sexta-feira, 5 de agosto de 2011

BUX, Nicola. La riforma di Benedetto XVI


 La liturgia tra inno- vazione e tradizione. No capítulo VI – Come incontrare il mistero – Bux inicia com uma persuasiva afirmação: perdeu-se o senso da liturgia, porque foi perdido o senso da presença de Deus entre nós. O autor deseja trazer elementos específicos para uma vivência litúrgica que respeite seus elementos mais profundos. Despende algumas páginas sobre o “serviço sacerdotal” onde afirma que “la santa messa è come un’opera musicale scritta da un autore: va eseguita con fedeltà e non interpretata”. Em outra seção, fala da participação dos fiéis. Segundo o autor, o culto ca- tólico passou da adoração de Deus ao exibicionismo do padre, dos ministros e dos fiéis, com a piedade sendo abolida e liquidada pelos liturgistas como devocionismo, negando formas espontâneas de devoção de piedade.

 A liturgia foi um dos grandes temas que mobilizaram os católicos
no século XX. O desenvolvimento do movimento litúrgico na Bélgica,
França e inclusive no Brasil, acendeu animosidades entre aqueles
que visavam uma liturgia mais viva e aqueles que defendiam a
permanência daquela estabelecida por Pio V, na esteira do Concílio de
Trento. Podemos dizer que o Concílio Vaticano II foi um dos momentos
mais importantes do século XX sobre a questão litúrgica, já que, com
a sua Constituição Sacrosanctum Concilium, lançava novo olhar sobre
ela. As lutas interpretativas em torno desse documento, e não só dele,
mas de todos os textos conciliares, levaram ao que alguns denominam de
“abusos” na prática litúrgica, apontando assim para um olhar negativo
em relação a todo o Concílio, o que levou aos sérios afastamentos,
até ao cisma de Marcel Lefebvre e seus seguidores em 1988. Para o
arcebispo, a missa tridentina era a “missa de sempre” e assim deveria
continuar. A fim de aproximar-se desses grupos no seio da catolicidade,
J. Ratzinger, que acompanhou a criação da Comissão Ecclesia Dei,
especialmente constituída para dialogar com os grupos tradiciona-
listas, publicou, em 2007, o motu proprio de Bento XVI Summorum
Pontificum, possibilitando, desde então, que a missa tridentina pudesse
ser realizada sem a prévia permissão do bispo, como era anterior-
mente acordado.Continua a ler...