sábado, 14 de junho de 2014

Mons. Nicola Bux: O escopo último da liturgia é o encontro com o mistério, a redescoberta de uma nova sensibilidade, um adequado espaço para o sagrado, para o silêncio, para a escuta, para evitar que a liturgia se transforme – como infelizmente sói acontecer – em “exibição de actores e inundação de palavras”.



Fotos da Missa Tridentina da Vigília de Natal na Paróquia de S.Vicente de Paulo, em Toronto no Canadá

Liturgia, segundo Mons. Bux

Sua apresentação em Bari, na Itália, foi assunto da edição de hoje do L’Osservatore Romano. Eis alguns excertos:

“Está nascendo um novo movimento litúrgico que mira as liturgias de Bento XVI; não bastam as instruções preparadas pelos peritos, desejamos liturgias exemplares que nos façam encontrar Deus. (...) O método escolhido pelo Papa para a renovação da vida litúrgica é o de oferecer como modelo exemplar as liturgias que celebra.

Impressiona-me que alguns se esquivam dizendo que aguardam as determinações do Papa. Temos assistido ao modus celebrandi do Santo Padre, basta imitá-lo sem esperar ulteriores instruções. Todas as escolhas do Papa são motivadas por uma teologia litúrgica de fundo, e não saudosismo, formalismo ou esteticismo.

A liturgia como lugar do encontro com o Deus vivo, não um show para tornar a religião interessante, não um museu de formas rituais grandiosas. (...) Missas-show são televisionadas e copiadas em nossas paróquias, em flagrante desrespeito às leis litúrgicas. Mons. Bux também não poupa os que se apegam apenas à exterioridade dos rituais, absolutizando-os.

A liturgia cristã, como o próprio acontecimento cristão, não é feita por nós (Faltou combinar com as comissões litúrgicas nacionais, diocesanas e paroquiais; vá convencer os padres). Um termo como actualização forjou a ideia que nós tivéssemos a capacidade de replicá-la, criar as condições justas para que pudesse ocorrer, de organizá-la, quase como se fôssemos criadores daquilo que afirmamos crer. Na realidade é Jesus Cristo que faz a sagrada liturgia com o Espírito Santo.

Bux
A nós cabe seguir, dar espaço à sua acção. O método à disposição de todos é contemplar o que acontece – se costumava dizer “assistir”, isto é, ad stare – estar diante de sua presença; significa aderir a Algo que vem antes, seguir aquilo que ele realiza em meio a nós, capaz sempre de reverter num segundo a ideia de que o culto seja feito por nós. A liturgia é sagrada e divina porque é uma Coisa que vem do outro mundo.

Obviamente que este dom divino chegou a nós pela mediação da Igreja. Cabe a ela custodiar este precioso depósito de fé e de oração, e como ensina a Instrução Redemptionis Sacramentum 10: "A mesma Igreja não tem nenhum poderio sobre aquilo que tem sido estabelecido por Cristo, e que constitui a parte imutável da liturgia".

Quanto às formas passíveis de mudança, cabe igualmente a Igreja escolher aquelas que mais bem transmitem a ortodoxia da Fé e que já foram provadas pelos séculos e continuam a dar frutos.


Está aberta aos elementos que podem contribuir para seu enriquecimento e pronta a eliminar o que já se tornou obsoleto. Dada a natureza sagrada da Liturgia, sua relação intrínseca com a Lex Orandi e a necessária integridade dos Ritos, decisões neste âmbito cabem ao Sumo Pontífice. O Papa Bento já deixou claro não ser adepto de mudanças frequentes, mesmo quando nitidamente positivas, para não dar a idéia de que a liturgia seja algo em constante reformulação.

Desejamos ajudar a compreender e a celebrar dignamente a liturgia como possibilidade de encontro com a realidade de Deus e causa da moralidade do homem, a enxergar nas degradações sintoma de vazio espiritual indicando o caminho para restaurar-lhe o espírito no signo da unidade da fé apostólica e católica, a promover um debate sério e um caminho educativo seguindo o pensamento e o exemplo do Papa que permita retomar o movimento litúrgico.

É mister olhar para o espírito da liturgia como adoração de Deus Pai por Jesus Cristo no Espírito Santo e como pedagogia para entrar no mistério e de ser transformados em moralidade e santidade.”
Fonte:Oblatvs

Andrea Tornielli, publicou no Il Giornale, uma recensão ao novo livro de Mons. Nicola Bux, “La riforma di Benedetto XVI. La Liturgia fra innovazione e tradizione”, ainda não publicado em português .

Mons. Bux é consultor da Congregação para a Doutrina da Fé, da Congregação para as Causas dos Santos, do Ofício de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice, professor de Liturgia Comparada, vice-presidente do Instituto Ecumênico de Bari e consultor da revista teológica internacional «Communio».

“A reforma de Bento XVI”, por ANDREA TORNIELLI

Não é sempre fácil compreender, na selva das declarações polêmicas e das simplificações jornalísticas, qual seja a verdadeira mensagem que Bento XVI, com o seu exemplo antes mesmo que com sua palavra, pretende dar à Igreja no que concerne à celebração litúrgica. O retorno da cruz ao centro do altar, a recuparação de antigos paramentos e sobretudo a promulgação do motu proprio que em 2007 liberou o rito pré-conciliar estão no centro de debates e discussões, frequentemente polarizados em campos opostos e não isentos de tonalidades extremistas.

Por tudo isso é ocasião de receber como uma boa notícia a publicação do livro de Mons. Nicola Bux, “La riforma de Benedetto XVI (Pieme, pp 128, 12 euros, nas livrarias desde quarta-feira), um volume ágil e ao mesmo tempo denso e documentado, prefaciado por Vittorio Messori.

Um livro que ajuda a “ler” os actos e iniciativas litúrgicas do pontificado ratzingeriano reportando-os ao seu significado mais profundo, sem o qual corre-se o risco de julgá-los como exterioridade nostálgica de uma parte, ou como vinganças restauradores de outra.

Bux, teólogo estimado pelo próprio Pontífice, perito em teologia e liturgia orientais, explica que “a natureza da sagrada liturgia é ser o tempo e o lugar em que seguramente Deus vai ao encontro do homem”, não “alguma coisa a ser construída por nós, algo de inventado para produzir uma experiência religiosa”, sendo ainda “o cantar com o coro das criaturas e o entrar na própria realidade cósmica”.

LITURGIA SOLENE EM PORTUGAL : TRÊS MISSAS NOVAS CEBRADAS SEGUNDO O ESPÍRITO DA HERMENÊNTICA DA CONTINUIDADE PROPOSTA POR SUA SANTIDADE BENTO XVI, UM EXEMPLO A SEGUIR ...



Primera Misa en Portugal

Primera Misa, Novus Ordo, de un nuevo sacerdote, el reverendo don Fábio Bernardino, el pasado 18 de mayo, en la Parroquia de Aljubarrota, Diócesis de Leiria-Fátima, Portugal.

Un saludo a nuestros fieles lectores portugueses.





Primera Misa, Novus Ordo, de un nuevo sacerdote el reverendo don Hélder Ruivo, celebrada el pasado 4 de mayo, en la Capilla del Colegio Nossa Senhora da Assunção, Famalicão, Anadia, Diocese de Aveiro, Portugal. Hermenéutica de la continuidad en la Liturgia: ornamentos, disposición del altar, comunión de rodillas, etc.

Un saludo a todos nuestros lectores de Portugal.








Fotografías de la celebración de la Santa Misa, Novus Ordo, presidida por el reverendo don Paulo Pires, y celebrada el pasado 14 de julio 2013 en Casal de São Brás, Portugal. Este sacerdote fue ordenado el 29 de junio para el Patriarcado de Lisboa.






http://accionliturgica.blogspot.pt/


The stunning beauty of the Traditional Latin Mass, where Calvary is made present before our very eyes.










The stunning beauty of the Traditional Latin Mass, where Calvary is made present before our very eyes. The Traditional Latin Mass is liturgy that points to this Mystery in every way possible. Jesus Christ glorified becomes really and truly present at the Mass — Body, Blood, Soul, and Divinity — under the appearances of bread and wine.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

FOTOS DE MONS. ATHANASIUS SCHNEIDER COMO APÓSTOLO DA MISSA GREGORIANA









Mons.Athanasius Schneider: Motivos teológicos y pastorales para recibir la Comunión en la lengua y de rodillas



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Santa Comunión-la majestad oculta del Amor Divino

15 diciembre 2013, Hong Kong

Seminario de Formación Litúrgica 2013-2014

Conferencia de Mons. Athanasius Schneider, Obispo auxiliar de Astana, Kazajistán, y Obispo titular de Celerina

Traducido por Adelante la Fe

La auténtica renovación y reforma de la vida de la Iglesia tiene que empezar por la renovación de la liturgia, es decir mediante la profundización de la devoción y el temor de Dios en los ritos litúrgicos. Tal renovación de la sagrada liturgia es la expresión más importante del “aggiornamento“, que el Beato Papa Juan XXIII tanto deseaba. San Josemaría Escrivá explicó la palabra “Aggiornamento” muy correctamente de esta manera: “[A]ggiornamento significa sobre todo la fidelidad. . . . la fidelidad delicada, operativa y constante [ ... ] es la mejor defensa contra la vejez del espíritu, la aridez del corazón y la inflexibilidad mental. . . . Sería por lo menos superficial pensar que el aggiornamento consiste principalmente en el cambio” (Conversaciones con Mons.Escrivá de Balaguer, ed. José Luis Illanes, Madrid 2012, pp 152-153). Por tanto, el Concilio Vaticano II dedicó su primer documento a la sagrada liturgia. Entre los principios de la reforma de la liturgia se pueden señalar los tres siguientes:

  1. Que los ritos puedan expresar más claramente su orientación a Dios, al Cielo y a la contemplación (Sacrosanctum Concilium, 2 y 8).

  1. Que la santidad de los textos y los ritos pueda expresarse con mayor claridad (Sacrosanctum Concilium, 21).

  1. Que no debería haber innovaciones, a menos que se conecten orgánicamente con la formas existentes y a menos que traigan auténtica utilidad espiritual (Sacrosanctum Concilium, 23).

La manera en que los fieles reciban la Sagrada Comunión muestra si la Sagrada Comunión es para ellos no sólo la realidad más sagrada, sino la más amada y ven en ella a la Persona más sagrada. La recepción del Cuerpo de Cristo exige, por tanto, fe profunda y pureza de corazón, y al mismo tiempo gestos inequívocos de adoración. Esta fue la característica constante de los Católicos de todas las edades, comenzando por los primeros Cristianos, desde los Cristianos en la época de la Padres de la Iglesia hasta los tiempos de nuestros abuelos y padres. Incluso en los primeros siglos, cuando en algunos lugares la Sagrada Hostia era depositada por el sacerdote en la palma de la mano derecha, o en un tela blanca que cubría la mano derecha de las mujeres, no se permitía a los fieles durante la Santa Misa tocar el pan consagrado con sus dedos. El Espíritu Santo guió a la Iglesia instruyéndola más profundamente sobre la manera de tratar la santa humanidad de Cristo en la Santa Comunión. La Iglesia Romana en el siglo 6 º distribuye la sagrada Hostia directamente en la boca, tal como se testifica en una obra del Papa Gregorio Magno (cf. Dial., 3). En la Edad Media los fieles comenzaron a recibir el Cuerpo de Cristo de rodillas, en una expresión más clara exteriormente de adoración (cf. San Columbano, Regula coenobialis, 9).

En nuestros tiempos, y ya pasaron 40 años, hay una profunda herida en el Cuerpo Místico de Cristo. Esta profunda herida es la práctica moderna de la comunión en la mano, una práctica que difiere esencialmente del rito análogo de los primeros siglos, como se ha descrito anteriormente. Este práctica moderna es la herida más profunda del Cuerpo místico de Cristo, porque se dan en ella las siguientes cuatro deplorables manifestaciones:

  1. Un minimalismo sorprendente en los gestos de adoración y reverencia. En general, en la práctica moderna de la Comunión en la mano hay casi una ausencia de todo signo de adoración.

  1. Un gesto igual a como uno trata a los alimentos comunes, es decir: recoger con los propios dedos la Sagrada Hostia en la palma de la mano izquierda y llevarla uno mismo a la boca. La práctica habitual de tal gesto provoca en un no pequeño número de fieles, y sobre todo en niños y adolescentes, la percepción de que en la Sagrada Hostia no está presente la Divina Persona de Cristo, sino más bien un símbolo religioso, puesto que tratan la Sagrada Hostia exteriormente de igual manera como tratan un alimento común: tocándolo con sus propios dedos y poniendo la comida con los dedos en la propia boca.

  1. La pérdida de numerosos fragmentos de la Santísima Hostia: a menudo caen pequeños fragmentos en el espacio entre el ministro y el comulgante por falta de uso de la bandeja de la Comunión. A menudo, quedan fragmentos de la Sagrada Hostia en la palma y en los dedos de la persona que recibe la comunión y luego se caen. A menudo estos numerosos fragmentos caen al suelo donde son pisoteados por la gente sin darse cuenta siquiera de los fragmentos.

  1. El robo cada vez mayor de las Sagradas Hostias, puesto que la forma de recibirla directamente con la propia mano facilita enormemente el robo.

No hay nada en la Iglesia y en esta tierra, que sea tan sagrado, tan divino, tan vivo y tan personal como la Santa Comunión, ya que es el mismo Señor Eucarístico. Y tales cuatros cosas deplorables suceden con Él. La práctica moderna de la Comunión en la mano nunca ha existido en esta forma concreta. No es comprensible que muchas personas en la Iglesia no reconozcan esta herida, consideren este asunto como algo secundario, y que incluso se pregunten por qué uno habla de este tema. Y lo que es aún más incomprensible: muchos en la Iglesia incluso defienden y difunden esta práctica de la Comunión.

Ha sido constante la creencia y práctica de la Iglesia de que Cristo, realmente presente bajo las especies del pan, tiene que recibir Divina adoración, tanto interna como externamente. Tal acto de adoración es referenciado en la Sagrada Escritura con la palabra griega “proskynesis” (προσκύνησις). Nuestro Señor Jesucristo rechazó las tentaciones del demonio y proclamó el primer deber de todas las criaturas : “Al Señor tu Dios adorarás” (Mt 4:10). El evangelista utiliza aquí la palabra “proskynesis“. En la Biblia, el acto de adoración a Dios era realizado exteriormente de la siguiente manera: de rodillas e inclinando la cabeza hacia la tierra o con postración. Tal acto de adoración lo llevó a cabo el mismo Jesús, su Santísima e Inmaculada Madre, la Virgen María, y San José, cuando como cada año visitaron el Templo de Jerusalén. En este forma de “proskynesis” fue venerado el Cuerpo de Cristo, el Dios encarnado: en primer lugar por los tres reyes magos (Mt 2:11); las numerosas personas que fueron sanadas por Jesús realizaron también este acto exterior de adoración (cf. Mt 8:02, 9:18, 15:25), las mujeres que vieron al Señor resucitado en la mañana de Pascua cayeron en presencia de su cuerpo glorioso y lo adoraron (Mt 28:9), la Apóstoles lo adoraron postrándose cuando vieron el cuerpo de Cristo ascendiendo al Cielo (Mt 28:17; Lc 24:52), los ángeles y todos los santos redimidos y glorificados en la Jerusalén celestial se postran delante adorando la humanidad glorificada de Cristo, simbolizado en el “Cordero” (Ap 4:10).

Este gesto simboliza que es Cristo en la persona del sacerdote quien está alimentando a los fieles. Además, este gesto simboliza la actitud de humildad y el espíritu de infancia espiritual, que el mismo Jesús exige de todos los que quieran recibir el reino de Dios (Mt. 18:03). Durante la Santa Comunión la Hostia Santa es el reino celestial real, porque está Cristo mismo, en cuyo Cuerpo mora la Divinidad (cf. Col 2:9). Por lo tanto el gesto exterior más apropiado para recibir el reino de Dios como un niño, es hacerse pequeño, arrodillarse y permitir ser alimentado como un niño pequeño, abriendo la boca. Sin duda el rito de recibir el Cuerpo Divino de Cristo en la Santa Comunión de rodillas y en la lengua fue elaborado durante varios siglos en la Iglesia con la guía del Espíritu Santo, el Espíritu de santidad y piedad. La abolición de los gestos explícitos de adoración durante la Santa Comunión, que es la abolición de arrodillarse y la abolición del gesto inspirado bíblicamente de la recepción del Cuerpo de Cristo como un niño en la lengua, estoy seguro que no traerá un un florecimiento más fuerte de la fe ni de la devoción eucarística. Las siguientes palabras del Concilio Ecuménico de Trento permanecen siempre válidas y siguen siendo muy actuales en nuestros días:

“No queda, pues, motivo alguno de duda en que todos los fieles cristianos hayan de venerar a este santísimo Sacramento, y prestarle, según la costumbre siempre recibida en la Iglesia católica, el culto de latría que se debe al mismo Dios. Ni se le debe tributar menos adoración con el pretexto de que fue instituido por Cristo nuestro Señor para recibirlo; pues creemos que está presente en él aquel mismo Dios de quien el Padre Eterno, introduciéndole en el mundo, dice: Adórenle todos los Angeles de Dios (Heb 1:6)”. Concilio de Trento. Decreto sobre el Santísimo Sacramento de la Eucaristía. Cap. 5


Razones teológicas y litúrgicas para recibir la comunión de rodillas y en la boca

1

La sagrada Hostia es lo más sagrado y grande en esta tierra, porque se trata del Señor Mismo. En consecuencia, debe administrarse de forma que al recibir la Sagrada Comunión se garantice con la mayor seguridad posible contra la pérdida incluso de los más pequeños fragmentos de la hostia consagrada, así como contra el robo de la misma. Además el rito de la Comunión debe expresar de la manera más evidente posible su aspecto sagrado y sublime, debiendo distinguirse claramente del gesto de tomar un alimento profano. Estas exigencias se expresan sin lugar a dudas con el rito de recibir la comunión de rodillas y dejar ser “alimentados” por el sacerdote, que significa permitir que la hostia consagrada puede ponerse en la lengua. Por el contrario, la forma moderna de recibir la hostia consagrada en la palma de la mano, y después ponerla uno mismo en la boca, es más similar a la manera de tomar los alimentos profano (esto difiere esencialmente de un rito similar en la Iglesia Antigua). Tales escenas pueden observarse a menudo en recepciones con “buffet” o en la distribución de dulces en las guarderías.

2

El aspecto interior por sí solo no es suficiente en el culto a Dios, porque Dios se hizo hombre, se convirtió en visible. Una adoración exclusiva o predominantemente interior de la hostia consagrada durante la Comunión con la exclusión del aspecto exterior no es encarnacional. Tal adoración eucarística es “platónica”, es protestante y en última instancia gnóstica. El hombre es esencialmente también visible y corporal. En consecuencia, la adoración del Cuerpo eucarístico de Cristo debe ser necesariamente también exterior y corporal. Tal adoración es adecuada a la dignidad del hombre, aunque el más importante de tales cultos sigue siendo el aspecto interior. Ambos aspectos son inseparables uno del otro.

3

El cuerpo humano entero y cada una de sus partes es un templo del Espíritu Santo. Por lo tanto no es correcto contrastar la mano con la lengua. Uno no debe decir: “La mano es más digna que la lengua”, o al contrario.

4

Quién comete los pecados no es la lengua o la mano, sino la persona. El pecado comienza en los pensamientos y es imputado a la voluntad. Por lo tanto, es incorrecto decir: “Uno peca más con la lengua que con la mano”. La lengua sigue siendo inocente, porque la persona es la que peca con sus facultades del intelecto y de la voluntad.

5

El simbolismo de la boca expresa de una manera más convincente el contenido espiritual y religioso: el beso como una imagen del acto interior y espiritualizado del amor (cf. Cantar de los Cantares; Sal 84:11: “La justicia y la paz se besarán”), pero sobre todo el beso litúrgico o el “santo beso fraterno” (cf. 1 Cor 16:20, etc.) La palabra “adoración” se deriva del latín “os ad os” (de boca en boca). La palabra procede de la boca: se trata de una imagen para la procesión de la PALABRA ETERNA DE DIOS. Jesús sopló de su boca el Espíritu Santo (cf. Jn 20,27).

6

Las palabras “Tomad y comed” (en griego “labete” [ λάβετε ]), Mt 26:26, deben ser traducidas correctamente “Recibid (aceptar) y comed”. Estas palabras fueron dirigidas inmediatamente a los Apóstoles, los sacerdotes de la Nueva Alianza, y no a la totalidad de los fieles. De lo contrario, las palabras “Haced esto en memoria mía” (Lc 22,19), se estarían dirigiendo a la totalidad de los fieles, lo que implicaría que participarían en el sacerdocio ministerial. Por otra parte, la palabra del griego “Lambanein” (λαμβάνειν) no significa el tocar con la mano, sino el acto de la recepción. Esta palabra “lambanein” se encuentra, por ejemplo, en las siguientes expresiones: “recibid el Espíritu de la verdad” (Jn 14:17), “Recibid el Espíritu Santo” (Jn 20, 22), etc. En la recepción de la Sagrada Comunión, la cuestión no es si “tomar o tocar con la mano”, la cuestión es acerca de un profundo acontecimiento espiritual: “que se permita recibir” el sacramento de la Eucaristía con el corazón, con el alma, y también, evidentemente, con el cuerpo y esto convenientemente por la lengua y de rodillas.

7

El Señor resucitado no permitió que su cuerpo glorioso fuera tocado por todo el mundo de forma indiscriminada (“No te acerques a mí”, “No me toques”, Jn 20:17). Sin embargo Él permitió que el Apóstol Tomás, por lo tanto, un sacerdote de la Nueva Alianza, tocara su cuerpo glorioso, y se podría decir su Cuerpo eucarístico (cf. Jn 20,27).

8

En el caso de la práctica de la Comunión en la lengua, una práctica que dura más de un milenio (ya ocurría desde los tiempos del Papa Gregorio el Grande), y en el caso de la Iglesias orientales católicas y de todas las Iglesias ortodoxas y las antiguas Iglesias orientales, donde la Sagrada Comunión se pone en la boca y a menudo incluso con una cuchara, no hay se conocen casos de decesos a causa de infección. Desde el punto de vista higiénico la mano tiene más bacterias que la lengua.

9

Cuando hoy en día uno recibe a una persona importante o venerable, se le atiende con toda una serie de detalles de manera escrupulosa, a nadie se le ocurriría decir: “Uno puede saludar a esta persona con las manos sucias sin lavar o sin signos claros de respeto” (por ejemplo, un rey o un presidente). ¿No es Nuestro Señor, presente bajo las especies de la pequeña hostia, más importante que un presidente o un rey? ¿No se debería en el caso de la recepción del Señor bajo las especies de la hostia tomarse medidas aún más detalladas y escrupulosas que en el caso de recibir a un rey o un Presidente y tratar a sus personas?

10

En el caso de la Comunión en la mano el mismo fiel pone la hostia sagrada en su lengua, en última instancia, también en este caso tenemos la Comunión en la lengua. La diferencia está en lo siguiente: en el caso de la comunión con la lengua es el sacerdote, representando a Cristo en este sagrado momento, quien pone la hostia sagrada en la lengua de los fieles. En el caso de la Comunión en la mano, sin embargo, es el mismo fiel, que pone la sagrada Hostia en su propia lengua.

11

El gesto de “poner la hostia uno mismo en la lengua” expresa sin duda menos el aspecto de la recepción en comparación con el gesto de “permitir que la hostia sea puesta por otra persona”. Este último gesto expresa de una manera muy impresionante la actitud de hacerse niño ante la grandeza de Dios, que está presente en la hostia consagrada. Este gesto expresa también la verdad: “a menos que os hagáis como niños … “ (Mt 18:03 ), y se podría decir : “a menos que sean como lactantes”, pues la Sagrada Escritura dice: “desead, como niños recién nacidos, la leche espiritual no adulterada, para que por ella crezcáis para salvación” (1 Pedro 2:2-3). En última instancia, la “leche espiritual ” es Cristo mismo, y especialmente Cristo en la comida eucarística. Los bebés reciben alimentos sólo por la boca, el adulto, sin embargo, usa sus manos para llevar su alimento a la boca. Las siguientes palabras podrían ser aplicada a la Santa Comunión: “como un niño destetado de su madre; como un niño destetado está mi alma.”. (Salmo 131:2). En efecto, Jesús no ha dicho: “a menos que os hagáis como adultos …”, sino todo lo contrario.

12

Cuando es el caso de lo más Sagrado, del Señor mismo, entonces tiene que ser válido este principio: “atrévete cuanto puedas a alabarle como merece” (“Quantum potes, aude tantum”, secuencia Lauda Sion de Santo Tomás de Aquino). Por lo tanto, aquí tiene que ser válido al máximo, y no el mínimo, tanto del interior como en la reverencia exterior. La pequeñez de la sagrada Hostia no justifica el tratamiento en el momento de la Santa Comunión con gestos minimalistas de adoración y sacralidad.

Razones pastorales para el retorno general de la comunión en la lengua y de rodillas

1

El rito actual de la Comunión en la mano nunca se ha practicado en la Iglesia Católica, ya que la llamada Comunión en la mano en la Iglesia Antigua difería sustancialmente del uso actual, que fue inventado por los calvinistas y que ni siquiera los luteranos aceptaron, los cuales incluso hasta en nuestros días mantienen el rito tradicional de la lengua y de rodillas.

2

El rito de los primeros siglos era de la siguiente manera: el pan consagrado se ponía en el palma de la mano derecha, luego los fieles se inclinaban profundamente (similar a lo que hoy es el gesto “Metanoia” [μετἀνοια] en el rito bizantino) y tomaban la comunión directamente con la boca sin tocar el pan consagrado con los dedos. Era de alguna manera una Comunión por boca, porque los fieles no ponían ellos mismos la comunión en la boca con sus dedos. Por otra parte, los fieles podían recoger con la lengua desde la palma de su mano los fragmentos sueltos del pan consagrado para que ninguno de los fragmentos pudiera perderse. Las mujeres recibían el pan consagrado sobre una tela blanca, llamada “dominicale”.

3

En el rito actual, declarado erróneamente como un rito de la Iglesia antigua, los fieles reciben la hostia no en la derecha sino en la mano izquierda y luego se toma la hostia con los dedos y se pone la Comunión en la boca. Esta manera fue inventada por los calvinistas ya en el siglo 17. Desde el punto de vista del gesto tal rito más bien es como una forma de auto-Comunión e igual que la forma de tomar alimentos comunes.

4

El Papa Pablo VI, dando la posibilidad de un indulto para la Comunión en la mano (cf. Instrucción “Memoriale Domini” de 29 de mayo de 1969), pidió sin embargo que el rito tradicional se conservase en toda la Iglesia: “Este modo de distribuir a la santa comunión [el tradicional], considerando en su conjunto el estado actual de la Iglesia, debe ser conservado”. Además: en el mismo documento la Santa Sede exhorta con vehemencia a los obispos, sacerdotes y fieles a observar diligentemente la ley vigente y confirma una vez más el derecho a recibir la Sagrada Comunión de la manera tradicional (véase ibid.) . Ya durante el Concilio Vaticano II el Siervo de Dios Papa Pablo VI declaró en su encíclica “Mysterium fidei” de 1965 , que no debe ser cambiado el rito de la Santa Comunión con referencia a una costumbre de la Iglesia antigua : “Ni se debe olvidar que antiguamente los fieles, ya se encontrasen bajo la violencia de la persecución, ya por amor de la vida monástica viviesen en la soledad, solían alimentarse diariamente con la Eucaristía, tomando la sagrada Comunión aun con sus propias manos, cuando estaba ausente el sacerdote o el diácono. No decimos esto, sin embargo, para que se cambie el modo de custodiar la Eucaristía o de recibir la santa comunión, establecido después por las leyes eclesiásticas y todavía hoy vigente, sino sólo para congratularnos de la única fe de la Iglesia, que permanece siempre la misma.” (nn. 62-63). Algunos años antes el Siervo de Dios Papa Pío XII, en el mismo sentido, advirtió en contra de cambiar los actuales ritos eucarísticos y costumbres reverentes: “Así como ningún católico sensato puede rechazar las fórmulas de la doctrina cristiana compuestas y decretadas con grande utilidad por la Iglesia, inspirada y asistida por el Espíritu Santo, en épocas recientes, para volver a las fórmulas de los antiguos concilios, ni puede repudiar las leyes vigentes para retornar a las prescripciones de las antiguas fuentes del Derecho canónico; así, cuando se trata de la sagrada liturgia, no resultaría animado de un celo recto e inteligente quien deseara volver a los antiguos ritos y usos, repudiando las nuevas normas introducidas por disposición de la divina Providencia y por la modificación de las circunstancias. Tal manera de pensar y de obrar hace revivir, efectivamente, el excesivo e insano arqueologismo despertado por el ilegítimo concilio de Pistoya, y se esfuerza por resucitar los múltiples errores que un día provocaron aquel conciliábulo y los que de él se siguieron, con gran daño de las almas, y que la Iglesia, guarda vigilante del «depósito de la fe» que le ha sido confiado por su divino Fundador, justamente condenó[53]. En efecto, deplorables propósitos e iniciativas tienden a paralizar la acción santificadora con la cual la sagrada liturgia dirige al Padre saludablemente a sus hijos de adopción.” (Encíclica “Mediator Dei”, nn .81-83).

5

Las razones de Pablo VI a favor del rito tradicional de la Comunión hoy más válidas que nunca:

  1. La creencia sobre la Presencia Real de Cristo en el misterio eucarístico era mucho más profunda en toda la iglesia (cf. ibid.).
  2. La urgencia de una mayor reverencia exterior (cf. ibíd.).
  3. El sentimiento de humildad hacia este sacramento en quien lo recibe (cf.ibid.).

  1. Se trata de una tradición de muchos siglos (cf. ib.).

  1. Se garantiza de una manera más eficaz la solemnidad y la dignidad del momento de la distribución de la comunión (cf. ibíd.).

  1. Se evita de una manera más eficaz el peligro de profanación de las sagradas especies (cf. ib.).

  1. Por la manera tradicional se conserva de una manera más diligente al cuidado de la Iglesia de que ningún fragmento del pan consagrado pueda perderse (cf. ibíd.).

6

Los recelos del Papa Pablo VI se han cumplido de manera indiscutible en base a la experiencia de la comunión en la mano en los últimos 40 años:

  1. La disminución de la reverencia hacia el Santísimo Sacramento del Altar (cf. ibíd.).
  2. Las profanaciones del mismo sacramento (cf. ibíd.).
  3. La alteración de la recta doctrina y la fe eucarística (cf. ibíd.).

7

Las condiciones en las que el Papa Pablo VI concedió la posibilidad de un indulto no han sido observadas o cumplidas, y en general la situación general que inspiraron dichas condiciones generales son hoy bastante peores. Pablo VI requería evitar cualquier peligro (cf. ib.):

  1. El peligro de la caída de la reverencia.
  2. La insinuación de opiniones erróneas sobre la Sagrada Eucaristía
  3. Otras cosas impropias.

8

Por otra parte, el Papa Pablo VI esperaba que la nueva forma del rito de la Comunión traería un aumento de la fe y de la piedad de los fieles (cf. ibíd.). Esta expectativa, sin embargo, se ve contradicha hoy en día por los hechos a causa de la Comunión en la mano.

9

En vista de los peligros reales y teniendo en cuenta la opinión negativa de la mayoría del episcopado católico, que fue consultado sobre este tema en 1968, la Instrucción “Memoriale Domini” indicaba que Pablo VI pensaba que el rito tradicional de administrar la Comunión no debía cambiarse (cf. ibíd.).

10

El rito actual de la Comunión en la mano, que nunca perteneció al patrimonio litúrgico de la Iglesia Católica (porque fue inventado por los calvinistas y difiere sustancialmente del rito en los primeros siglos de la Iglesia), ha causado y sigue causando un daño de dimensiones verdaderamente preocupantes, es decir: dañando la verdadera fe eucarística, la reverencia y el cuidado con el Fragmentos eucarísticos en el límite de lo soportable.

11

La Eucaristía es el culmen y la fuente de toda la vida de la Iglesia (Vaticano II), la Iglesia vive de la Eucaristía (Encíclica y testamento del Beato Juan Pablo II) y la Eucaristía es por consiguiente el corazón mismo de la Iglesia. La verdadera crisis de la Iglesia de hoy se revela en la manera en que esta fuente y este corazón se tratan concretamente. Sin embargo, a causa de la Comunión en la mano y de pie, el Santísimo se trata con un verdadero minimalismo de reverencia exterior y sacralidad, y por otra parte, el pan consagrado, el más precioso tesoro de la Iglesia, se expone con una asombrosa falta de cuidado a una enorme pérdida de fragmentos eucarísticos y al cada vez mayor robo con fines sacrílegos. estos son hechos que nadie de buena fe puede negar.

12



La propia crisis de la Iglesia de hoy es en realidad una crisis de la Eucaristía y más concretamente una crisis causada de manera decisiva por la comunión en la mano, una crisis pronosticada por Pablo VI y demostrada hoy en día por los hechos. Una auténtica reforma de la Iglesia y una nueva evangelización real seguirán siendo menos eficaces si no curamos la enfermedad principal, que es la crisis general Eucarística y más concretamente la crisis provocada por el rito de la Comunión en la mano. La enfermedad se cura más eficazmente no con la cura de los síntomas, sino con la cura de la causa concreta. Se habla sin duda de una manera general y teórica sobre la necesidad de un mayor respeto y cuidado del pan consagrado. Sin embargo, mientras permanezca la causa concreta de la irreverencia y de la dejadez generalizada, es decir, la comunión en mano, los discursos y los programas necesarios de una reforma y de una nueva evangelización no tendrán un gran efecto en el ámbito de la fe y de la piedad eucarística, que es el corazón de la la vida de la Iglesia.

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El más pequeño, el más frágil, el más indefenso hoy en día en la Iglesia es el Señor eucarístico bajo las especies eucarísticas en el momento de la distribución de la Sagrada Comunión. ¿No sería una demanda más lógica de la fe y del amor hacia el Señor eucarístico y una medida pastoral más necesaria prever que podría haber una manera más sagrada y más segura de distribuir la comunión con el fin de defender al Señor en la Eucaristía, que es el más frágil y al mismo tiempo el más sagrado? Esa manera más sagrado y más segura es el rito de la Comunión en la lengua y de rodillas, que ha dado abundantes frutos durante más de mil años, como recordó el Papa Pablo VI y también su sucesores, sobre todo el Papa Benedicto XVI.

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Se pueden aducir razones pastorales a favor de continuar con la práctica de la Comunión en la mano, como por ejemplo el derecho de los fieles a elegir. Este derecho, sin embargo, viola -teniendo en cuenta las proporciones generales de la práctica- el derecho que tiene Jesús Eucarístico, es decir, el derecho a la mayor sacralidad y reverencia posibles. En este sentido se trata del derecho del más frágil en la Iglesia. Todas las razones en favor de la continuación de la práctica de la Comunión en la mano pierden su peso al enfrentar la gravedad de la situación del minimalismo de reverencia y sacralidad, el peligro evidente de la falta de cuidado y la pérdida de fragmentos y del creciente robo de las hostias consagradas. La continuación de la utilización del indulto de la Comunión en la mano no puede decirse que sea una necesidad pastoral, ya que daña la fe y la piedad de los fieles y daña los derechos del Señor Eucarístico mismo

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Grandes santos que reformaron la Iglesia y verdaderas almas apostólicas en la historia de la Iglesia dijeron: el progreso espiritual de una época de la Iglesia se mide por la forma de reverencia y la devoción hacia el Sacramento del Altar. Santo Tomás de Aquino ha expresado esta verdad muy sucintamente: “Sic nos Tu visita, sicut Te colimus” (Santo Tomás de Aquino, himno “Sacris solemniis”): ¡Señor, visítenos en la medida en que te veneramos! Esto es válido también para nuestros días: el Señor visitará a Su Iglesia hoy en día con gracias especiales de una auténtica renovación, tan deseada por el Beato Juan XXIII y los Padres del Concilio Vaticano II, en la medida en que es amado y también venerado de manera visible sobre todo en el momento de la distribución de la Sagrada Comunión.
 

Mons. Athanasius Schneider: 'Siamo nella quarta grande crisi della Chiesa'

Mons. Scneider, Pontificale a West Grinstead nel Sussex
Recentemente, prima di conferire le ordinazioni presso la FSSP di Omaha, Mons. Athanasius Schneider ha tenuto una serie di allocuzioni e conferenze in giro per l'Inghilterra, riconoscendo che oggi la chiesa sta vivendo una «confusione tremenda» tanto che stiamo attraversando la sua «quarta grande crisi».
Il Catholic Herald [qui] ha pubblicato le sue affermazioni in occasione di un'intervista, che ho tradotto e inserisco di seguito. Colpisce la chiarezza e la precisione del vescovo ausiliario soprattutto se la si paragona con l'imprecisione e la confusione dei discorsi cosiddetti «pastorali» della maggior parte dei vescovi di oggi. In precedenza abbiamo pubblicato il suo intervento in occasione del Convegno sul Concilio Vaticano II organizzato dai Francescani dell'Immacolata nel 2010 [qui] e una sua vibrante relazione sulle Cinque piaghe del corpo mistico e liturgico [qui]. Ogni volta che l'ho incontrato, ho trovato un punto di riferimento saldo e corroborante. Il Signore lo benedica lo custodisca e ce lo conservi. Dovrebbero leggere e meditare i "normalisti" che crescono come funghi, persino tra i tradizionisti oggi voltagabbana.
Nulla di nuovo rispetto a quanto andiamo sostenendo da tempo. Ma almeno abbiamo una conferma da parte di un autorevole membro della gerarchia ecclesiale, che non teme di esprimersi in pubblico.

Siamo nella quarta grande crisi della Chiesa
Mons. Athanasius Schneider

Mons. Athanasius Schneider, specialista in liturgia, sta portando avanti una lotta di retroguardia contro gli "abusi" nella Chiesa. Egli afferma che i liberali, collaborando con il "nuovo paganesimo", stanno guidando la Chiesa cattolica verso una scissione.
I problemi sono così gravi, che questa è la quarta grande crisi nella storia della Chiesa, paragonabile alla eresia ariana del IV secolo nella quale è stata coinvolta una grande parte della gerarchia della Chiesa.

Se non avete sentito parlare del vescovo nato in unione Sovietica, ora lo conoscete. Sacerdote studioso e schietto, egli è vescovo ausiliare della lontana Arcidiocesi di Santa Maria in Astana, Kazakistan. Ma questo mese ha ricevuto un'accoglienza da rock star da parte di congregazioni di tutto il paese per il suo tour in Inghilterra e ha abbracciato il cyberspazio per collocarvi una tagliente difesa della Chiesa tradizionale. Ha detto: "Grazie a Dio, internet esiste".

Le sue vedute non sono popolari presso tutti, soprattutto presso alcuni dei suoi colleghi liberali, oppure, dice, presso i media di regime del mondo secolare. Ma chi lo ascolta e lo segue racconta un'altra storia.

Mons. Schneider è meglio conosciuto per il fatto che sostiene che la Santa Comunione dovrebbe essere ricevuta sulla lingua in ginocchio. Egli ripete che è il modo più efficace per favorire il rispetto del Sacramento e per prevenire l'abuso sulle Sacre Specie. Il vescovo 53enne ha anche chiesto chiarimenti (un nuovo Sillabo), rivolto ai sacerdoti, per porre fine alla deriva liturgica e dottrinale su una serie di questioni nello "spirito del Concilio Vaticano II" [qui].

Nella sua intervista, Mons. Schneider ha detto che il trattamento "banale" e casuale del Santissimo Sacramento è parte di una grave crisi nella Chiesa nella quale alcuni, sia tra i laici che tra il clero, non escluse posizioni di autorità, risultano schierati con la società laica. Egli crede che al cuore dei problemi, ci sia l'introduzione strisciante di un'agire centrato sull'uomo, mentre in alcune chiese Dio, nel tabernacolo, in realtà è materialmente messo in un angolo, mentre il sacerdote prende il centro della scena. Mons. Schneider ha sostenuto che questa situazione sta ora venendo al pettine. "Direi che siamo nella quarta grande crisi [della Chiesa], in una confusione tremenda sulla dottrina e la liturgia. Ci siamo già da 50 anni. "

Quanto durerà ancora? «Forse Dio sarà misericordioso verso di noi in 20 o 30 anni."

In autunno, il Sinodo dei Vescovi si riunirà in sessione straordinaria per discutere sula famiglia, alla luce del questionario che Papa Francesco ha invitato i fedeli a compilare, dando loro punti di vista sul matrimonio e sulla sessualità. Si fanno sempre più strada aspettative sul rilassamento delle regole intorno ad una serie di questioni sessuali e riguardo alle persone divorziate che ricevono la Comunione come un segno di "misericordia" dalla Chiesa.

Tali visuali, secondo il vescovo Schneider, rivelano la profondità del problema. "Penso che la questione della ricezione della Santa Comunione da parte dei risposati farà saltare in aria e mostrerà la vera crisi della Chiesa. La vera crisi della Chiesa è l'antropocentrismo e l'abbandono del Cristo-centrismo...

"Questo è il male più profondo: l'uomo, o il clero, ponendosi al centro quando si celebra la liturgia e quando si cambia la verità rivelata da Dio, ad esempio, per quanto riguarda il sesto comandamento e la sessualità umana".

Anche se sostiene che i discorsi di cambiamento vengono principalmente da "media anti-cristiani", egli vede clero e laici cattolici "collaborare" con quello che lui chiama il nuovo paganesimo. Mons. Schneider è particolarmente critico con l'idea che questi cambiamenti devono essere fatti in modo da essere misericordiosi verso coloro ai quali attualmente è vietato ricevere i Sacramenti. È "una sorta di sofisma", egli ha detto. "Non è misericordia, è crudeltà."

Ha suggerito quindi che si tratta di "un falso concetto di misericordia", dicendo: "È paragonabile a un medico che dà dello zucchero ad un paziente [diabetico], anche se sa che lo ucciderà"

Il vescovo ritiene che vi siano evidenti parallelismi con le grandi crisi del passato, quando i sacerdoti erano complici con eresie. Durante l'eresia ariana, ha detto, solo una manciata della gerarchia, da contare sulle dita, ha resistito. "Noi [i cristiani] siamo una minoranza. Siamo circondati da un mondo pagano molto crudele. La tentazione e la sfida di oggi possono essere confrontati con i primi secoli."

Ha aggiunto: "Purtroppo ci sono stati ...membri del clero e persino vescovi che hanno bruciato grani di incenso di fronte alla statua dell'imperatore o di un idolo pagano o che hanno consegnato i libri della Sacra Scrittura, perché fossero bruciati. Tali cristiani collaborazionisti e chierici sono stati chiamati in quei tempi thurificati o traditores".[1]

E anche oggi, ha confermato, abbiamo coloro che collaborano, i nostri "traditori della Fede".

Si ha la percezione che Papa Francesco sia in prima linea in un nuovo atteggiamento liberale proveniente da Roma. Ma Mons. Schneider dice: "Grazie a Dio, Papa Francesco non si è espresso nel modo in cui i mass media si aspettano da lui. Fino ad ora, nelle sue omelie ufficiali, ha espresso cose molto belle della dottrina cattolica. Spero che continuerà a insegnare con chiarezza la dottrina cattolica".

Il vescovo ha detto che spera che "la maggioranza dei vescovi abbia ancora abbastanza spirito cattolico e fede per respingere quanto proposto e non accettarlo".

Tuttavia, si può prevedere una imminente divisione, che porti ad un eventuale rinnovamento della Chiesa sulle linee tradizionali. Ma, egli crede, questo non avverrà prima che la crisi getti la Chiesa ulteriormente nel caos. Alla fine, pensa, il sistema clericale "antropocentrico" ​​crollerà. "Questo edificio ecclesiale liberale crollerà perché non ha radici e non dà frutti", ha detto.

Nel tumulto, il vescovo Schneider, teme che i cattolici tradizionali possano, per un certo tempo, essere perseguitati o discriminati, anche per volere di coloro che hanno "potere nelle strutture esterne della Chiesa". Ma secondo lui avverrà che coloro che sono coinvolti con l' "eresia non prevarranno contro la Chiesa". E, nella speranza, il vescovo ha detto: "Certamente il Supremo Magistero rilascerà una dichiarazione dottrinale inequivocabile, rifiutando ogni collaborazione con le idee neo-pagane."

A questo punto, il vescovo Schneider ritiene che, i moderni thurificati e traditores lasceranno la Chiesa. Ha detto: "Posso presumere che tale separazione interesserà ogni livello di cattolici: laici senza escludere l'alto clero".

Tali osservazioni rendono improbabile che Mons. Schneider possa acquistare popolarità in alcuni ambienti, ma lui sostiene: "È insignificante essere popolari o impopolari. Il primo interesse di ogni membro del clero dovrebbe essere quello di essere popolare agli occhi di Dio e non agli occhi dell'oggi o dei potenti. Gesù ha dato un avvertimento: 'Guai a voi quando gli uomini diranno bene di voi.' "

Ha aggiunto: "La popolarità è falsa ... grandi santi della Chiesa, come Thomas More e John Fisher, hanno respinto la popolarità ... quelli che oggi sono preoccupati per la popolarità sui mass media e nell'opinione pubblica ... saranno ricordati come codardi e non come eroi della Fede".

Mons. Schneider osserva con rammarico che ci sono molti, i cui punti di vista coincidono con quelli del mondo pagano, che "si dichiarano cattolici e anche fedeli al Papa", mentre "coloro che sono fedeli alla fede cattolica o chi promuove la gloria di Cristo nella liturgia sono etichettati come estremisti".

Tali critici potrebbero affermare che la preoccupazione del Vescovo Schneider sulla Santa Comunione equivale a preoccuparsi del numero degli angeli su una capocchia di spillo. Ma il vescovo insiste sul fatto che il trattamento riservato all'Eucaristia è al centro della crisi. "L'Eucaristia è il cuore della Chiesa", ha detto. "Quando il cuore è debole, tutto il corpo è debole."

Egli ha sostenuto che ricevere la Comunione in mano "contribuisce progressivamente alla perdita della fede cattolica nella presenza reale e nella transustanziazione".

Mons. Schneider ha anche respinto l'idea che la preoccupazione per la liturgia è meno importante, o addirittura separata, dalla preoccupazione per i poveri. "Questo è falso. Il primo comandamento che Cristo ci ha dato è stato quello di adorare Dio solo. La liturgia non è un incontro di amici. È nostro compito prioritario adorare e glorificare Dio nella liturgia e anche nel nostro modo di vivere. L'amore per i poveri e il nostro prossimo cresce da una vera adorazione e amore di Dio. È una conseguenza. "

Le convinzioni del vescovo sono state plasmate dalla sua prima infanzia: è cresciuto come un perseguitato nella comunità cattolica tedesca in Unione Sovietica, dove ha anche dovuto frequentare lezioni di ateismo a scuola. Il suo libro Dominus Est [qui] rivela come la comunità cattolica tedesca abbia mantenuto viva la propria fede nonostante le gravi difficoltà e persecuzioni. Nella sua esperienza, la madre e la prozia hanno corso grandi rischi per la loro fede e per sostenere altri nella comunità. Così il vescovo Schneider e la sua famiglia erano inorriditi degli atteggiamenti e delle pratiche liberali in Occidente, soprattutto per quanto riguarda la Santa Comunione, che era stata così rara e così preziosa per i cattolici tedeschi perseguitati dell'Unione Sovietica.

Similmente al ragazzino della storia de I vestiti nuovi dell'imperatore, il vescovo ora si sente in dovere di parlare e lui non riesce a capire perché gli altri non fanno lo stesso. "Sembra che la maggioranza del clero e dei vescovi siano contenti di questo uso moderno della Comunione in mano... Per me questo è incredibile. Come è possibile, quando Gesù è presente nelle piccole Ostie?"[2]

Ha continuato: "C'è il fatto grave della perdita dei frammenti eucaristici. E i frammenti dell'Ostia consacrata sono calpestati. Questo è orribile! Il nostro Dio, nelle nostre chiese, è schiacciato sotto i piedi! "

Mons. Schneider ha ammesso che è "molto triste che mi sento come uno che è grida nel deserto".

Egli ha detto: "È ora che i vescovi alzino la voce per Gesù Eucaristia che non ha voce per difendersi. Ecco, un attacco al Santissimo, è un attacco alla fede eucaristica ".

Ma nonostante le sue preoccupazioni, il vescovo Schneider non è pessimista e ritiene che vi sia già una ondata di sostegno per i valori tradizionali che, nel tempo, rinnovino la Chiesa: "i piccoli nella Chiesa sono state tenuti in basso e trascurati", ha detto. "[Ma] hanno mantenuto la purezza della loro fede e sono loro che rappresentano il vero potere della Chiesa agli occhi di Dio, non quelli che gestiscono.

"Ho parlato con i giovani studenti di Oxford e sono stato molto impressionato da questi studenti. Ero così felice di vedere la loro purezza di fede e le loro convinzioni, e la loro chiara mente cattolica. Questo rinnoverà la Chiesa. Quindi io sono fiducioso e pieno di speranza anche nei confronti di questa crisi nella Chiesa. Lo Spirito Santo vincerà questa crisi con questo piccolo esercito. "

Ha poi aggiunto: "Io non sono preoccupato per il futuro. La Chiesa è la Chiesa di Cristo e Lui è il vero capo della Chiesa, il Papa è solo il vicario di Cristo. L'anima della Chiesa è lo Spirito Santo ed Egli è potente ".

Il Libro “Dominus Est - Riflessioni di un Vescovo dell'Asia Centrale sulla sacra Comunione”, scritto da Mons. Athanasius Schneider, Vescovo Ausiliare di Astana (Kazakhstan), è stato stampato dalla Libreria Editrice Vaticana, con prefazione del Segretario della Congregazione del Culto Divino e della Disciplina dei Sacramenti, Mons. Malcolm Ranjith. [qui]
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1. Termini anticamente usati per designare i cristiani che, nelle persecuzioni, cadevano nell'apostasia. I cosiddetti Lapsi (letteralmente "scivolati"), termine latino usato, nel III e IV secolo, per indicare i cristiani che, sotto la minaccia delle persecuzioni, compirono atti di adorazione verso gli dei pagani. Vigeva la seguente distinzione:
  • Turificati, coloro che avevano bruciato l'incenso agli dei.
  • Sacrificati, coloro che avevano offerto sacrifici agli dei.
  • Libellatici, coloro che si erano procurati documenti falsi che, pur non avendolo fatto, attestavano il loro sacrificio agli dei.
  • Traditores, termine riferito a vescovi e presbiteri che avevano consegnato le Sacre Scritture alle autorità romane. Il termine trae la sua radice dal verbo latino tradere che significava "consegnare" e assunse poi il significato di "tradire", in riferimento a Giuda che aveva consegnato Gesù al sinedrio.
2. Naturalmente si tratta di un uso che deriva da tutto un atteggiamento di fondo sulla liturgia trasformata da Sacrificio che rende possibile il banchetto escatologico, in convito fraterno: da sacrificio di espiazione, di lode, comunione e ringraziamento - protagonista il Signore per il Padre e noi in Lui -, in festa e agape dell'Assemblea. L'uomo e non Dio, al centro.
[Traduzione e note a cura di Chiesa e post concilio]

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Monsenhor Athanasius Schneider:O rito e todos os pormenores ou detalhes do Santo Sacrifício da Missa devem estar orientados no sentido da glorificação e da adoração de Deus . ‘Estamos na quarta grande crise da Igreja’.

 


 
AS CINCO CHAGAS DA LITURGIA
Para falar correctamente da nova evangelização, é indispensável lançar primeiro o nosso olhar sobre Aquele que é o verdadeiro Evangelizador, isto é, Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o Verbo de Deus feito Homem.
O Filho de Deus veio a esta Terra para espiar e resgatar o maior pecado, o pecado por excelência. E este pecado, por excelência, da humanidade consiste na sua rejeição de adorar a Deus, na sua rejeição de Lhe reservar o primeiro lugar, o lugar de honra. Este pecado dos homens consiste no facto de se não prestar já atenção a Deus, no facto de se não ter já o verdadeiro sentido das coisas, isto é, nos pormenores ou pontos de vista que elevam ou nobilitam Deus e a adoração que Lhe é devida, no facto de se não querer já ver Deus, no facto de se não querer já ajoelhar diante d’Ele.
Perante uma tal atitude, a Incarnação de Deus é incômoda ou embaraçosa, como embaraçosa é também, por conseqüência, a presença real de Jesus no mistério Eucarístico, e embaraçosa é também a centralidade da presença Eucarística de Deus nas igrejas. Com efeito, o homem pecador quer pôr-se no centro, tanto no interior da igreja como na celebração Eucarística: quer ser visto, quer ser notado. E é esta a razão pela qual Jesus Eucaristia, Deus Incarnado, presente no Sacrário sob a forma eucarística, se prefere colocar de lado. A própria representação do Crucificado, na Cruz, ao centro do altar, na celebração virada para o povo é embaraçosa, porque então, o rosto do sacerdote passaria a ficar ocultado. Por conseguinte, a imagem do Crucificado, no centro, tal como Jesus Eucaristia, no Sacrário, igualmente no centro, são embaraçosos ou incômodos.
E deste modo, a Cruz e o Sacrário são pura e simplesmente postos de lado. Durante o Ofício, os assistentes devem poder ver ou observar permanentemente o rosto do sacerdote e este tem todo o prazer em se colocar literalmente no centro da Casa de Deus. E se por acaso Jesus Eucaristia é mantido no seu Sacrário, no centro do altar, porque o Ministério dos Monumentos Nacionais, mesmo sob um regime ateu, proibiu, por razões de simples conservação do patrimônio artístico, deslocá-Lo, o sacerdote, muitas vezes, ao longo de toda a celebração litúrgica, volta-Lhe às costas sem escrúpulo algum. LER...
 
 

Dom Athanasius Schneider: ‘Estamos na quarta grande crise da Igreja’.


“É bastante insignificante ser popular ou impopular. Para todo membro do clero, o seu primeiro interesse deveria ser o de ser popular aos olhos de Deus e não aos olhos do mundo de hoje ou dos poderosos. Jesus alertou: ‘Ai de vós, quando vos louvarem os homens.’ Popularidade é algo falso… Os grandes santos da Igreja, como, por exemplo, Thomas More e João Fisher, rejeitaram a popularidade… aqueles que hoje em dia estão preocupados com a popularidade dos meios de comunicação e a opinião pública… serão lembrados como covardes e não como heróis da Fé.”

* * *
Durante uma viagem à Inglaterra, o bispo nascido na União Soviética diz que a Igreja hoje em dia está experimentando uma ‘confusão tremenda’.
Por Sarah Atkinson – Catholic Herald | Tradução: Fratres in Unum.com - Os liberais, colaborando com o “novo paganismo”, estão levando a Igreja Católica em direção a uma divisão, de acordo com Dom Athanasius Schneider, o especialista litúrgico que está travando uma luta contra os “abusos” na Igreja.
Dom Athanasius Schneider celebra Missa Solene Pontifical durante a peregrinação da Latin Mass Society a West Grinstead em Sussex (Foto: Joseph Shaw)
Os problemas são tão sérios que Dom Schneider disse, em uma entrevista na semana passada, que esta é a quarta grande crise na história da Igreja, comparável à heresia ariana do século IV, na qual grande parte da hierarquia da Igreja estava envolvida.
Se você não ouviu sobre o bispo nascido na União Soviética, você o fará. O clérigo sincero e erudito é bispo auxiliar da distante arquidiocese de Santa Maria, em Astana, no Cazaquistão. Mas este mês ele recebeu as boas-vindas de um astro de rock de fiéis de todo o país em sua viagem à Inglaterra e abraçou o ciberespaço para transmitir uma defesa incisiva e tradicional da Igreja. “Graças a Deus, existe a internet,” ele disse.
As opiniões dele não são populares para todo mundo, especialmente para alguns de seus confrades liberais, ou, diz ele, com os meios de comunicação predominantes do mundo secular. Porém, o seu público diz outra história.
Dom Schneider é mais conhecido por defender que a Santa Comunhão deve ser recebida sobre a língua e de joelhos, o que ele insiste ser a maneira mais eficiente para promover o respeito ao Sacramento e impedir abuso das Hóstias Sagradas. O bispo de 53 anos de idade também convocou um esclarecimento (um novo Syllabus de Erros), direcionado ao clero, para pôr um fim ao vale tudo litúrgico e doutrinal em uma série de questões relacionadas ao “espírito do Vaticano II”.
Em sua entrevista, Dom Shneider disse que o tratamento “banal” e casual do Santíssimo Sacramento é parte de uma crise maior na Igreja em que alguns leigos e clérigos, incluindo alguns em cargos de autoridade, estão tomando partido do lado da sociedade secular. O cerne dos problemas, ele acredita, está na introdução furtiva de uma agenda centrada no homem, ao passo que em algumas igrejas Deus, presente no sacrário, de fato está fisicamente colocado em um canto, enquanto o sacerdote ocupa o centro. Dom Schneider argumentou que essa situação agora está chegando a um ponto crítico. “Eu diria, estamos na quarta maior crise [da Igreja], em uma tremenda confusão sobre doutrina e liturgia. Já estamos nessa situação há 50 anos.”
Até quando ela perdurará? “Talvez Deus será misericordioso para conosco em 20 ou 30 anos.”
No outono [europeu], o sínodo dos bispos se reunirá em sessão extraordinária para discutir a família, à luz do questionário que ao Papa Francisco convidou os fiéis para preencher, dando suas opiniões sobre o matrimônio e a sexualidade. Crescem as expectativas de que as regras serão relaxadas em uma gama de assuntos sexuais e em termos de pessoas divorciadas recebendo a Comunhão como sinal de “misericórdia” da Igreja.
Essas opiniões, de acordo com Dom Bishop Schneider, revelam a profundidade do problema. “Penso que essa questão da recepção da Sagrada Comunhão por recasados explodirá e revelará a crise real na Igreja. A crise real da Igreja é antropocentrismo e o esquecimento do cristocentrismo…
“Esse é o mal mais profundo: o homem ou o clero se colocando no centro quando estão celebrando a liturgia e quando alteram a verdade revelada de Deus, por exemplo, com relação ao sexto mandamento e a sexualidade humana.”
Embora ele diga que as conversas de mudança parta principalmente dos “meios de comunicação anticristãos”, ele vê clérigos e católicos leigos que “colaboram” com o que ele chama de novo paganismo. Dom Schneider é particularmente crítico quanto à ideia de que essas mudanças devem ser feitas para usar de misericórdia com aqueles atualmente banidos da recepção dos Sacramentos. “[Isso é] um tipo de sofisma,” ele disse. “Isso não é misericórdia, isso é cruel.”
Ele deu a entender que este era “um falso conceito de misericórdia”, dizendo: “Ela se compara a um médico que dá açúcar a um paciente [diabético], embora ele saiba que ela irá matá-lo.”
O bispo acredita que há paralelos claros com as grandes crises do passado, quando padres em posição de liderança eram cúmplices com as heresias. Na heresia ariana, ele disse, contando nos dedos da mão, somente um punhado da hierarquia resistiu. “Nós [cristãos] somos uma minoria. Estamos rodeados de um mundo pagão muito cruel. A tentação e desafio de hoje em dia podem ser comparados aos primeiros séculos.”
Ele acrescentou: “Infelizmente havia… membros do clero e até mesmo bispos que colocavam grãos de incenso em frente da estátua do imperador ou de um ídolo pagão ou que entregavam os livros da Sagrada Escritura para serem queimados. Naqueles tempos, esses cristãos e clérigos colaboracionistas eram chamados de thurificati ou traditores.”
E hoje em dia, prosseguiu ele, também temos aqueles que colaboram, são os “traidores da Fé”.
O Papa Francisco é visto como à frente de uma postura liberal vinda de Roma. Porém, Dom Schneider diz: “Graças a Deus, o Papa Francisco não se expressou dessa maneira como os meios de comunicação esperam dele. Até agora, em suas homilias oficiais [ndr: estaria Sua Excelência fazendo uma sutil distinção entre homilias oficiais e aquelas da Casa Santa Marta?...], ele proclamou a belíssima doutrina católica. Espero que ele continue ensinando a doutrina católica de maneira muito clara.”
O bispo disse que espera que “a maioria dos bispos ainda tenham o espírito católico e fé o bastante para rejeitar a proposta e não aceitá-la”.
Todavia, ele pode prever uma divisão se aproximando, por fim, levando a uma renovação da Igreja em linhas tradicionais. Mas, ele acredita que isso não acontecerá antes da crise ter mergulhado a Igreja ainda mais em desordem. Por fim, ele acha que o sistema clerical “antropocêntrico” [centrado no homem] irá desmoronar. “Esse edifício clerical liberal irá desabar porque eles não têm raízes e não têm frutos,” ele disse.
Na confusão, Dom Schneider receia que os católicos tradicionais, por um tempo, serão perseguidos e discriminados novamente, mesmo sob as ordens daqueles que têm “poder nas estruturas exteriores da Igreja”. Porém, ele acredita que as pessoas envolvidas na “heresia não prevalecerão novamente contra a Igreja”. E, na esperança, o bispo disse: “O Supremo Magistério certamente emitirá uma declaração doutrinal inequívoca, rejeitando qualquer colaboração com as ideias neo-pagãs.”
Nessa altura, Dom Schneider crê que os thurificati et traditores modernos deixarão a Igreja. “Posso assumir que essa separação irá afetar cada nível dos católicos: leigos e até mesmo o alto clero,” ele disse.
Provavelmente, esses comentários não darão popularidade a Dom Schneider em alguns círculos, mas ele argumenta: “É bastante insignificante ser popular ou impopular. Para todo membro do clero, o seu primeiro interesse deveria ser o de ser popular aos olhos de Deus e não aos olhos do mundo de hoje ou dos poderosos. Jesus alertou: ‘Ai de vós, quando vos louvarem os homens.’”
Ele acrescentou: “Popularidade é algo falso… Os grandes santos da Igreja, como, por exemplo, Thomas More e João Fisher, rejeitaram a popularidade… aqueles que hoje em dia estão preocupados com a popularidade dos meios de comunicação e a opinião pública… serão lembrados como covardes e não como heróis da Fé.”
Dom Schneider observa pesarosamente que há muitos cujos pontos de vista coincidem com os pagãos que “se declaram católicos e até mesmo fiéis ao Papa”, ao passo que “aqueles que são fiéis à fé católica ou aqueles que promovem a glória de Cristo na liturgia” são rotulados de extremistas.
Esses críticos podem afirmar que os receios de Dom Schneider sobre a Sagrada Comunhão é como se preocupar sobre o sexo dos anjos. Mas o bispo insiste que o tratamento da Eucaristia está no próprio coração da crise. “A Eucaristia está no coração da Igreja,” ele disse. “Quando o coração está fraco, todo o corpo está fraco.”
Ele argumentou que receber a Comunhão nas mãos “contribui gradualmente para a perda da fé católica na Presença Real e na transubstanciação”.
Dom Schneider rejeitou também a ideia de que a preocupação pela liturgia é menos importante ou até mesmo separado da preocupação com os pobres. “Isso é um erro. O primeiro mandamento que Cristo nos deu foi adorar somente a Deus. A liturgia não é um encontro com amigos. A nossa primeira tarefa é adorar e glorificar a Deus na liturgia e também em nosso modo de vida. A partir de uma verdadeira adoração e amor a Deus cresce o amor pelos pobres e por nosso próximo. Essa é uma consequência.”
A opinião do bispo foi moldada pelos primeiros anos de sua infância, crescendo como um católico alemão perseguido na União Soviética, onde ele tinha que frequentar aulas de ateísmo na escola. Seu livro Dominus Est revela como a comunidade católica alemã manteve viva a sua fé apesar de graves dificuldades e perseguição. Em sua própria experiência, sua mãe e tia-avó se arriscaram muito por sua fé e em nome de outras pessoas na comunidade. Assim, Dom Schneider e sua família ficaram horrorizados pelas atitudes e práticas liberais no Ocidente, especialmente com relação à Sagrada Comunhão, que havia sido tão rara e tão preciosa para os católicos alemães perseguidos da União Soviética.
De modo semelhante ao menininho na história da Roupa Nova do Imperador, o bispo agora sente-se impulsionado a falar claramente e não consegue entender porque as outras pessoas não fazem o mesmo. “Parece que a maioria dos padres e dos bispos estão contentes com este uso moderno da Comunhão na mão… Para mim isso é inacreditável. Como é possível, quando Jesus está presente nas pequenas Hóstias?”
Ele continuou: “Há um fato doloroso da perda dos fragmentos eucarísticos. E os fragmentos da Hóstia consagrada são esmagados pelos pés. Isso é horrível! Nosso Deus é pisoteado em nossas igrejas!”
Dom Schneider admitiu que está “muito triste por sentir-se gritando no deserto”.
Ele disse: “É hora dos bispos levantarem suas vozes por Jesus Eucarístico, que não tem voz para se defender. Aqui está um ataque ao Santíssimo, um ataque à fé eucarística.”
Mas apesar de seus receios, Dom Schneider não é pessimista e acredita que já existe uma onda de apoio aos valores tradicionais que renovarão a Igreja com o tempo: “Os pequeninos na Igreja têm sido deixado de lado e negligenciados”, disse. “[Porém] eles têm mantido a pureza de sua fé e representam o poder verdadeiro da Igreja aos olhos de Deus e não daqueles que estão no controle.
“Falei aos jovens estudantes em Oxford e fiquei tão impressionado com esses estudantes. Fiquei tão contente de ver a sua pureza, fé e convicções, e a clara mentalidade católica. Isso irá renovar a Igreja. Assim, estou confiante e esperançoso também com relação a esta crise na Igreja. O Espírito Santo vencerá esta crise com este pequeno exército.”
E acrescentou: “Não estou preocupado com o futuro. A Igreja é a Igreja de Cristo e Ele é a cabeça real da Igreja, o Papa é somente o vigário de Cristo. A alma da Igreja é o Espírito Santo e Ele é poderoso.”
O livro de Dom Athanasius Schneider Dominus Est: É o Senhor! foi publicado pela Newman House Press. Sua obra Corpus Christi: Holy Communion and the Renewal of the Church [A Sagrada Comunhão e a Renovação da Igreja], foi publicado pela Lumen Fidei Press