sábado, 3 de dezembro de 2022

Pe. Reus SJ: místico que pode salvar o Brasil

Pe. Reus SJ: místico que pode salvar o Brasil

Padre João Batista Reus SJ (1868-1947)
Padre João Batista Reus SJ (1868-1947)
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Um santo que

teria impedido

a crise

litúrgica brasileira

mas não foi ouvido










Um mestre de Liturgia para curar a crise no catolicismo brasileiro

Fiéis veneram túmulo do Padre Reus SJ e imploram graças
Fiéis veneram túmulo do Padre Reus SJ e imploram graças
Envolto em fama de santidade faleceu em São Leopoldo, RS, no dia 21 de julho de 1947 o Padre João Batista Reus SJ, nascido em Pottenstein, Baviera, em 10 de julho de 1868. 

Fazendo parte de uma missão de padres jesuítas, ele desembarcou no dia 15 de setembro de 1900 no porto de Rio Grande, Rio Grande do Sul. E desempenhou sua missão apostólica no Brasil até sua morte no mesmo estado.

Ele fez a viagem desde a Alemanha no vapor “Rosário”, em cujo nome viu um sinal da benção de Nossa Senhora, da qual era escravo de amor segundo a fórmula de São Luis Maria Grignon de Monfort, e uma confirmação da Mediação Universal de Maria. 

Durante um breve período foi pároco na própria Rio Grande, sobre o qual teremos ocasião de escrever, onde desenvolveu um apostolado sobrenatural admirável e enfrentou valentemente a feroz oposição dos inimigos da Igreja Católica, protestantes, maçons, socialistas, etc.

Mas, no ardor da polêmica, foi transferido por seus superiores ao Colégio de Cristo Rei, em São Leopoldo, onde até o fim da vida foi professor de teologia e notadamente de Liturgia, entre outras atividades religiosas que lhe consumiram o dia todo até sua morte.

Hoje em dia seu túmulo é objeto de extraordinária visitação e romarias de fiéis que lhe atribuem inúmeros e incessantes milagres e graças concedidas.

O Pe. Reus foi um grande místico, que recebia inúmeras êxtases e visões, principalmente durante a Missa que preferia celebrar em capela secundária, sem a presença de outras pessoas, para não atrair a atenção sobre os extraordinários fenômenos místicos que lhe aconteciam durante o Santo Sacrifício.

Ele não desejava que os fenômenos extraordinários com os quais foi privilegiado pela Providência – a levitação, por exemplo – suscitassem a comoção dos fiéis. 

Posteriormente, a pedido de uma comunidade religiosa, aceitou celebrar a missa em capela pública, causando admiração de muitos pelos frequentes êxtases.

Edição recente
Edição esgotada

Aliás ainda hoje pode ser encontrado em diferentes formatos 
na Internet. 

Em PDF: CURSO DE LITURGIA 

Em PDF: CURSO DE LITURGIA
Durante sua vida escreveu diversos livros religiosos em português, espanhol, alemão e italiano. 

Destacam-se seu Diário Espiritual e Autobiografia editado em cinco volumes e que citaremos em abundancia; o Curso de Liturgia que teve três edições e foi o manual preferido pelos seminaristas nos anos anteriores à reforma da liturgia disposta pelo Concílio Vaticano II.

Paradoxalmente, ainda hoje quem escreve houve falar a jovens sacerdotes que reconhecem com orgulho terem se formado com esse manual que alimentou gerações de padres no amor à liturgia da Igreja. 

Seu processo de beatificação começou em 1953, mas ficou parado durante décadas. 

Nos anos 90, os bispos gaúchos pediram ao Papa João Paulo II, a beatificação do santo jesuíta. Mas ao mesmo tempo, confidencialmente, carta de um alto prelado gaúcho teria implorado à Santa Sé não iniciar o processo por não ser "prudente". Ignoramos os argumentos aduzidos.

O processo aguardava no Vaticano porque por fatores que o leitor perceberá logo ficou congelado na Congregação romana correspondente.

Até que a inclusão da área de São Leopoldo na diocese de Novo Hamburgo deu ocasião para a retomada e ampliação da procura de dados do modelar jesuíta. Aguardamos, como muitos fiéis fazem, a próxima apertura do processo de beatificação em Roma.

Túmulo do Padre João Baptista Reus SJ em São Leopoldo, RS
Túmulo do Padre João Baptista Reus SJ em São Leopoldo, RS
Não temos notícias especiais de que o Pe. Reus se tenha engajado em polêmica aberta contra os promotores dos “erros liturgicistas” que já lavravam nos ambientes eclesiásticos brasileiros preludiando a imensa crise litúrgica dos nossos dias.

Poderá então o leitor se perguntar por que este blog se ocupa dele.

Nosso blog está centrado na mensagem de Nossa Senhora em La Salette. E também em outros avisos do Céu que vão no mesmo sentido transmitidos por grandes santos como São João Bosco e destacadamente o Beato Francisco Palau, além de muitas outras almas virtuosas. 

E, em primeiríssimo lugar os avisos de Nossa Senhora, como os de Fátima, da Rue du Bac, etc.

Essas mensagens nos advertem da gravidade dos eventos que o pecado generalizado dos homens atrai sobre a Terra.

O Pe. Reus em seus escritos não nos fala disso. 

Mas nos transmite seus quase inacreditáveis fenômenos místicos havidos precisamente a propósito da Santa Missa, da qual na sua vida só se celebrava no rito hoje definido “extraordinário”, de “São Pio V”, “tradicional” ou simplesmente “missa em latim”.

Não precisamos explicar a polêmica universal e o abandono da assistência à Missa dominical com imenso dano espiritual para os fiéis, havida após o Concílio Vaticano II. E não entraremos nessa polêmica.

Indagamos, isso sim, como meros leigos, como estaria o Brasil e o mundo se a Santa Missa estivesse sendo celebrada como o fazia o Pe. Reus. 

Devotos caminham para pedir e agradecer ao Padre Reus as graças recebidas
Devotos caminham para pedir e agradecer ao Padre Reus as graças recebidas
Por certo desejamos que o País e a Igreja universal saiam da imensa crise religiosa, moral, social, cultural e até econômica em que se debatem, como parte dos flagelos anunciados nas referidas aparições.

Nesse sentido, os exemplos e a interpretação que nos fornece o Pe. Reus do valor infinito do Sacrifício Eucarístico no seu rito tradicional latino trazem uma consoladora perspectiva de como essa crise poderia ter uma solução e quiçá nunca ter começado.

De fato, o Concilio Vaticano II adotou uma teologia nova que fala da Igreja como sendo um Povo de Deus profético e sacerdotal. 

Essa singular focalização da igreja já vinha sendo observada enquanto germinava sorrateiramente segundo pode ver o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira nos tempos que presidia a Junta Arquidiocesana da Ação Católica em São Paulo.

E constituía um elemento chave na colossal revolução religiosa que Nossa Senhora denunciou em La Salette, em Fátima e a tantas almas santas que procuramos reproduzir no nosso blog.



O Pe. Reus e a revolução religiosa crepitando no Brasil

O Pe. Reus, jovem sacerdote
O Pe. Reus, jovem sacerdote
Já nos anos ’30 o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira via entrar nos ambientes católicos brasileiros um movimento revolucionário vindo da Europa que se desenvolvia também na liturgia.

Segundo esse a ordem hierárquica da Igreja ia ser superada pela vivência de um conceito igualitário, comunitário, como depois foi encarnado pelas subversivas e hoje quase extintas CEBs, e recuperado no conceito de “sinodalização”. 

Tratava-se da penetração dos erros democráticos igualitários que infestavam as sociedades e os novos governos derivados da anticristã Revolução Francesa. 

O santo Papa Pio X havia fulminado esses erros condenando o movimento francês Le Sillon que os tinha adotado se dizendo permanecer católico.

Foi uma explosão de igualitarismo que perdura até nossos dias.

Nessa deformação da Igreja eram nivelados não só os sacerdotes, religiosos e religiosas, mas também os simples fiéis, porque a comunidade seria a sede de um sacerdócio coletivo “profético”.

Nessa visão, o Povo de Deus seria canal de uma inspiração de caráter mágico-pentecostalista. 

Essa inspiração forneceria a voz decisiva para governar a Igreja e não mais a sagrada hierarquia, e substituiria o sacerdócio sacrifical pela comemoração comunitária. Algo parecido ao gosto protestante. 

Ainda não se praticavam os abusos que depois vieram. Mas tendencialmente tudo encaminhava para isso
Ainda não se praticavam os abusos que depois vieram. 
Mas tendencialmente tudo encaminhava para isso
Uma das consequências seria um governo da Igreja autogestionado por esses pequenos grupos ou comunidades mágico-pentecostalistas se governando a si próprias em virtude de uma iluminação que não se sabia de onde emergia, mas que eles atribuíam ao ‘Espírito’.  

Eles seriam assistidos por um fluxo que circula entre eles e que lhes inspira as decisões. Essa vontade coletiva eles comunicam ‘sinodalmente’ ao Bispo e esse deve acabar aprovando-a.

E o bispo deve reconhecer as inspirações dos pequenos governos autogestionários iluminados, e dizer o que quer o deus. 

E desses pequenos grupos nasce o novo magistério popular não mais hierárquico. As próprias Sagradas Escrituras seriam reescritas e interpretadas pela experiência das comunidades.

Deus está imanente na base, na movimentação geral e nas nuvens de bispos e/ou gurus. Até determinar o que o Papa deveria aprovar o reprovar.

Nesse sistema, a comunidade de base sinodal seria depositária de uma energia que já nos tempos da Ação Católica os cristãos mais compenetrados da nova teologia chamavam de o Cristo.

Dr. Plinio via que nos leigos da Ação Católica que aderiam a essa tendência litúrgica, se sentiam autorizados a agir segundo uma moral nova que desconhecia a antiga. 

Podiam assim frequentar boates e danceterias preâmbulos das casas de perdição.

Sendo verdadeira essa “teologia” não podia deixar de penetrar a Santa Liturgia. Assim – de início clandestinamente – se foi criando o ambiente para uma missa nova. 

As formas rituais passavam a refletir a visão comunitária oposta ao monarquismo da Missa milenar instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo e séculos depois, regulamentada pelo Papa São Pio V.

Nas décadas em que o Dr. Plinio batalhou na Ação Católica, ele percebia que essa “teologia” entrava não só trazida por alguns católicos que iam se formar em centros universitários católicos de avançada na Europa.

Enquanto os missionários levavam a Fé e a civilização aos confins do Brasil, 
da Europa chegava uma subversão eclesial e litúrgica. 
Foto Missão Salesiana de Tapurucuara. Prelazia do Rio Negro. Amazonas
E, como não podia deixar de ser, foi impregnando alguns eclesiásticos que iam se formar sobretudo em abadias beneditinas europeias que estavam na dianteira do “movimento liturgicista”.

O Dr. Plinio combateu esse erro na direção da Ação Católica, no hoje histórico livro “Em Defesa da Ação Católica” e desde as páginas do jornal “O Legionário” (hoje renomeado “O São Paulo”), em toda a medida que permitia sua condição de leigo, simples fiel. 

Nessa época não se aceitava que o simples fiel se imiscuísse nas questões litúrgicas, obviamente reservadas aos sacerdotes. 

Mas o Prof. Plinio ouvia os ecos de comentários heterodoxos e até de “missas” celebradas em novo estilo em volta de uma mesa.

Plinio Corrêa de Oliveira

As circunstâncias da vida não permitiram o encontro do Pe. Reus e do Dr. Plinio, embora fossem contemporâneos.

O líder católico paulista, anti-progressista e anti-liturgicista, comentou: 

“Ou eu me engano enormemente ou o Padre João Batista Reus SJ foi um grande santo”, narrou ele lembrando do tempo em que o Pe. Reus SJ era professor de liturgia no seminário de São Leopoldo, RS, e o Dr. Plinio era presidente da Junta Arquidiocesana da Ação Católica em São Paulo.

“Eu fui largamente contemporâneo dele. Ele era mais velho que eu, mas quando ele morreu eu já era homem feito. (...) eu tenho uma relíquia indireta dele, um pano que tocou nele. 

“Eu osculo metodicamente cada uma das minhas relíquias, diariamente, e quando chega a vez da do padre Reus, eu osculo com uma particular piedade”. (Testemunho de Plinio Corrêa de Oliveira, 12/6/82. Sem revisão do autor)

“Não há gente nossa que vá ao Rio Grande do Sul que eu não recomende de ir à sepultura dele”. (Plinio Corrêa de Oliveira, anotações de 9/12/93)

“Ele estava vivo no tempo daquelas minhas encrencas com o Dom José [Gaspar Fonseca e Silva]. Quando o Dom José morreu, o Pe. Reus teria tido este comentário: ‘tocou no filho e a Mãe matou’” (anotações, 18/8/92 b).
Numa página de Facebook encontramos este eloquente comentário-testemunho assinado pelo perfil Maria Regina

“Meu pai teve uma fase longa de ateísmo quando até debochava de coisas de religião e tudo o que não fosse absolutamente racional. 

“Porém mesmo naquela época de ateísmo meio fanático se alguém introduzia o assunto padre Reus na conversa ele sempre, mesmo sem nenhuma devoção religiosa, sempre testemunhava que quando criança e jovem com frequência o padre Reus participava das missas no colégio Anchieta onde ele estudava... 

“e nessas missas quando o padre Reus ficava absorto em oração ou meditação da missa, começava a levitar, com frequência via-se ele levitando a quase meio metro acima do chão.

“Ele contava que com frequência algum padre cutucava o padre Reus para que percebesse a levitação e retornasse a pisar o pé no chão...

“e que os padres jesuítas não permitiam que os estudantes usassem essas situações como espetáculos circenses... 

“se algum dos alunos começasse a pôr atenção na levitação do padre, vinha outro perguntando ‘tá olhando O QUE?’ 

“Para que cada um imediatamente se concentrasse em sua própria oração e não ficassem se distraindo ou constrangendo o padre Reus”.

Deixamos constância de nossa perplexidade diante dessa reação dos outros sacerdotes, e passamos adiante.