quarta-feira, 6 de março de 2013

Bento XVI considera que a recuperação da prática da «Lectio Divina», meditação orante da Sagrada Escritura, trará uma «nova primavera espiritual» para a Igreja.

A «Lectio divina» poderia trazer uma nova primavera espiritual, sugere Bento XVI2005-09-19 
Bento XVI considera que a recuperação da prática da «Lectio Divina», meditação orante da Sagrada Escritura, trará uma «nova primavera espiritual» para a Igreja.

Ao encontrar-se com os mais de 400 especialistas que participam em Roma de um congresso sobre «A Sagrada Escritura na vida da Igreja», o Santo Padre recomendou esta antiga prática que literalmente quer dizer «leitura de Deus».

«A leitura assídua da Sagrada Escritura acompanhada pela oração permite este íntimo diálogo no qual, através da leitura, escuta-se Deus que fala, e através da oração, responde-se com uma confiada abertura do coração», afirmou o Papa.

Esta proposta recebeu nos últimos quarenta anos um novo impulso em toda a Igreja após a publicação da constituição dogmática «Dei Verbum», do Concílio Vaticano II (18 de novembro de 1965).

«Se se promove esta prática com eficácia, estou convencido de que produziria uma nova primavera espiritual na Igreja», assegurou o Papa.

Para dar um novo impulso à «Lectio divina», não duvidou em sugerir «novos métodos, atentamente ponderados, adaptados aos tempos».

«Não há que esquecer que a Palavra de Deus é lâmpada para nossos passos e luz em nosso caminho», concluiu.

Ainda que a leitura orante da Bíblia se remonta aos primeiros cristãos, o primeiro a utilizar a expressão «Lectio divina» foi Orígenes (aproximadamente 185-254), teólogo, que afirmava que para ler a Bíblia com proveito é necessário fazê-lo com atenção, constância e oração.

Mais adiante, a «Lectio divina» converteu-se na coluna vertebral da vida religiosa. As regras monásticas de Pacomio, Agostinho, Basílio e Bento fariam dessa prática, junto ao trabalho manual e a liturgia, a tripla base da vida monástica.

A sistematização da «Lectio divina» em quatro escalas provém do século XII. Ao redor do ano 1150, Guido, um monge, escreveu um livrinho titulado «A escada dos monges», onde expunha a teoria dos quatro degraus: a leitura, a meditação, a oração e a contemplação».

«Essa é a escada pela qual os monges sobem desde a terra até o céu», afirmava.

Fonte Zenit