1ª aparição: à procura de gravetos para suportar o frio

Bernadette prontificou-se a colher gravetos num bosque vizinho. Iria junto com umas amigas que também tinham necessidade. Louise, a mãe, não queria pois a saúde de Bernadette, que padecia de asma, andava fraca.
Porém, a necessidade e a insistência da filha levaram-na a aceitar. Aliás, Louise, ainda venderia uma parte daqueles gravetos e conseguiria fazer mais uma pobre sopa quente para o marido e os filhos naquela noite.
Bernadette foi, como sempre, levando seu terço no bolso. A mãe fez questão que voltasse para assistir às vésperas na igreja.
As meninas partiram com a ingênua alegria das almas sofridas, despretensiosas, generosas e sacrificadas.
Elas discutiram um pouco onde achar os melhores gravetos sem contrariar os proprietários dos bosques. Disputaram um pouquinho sobre o caminho a percorrer. Afinal puseram-se de acordo. Bernadette saiu na frente indicando a estrada.
Ouçamo-la contar ela própria o que então sucedeu.
“A primeira vez que fui à gruta, era quinta-feira, 11 de fevereiro. Fui para recolher galhos secos com outras duas jovens. Quando estávamos no moinho, eu lhes perguntei se queriam ver onde a água do canal se encontrava com o Gave. Elas me responderam que sim. De lá, seguimos o canal e nos encontramos diante de uma gruta, não podendo mais prosseguir.
“Minhas duas companheiras se colocaram em condição de atravessar a água que estava diante da gruta. Elas a atravessaram e começaram a chorar. Perguntei-lhes por que choravam, e disseram-me que a água estava gelada. Pedi que me ajudassem a jogar pedras na água, para ver se podia passar sem tirar meus sapatos, mas disseram-me que devia fazer como elas, se quisesse. Fui um pouco mais longe, para ver se podia passar sem tirar meus sapatos, mas não poderia”.
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“Então, regressei diante da gruta e comecei a tirar os sapatos. Tinha acabado de tirar a primeira meia, quando ouvi um barulho como se fosse uma ventania. Então girei a cabeça para o lado do gramado, do lado oposto da gruta. Vi que as árvores não se moviam, então continuei a tirar meus sapatos.
“Ouvi mais uma vez o mesmo barulho. Assim que levantei a cabeça, olhando a gruta, vi uma Dama vestida de branco. Tinha um vestido branco, um véu branco, um cinto azul e uma rosa em cada pé, da cor da corda do seu terço.
“Eu pensava ser vítima de uma ilusão. Esfreguei os olhos, porém olhei de novo e vi sempre a mesma Dama. Coloquei a mão no bolso, para pegar o meu terço. Queria fazer o sinal da cruz, mas em vão. Não pude levar a mão até a testa, a mão caía. Então o medo tomou conta de mim, era mais forte que eu. Todavia, não fugi. A Dama tomou o terço que segurava entre as mãos e fez o sinal da cruz. Minha mão tremia, porém tentei uma segunda vez, e consegui. Assim que fiz o sinal da cruz, desapareceu o grande medo que sentia, e fiquei tranqüila.
“Coloquei-me de joelhos. Rezei o terço, tendo sempre ante meus olhos aquela bela Dama. A visão fazia escorrer o terço, mas não movia os lábios. Quando acabei o meu terço, com o dedo Ela fez-me sinal para me aproximar, mas não ousei. Fiquei sempre no mesmo lugar. Então desapareceu imprevistamente.
“Comecei a tirar a outra meia para atravessar aquele pouco de água que se encontrava diante da gruta, para alcançar as minhas companheiras e regressarmos. No caminho de volta, perguntei às minhas companheiras se não haviam visto algo.
“— Não.
“Perguntei-lhes mais uma vez, e disseram-me que não tinham visto nada. Eu lhes roguei que não falassem nada a ninguém. Então elas me interrogaram:
“— E tu viste algo?
“Eu lhes disse que não.
“— Se não viste nada, eu também não.
“Pensava que tinha me enganado. Mas retornando a casa, na estrada me perguntavam o que tinha visto. Voltavam sempre àquele assunto. Eu não queria lhes dizer, mas insistiram tanto, que decidi dizê-lo, mas na condição de que não contassem para ninguém. Prometeram-me que manteriam o segredo. Mas assim que chegaram às suas casas, a primeira coisa que contaram foi que eu tinha visto uma Dama vestida de branco. Esta foi a primeira vez”.
TODAS AS 18 APARIÇÕES DE LOURDES
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Na oitava de Nossa Senhora de Lourdes:
1ª aparição. Nossa Senhora aparece na Gruta
2ª aparição. Santa Bernadette quer tirar a dúvida.
3ª aparição. Nossa Senhora fala pela primeira vez.
4ª aparição. Início da "quinzena".
5ª aparição. Nossa Senhora dá uma oração especial para Santa Bernadette.
6ª aparição: Nossa Senhora pede rezar pelos pecadores.
7ª aparição: Nossa Senhora dá três segredos.
8ª aparição: “Penitência, penitência, penitência!”
9ª aparição: Nossa Senhora manda se lavar na fonte e comer grama.
10ª aparição: Santa Bernadette manda os presentes imitarem seus atos de piedade.
11ª aparição: os presentes voltam a imitar os atos de piedade da santa.
12ª aparição: única assistida por um sacerdote.
13ª aparição: Nossa Senhora pede uma capela e a procissão.
14ª aparição: pároco zomba dos pedidos.
15ª aparição: última da "quinzena".
16ª aparição. "Eu sou a Imaculada Conceição".
17ª aparição. O “milagre do círio”.
18ª e última aparição.
Na festa de Nossa Senhora de Lourdes
Mas, as multidões, acorrendo à gruta, vendo-a e imitando-lhe os gestos de piedade, tinham uma certeza inabalável da realidade das aparições.
Por assim dizer, os fiéis “viam” Nossa Senhora em Santa Bernadette, e experimentavam sua influência indizivelmente benéfica ao imitarem seus gestos.
A partir de então, Nossa Senhora continuou a exercer em Lourdes essa misteriosa ação de presença sobre os que lá vão rezar, a qual constitui talvez o maior milagre daquele privilegiado lugar onde o Céu osculou a Terra.
Por meio dessa ação, Ela restaura as forças de seus filhos e simples fiéis, impulsionando-os com sinais sensíveis a se somarem à coligação dos bons para pôr cobro ao reinado do caos infernal.
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AVE MARIA DE LOURDES
FINAL DA PROCISSÃO DAS VELAS
fonte:luzes da esperança