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“Pois bem! Eis o que diz o Senhor Javé: em minha indignação, desencadearei um furacão, em minha cólera, vou mandar uma tempestade, em eu furor de destruição, farei cair granizo” (Ezequiel, 13, 13).

Não é, pois, de espantar que sobrevenham sucessivas catástrofes, mas apenas perguntar de que natureza, quando e onde será provavelmente a próxima.

Rememoremos algumas mais recentes.
17/08/2017: “Inundações em Bangladesh já afetam 4,5 milhões de pessoas e deixam 56 mortos. As inundações já atingem 26 dos 64 distritos do país, e 470 mil pessoas tiveram que ser levadas para um dos 915 abrigos””[i]
- 30/08/2017: “’Desastre ignorado’: inundações na Índia, Bangladesh e Nepal deixam 1,2 mil mortos e milhões de desabrigados. Índia, Bangladesh e Nepal enfrentam as piores inundações registradas no sul da Ásia em anos. Já são mais de 1,2 mil pessoas mortas, e milhões tiveram de deixar suas casas”[ii].
- 06/09/2017: Três furacões simultâneos atualmente devastam o Atlântico e o Golfo do México. Ao menos 9 pessoas morreram e 7 outras estão desaparecidas nas ilhas de Saint-Martin e Saint-Barthélemy, no Caribe francês. O número dos mortos é de 112[iii].
- 08/09/2017: Terremoto da magnitude de 8,1, no Estado de Oaxaca, o mais forte que o México conheceu em um século, fez pelo menos 58 mortos. Teme-se um tsunami[iv].
Estas são algumas amostras do que está acontecendo em todo o mundo, relacionadas apenas a desastres naturais. Se fôssemos falar dos desastres morais, não haveria espaço suficiente nesta folha.
“Castigai-nos, Senhor, mas com equidade”

Mas a generalidade das pessoas tem o coração contrito e humilhado, como a situação o requer? Infelizmente, não.
Um exemplo, para falar apenas das duas ilhas francesas no Caribe, Saint-Martin e Saint-Barthélemy, arrasadas pelo tufão Irma. Uma das principais preocupações de muitos moradores — se não de todos — diz respeito à estação de turismo, que deve começar em dezembro e é muito concorrida.
O site franceinfo entrevistou alguns dos atingidos pela catástrofe nessas ilhas. Um deles, um economista, manifestou assim sua preocupação: “É preciso reconstruir o mais rapidamente possível, de modo a não perder a estação turística”. Quer dizer, a preocupação é ganhar dinheiro.
Pior: as pilhagens em meio ao caos

Uma habitante da ilha de Saint-Martin, entrevistada pelo mesmo site, disse à reportagem: “O que me chocou e desolou verdadeiramente foram as pilhagens, as lutas por uma televisão, por um ventilador”, em meio ao caos das lojas atingidas.
Deve-se por isso temer que ocorra com eles o que diz o Levítico:
“Se apesar desses castigos não vos quiserdes corrigir, mas vos obstinardes em resistir-me, eu vos resistirei por minha vez e vos ferirei sete vezes mais, por causa dos vossos pecados” (Levítico 26, 23-24).
Uma voz discordante

Lembrando-se de que na liturgia antiga da Igreja há procissões e preces para essas ocasiões, o Pe. John Zuhlsdorf recomendou em seu blog aos bispos e ao clero da região que as fizessem com seus fiéis, para implorar a misericórdia de Deus. E para que tivessem maior eficácia, que fossem feitas segundo o antigo cerimonial da Igreja.
Assim, ele recomenda que o bispo, “de pé nos degraus de sua respectiva catedral, vestido com capa magna e mitra, cercado pelo clero, com a cruz na mão, pronuncie — como está no Ritual Romano tradicional —, a Ladainha de todos os Santos, com as preces deprecatórias contra as tempestades, tocando os sinos da catedral”, pois estes são um sacramental, e seu soar ajuda a afastar as tempestades.
Se o episcopado e o clero dessas regiões atingidas tivessem agido assim, teríamos o que está dito no II livro dos Macabeus: “Suplico aos que lerem este livro [ou este artigo], que não se deixem abater por esses tristes acontecimentos, mas que considerem que esses castigos tiveram em mira não a ruína, mas a correção de nossa raça” (II Mac 6, 12)
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Notas: