A batina
(...)
Um exército sem farda se transforma em horda.
   Padres sem batina, continuam padres, porque o caráter sacerdotal jamais se apaga em suas almas, nem mesmo no inferno.
   Entretanto, padre sem batina, vestido como um leigo qualquer, tende a  se nivelar, a levar uma vida de modo puramente natural, como todo o  mundo, e a fazer esquecer o seu caráter sagrado. Pior, tende a passar a  agir de modo igualitário, ele que tem a marca indelével de sacerdote em  sua alma.
    Um padre não é um homem como todo o mundo. É um ministro de Deus Altíssimo.
    A batina não faz o padre, mas ajuda imensamente o padre a portar-se como padre, diferentemente de todo o mundo
    Prova do efeito mau, do não uso da batina, nos padres, foi o elevadíssimo número de padres que "largaram a batina", isto é, apostataram, depois do Vaticano II.
    Deixar de usar a batina, evidentemente, não é apostasia.
    Mas a expressão "largar a batina" sempre significou apostatar.
    O meu vigário em São Paulo era um padre de boa intenção. Usava sempre a batina, que lhe dava um aspecto muito respeitável. Isso foi a décadas.
    Mas depois do Vaticano II...
     Um dia, eu o vi na rua, sem a batina. Ele era baixinho e feio, e sem  batina ficava com aspecto de um desempregado deselegante, e arrastando  os pés. A batina lhe dava solenidade, dignidade e respeito. Sem batina,  ele era um qualquer, na multidão.
     Envergonhado, ele me explicou que, quando devia ir à Cúria, ia sem  batina, porque alguns padres o ameaçaram tirar-lhe a batina à força, e  rasgá-la.
    Diziam-lhe: "Se você vier de batina, vamos lhe fazer um strip tease".
    Palavras de vigário...
     Não sendo muito valente, infelizmente, ele passou a usar batina só  quando estava na Igreja paroquial, num bairro de São Paulo. Foi aderindo  pouco a pouco às novidades. Foi por causa dele que compreendi que um  padre simplesmente conservador é aquele que fará, depois de amanhã, o  que os padres moderninhos fizeram anteontem.
    Quando entrou o péssimo costume de deixar a batina, começaram a usar o protestantoso clergyman americano. Que durou pouco.
    Toda medida intermediária dura pouco.
    Logo, o clergyman encolarinhado foi substituído pela camisa esportiva. Depois veio a bermuda e até o calção de banho.
     Tive um amigo que, indo pedir a um padre, que desse uma bênção num  automóvel que comprara, o padre veio atendê-lo -- com imensa má vontade  -- de calção de banho. Era domingo à tarde, e o padre assistia a uma  partida de futebol. Lá deu ele a bênção com o hissope e calção de  banho...
     Doutra vez fui com um velho capuchinho de batina, corda à cintura, e  barba tradicional a um convento rico de frades modernos, - como  costumam ser ricos os conventos de frades que desposaram a pobreza. Com  TV nos quartos. - Lá veio um homem com camisa esportiva e um texto  escrito na camisa: "Gay plaisour".
    Era um capuchinho moderno e moderninho.
    O capuchinho de barbas e corda era saudado por todos, na rua. O de camisa esportiva... Ninguém o considerava.
    Como eram belos os paramentos e as batinas eclesiásticas!
    Que saudades de padres que pareciam padres por fora ... e por dentro.
    Principalmente por dentro. E quando alguém tem algo por dentro, sempre se reflete por fora.
    Por exemplo, na batina.
In Corde Jesu, semper, 
Orlando Fedeli

 inundado por um mistério de luz que é Deus   e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora!  - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu!
inundado por um mistério de luz que é Deus   e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora!  - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu! 