A História de Santa Filomena
Figura 1: Pintura de Santa Filomena solicitada por
São João Maria Vianney, santuário de Ars, França.
Vianney relatava que a representação era conforme a
aparência exata de Santa Filomena, que também apareceu ao sacerdote. O Santo Cura d’Ars, patrono de
todos os párocos, foi grande devoto e amigo da santa.
Em 1843, agonizante já desacreditado pelos médicos,
curou-se por intercessão da pequena santinha, como
carinhosamente a chamava. A seus pés, os instrumentos de seu suplício.
Três pessoas, desconhecidas entre si e vivendo
em três lugares distintos na Itália, tiveram o que
parecia ser uma revelação privada feita a eles
sobre a vida de Santa Filomena. Comparados,
quando vieram a ser conhecidos, estes três relatos se confirmaram idênticos, a menos em diferentes níveis de detalhes. O mais famoso e
circunstanciado dos três relatos é aquele feito
pela irmã Maria Luísa de Jesus, fundadora das
oblatas de Nossa Senhora das Dores, e que na
época da revelação pertencia à ordem terceira
dominicana.
No dia 3 de agosto de 1833, esta irmã estava
rezando depois de receber a comunhão, diante
de uma pequena estátua que representava Santa
Filomena, quando sentiu um grande desejo de
saber o dia exato do martírio da santa. Isto porque, afinal de contas, 10 de agosto era apenas
o dia em que as relíquias de Filomena chegaram à cidade de Mugnano. Se por um lado este
era um grande dia para a cidade, não era porém tão interessante àqueles que viviam fora de
Mugnano. Este pensamento sempre lhe ocorria, mas naquele momento o desejo preenchia
completamente o seu coração. A este ponto ouviu uma discreta voz a lhe dizer:
«Cara Irmã, 10 de agosto foi o dia
de meu descanso, de meu triunfo,
de meu nascimento no Céu, de
minha entrada na posse daqueles
bens eternos que nenhuma mente
humana é capaz sequer de imaginar. Por esta razão que meu Divino
Esposo dispôs, por Seus mais altos decretos, que minha chegada a
Mugnano deveria ser no dia de minha chegada no Céu! Ele preparou tantas circunstâncias que fizeram com que minha chegada a Mugnano fosse gloriosa e triunfante; dando
alegria para toda gente, mesmo que o pároco que me conduziu estivesse firmemente
decidido a que meu translado se realizasse de forma discreta no dia 5 do mês, em sua
própria casa. Meu Esposo Omnipotente impediu-o com tantos obstáculos que o sa1
cerdote, apesar de ter feito tudo o que podia para levar adiante seu plano, não o pôde.
Assim foi que o tal translado foi feito no dia 10, o dia de minha festa no Paraíso!»
Em decorrência deste acontecimento, irmã Maria Luísa foi tomada de tristeza já que julgava que
havia facilmente caído como presa de uma ilusão. Ela refugiou-se no sacramento da penitência,
confessando tudo ao seu diretor. Ele não foi tão imediato em descartar a matéria. Ele a testou.
Escreveu a Mugnano e perguntou a Don Francesco di Lucia se era verdade que ele havia originalmente intencionado que o translado tivesse se dado silenciosamente no dia 5 em sua própria casa.
E a resposta que veio depois claramente mostrava quantos obstáculos impediram sua inocente tentativa de trazer seu desejo de Roma rápida e discretamente para sua própria capela! Então, o diretor
espiritual de irmã Maria Luísa deu-lhe a ordem de pedir a Santa Filomena que lhe dissesse mais
sobre sua vida e seu martírio. Pois que Maria Luísa foi a ela, pediu que não reparasse no pedido
feito por obediência, e que lhe dissesse um pouco mais. Veio então um dia em que, estando em
sua cela, ela sentiu seus olhos sendo fechados e ouviu novamente aquela voz graciosa. Segue-se
o relato da vida de Santa Filomena como extraído do relato oficial do padre Francesco di Lucia,
intitulado Relazione Istorici di Santa Filomena e subsequentes atualizações, a partir das locuções
recebidas pela irmã Luísa de Jesus em Agosto de 1833, relatos estes que receberam autorização
oficial do então Santo Ofício, (hoje a Congregação para a Doutrina da Fé) a 21 de dezembro de
1833:
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