência da realidade divina. Comentando o Cântico dos Cânticos, São Bernardo diz: "um tal cântico, só a unção ensina, só a experiência nos faz compreender" [6]. São Boaventura identifica a unção com a devoção, concebida por ele como "um suave sentimento de amor a Deus despertado pela lembrança das bênçãos de Cristo" [7]. Esta não depende da natureza ou do conhecimento, nem das palavras ou dos livros, mas "do dom de Deus que é o Espírito Santo" [8].

Nos dias de hoje, são cada vez mais comuns as expressões ungido e unção (anointed, anointing) para referir-se à ação de uma pessoa, à qualidade de um discurso ou pregação, mas com um sentido diferente. Na linguagem tradicional, a palavra unção sugere, como vimos, uma ideia de suavidade e doçura, a ponto de dar lugar, em seu uso profano, a acepções pejorativas, “untuoso” como “bajulador”, referindo-se a uma pessoa “desagradavelmente cerimoniosa e servil”.

Em seu uso moderno, mais próximo do bíblico, a palavra sugere muito mais uma ideia de poder e de força de persuasão. Um sermão carregado de unção é um sermão em que percebemos, por assim dizer, o entusiasmo provindo do Espírito; um discurso que abala, que fala ao coração das pessoas. Trata-se de um componente genuinamente bíblico do termo, presente por exemplo no texto dos Atos, onde se diz que Jesus “foi ungido com o Espírito Santo e com poder” (At 10, 38).

A unção, nesse sentido, parece mais um ato do que estado. É algo que a pessoa não possui de maneira constante, mas que se “investe” sobre ela no momento do exercício do ministério ou da oração.

Se a unção se dá pela presença do Espírito, sendo um dom dele proveniente, o que podemos fazer para obtê-la? Antes de mais nada, orar. Há uma promessa explícita de Jesus: "Pai do céu dará o Espírito Santo aos que lhe pedirem!" (Lucas 11:13). Cumpre pois, também a nós, quebrar o vaso de alabastro, como a pecadora na casa de Simão. O vaso é o nosso eu, e talvez nosso intelectualismo árido. Quebrá-lo significa renunciar a nós mesmos, ceder a Deus, com um ato explícito, as rédeas de nossa vida. Deus não pode doar Seu Espírito a quem não se doa inteiramente a Ele.

4. Como obter a unção do Espírito

Apliquemos à vida do sacerdote este rico conteúdo bíblico e teológico relacionado ao tema da unção. São Basílio diz que o Espírito Santo "estava sempre presente na vida do Senhor, tornando-se a unção e o companheiro inseparável", de modo que "toda atividade de Cristo envolve-se no Espírito" [9]. Receber a unção significa, portanto, receber o Espírito Santo como "companheiro inseparável" na vida, fazer tudo "no Espírito", à sua presença, com sua guia. Isso implica uma certa passividade, docilidade, ou como diz Paulo, um "deixar-se guiar pelo Espírito" (Gl 5, 18).

Tudo isso se traduz, externamente, ora em suavidade, calma, paz, doçura, devoção, comoção, ora em autoridade, força, poder, credibilidade, dependendo das circunstâncias, do caráter de cada um e também da atividade que exerce. O exemplo de vida é Jesus, que, movido pelo Espírito, manifesta-se como manso e humilde de coração, mas também, quando necessário, pleno de autoridade sobrenatural. É uma condição caracterizada por um certo brilho interior, que torna fácil e credível no fazer as coisas. Um pouco de como é a “forma” para o atleta e a inspiração para o poeta: um estado em que se pode dar o melhor de si.

Nós, sacerdotes, precisamos nos acostumar a buscar a unção do Espírito antes de desempenhar uma ação importante no serviço do Reino: uma decisão a tomar, uma nomeação a fazer, um documento a escrever, uma comissão a presidir, uma pregação a preparar. Eu aprendi de maneira dura. Encontrei-me, por vezes, ter de falar a um público amplo, em uma língua estrangeira, muitas vezes tendo acabado de chegar de uma longa viagem. Escuridão total. A língua em que deveria falar parecia-me escapar, a incapacidade de me concentrar sobre um esquema, um tema. E a música de abertura estava prestes a terminar... Então me lembrei da unção e logo fiz uma breve oração: "Pai, em nome de Cristo, peço a unção do Espírito!"

Às vezes, o efeito é imediato. Experimenta-se quase fisicamente a unção vindo sobre si. Uma certa comoção atravessa o corpo, ilumina a mente, serenidade na alma; desaparece a fadiga, o nervosismo, cada medo e cada timidez; experimenta-se algo da própria calma e autoridade de Deus.

Muitas das minhas orações, como imagino com todo cristão, não foram escutadas, no entanto, quase nunca fica sem ser escutada esta oração pela unção. Parece que diante de Deus, temos uma espécie de direito de reclamá-la. Mais tarde, especulei um pouco sobre essa possibilidade. Por exemplo, se devo falar de Jesus Cristo, faço uma aliança secreta com Deus Pai, sem fazer Jesus saber, e digo: “Pai, devo falar de teu Filho Jesus, que tanto amas: dê-me a unção de Seu Espírito para alcançar o coração das pessoas. Se eu tiver que falar de Deus, o Pai, o oposto: faço um acordo secreto com Jesus... A doutrina da Trindade é maravilhoso também para isso.

5. Ungido para espalhar no mundo o bom odor de Cristo

No mesmo contexto de 2 Coríntios, o apóstolo, sempre referindo-se ao ministério apostólico, desenvolve a metáfora da unção com o perfume, escreve: "Graças sejam dadas a Deus que nos faz sempre triunfar em Cristo e que, por meio de nós, vai espalhando por toda a parte o perfume do seu conhecimento. De fato, nós somos o bom odor de Cristo para Deus" (2 Cor 2, 14-15).

Este deve ser o sacerdote: o perfume de Cristo no mundo! Mas o apóstolo nos adverte, acrescentando de imediato: "trazemos esse tesouro em vasos de barro" (2 Cor 4, 7). Sabemos muito bem, pela experiência dolorosa e humilhante recente, o que tudo isso significa. Jesus disse aos apóstolos: "Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal perde seu sabor, com que se salgará? Não servirá para mais nada, senão para ser jogado fora e pisado pelas pessoas." (Mt 5, 13). A verdade desta palavra de Cristo é dolorosa aos nossos olhos. Se o unguento perde o odor e se gasta, transforma-se no seu contrário, em mau cheiro e, em vez aproximar de Cristo, afasta dele. Em parte para responder a esta situação, o Santo Padre convocou este Ano Sacerdotal. O disse abertamente na carta de convocação: “há situações, nunca bastante deploradas, em que a Igreja sofre pela infidelidade de alguns de seus ministros. Nestes casos, é o mundo que sofre o escândalo e o abandono”.

A carta do Papa não se limita a esta constatação; de fato, acrescenta: “O máximo que a Igreja pode recavar de tais casos não é tanto a acintosa revelação das fraquezas dos seus ministros, como sobretudo uma renovada e consoladora consciência da grandeza do dom de Deus, concretizado em figuras esplêndidas de generosos pastores, de religiosos inflamados de amor por Deus e pelas almas”.

A revelação das fraquezas também deve ser feita para fazer justiça às vítimas e a Igreja agora o reconhece e a aplica da melhor forma que pode, mas deve fazer-se em outra sede e, em todo caso, não virá de lá o estímulo para uma renovação do ministério sacerdotal. Eu pensei neste ciclo de meditações sobre o sacerdócio precisamente como uma pequena contribuição na direção desejada pelo Santo Padre. Eu gostaria de deixar que o seráfico padre, São Francisco, falasse no meu lugar. Em um momento em que a situação moral do clero era sem comparação mais triste que a de hoje, em seu testamento, ele escreve: “O Senhor me deu e ainda me dá tanta fé nos sacerdotes que vivem segundo a forma da santa Igreja Romana, por causa de suas ordens, que, mesmo que me perseguissem, quero recorrer a eles. E se tivesse tanta sabedoria quanto teve Salomão e encontrasse míseros sacerdotes deste mundo, nas paróquias em que eles moram não quero pregar contra a vontade deles. E hei de respeitar, amar e honrar a eles e a todos os outros como a meus senhores. Nem quero olhar para o pecado deles porque neles reconheço o Filho de Deus e eles são os meus senhores. E procedo assim porque do mesmo altíssimo Filho de Deus nada enxergo corporalmente neste mundo senão o seu santíssimo corpo e sangue, que eles consagram e somente eles administram aos outros”.

No texto citado no começo, Paulo fala da “glória” dos ministros da Nova Aliança no Espírito, imensamente mais elevada que a antiga. Esta glória não procede dos homens e não pode ser destruída pelos homens. O santo Cura de Ars difundia certamente ao seu redor o bom odor de Cristo e, por este motivo, as multidões iam a Ars; mais perto de nós, o Padre Pio de Pietrelcina difundia o odor de Cristo, às vezes inclusive com um perfume físico, como testemunham inúmeras pessoas dignas de fé. Muitos sacerdotes, ignorados pelo mundo, são em seu ambiente o bom odor de Cristo e do Evangelho. O “padre rural” de Bernanos tem muitos companheiros espalhados pelo mundo, na cidade e no campo.

O Pe. Lacordaire traçou um perfil do sacerdote católico, que hoje em dia pode parecer muito otimista e idealizado, mas voltar a encontrar o ideal e o entusiasmo pelo ministério sacerdotal é precisamente o que está faltando neste momento e, por esta razão, voltamos a escutar, ao concluir esta meditação: “Viver no meio do mundo sem nenhum desejo pelos próprios prazeres; ser membro de toda família, sem pertencer a nenhuma delas; compartilhar todo sofrimento; ficar à margem de todo segredo; curar toda ferida; ir todos os dias dos homens a Deus para oferecer-lhe sua devoção e sua oração, e voltar de Deus aos homens para levar-lhes seu perdão e sua esperança; ter um coração de ferro pela castidade e um coração de carne para a caridade; ensinar e perdoar, consolar e abençoar e ser abençoado para sempre. Ó Deus, que tipo de vida é esta? É a tua vida, sacerdote de Jesus Cristo! [10]

* * *

[Notas originais em italiano]

1) S. Ireneo, Adv. Haer. III, 24, 1.

2) S. Atanasio, Lettere a Serapione, III, 3 (PG 26, 628 s.).

3) PO, 1,2.

4) S. Agostino, Sulla prima lettera di Giovanni, 3,5 (PL 35, 2000); cf. 3, 12 (PL 35, 2004).

5) Cf. S. Agostino, Sulla prima lettera di Giovanni, 3,13 (PL 35, 2004 s.); cf. S. Gregorio Magno, Omelie sui Vangeli 30, 3 (PL 76, 1222).

6) S. Bernardo, Sul Cantico, I, 6, 11 (ed. Cistercense, I, Roma 1957, p.7).

7) S. Bonaventura, IV, d.23,a.1,q.1 (ed. Quaracchi, IV, p.589); Sermone III su S. Maria Maddalena (ed. Quaracchi, IX, p. 561).

8) Ibidem, VII, 5.

9) S. Basilio, Sullo Spirito Santo, XVI, 39 (PG 32, 140C).

10) H. Lacordaire, cit. da D.Rice, Shattered Vows, The Blackstaff Press, Belfast 1990, p.137.

A un año de "Summorum Pontificum" - Excelente artículo de Panorama Católico Internacional



(tomado de panorama@panodigital.com)

El 7 de julio de 2007 se dio a conocer el texto del esperado motu proprio que desembargaba la misa según el “vetus ordo”, llamada también tridentina, o de San Pío V. La forma litúrgica vigente en la mayor parte de Iglesia latina antes de la promulgación del “novus ordo”, en 1970. Este documento ha sido un hito del pontificado benedictino, cuyos frutos se van comprobando con fuerza creciente.


Escribe Marcelo González




Escribir sobre este tema conlleva dos peligros: uno es hacerlo como quien ondea una bandera ideológica, es decir, como un activista, echando mano de un menú de frases consagradas para la ocasión, sin considerar la hondura, tras-cendencia ni los matices del tema.

El segundo peligro, que bien pudiera estar incoado en el primero, es el de transformar nuestros deseos en juicios optimistas y fantasiosos sobre la realidad. Trataremos de esquivarlos, como quien forzosamente debe navegar entre Escila y Caríbidis, en el rumbo justo que nos ponga a salvo de ambos peligros.

Militancia

Quienes hemos militado por décadas a favor de la misa tradicional sentimos en las acciones de Benedicto XVI relativas a la liturgia un espaldarazo casi inimaginable años atrás. Habiendo sido un hombre “del Concilio”, una de las “cabezas del Concilio”, el actual papa, sin embargo, nunca comulgó con el modo de hacer la reforma litúrgica sugerida por la Sacrosanctum Concilium. Ni vio como razonable -ni acorde a la tradición litúrgica- la prohibición de hecho del rito antiguo.

Esto segundo requería de él un acto de justicia y valentía poco comunes: eso fue el Summorum Pontificum, a saber, la declaración de que nunca jamás la anti-gua liturgia ha sido prohibida y sigue en plena vigencia, más la explanación de los derechos del clero y los fieles. Seguida de la ratificación permanente por parte del Pontífice o de sus voceros en materia litúrgica, todo a lo largo de este año, de que esta prohibición hubiera sido absolutamente ilegal. Y dando apoyo, allí donde es posible, a quienes reclaman esos derechos.

La liturgia, sostiene Benedicto, es como un árbol añoso que hunde sus raíces en la Revelación que Nuestro Señor mismo enseñó a los Apóstoles; árbol que crece y va desarrollando nuevas ramas y fructificando. Las “reformas” son apenas si algunas “podas” sabias que la autoridad pontificia, única que tiene jurisdicción directa sobre la liturgia, hace para mantenerlo lozano e impedir excesos o sobrecargas, o bien para hacerla más llevadera a fieles y clero en tiempos más gravosos.

Por otra parte, el misal “gregoriano” (nos decía recientemente un especialista en el tema que es el modo más propio de llamar a lo que suele denominarse misal tridentino) tiene la forma que le conocemos hoy prácticamente sin cambios desde las épocas de aquel gran papa: todo lo demás es retoque y pulimiento, o bien, enriquecimiento. La antigüedad e identidad de la liturgia latina es indiscutible y todo fantaseo arqueologista ha caído bajo los trabajos demoledores de los eruditos, tanto como bajo la condena de Pío XII en la Mediator Dei. Causa finita.

Así pues, una de las dos grandes convicciones que hemos alentado los defensores de la misa tradicional se ven confirmadas por el actual pontífice, no como concesión graciosa a un grupo de “inadaptados” a la nueva liturgia, sino como reconocimiento del valor inmutable de la liturgia tradicional, nunca negado en documento oficial alguno de la Iglesia.

Pero es además la otra gran convicción, tantas veces repetida por medio del venerable apotegma “lex orandi, lex credendi” lo que el Santo Padre nos confirma también, en sus dichos, y de un modo cada vez más perceptible en los hechos. No puede haber dos teologías distintas por detrás de dos ritos litúrgicos católicos. Si las hay, algo está mal.

Así, al desembargar la misa tridentina no solo hace justicia, también resalta el valor modélico que el rito tradicional tiene como rito de la Iglesia universal. Esta realidad que es el novus ordo, vigente legalmente desde hace ya 38 años, impuesto con métodos de señores de horca y cuchillo, infinitamente metamorfoseada por usos y abusos, es ya irreconocible. Fue concebida para evolucionar y lo ha hecho de tal modo que ya casi no se sabe cómo era según el misal típico.

Según la ley, son menos de 38 años de vigencia, pero en la práctica ha aparecido bajo distintos formatos casi durante las sesiones mismas del Concilio, de manos de los “adelantados” de siempre. El nuevo rito, o más bien “su espíritu” ha puesto a la Iglesia en estado de cisma práctico. Cada misa tiene su “teología” particular. Esta es una realidad que se nos presenta con aplastante evidencia, nos guste o no.

Un proyecto del que siempre desconfiamos

Por lo tanto, el valor modélico, la causa ejemplar que el Papa gusta exaltar en la misa tradicional apuntala una idea que ha causado escozor entre muchos de nosotros. El proyecto que el Santo Padre ha dado en llamar la “reforma de la reforma”.

Sin embargo el título parece engañoso. Benedicto no quiere agregar más plega-rias eucarísticas, ni nuevas opciones creativas. Por el contrario, y las versiones que salen de la Congregación del Culto Divino por diversas vías muy confia-bles son contestes en esto: el Papa quiere hacer que el novus ordo se parezca mucho más al vetus ordo. Esto lo sabemos con certeza.

¿Como se traduciría en la práctica? Esto lo formulamos por conjetura, no por fantasía, como ser verá:

1) Comunión en la boca y de rodillas.

2) Respeto a los ornamentos litúrgicos, enmienda de las traducciones erróneas.

3) Rezo de un solo canon, el romano (reformado por Paulo VI seguramente) en latín. Las partes en lengua vernácula permanecerían para el resto de la misa. En las misas cantadas, no obstante y conforme a lo ya vigente en el novus ordo, Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus y Agnus Dei se cantan en latín.

4) Altar orientado, es decir, hacia el este, (un este “simbólico” cuando no sea posible hacerlo “físico” por la disposición del terreno donde está construida la iglesia). Es decir, el sacerdote “cara al sagrario”. Crucifijo en el centro del altar (no mesa). Candelabros en los extremos (dos, cuatro o seis, según la solemnidad).

El papa mismo practica algunas de estas rúbricas en sus misas, y no solo “implícitamente”, sino que su ceremoniero, Mons. Guido Marini, lo ha confirmado en forma expresa. Y el Card. Castrillón lo ha dicho en Inglaterra hace pocas semanas: debería haber una misa tradicional en cada una de las parroquias, para poner el sello y la unción de la liturgia clásica en la feligresía, siquiera por contagio.

El Papa ya usa la férula tradicional, el palio tradicional y solo dará la comunión en la boca y a fieles arrodillados.

¿Cosmética o teología?

Debatíamos hace algunos pocos años con sacerdotes tradicionalistas sobre la conveniencia de promover las misas tradicionales “indultadas”. Uno de los ar-gumentos que usaban en contra era: se está admitiendo implícitamente que “ha sido prohibida”. Cuestión de principios atendible si no estuviera en juego la salvación de las almas.

El tiempo ha demostrado que la presión a favor de la misa tradicional, desde muchos sectores, aunque principalmente ejercida por el tradicionalismo ha lo-grado el milagro del motu proprio. Sin embargo, algunos dentro del tradiciona-lismo esperaron este documento con desconfianza y escepticismo. Y aun en la actualidad no todos entienden la enorme trascendencia que tiene y el bien que está haciendo entre clero y fieles.

Sobre la “reforma de la reforma” se predica desde algunos sectores tradiciona-les que es una maniobra cosmética, que no apunta a la raíz de los problemas planteados por el novus ordo, aún en su expresión más pura, aunque el propio papa reinante la ha considerado siempre una suerte de engendro frankensteniano. ¿Seguirá predominando una mentalidad principista cuando lo que se juega es el destino eterno de los fieles?

Confiamos en la prudencia pastoral y en la misericordia sacerdotal. En los hechos, dada la situación de la Iglesia y habiendose liberado la misa tradicional (aunque los señores de horca y cuchillo sigan en sus cargos pastorales en una gran mayoría de las diócesis) no hay muchos pasos posibles que dar. Y aún, como propedéutica, ¿qué se puede esperar, con sinceridad y realismo, bajo las actuales circunstancias, sino lo que se ha descripto arriba o algo parecido?
¿Hasta donde llegará el paso papal? Sólo Dios lo sabe. Lo cierto es que a una velocidad insospechada, contra viento y marea, se viene la segunda gran carro-nada litúrgica de Benedicto.

Y los que hemos dado años de nuestras vidas a favor de la misa tradicional no podemos cometer el grueso error de creer que esas balas apuntan al rito tridentino. No sabemos qué habría hecho el P. Ratzinger en lugar del P. Bugnini. Pero ciertamente ahora, el papa Ratzinger hará lo único posible: acercarse al modelo tradicional todo lo que la realidad resista.

fonte:una voce Argentina

Missa Tridentina em Fátima aos Domingos às 17,30h na Capela dos Marianos, Rua de S.Pedro nº2

Il Sacerdozio ministeriale: mistero—miracolo, è vocazione carismatica che dona al chiamato lo stesso Sacerdozio di Cristo.


Chi mai è riuscito a parlare adeguatamente di Gesù?
Chi perciò è in grado di conoscere il Mistero divino del suo Sacerdozio?


Chiediamo allo Spirito Santo che ci innondi della sua divina conoscenza nei riguardi dell'Eterno Figlio per poter bruciare dal desiderio di possederLo e di viverLo.

Chi è Gesù - Signore?

E’ l’estasi del Padre,
lo Splendore e il Perché dell’universo,
la Salvezza,
la Santità increata,
la Via,
la Verità,
la Vita,
è quel Tutto infinito che l’Eterno Padre mai è sazio di contemplare ...

Che stupendo mistero—miracolo possedere per dono carismatico lo stesso Sacerdozio di Cristo!


Quale sarà, dunque, il vero martirio del fortunatissimo chiamato?
La tensione, sempre più impellente, alla santità … il suo conformarsi a Cristo!

Potessimo noi Preti dire come San Paolo: “non sono più io che vivo ma Cristo vive in me” (cfr. Gal 2, 20) e come Gesù stesso: “Chi di voi mi può accusare di peccato?” (cfr. Gv 8, 46). Si è veri e indispensabili evangelizzatori quando si “incarna” la Parola e, “ex abbundantia cordis”, la si grida.

Gesù dalla Croce, divina testimonianza del suo Essere Amore, dona a Giovanni Colei che attraverso il suo “sì” d’abbandono diventa Corredentrice del genere umano (cfr. Gv 19, 27).

Maria è Madre, Maestra e Modello del Sacerdote ordinato.

Da Lei, come da Fonte, ogni Chiamato arriva a conoscersi e a donarsi, senza alcuna riserva, all’uomo che è pur sempre affamato di Dio.
Da Lei, si impara ad accettare la Croce perché se accolta con amore, è l’arma che rende impotente la malizia satanica e ci fa fecondi Padri, Guide sicure e Maestri capaci di vivere ciò che proclamiamo.

fonte:http://www.diotichiama.com/

Salvación o condenación

–Pues si no se predica el Evangelio cuando se silencia sistemáticamente el tema salvación o condenación, eso significa que hoy el Evangelio apenas se predica.
–Efectivamente, apenas se predica en nuestras parroquias, catequesis y misiones. Bueno, ya se entiende que estas afirmaciones requieren muchos matices: en ciertas Iglesia locales, etc. Digamos que se predica, pero muy deficientemente, con muy poca fuerza para suscitar en los hombres de hoy la fe y para motivarles a conversión.

Los pecadores, la descendencia de Adán, están en un error mortal: piensan que pueden hacer de su vida lo que les dé la gana, sin que pase nada, es decir, sin sufrir castigos en ésta y en la otra vida. Con una ceguera espiritual insolente, llena de soberbia, creen los pecadores que, impunemente, pueden gobernarse por sí mismos, sin sujeción alguna al Señor Creador. Piensan que ellos mismos son dioses, capaces de decidir qué es bueno o malo (Gén 3,5), y que por tanto pueden renunciar al pensamiento racional, autorizándose al absurdo y abandonándose a las pensaciones. Estiman que pueden legalizar el aborto, los matrimonios homosexuales y lo que les venga en gana. Creen igualmente que pueden autorizarse a vivir en el lujo, matando a otros hombres que, sin su ayuda, mueren de hambre y enfermedad. Piensan que en esta vida es perfectamente lícito no dedicarse a «hacer el bien», sino a «pasarlo bien». No temen, en fin, que su conducta les acarree penalidades tremendas en este mundo y eternas en el otro.


Ignoran que la maldad del hombre pecador es diabólica, en su origen y en su persistencia: es una cautividad del Maligno. Y no saben que «la maldad da muerte al malvado» (Sal 33,22). Por eso, porque el Padre de la Mentira les mantiene engañados, por eso siguen pecando. Tranquilamente.

«Vosotros –les dice Cristo– sois de vuestro Padre, el diablo, y queréis cumplir los deseos de vuestro Padre. Éste es homicida desde el principio, y no se mantuvo en la verdad, porque no hay verdad en él. Cuando dice la mentira, dice lo que le sale de dentro, porque es mentiroso y Padre de la Mentira. Pero a mí, porque os digo la verdad, no me creéis» (Jn 8,44).

Estos pobres pecadores, sujetos al Padre de la Mentira, piensan que, una de dos, o no hay otra vida tras la muerte, o si la hay, ha de ser necesariamente feliz y no desgraciada. Pero en todo caso, lo que les resulta inadmisible es que, finalmente, hayan de responder de la bondad o maldad de sus propias obras. Lo que se niegan a creer es que sus obras del tiempo presente –tan pequeñas, condicionadas, efímeras, aunque sean innumerables– puedan tener una repercusión eterna de premio o de castigo. Nadie sabe nada cierto –ni filósofías ni religiones– sobre lo que pueda haber después de la muerte. En el caso de que haya una pervivencia, los pecadores no tienen especiales dificultades para creer en un cielo posible. Pero en lo que no quieren creer en absoluto es en el infierno, pues ello les obligaría a cambiar totalmente su vida: su modo de pensar y su modo de obrar.

Jesucristo salva a los hombres diciéndoles la verdad por el Evangelio. Si procedente del Diablo, es la mentira la que introduce a todos los hombres pecadores por la «puerta ancha y el camino espacioso», que lleva a una perdición temporal y eterna (Mt 7,13), será Jesucristo, la Verdad, el único Camino que puede llevarles a la vida verdadera y a la salvación eterna. Por eso, compadecido Dios de la suerte temporal y eterna de la humanidad, envía con todo amor a su Hijo: «tanto amó Dios al mundo que le entregó a su Hijo unigénito, para que todo el que crea en él no muera, sino que tenga la vida eterna» (Jn 3,16). Él ha venido al mundo «para dar testimonio de la verdad» (18,37), sabiendo que solo ella puede hacernos libres (8,32), libres del Diablo, del mundo y de nosotros mismos.

Predica Jesús una verdad que para los hombres será vida, y para Él muerte. Es, pues, el amor a los hombres lo que mueve a Cristo a decirles que no sigan pecando, que por ese camino van derechamente a su perdición temporal y eterna. Él ha venido a buscar a los pecadores, y para salvarlos de los terribles males que les aplastan y les amenazan después en la vida eterna, les habla «con frecuencia» del infierno, como dice el Catecismo de la Iglesia (n.1034), y como ya lo comprobamos aquí nosotros en el número anterior, recordando más de cincuenta citas del Evangelio.

Cristo revela a los pecadores con palabra fuerte y clara 1.- que hay después de la muerte una existencia eterna; 2.- que los actos humanos, conscientes y libres, realizados en la vida presente, tienen una repercusión eterna de salvación o de condenación, de felicidad o de desgracia. Y sabe Jesús que este Evangelio va a ocasionar su muerte.

Cristo es rechazado hoy, como hace veinte siglos, porque amenaza con el infierno a los pecadores, llamándoles a conversión. Si Cristo hubiera desdramatizado la oferta de su Evangelio, si hubiera dado a éste una orientación solamente «positiva» –exhortando al amor de Dios y de los hombres, a la justicia, a la solidaridad y a la paz, a la vida digna y noble–, en fin, si hubiera silenciado cautelosamente toda alusión trágica a las consecuencias infinitamente graves que necesariamente vendrán del rechazo de la Verdad, los hombres le habrían recibido, o al menos lo hubieran dejado a un lado, pero no se hubieran obstinado en matarlo, como lo hicieron entonces y lo siguen haciendo ahora.

El rechazo de Cristo Salvador es antes que nada un rechazo insolente de la mera posibilidad del infierno. El hombre pecador quiere mantenerse firme e inquebrantable en su convicción fundamental de que puede hacer de su vida lo que le dé la gana, sin tener que responder ante Nadie. Y sin que por eso pase nada. Al menos nada catastrófico. En otras palabras, rechaza a Cristo, afirmando que no necesita ser salvado de nada.

A Cristo lo matan por avisar del peligro del infierno con tanta insistencia. No entienden los hombres, es decir, los pecadores, que, precisamente por eso, hay que ver siempre el Evangelio de Cristo como una «epifanía del amor de Dios hacia los hombres» (Tit 3,4), lo mismo cuando les declara el amor inmenso que les tiene Dios misericordioso, como cuando les manda amar a Dios con todas las fuerzas del alma, o cuando les ordena temer «a quien tiene poder para destruir alma y cuerpo en la gehena» (Mt 10,28).

Ésta es la explicación principal de que hoy en tantas partes la predicación del infierno sea sistemáticamente silenciada. El horror a la Cruz. De ahí se derivan la infidelidad de tantos cristianos, que han perdido el temor de Dios, la ausencia de vocaciones y la no-conversión de los pecadores, que persisten tranquilamente en sus pecados.

La predicación de los Apóstoles es la misma de Jesús. Ellos también, dando testimonio pleno de la verdad, vivificaron a los hombres y ocasionaron su propia muerte. Según esta visión, San Pablo distingue entre aquellos que «están en vías de perdición» y aquellos que, gracias a la cruz de Cristo, «están en vías de salvación» (1Cor 1,18). En su enseñanza, como en la del Maestro, siempre está como un trasfondo el tema de la salvación o la condenación:

«Vosotros estabais muertos por vuestros delitos y pecados, en los que en otro tiempo habéis vivido, siguiendo el espíritu de este mundo [mundo], bajo el príncipe de las potestades aéreas, bajo el espíritu que actúa en los hijos rebeldes [demonio]; entre los cuales todos nosotros fuimos también contados en otro tiempo, y seguimos los deseos de nuestra carne, cumpliendo la voluntad de ella y sus depravados deseos, siendo por nuestra conducta hijos de ira, como los demás [carne]. Pero Dios, que es rico en misericordia, por el gran amor con que nos amó, y estando nosotros muertos, por nuestros delitos, nos dió vida por Cristo: de gracia habéis sido salvados» (Éf 2,1-5).


La existencia del infierno ha sido afirmada por el Magisterio apostólico en repetidas ocasiones, también recientemente en el concilio Vaticano II (LG 48d). Y el Catecismo de la Iglesia Católica, concretamente, recogiendo las enseñanzas bíblicas y magisteriales, dice así:

«Morir en pecado mortal, sin estar arrepentido ni acoger el amor misericordioso de Dios, significa permanecer separados de Él para siempre por nuestra propia y libre elección. Este estado de autoexclusión definitiva de la comunión con Dios y con los bienaventurados es lo que se designa con la palabra “infierno”» (n.1033). «Jesús habla con frecuencia de la “gehenna” y del “fuego que nunca se apaga” (cf. Mt 5,22.29; 13,42.50; Mc 9,43-48), reservado a los que hasta el fin de su vida rehúsan creer y convertirse, y donde se puede perder a la vez el alma y el cuerpo (cf. Mt 10,28). Jesús anuncia en términos graves que “enviará a sus ángeles, que recogerán a todos los autores de iniquidad… y los arrojarán al horno ardiendo” (Mt 13,41-42), y que pronunciará la condenación: “¡alejaos de mí, malditos, al fuego eterno!”» (Mt 25,41) (n.1034).

¿Un infierno vacío? La hipótesis de un teólogo famoso –que felizmente no fue creado Cardenal–, según la cual el infierno sería una mera posibilidad, por la misericordia de Dios nunca cumplida, es inconciliable con la fe católica. Es cierto que la Iglesia nunca podrá declarar que determinados hombres están en el infierno, como declara infaliblemente, en las canonizaciones, que otros están en el cielo. Y es también cierto que la voluntad salvífica universal de Dios puede salvar a muchos hombres, aparentemente perdidos, «por los caminos que Él sabe» (Vaticano II, AG 7; cf. Dominus Iesus 20-22). Pero también sabe la Iglesia que algunos hombres se condenarán, porque Cristo lo anuncia en el Evangelio. Tanto en Oriente como en Occidente, de forma unánime durante veinte siglos, las palabras de Cristo se han entendido siempre como profecías de lo que realmente sucederá.

Es importante saber en esto –escribe el P. Cándido Pozo, S. J.– que, en el concilio Vaticano II, «con motivo de la petición de un Padre que deseaba una declaración de que hay condenados de hecho (para que el infierno no permaneciera con un sentido de mera hipótesis), la Comisión teológica insistiera en la forma gramatical futura (y no condicional) que poseen los textos evangélicos que se aducen en el número 48 [de la constitución Gaudium et spes] al hablar del infierno [saldrán, irán]. Esta respuesta de la Comisión teológica excluye una interpretación meramente hipotética del infierno» (En Teología del más allá, BAC 282, 19812, 555; cf. 455, el autor afirma que esa respuesta es «una interpretación oficial» de la doctrina conciliar; cf. J. A. Sayés, Más allá de la muerte, San Pablo, Madrid 1996,157).

Reforma o apostasía. No nos engañemos. Sin avisar claramente de la posibilidad de una salvación o de una condenación eternas, es absolutamente imposible evangelizar a los hombres, que seguirán pecando sin temor a nada. Si se les da un Evangelio despojado de su intrínseca dimensión soteriológica, se les predica un Evangelio falsificado, sin poder de salvación. No se les da la verdad, la única que puede salvarlos de la cautividad del Padre de la Mentira (Jn 8,45). La Iglesia dejaría de ser «sacramento universal de salvación» para transformarse en una gran Obra universal de beneficencia.

Pensando, pues, en la evangelización del mundo de la misiones, pensando en la reevangelización del Occidente descristianizado, recordemos el amor heroico de Cristo hacia los hombres, que no temió entregar por ellos su vida en la cruz, con tal de darles la Verdad, la única que, con Su gracia, puede hacerles libres del pecado, del mundo y del demonio.

José María Iraburu, sacerdote

fonte:reforma o apostasía

DOCE DE DICIEMBRE: FELICIDADES A SANTA MARÍA DE GUADALUPE EN SU DÍA

Nuestra Señora de Guadalupe

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"Virgen María de Guadalupe, dulce Señora y Madre nuestra, nos volvemos a ti para agradecerte de todo corazón que hayas querido que la canonización de tu fiel servidor, Juan Diego, "el más pequeño de tus hijos", haya sido aquí, en tu "casita sagrada" del Tepeyac.


"Madre, te pedimos fervientemente que esta canonización sirva para para impulsar la Nueva Evangelización en toda América y en el mundo entero. Que Juan Diego, a quien podemos ya venerar como santo, sea un verdadero modelo de vida cristiana para "todos los moradores de estas tierras y demás amadores tuyos que invocan tu nombre".


Súplica a la Virgen de Guadalupe, pronunciada por
el Santo Padre durante la Misa de Canonización de San Juan Diego
el 31 de julio, 2002


EL NICAN MOPOHUA:


Es el relato de las Apariciones de Nuestra Señora de Guadalupe al Beato Juan Diego, indígena azteca, ocurridas del 9 al 12 de diciembre de 1531. Escrito originalmente en la lengua náhuatl, todavía en uso en varias regiones de México. Las dos palabras iniciales Nican Mopohua se han usado por antonomasia para identificar este relato, aunque muchos documentos indígenas comienzan igual. El título completo es: "Aquí se cuenta se ordena como hace poco milagrosamente se apareció la Perfecta Virgen Santa María, Madre de Dios, nuestra Reina; allá en el Tepeyac, de renombre Guadalupe". Es la principal fuente de nuestro conocimiento del Mensaje de la Sma. Virgen al Beato Juan Diego, a México y al Mundo. La copia más antigua se halla en la Biblioteca Pública de Nueva York Rare Books and Manuscripts Department. The New York Public Library, Astor, Lenox and Tilden Foundation.

EL AUTOR:


Se atribuye a Don Antonio Valeriano (1520?-1605?) sabio indígena aventajado discípulo de Fr. Bernardino de Sahagún. Don Antonio recibió la historia de labios del vidente, muerto en 1548.

EL ARGUMENTO:


Se narra la Evangelización de una cultura por la intervención de Dios y de la Santísima Virgen. Leyendo entre líneas y más, desde la óptica náhuatl, se percata uno de cómo esta Evangelización empapó hasta las más íntimas fibras de la cultura pre-hispánica.

Se lleva a cabo la unión de dos pueblos irreconciliables. En la plenitud de los tiempos para América aparece María Santísima portadora de Cristo. Hay una identificación de lo esencial de la Biblia: Cristo, centro de la Historia- (Juan 3,14-16) con lo esencial del Nican Mopohua (vv.26-27) y con lo esencial del mensaje glífico de la Imagen de Nuestra Señora de Guadalupe: el Niño Sol que lleva en su vientre Santísimo.

LOS PROTAGONISTAS:


La Virgen que pide un templo para manifestar a su Hijo. El Beato Juan Diego, vidente y confidente de la Sma. Virgen. El Obispo Fr. Juan de Zumárraga a cuya Autoridad se confía el asunto. El Tío del Beato Juan Diego, sanado milagrosamente. Los criados del Obispo que siguen al Beato Juan Diego. Lo espían. La ciudad entera que reconoce lo sobrenatural de la imagen y entrega su corazón a la Sma. Virgen.


LAS APARICIONES:


Relato de las apariciones de acuerdo al Nican Mopohua, el escrito más antiguo que existe sobre las apariciones de la Virgen de Guadalupe.


Primera Aparición:


Era sábado muy de madrugada cuando Juan Diego venía en pos del culto divino y de sus mandatos a Tlatilolco.

Al llegar junto al cerrito llamado Tepeyacac, amanecía; y oyó cantar arriba del cerro; semejaba canto de varios pájaros; callaban a ratos las voces de los cantores; y parecía que el monte les respondía. Su canto, muy suave y deleitoso, sobrepasaba al del coyoltótotl y del tzinizcan y de otros pájaros lindos que cantan.

Se paró Juan Diego para ver y dijo para sí: "¿Por ventura soy digno de lo que oigo?, ¿Quizás sueño?, ¿Me levanto de dormir?, ¡Dónde estoy?, ¿Acaso en el paraíso terrenal, que dejaron dicho los viejos, nuestros mayores?, ¿Acaso ya en el cielo?"

Estaba viendo hacia el oriente, arriba del cerrillo, de donde procedía el precioso canto celestial.
Y así que cesó repentinamente y se hizo el silencio, oyó que le llamaban de arriba del cerrito y le decían: "Juanito, Juan Dieguito."

Luego se atrevió a ir a donde le llamaban. No se sobresaltó un punto, al contrario, muy contento, fue subiendo el cerrillo, a ver de dónde le llamaban.

Cuando llegó a la cumbre vio a una señora, que estaba allí de pie y que le dijo que se acercara.

Llegado a su presencia, se maravilló mucho de su sobrehumana grandeza: su vestidura era radiante como el sol; el risco en que posaba su planta, flechado por los resplandores, semejaba una ajorca de piedras preciosas; y relumbraba la tierra como el arco iris. Los mezquites, nopales y otras diferentes hierbecillas que allí se suelen dar parecían de esmeralda; su follaje, finas turquesas; y sus ramas y espinas brillaban como el oro.

Se inclinó delante de ella y oyó su palabra, muy suave y cortés, cual de quien atrae y estima mucho.

Ella le dijo: "¿Juanito, el mas pequeño de mis hijos, dónde vas?"

El respondió: Señora y Niña mía, tengo que llegar a tu casa de México Tlatilolco, a seguir las cosas divinas, que nos dan y enseñan nuestros sacerdotes, delegados de Nuestro Señor". Ella luego le habló y le descubrió su santa voluntad. Le dijo: "Sabe y ten entendido, tú el más pequeño de mis hijos, que yo soy la siempre Virgen María, Madre del verdadero Dios por quien se vive: del Creador cabe quien está todo: Señor del cielo y de la tierra. Deseo vivamente que se me erija aquí un templo, para en él mostrar y dar todo mi amor, compasión, auxilio y defensa, pues yo soy vuestra piadosa madre, a ti, a todos vosotros juntos los moradores de esta tierra y a los demás amadores míos que me invoquen y en mi confíen; oír allí sus lamentos y remediar todas sus miserias, penas y dolores.

Y para realizar lo que mi clemencia pretende, ve al palacio del Obispo de México y le dirás cómo yo te envío a manifestarle lo que deseo, que aquí me edifique un templo: le contarás puntualmente cuanto has visto y admirado, y lo que has oído. Ten por seguro que te lo agradeceré bien y lo pagaré, porque te haré feliz y merecerás mucho que yo recompense el trabajo y fatiga con que vas a procurar lo que te encomiendo. Mira que ya has oído mi mandato hijo mío el mas pequeño, anda y pon todo tu esfuerzo."

Juan Diego contestó: Señora mía, ya voy a cumplir tu mandato; por ahora me despido de ti, yo tu humilde siervo."
Luego bajó, para ir a hacer su mandato; y salió a la calzada que viene en línea recta a México."


Segunda Aparición:


Habiendo entrado sin delación en la ciudad, Juan Diego se fue en derechura al palacio del obispo que era el prelado que muy poco antes había venido y se llamaba Fray Juan de Zumárraga, religioso de San Francisco. Apenas llegó trató de verle; rogó a sus criados que fueran a anunciarle. Y pasado un buen rato, vinieron a llamarle, que había mandado el señor Obispo que entrara.

Luego que entró, en seguida le dio el recado de la Señora del Cielo; y también le dijo cuanto admiró, vio y oyó. Después de oír toda su plática y su recado, pareció no darle crédito. El Obispo le respondió; "Otra vez vendrás, hijo mío, y te oiré más despacio; lo veré muy desde el principio y pensaré en la voluntad y deseo con que has venido." Juan Diego salió y se vino triste, porque de ninguna manera se realizó su mensaje. En el mismo día se volvió; se vino derecho a la cumbre del cerrito, y acertó con la Señora del Cielo, que le estaba aguardando, allí mismo donde le vio la primera vez: "Señora, la mas pequeña de mis hijas. Niña mía, fui a donde me enviaste a cumplir tu mandato, le vi y le expuse tu mensaje, así como me advertiste; me recibió benignamente y me oyó con atención; pero en cuanto me respondió, apareció que no lo tuvo por cierto. Me dijo: Otra vez vendrás, te oiré mas despacio, veré muy desde el principio el deseo y voluntad con que has venido. Comprendí perfectamente en la manera que me respondió que piensa que es quizás invención mía que tú quieres que aquí te hagan un templo y que acaso no es de orden tuya; por lo cual te ruego encarecidamente, Señora y Niña mía, que a alguno de los principales, conocido y respetado y estimado, le encargues que lleve tu mensaje, para que le crean; porque yo soy solo un hombrecillo, soy un cordel, soy una escalerilla de tablas, soy cola, soy hoja, soy gente menuda, y tú, Niña mía, la mas pequeña de mis hijas, Señora, me envías a un lugar por donde no ando y donde no paro. Perdóname que te cause pesadumbre y caiga en tu enojo, Señora y Dueña mía." Le respondió la Santísima Virgen: "Oye, hijo mío el mas pequeño, ten entendido que son muchos mis servidores y mensajeros a quienes puedo encargar que lleven mi mensaje y hagan mi voluntad; pero es de todo punto preciso que tu mismo solicites y ayudes y que con tu mediación se cumpla mi voluntad. Mucho te ruego, hijo mío el mas pequeño, y con rigor te mando, que otra vez vayas mañana a ver al Obispo. Dale parte en mi nombre y hazle saber por entero mi voluntad: que tiene que poner por obra el templo que le pido. Y otra vez dile que yo en persona, la siempre Virgen Santa María, Madre de Dios, te envía."

Respondió Juan Diego: "Señora y Niña mía, no te cause yo aflicción; de muy buena gana iré a cumplir tu mandato; de ninguna manera dejaré de hacerlo ni tengo por penoso el camino. Iré a hacer tu voluntad, pero acaso no seré oído con agrado; o si fuese oído, quizás no me creerá. Mañana en la tarde cuando se ponga el sol vendré a dar razón de tu mensaje, con lo que responda el prelado. ya me despido, Hija mía, la mas pequeña, mi Niña y Señora. Descansa entretanto". Luego se fue él a descansar a su casa.


Tercera Aparición:


Al día siguiente, domingo muy de madrugada, salió de su casa y se vino derecho a Tlatilolco a instruirse de las cosas divinas y estar presente en la cuenta para ver en seguida al prelado. casi a las diez, se aprestó, después de que se oyó Misa y se hizo la cuenta y se dispersó el gentío. Al punto se fue Juan Diego al palacio del señor Obispo. Apenas llegó, hizo todo empeño para verle: otra vez con mucha dificultad le vio; se arrodilló a sus pies; se entristeció y lloró al exponerle el mandato de la Señora del Cielo, que ojalá que creyera su mensaje y la voluntad de la Inmaculada de erigirle su templo donde manifestó que lo quería. El señor Obispo, para cerciorarse le preguntó muchas cosas, donde la vio y cómo era; y el refirió todo perfectamente al señor Obispo. Más aunque explicó con precisión la figura de ella y cuanto había visto y admirado, que en todo se descubría ser ella la siempre Virgen Santísima Madre del Salvador Nuestro Señor Jesucristo; sin embargo, el (Obispo) no le dio crédito y dijo que no solamente por su plática y solicitud se había de hacer lo que pedía; que, además, era muy necesaria alguna señal para que se le pudiera creer que le enviaba la misma Señora del cielo. Así que lo oyó dijo Juan Diego al Obispo: "Señor, mira cual ha de ser la señal que pides; que luego iré a pedírsela a la Señora del Cielo que me envió acá." Viendo el Obispo que ratificaba todo sin dudar ni retractar nada, le despidió. Mandó inmediatamente unas gentes de su casa, en quienes podía confiar, que le vinieran siguiendo y vigilando mucho a dónde iba y a quién veía y hablaba. Así se hizo. Juan Diego se vino derecho y caminó la calzada; los que venían tras él, donde pasa la barranca, cerca del puente del Tepeyacac, le perdieron; y aunque más buscaran por todas partes, en ninguna le vieron. Así es que se regresaron, no solamente porque se fastidiaron, sino también porque les estorbó su intento y les dio enojo. Eso fueron a informar al señor Obispo, inclinándose a que no le creyera: le dijeron que nomás le engañaba; que nomás forjaba lo que venía a decir, o que únicamente soñaba lo que decía y pedía; y en suma discurrieron que si otra vez volvía le habían de coger y castigar con dureza, para que nunca más mintiera y engañara. Entre tanto, Juan Diego estaba con la Santísima Virgen, diciéndole la respuesta que traía del señor Obispo; la que oída por la Señora le dijo: "Bien está hijito mío, volverás aquí mañana para que lleves al Obispo la señal que te ha pedido; con esto te creerá y acerca de esto ya no dudará ni de ti sospechará; y sábete, hijito mío, que yo te pagaré tu cuidado y el trabajo y cansancio que por mí has emprendido; ea, vete ahora, que mañana aquí te aguardo."


Cuarta Aparición:


"Al día siguiente, lunes, cuando tenía que llevar Juan Diego alguna señal para ser creído, ya no volvió. Porque cuando llegó a su casa, a un tío que tenía, llamado Juan Bernardino, le había dado enfermedad, y estaba muy grave. Primero fue a llamar a un médico y le auxilió; pero ya no era tiempo, ya estaba muy grave. Por la noche, le rogó su tío que de madrugada saliera y viniera a Tlatilolco a llamar a un sacerdote, que fuera a confesarle y disponerle, porque estaba muy cierto de que era tiempo de morir y que ya no se levantaría ni sanaría. El martes, muy de madrugada, se vino Juan Diego de su casa a Tlatilolco a llamar al sacerdote; y cuando venía llegando al camino que sale junto a la ladera del cerrillo del Tepeyacac, hacia el poniente por donde tenía costumbre de pasar, dijo: "Si me voy derecho, no sea que me vaya a ver la Señora, y en todo caso me detenga, para que lleve la señal al prelado, según me previno; que primero nuestra aflicción nos deje y primero llame yo de prisa al sacerdote; el pobre de mi tío lo está ciertamente aguardando." Luego dio vuelta al cerro; subió por entre él y pasó al otro lado, hacia el oriente, para llegar pronto a México y que no le detuviera la Señora del Cielo. Pensó que por donde dió la vuelta no podía verle la que está mirando bien a todas partes. La vio bajar de la cumbre del cerrillo y que estuvo mirando hacia donde antes él la veía. Salió a su encuentro a un lado del cerro y le dijo: "¿Que hay, hijo mío el más pequeño?, ¿a dónde vas?". Se apenó él un poco, o tuvo verguenza, o se asustó. Se inclinó delante de ella y la saludó, diciendo: "Niña mía, la mas pequeña de mis hijas. Señora, ojalá estés contenta. ¿Como has amanecido?, ¿Estás bien de salud, Señora y Niña mía? Voy a causarte aflicción: sabe, Niña mía, que está muy malo un pobre siervo tuyo, mi tío: le ha dado la peste, y está para morir. Ahora voy presuroso a tu casa de México a llamar a uno de los sacerdotes amados de Nuestro Señor, que vaya a confesarle y disponerle; porque desde que nacimos vinimos a aguardar el trabajo de nuestra muerte. Pero sí voy a hacerlo, volveré luego otra vez aquí, para ir a llevar tu mensaje. Señora y Niña mía, perdóname, tenme por ahora paciencia; no te engaño. Hija mía la mas pequeña, mañana vendré a toda prisa."

Después de oír la plática de Juan Diego, respondió la piadosísima Virgen: "Oye y ten entendido hijo mío el mas pequeño, que es nada lo que te asusta y aflije; no se turbe tu corazón; no temas esa enfermedad, ni otra alguna enfermedad y angustia. ¿No estoy yo aquí?, ¿No soy tu Madre?, ¿No estás bajo mi sombra?, ¿No soy yo tu salud?, ¿No estás por ventura en mi regazo?, ¿Qué mas has menester?. No te apene ni te inquiete otra cosa; no te aflija la enfermedad de tu tío, que no morirá ahora de ella; está seguro de que sanó." (Y entonces sanó su tío, según después se supo). Cuando Juan Diego oyó estas palabras de la Señora del Cielo consoló mucho; quedó contento. Le rogó que cuanto antes se despachara a ver al señor Obispo, a llevarle alguna señal y prueba, a fin de que creyera. La Señora del Cielo le ordenó luego que subiera a la cumbre del cerrito, donde antes la veía. Le dijo: "Sube, hijo mío el mas pequeño, a la cumbre del cerrito; allí donde me viste y te di órdenes, hallarás que hay diferentes flores; córtalas, júntalas, recógelas; en seguida baja y tráelas a mi presencia." Al punto subió Juan Diego al cerrillo. Y cuando llegó a la cumbre, se asombró mucho de que hubieran brotado tantas varias exquisitas rosas de Castilla, antes del tiempo en que se dan, porque a la sazón se encrudecía el hielo. Estaban muy fragantes y llenas del rocío de la noche, que semejaba perlas preciosas. Luego empezó a cortarlas; las juntó todas y las hecho en su regazo. La cumbre del cerrito no era lugar en que se dieran ningunas flores, porque tenía muchos riscos, abrojos, espinas, nopales y mezquites; y si se solían dar hierbecillas, entonces era el mes de diciembre, en que todo lo come y echa a perder el hielo. Bajó inmediatamente y trajo a la Señora del Cielo las diferentes flores que fue a cortar; la que, así como las vio, las cogió con su mano y otra vez se las echó en el regazo, diciéndole: "Hijo mío el mas pequeño, esta diversidad de flores es la prueba y señal que llevarás al Obispo. Le dirás en mi nombre que vea en ella mi voluntad y que él tiene que cumplirla. Tú eres mi embajador, muy digno de confianza. Rigurosamente te ordeno que sólo delante del Obispo despliegues tu manta y descubras lo que llevas. Contarás bien todo; dirás que te mandé subir a la cumbre del cerrito, que fueras a cortar flores, y todo lo que viste y admiraste, para que puedas inducir al prelado a que dé su ayuda, con objeto de que se haga y erija el templo que he pedido." Después que la Señora del Cielo le dio su consejo, se puso en camino por la calzada que viene derecho a México; ya contento y seguro de salir bien, trayendo con mucho cuidado lo que portaba en su regazo, no fuera que algo se le soltara de las manos, gozándose en la fragancia de las variadas hermosas flores.


EL MILAGRO DE LA IMAGEN:

Virgen de GuadalupeAl llegar Juan Diego al palacio del Obispo salieron a su encuentro el mayordomo y otros criados del prelado. Les rogó que le dijeran que deseaba verle; pero ninguno de ellos quiso, haciendo como que no le oían, sea porque era muy temprano, sea porque ya le conocían, que solo los molestaba, porque les era inoportuno; además ya les habían informado sus compañeros que le perdieron de vista, cuando habían ido en su seguimiento. Largo rato estuvo esperando Juan Diego. Como vieron que hacía mucho que estaba allí, de pie, cabizbajo, sin hacer nada, decidieron llamarlo por si acaso; además, al parecer traía algo que portaba en su regazo, por lo que se acercaron a él, para ver lo que traía y satisfacerse. Viendo Juan Diego que no les podía ocultar lo que traía, y que por eso le habían de molestar, empujar y aporrear, descubrió un poco que eran flores; y al ver que todas eran diferentes, y que no era entonces el tiempo en que se daban, se asombraron muchísimo de ello, lo mismo de que estuvieran muy frescas, y tan abiertas, tan fragantes y tan preciosas. Quisieron coger y sacarle algunas; pero no tuvieron suerte las tres veces que se atrevieron a tomarlas; porque cuando iban a cogerlas ya no se veían verdaderas flores, sino que les parecían pintadas o labradas o cosidas en la manta. Fueron luego a decirle al señor Obispo lo que habían visto y que pretendía verle el indito que tantas veces había venido; el cual hacía mucho que por eso aguardaba, queriendo verle. Cayó, al oírlo, el señor Obispo en la cuenta de que aquello era la prueba, para que se certificara y cumpliera lo que solicitaba el indito. En seguida mandó que entrara a verle. Luego que entró, se humilló delante de él, así como antes lo hiciera, y contó de nuevo todo lo que había visto y admirado, y también su mensaje. (Juan Diego) le dijo: "Señor, hice lo que me ordenaste, que fuera a decir a mi Ama, la Señora del Cielo, Santa María preciosa Madre de Dios, que pedías una señal para poder creerme que le has de hacer el templo donde ella te pide que lo erijas; y además le dije que yo te había dado mi palabra de traerte alguna señal y prueba, que me encargaste, de su voluntad. Condescendió a tu recado y acogió benignamente lo que pides, alguna señal y prueba para que se cumpla su voluntad. Hoy muy temprano me mandó que otra vez viniera a verte; le pedí la señal para que me creyeras, según me había dicho que me la daría; y al punto lo cumplió; me despachó a la cumbre del cerrillo, donde antes ya la viera, a que fuese a cortar varias flores. Después que fui a cortarlas las traje abajo; las cogió con su mano y de nuevo las echó en mi regazo, para que te las trajera y a ti en persona te las diera. Aunque yo sabía bien que la cumbre del cerrillo no es lugar para que se den flores, porque solo hay muchos riscos, abrojos, espinas, nopales y mezquites, no por eso dudé. Cuando fui llegando a la cumbre del cerrillo vi que estaba en el paraíso, donde había juntas todas las varias y exquisitas rosas de castilla, brillantes de rocío, que luego fui a cortar. Ella me dijo por qué te las había de entregar; y así lo hago, para que en ellas veas la señal que me pides y cumplas su voluntad; y también para que aparezca la verdad de mi palabra y de mi mensaje. Hélas aquí: recíbelas." Desenvolvió luego su manta, pues tenía en su regazo las flores; y así que se esparcieron por el suelo todas las diferentes flores, se dibujó en ella de repente la preciosa imagen de la siempre Virgen Santa María, Madre de Dios, de la manera que está y se guarda hoy en su templo del Tepeyacac, que se nombra Guadalupe. Luego que la vio el señor Obispo, él y todos los que allí estaban, se arrodillaron; mucho la admiraron; se levantaron a verla, se entristecieron y acongojaron, mostrando que la contemplaron con el corazón y el pensamiento. El señor Obispo con lágrimas de tristeza oró y le pidió perdón de no haber puesto en obra su voluntad y su mandato. Cuando se puso de pie desató del cuello de Juan Diego, del que estaba atada, la manta en que se dibujó y apareció la Señora del Cielo. Luego la llevó y fue a ponerla en su oratorio. Un día mas permaneció Juan Diego en la casa del Obispo, que aún le detuvo. Al día siguiente le dijo: "Ea, a mostrar dónde es voluntad de la Señora del Cielo que le erijan su templo." Inmediatamente se invitó a todos para hacerlo.


EL MISTERIO DE LOS OJOS DE LA VIRGEN:

Rostro de la Virgen de GuadalupeEl 27 de marzo de 1956. En lo que constituye el primer reporte emitido por un médico sobre los ojos de la imagen, él certifica la presencia del triple reflejo (Efecto de Samson-Purkinje) característico de todo ojo humano normal vivo y afirma que las imágenes resultantes se ubican exactamente donde deberían estar según el citado efecto, y también que la distorsión de las imágenes concuerda perfectamente con la curvatura de la córnea. Ese mismo año otro oftalmólogo, el Dr. Rafael Torrija Lavoignet, examinó los ojos de la imagen ya con mas detenimiento y con la utilización de un oftalmoscopio. El Dr. Lavoignet reporta la aparente figura humana en las córneas de ambos ojos, con la ubicación y distorsión propias de un ojo humano normal, notando además una inexplicable apariencia "viva" de los ojos al ser examinados. Varias otras inspecciones de los ojos han sido realizadas por médicos oftalmólogos luego de éstas iniciales. Con mayores o menores detalles todas concuerdan en general con las dos primeras aquí expuestas. en 1979, por el Dr. José Aste Tonsmann, un graduado de la Universidad de Cornell trabajando para IBM en procesamiento digital de imágenes, al digitalizar éste a altas resoluciones una muy buena fotografía de la cara de la Virgen tomada directamente de la tilma original. Luego de procesar las imágenes de los ojos por diversos métodos para eliminar "ruidos" y destacar detalles el Dr. Tonsmann realizó lo que serían increíbles descubrimientos: no solamente era claramente visible en ambos ojos el "busto humano", sino también por lo menos otras cuatro figuras humanas eran también visibles en ambos ojos.

El Dr. Aste Tonsmann publicará en unos meses mas sus últimos estudios efectuados sobre los ojos en la tilma, con completos detalles y fotografías. Quizás uno de los aspectos mas fascinantes de su trabajo es su opinión de que Nuestra Señora no solo nos dejara su imagen impresa como prueba de su aparición sino también ciertos mensajes que permanecieron escondidos en sus ojos para ser revelados cuando la tecnología permitiese descubrirlos y en el tiempo en que fueran mas necesarios.


APARICIÓN A JUAN BERNARDINO:


No bien señaló Juan Diego dónde había mandado la Señora del Cielo que se levantara su templo, pidió licencia de irse. Quería ahora ir a su casa a ver a su tío Juan Bernardino; el cual estaba muy grave cuando le dejó y vino a Tlatilolco a llamar un sacerdote, que fuera a confesarle y disponerle, y le dijo la Señora del Cielo que ya había sanado. Pero no le dejaron ir solo, sino que le acompañaron a su casa. Al llegar vieron a su tío que estaba muy contento y que nada le dolía. Se asombró mucho de que llegara acompañado y muy honrado su sobrino; a quien preguntó la causa de que así lo hicieran y que le honraran mucho. Le respondió su sobrino que, cuando partió a llamar al sacerdote que le confesara y dispusiera, se le apareció en el Tepeyacac la Señora del Cielo; la que, diciéndole que no se afligiera que ya su tío estaba bueno, con mucho se consoló, le despachó a México, a ver al señor Obispo, para que le edificara una casa en el Tepeyacac. Manifestó su tío ser cierto que entonces le sanó y que la vio del mismo modo en que se aparecía a su sobrino; sabiendo por Ella que le había enviado a México a ver al Obispo. También entonces le dijo la Señora de cuando él fuera a ver al Obispo, le revelara lo que vio y de que manera milagrosa le había sanado; y que bien le nombraría, así como bien había de nombrarse su bendita imagen, la siempre Virgen Santa María de Guadalupe.

Trajeron luego a Juan Bernardino a presencia del señor obispo; a que viniera a informarle y atestiguar delante de él. A ambos, a él y a su sobrino, los hospedó el Obispo en su casa algunos días, hasta que se erigió el templo de la Reina en el Tepeyacac, donde la vio Juan Diego. El señor Obispo trasladó a la Iglesia Mayor la santa imagen de la amada Señora del Cielo: la sacó del oratorio de su palacio donde estaba, para que toda la gente viera y admirara su imagen.


http://www.vatican.va/news_services/liturgy/saints/img/20020731_juan-diego.jpg


SAN JUAN DIEGO: "Juanito, Juan Dieguito", le llamó la Virgen, "el mas pequeño de mis hijos... hijito mío."


EL CULTO GUADALUPANO:


Su culto, localizado en un principio en el valle de México, más tarde se extendió por todo el vasto territorio de la Nueva España y aún más allá, y por todas partes dejó muy vivas manifestaciones de su presencia. De una devoción circunscrita, en sus inicios, a los naturales, pasó a ser la de los mestizos y los criollos, y pronto se universalizó. Todo ello testimoniado por las muchas reproducciones de su imagen, por los templos y altares que se le levantaron, por las obras devotas, teológicas, históricas y literarias que a Ella se dedicaron.

SIGNIFICADO DEL GUADALUPANISMO:


La virgen de Guadalupe, con gran regocijo popular, fue reconocida por el papado y la monarquía española como la patrona de Nueva España. El nuevo culto proporcionó fundamento espiritual autónomo para la iglesia Mexicana, pues a partir de entonces se afirmó la idea de que la cristiandad Americana surgió, gracias a la intervención de la virgen de Guadalupe. Los criollos, los indígenas y las castas se unieron en la veneración de la Guadalupana, que representaba a la patria criolla. Esta veneración se convirtió en factor de unidad nacional. La imagen sería invocada y expuesta como un remedio contra las sequías, las inundaciones y las epidemias y, mas tarde, los insurgentes la adoptaron como estandarte político. De este modo surgió un símbolo nacional, reconocido por la inmensa mayoría de habitantes de Nueva España, símbolo que liberó a los criollos de su origen español, los desligó de España y les permitió identificarse con la tierra donde vivían.


LAS ESTRELLAS DEL MANTO:



En el manto de la Virgen de Guadalupe se encuentra representado con mucha fidelidad, el cielo del solsticio de invierno de 1531 que tuvo lugar a las 10:40 del martes 12 de diciembre, hora de la ciudad de México. Están representadas todas las constelaciones, que se extienden en el cielo visible a la hora de la salida del sol, y en el momento en que Juan Diego enseña su tilma (capa azteca) al obispo Zumárraga. En la parte derecha del manto se encuentran las principales constelaciones del cielo del Norte.

En el lado izquierdo las del Sur, visibles en la madrugada del invierno desde el Tepeyac. El Este se ubica arriba y el Oeste en la porción inferior. Como el manto está abierto, hay otros agrupamientos estelares que no están señalados en la imagen, pero se encuentran presentes en el cielo. Así la Corona Boreal, se ubica en la cabeza de la Virgen, Virgo en su pecho, a la altura de las manos, Leo en su vientre, justo sobre el signo del Nahui Ollin, con su principal astro denominado Régulo, el pequeño rey. Gemini, los gemelos, se encuentran a la altura de las rodillas, y Orión, donde está el Ángel. En resumen, en el manto de la Guadalupana se pueden identificar las principales estrellas de las constelaciones de invierno. Todas ellas en su lugar, con muy pequeñas modificaciones.


LA IMAGEN DESDE EL PUNTO DE VISTA ESTÉTICO:


Con respecto a un análisis de la pintura de la Virgen de Guadalupe, puede decirse que se trata de un cuadro de belleza extraordinaria. De acuerdo con Alberti, en una pintura debe observarse en términos generales el color, la línea y la composición. Con respecto a esta última, se define como la unión armónica de las partes para formar un todo, constituyendo unidad en la diversidad de los objetos. Una de las formas más bellas de lograrla, es por medio de la llamada proporción dorada, áurea o divina. Está formada por un cuadrado al que se le agrega un rectángulo, para formar un espacio donde el lado menor corresponde al mayor en una relación de 1 a 1.6181... denominada número áureo".

Partiendo de la costura central de la Tilma de Juan Diego, la proporción dorada se identifica con evidente claridad en la imagen de la Virgen de Guadalupe. Ella le confiere una especial belleza y además, al coincidir en su desarrollo, con prácticamente todos los elementos de la figura, refuerza su integridad y refuta de manera contundente, la extraña idea de que se le han hecho añadidos. Es también un importante argumento, para demostrar el gran valor estético de la imagen, a la que no se le puede añadir ni quitar de su lugar ningún elemento, sin deteriorar su belleza. Hace también improbable, desde el punto de vista estadístico, que se encuentren en la pintura tantas señales de diferentes disciplinas, y que hayan sido fruto de la casualidad.


TEOLOGÍA DEL ACONTECIMIENTO GUADALUPANO:


La palabra Teología da idea de experiencias y comunicaciones en torno a Dios. El Acontecimiento Guadalupano es una compleja y rica irrupción de Dios en nuestro mundo. María de Guadalupe se presenta como la Madre de Dios, con los nombres con que es conocido por los mexicas, aztecas habitantes del Valle de México. Se da a conocer como Madre de "In huel nelli Teotl" -Verdadero Dios que es Raíz de Todo-, de "Ipalnemohuani" -Aquel por Quien Vivimos y Todo se Mueve-, de "Teyocoyani" -Creador de las Personas-, de "Tloque Nahuaque" -Creador del Cerca y del Junto-, de "Ilhuicahua in tlacticpaque" -Señor del Cielo y de la Tierra. Es importantísimo descubrir la manifestación de Dios a través de todo el Evento Guadalupano. Los colores, los números, los nombres, los símbolos, los procedimientos, los resultados... Es decir, a la luz de la cultura y religión mexica.

El Evento Guadalupano es un verdadero Evangelio. Esta palabra, proveniente del griego, quiere decir "Buenas Noticias". Y en verdad el Acontecimiento encierra diferentes Buenas Nuevas, y no solo una. La Virgen de Guadalupe -Tlecuauhtlapcopeuh- es "La que Procede de la Región de la Luz como Aguila de Fuego-. Y el Fuego que la transforma en Sol es el Niño-Sol que lleva en su seno. Es la Noticia portadora de Alegría. Es Buena Noticia porque Guadalupe reivindica a Juan Diego en su dignidad de persona, de protagonista responsable, capaz de llevar una encomienda a su culminación exitosa. Su Buena Noticia es una palabra eficaz. Cura sin duda al tío Bernardino que ya agoniza a causa de una enfermedad mortal. Juan Bernardino personifica al Pueblo Mexicano conquistado, abatido, contagiado. Pero Guadalupe transforma al Tepeyacac en un jardín de raras, exquisitas, frescas, aromáticas y significativas rosas. No era tiempo ni el lugar apropiado para que las hubiera. Nuestra Señora transforma también el corazón de quien se ubicaba en el Centro Religioso Fray Juan de Zumárraga, para aceptar las indicaciones que vienen desde la periferia. Tlatelolco reconocería la fuerza de lo verdadero que emerge del mundo de los conquistados. De todos ellos se hará Eco y Voz Santa María de Guadalupe desde el TEPEYAC.


LA FIESTA

Para los mexicanos la fiesta de la Virgen de Guadalupe es la más importante a nivel nacional. Un gran número de personas desde diferentes puntos del país acuden en peregrinación hasta el santuario o Basílica de Guadalupe utilizando diferentes medios de transporte, ya que estos van desde el ir en automóvil, autobús, bicicleta o simplemente a pie, lo hacen con la finalidad de dar gracias por los favores recibidos, para solicitarle ayuda o simplemente por tradición.
En la explanada de afuera del templo puedes ver danzas prehispánicos, de la época colonial o bien un tanto modernos, si bien todos los asistentes coinciden en una cosa, el gran amor que le profesan a la "morenita"; la noche previa al gran día la virgencita recibe en su casa "mañanitas" de parte de un gran número de personas, todas ellas dispuestas a manifestar ese gran amor que sienten por ella por medio de cantos (ahí puedes ver a gran número de artistas y grupos de famosos cantándole a su reina y madre del cielo).

El pasado 12 de Diciembre de 1998, la Basílica de Nuestra Señora de Guadalupe recibió la visita de aproximadamente 6 millones de fieles.

Pío X en 1910, la declaró "Celestial Patrona de América Latina" y Pío XII la llamó en 1945, Emperatriz de las Américas.

Tomado de Ewtn

Fonte:devoción católica

DOCE DE DICIEMBRE: FELICIDADES A SANTA MARÍA DE GUADALUPE EN SU DÍA





Oración a la Virgen de Guadalupe

¡Oh Virgen Inmaculada, Madre del verdadero Dios y Madre de la Iglesia! Tú, que desde este lugar manifiestas tu clemencia y tu compasión a todos los que solicitan tu amparo; escucha la oración que con filial confianza te dirigimos y preséntala ante tu Hijo Jesús, único Redentor nuestro.

Madre de misericordia, a ti, que sales al encuentro de nosotros, los pecadores, te consagramos en este día todo nuestro ser y todo nuestro amor. Te consagramos también nuestra vida, nuestros trabajos, nuestras alegrías, nuestras enfermedades y nuestros dolores.

Da la paz, la justicia y la prosperidad a nuestros pueblos; ya que todo lo que tenemos y somos lo ponemos bajo tu cuidado, Señora y Madre nuestra.

Queremos ser totalmente tuyos y recorrer contigo el camino de una plena fidelidad a Jesucristo en su Iglesia: no nos sueltes de tu mano amorosa.

Virgen de Guadalupe, Madre de las Américas, te pedimos por todos los Obispos, para que siendo fieles al magisterio infalible de la Iglesia y fuertes en el testimonio de su fe, conduzcan a sus rebaños por senderos de intensa vida cristiana, de amor y de humilde servicio a Dios y a las almas.

Contempla esta inmensa mies, y intercede para que el Señor infunda hambre de santidad en todo el Pueblo de Dios, y otorga abundantes vocaciones de sacerdotes y religiosos, fuertes en la fe, y celosos dispensadores de los misterios de Dios.

Concede a nuestros hogares la gracia de amar y de respetar la vida que comienza, con el mismo amor con el que concebiste en tu seno la vida del Hijo de Dios. Virgen Santa María, Madre del Amor Hermoso, protege a nuestras familias, para que estén siempre muy unidas, y bendice la educación de nuestros hijos.

Esperanza nuestra, míranos con compasión, enséñanos a ir continuamente a Jesús y, si caemos, ayúdanos a levantarnos, a volver a él, mediante la confesión de nuestras culpas y pecados en el Sacramento de la Penitencia, que trae sosiego al alma.

Te suplicamos, que nos concedas un amor muy grande a todos los santos Sacramentos, que son como las huellas que tu Hijo nos dejó en la tierra.

Así, Madre Santísima, con la paz de Dios en la conciencia, con nuestros corazones libres de mal y de odios podremos llevar a todos la verdadera alegría y la verdadera paz, que vienen de tu Hijo, nuestro Señor Jesucristo, que con Dios Padre y con el Espíritu Santo, vive y reina por los siglos de los siglos.

Amén.
fonte:Catolicidad