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Anunciação, Fra Angelico, Museu del Prado, Madri |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A cena famosa da Anunciação do Arcanjo São Gabriel a Nossa Senhora, no retábulo pintado por Fra Angélico, constituiu para a humanidade uma hora da graça.
Abriu-se o Céu que a culpa de Adão e Eva havia cerrado, e dele desceu um espírito de luz e pureza, trazendo consigo mensagem de reconciliação e paz, dirigida à criatura mais formosa, nobre, cândida e benigna que nascera da estirpe de Adão.
Estando o Arcanjo em presença da Santíssima Virgem, o diálogo se estabelece.
A nobreza própria à natureza angélica, sua fortaleza leve e toda espiritual, sua inteligência e pureza, enfim tudo se espelha admiravelmente na figura altamente expressiva de São Gabriel.
Nossa Senhora, com razão, aparece na pintura menos etérea e impalpável, pois é uma criatura humana.
Entretanto, um quê de angélico nota-se em toda a compostura d´Aquela que é a Rainha dos anjos.
Sua fisionomia excede em espiritualidade, nobreza e candura à do próprio emissário celeste.
Invisível, Deus entretanto manifesta sua presença na luz sobrenatural que parece irradiar de ambos os personagens, comunicando a toda a natureza o esplendor de uma alegria pura, tranquila, virginal.
Sente-se quase a temperatura suavíssima, a brisa levíssima e aromática, a alegria que perpassa todo o ambiente criado por Nossa Senhora e o Arcanjo.
(Fonte: Plinio Corrêa de Oliveira, novembro de 1986. Sem revisão do autor. Em “Catolicismo”.