Transmitido em direto a 13/05/2019
- E senti o espírito
inundado por um mistério de luz que é Deus e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora! - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu! (escreve a irmã Lúcia a 3 de janeiro de 1944, em "O Meu Caminho," I, p. 158 – 160 – Carmelo de Coimbra)
sábado, 18 de maio de 2019
Don Divo Barsotti, Por ser meu, Ele Se faz presente em minha vida, de fato, em Cristo, Ele vive Sua vida em mim.
inglês alemão francês espanhol neerlandês polaco russo italiano
É precisamente através deste processo que o caminho da humildade coincide com o caminho de um amor que nos assimila a Deus.
Um ato é humano, quando por ele o homem se realiza em seu mais alto valor como criatura consciente e livre e, portanto, responsável. O ato humano proclama a nobreza do ser espiritual. É a vontade que torna o acto realizado pelo homem humano.
Assim, renunciando a toda a sua vontade, se o homem se deixa possuir por Deus de tal modo que a vontade do Senhor se cumpre sempre mais perfeitamente nele, acontece que ele vive a mesma vida que Deus. "Eu vivo ego, sou non ego, vivit vero em mim Christus. Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim" (Gl 2, 20).
Outro me toma, me usa como instrumento de sua vontade, e ele vive para mim. Por ser meu, Ele se faz presente em minha vida; na verdade, em Cristo, Ele vive Sua vida em mim. A vida sobrenatural consiste numa conformidade cada vez mais perfeita à vontade divina, numa certa substituição da vontade de Deus pela vontade do homem. Certamente "substituição" é um termo demasiado forte: também em nosso Senhor permanece a vontade humana, com a vontade divina; mas a vontade humana permanece para aderir e dar lugar à vontade de Deus. Por isso, no Getsêmani, Jesus reza: "Não como eu quero, mas como tu queres" (Mt 26,39).
O exercício da vontade humana é precisamente o de renunciar a si mesmo para que Deus esteja presente. O homem vive a sua morte apenas para se tornar o órgão da vontade divina. * O caminho da vida espiritual vai da obediência ao abandono perfeito. A perfeição da obediência será o abandono: como se o homem já não tivesse desejo, aspiração ou vontade, deixa-se possuir totalmente por Aquele que ama.
Ele se entrega totalmente a Deus para que só Deus possa viver através do ser humano. A adesão à vontade divina na obediência pressupõe ainda um esforço, uma ascese, um constrangimento que o homem impõe à sua própria natureza. Os instintos ainda se opõem à vontade de Deus e o homem deve mortificá-los, mas a obediência é própria do servo.
Quando, pouco a pouco, no crescimento do amor, nada mais contrasta o homem com a vontade divina, então o homem manso segue o impulso que vem dele. A docilidade supõe um consenso, que pode ser mais ou menos fácil, que pode ser dado mais ou menos prontamente; no final, a alma já não parece conhecer a sua própria vontade: só Deus parece agir através dela, instrumento puro nas mãos de Deus, a alma deixa Deus fazer consigo o que quer.
Da obediência ao abandono: a alma nasce trazida pelo amor tanto quanto desce à humildade; o abandono que realiza sua pura transformação em Deus se identifica também com sua perfeita abnegação. Ser criado, é claro, permanece: o homem é imortal; mas psicologicamente é como se não fosse; não só não sente mais oposição a Deus, mas também não tem consciência de si mesmo, exceto em Deus. Não confundido com ele, mas plenamente concedido a ele, em sua luz ele se perde, como uma pequena chama na luz do sol.
A chama permanece, mas não é vista. Nesta luz imensa desaparece toda outra luz; ela existe, mas é como se não fosse. Assim são as estrelas no esplendor do dia. A verdadeira humildade coincide com a plenitude da vida em Deus. A purificação não vem primeiro, depois o amor. Tanto o homem é purificado como ele ama, e tanto ama quanto é purificado; no final, a pureza total coincide com a visão de Deus. A plenitude da vida divina responde ao nada de ser criado. Pura capacidade que acolhe a Deus, nós somos apenas Ele na medida em que Ele se deu a Si mesmo. Como um cristal que acolhe a luz do sol em si mesmo, ele se ilumina e reflete sobre tudo.
É precisamente através deste processo que o caminho da humildade coincide com o caminho de um amor que nos assimila a Deus.
Um ato é humano, quando por ele o homem se realiza em seu mais alto valor como criatura consciente e livre e, portanto, responsável. O ato humano proclama a nobreza do ser espiritual. É a vontade que torna o acto realizado pelo homem humano.
Assim, renunciando a toda a sua vontade, se o homem se deixa possuir por Deus de tal modo que a vontade do Senhor se cumpre sempre mais perfeitamente nele, acontece que ele vive a mesma vida que Deus. "Eu vivo ego, sou non ego, vivit vero em mim Christus. Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim" (Gl 2, 20).
Outro me toma, me usa como instrumento de sua vontade, e ele vive para mim. Por ser meu, Ele se faz presente em minha vida; na verdade, em Cristo, Ele vive Sua vida em mim. A vida sobrenatural consiste numa conformidade cada vez mais perfeita à vontade divina, numa certa substituição da vontade de Deus pela vontade do homem. Certamente "substituição" é um termo demasiado forte: também em nosso Senhor permanece a vontade humana, com a vontade divina; mas a vontade humana permanece para aderir e dar lugar à vontade de Deus. Por isso, no Getsêmani, Jesus reza: "Não como eu quero, mas como tu queres" (Mt 26,39).
O exercício da vontade humana é precisamente o de renunciar a si mesmo para que Deus esteja presente. O homem vive a sua morte apenas para se tornar o órgão da vontade divina. * O caminho da vida espiritual vai da obediência ao abandono perfeito. A perfeição da obediência será o abandono: como se o homem já não tivesse desejo, aspiração ou vontade, deixa-se possuir totalmente por Aquele que ama.
Ele se entrega totalmente a Deus para que só Deus possa viver através do ser humano. A adesão à vontade divina na obediência pressupõe ainda um esforço, uma ascese, um constrangimento que o homem impõe à sua própria natureza. Os instintos ainda se opõem à vontade de Deus e o homem deve mortificá-los, mas a obediência é própria do servo.
Quando, pouco a pouco, no crescimento do amor, nada mais contrasta o homem com a vontade divina, então o homem manso segue o impulso que vem dele. A docilidade supõe um consenso, que pode ser mais ou menos fácil, que pode ser dado mais ou menos prontamente; no final, a alma já não parece conhecer a sua própria vontade: só Deus parece agir através dela, instrumento puro nas mãos de Deus, a alma deixa Deus fazer consigo o que quer.
Da obediência ao abandono: a alma nasce trazida pelo amor tanto quanto desce à humildade; o abandono que realiza sua pura transformação em Deus se identifica também com sua perfeita abnegação. Ser criado, é claro, permanece: o homem é imortal; mas psicologicamente é como se não fosse; não só não sente mais oposição a Deus, mas também não tem consciência de si mesmo, exceto em Deus. Não confundido com ele, mas plenamente concedido a ele, em sua luz ele se perde, como uma pequena chama na luz do sol.
A chama permanece, mas não é vista. Nesta luz imensa desaparece toda outra luz; ela existe, mas é como se não fosse. Assim são as estrelas no esplendor do dia. A verdadeira humildade coincide com a plenitude da vida em Deus. A purificação não vem primeiro, depois o amor. Tanto o homem é purificado como ele ama, e tanto ama quanto é purificado; no final, a pureza total coincide com a visão de Deus. A plenitude da vida divina responde ao nada de ser criado. Pura capacidade que acolhe a Deus, nós somos apenas Ele na medida em que Ele se deu a Si mesmo. Como um cristal que acolhe a luz do sol em si mesmo, ele se ilumina e reflete sobre tudo.
sexta-feira, 17 de maio de 2019
Don Divo Barsotti, Na obediência, de fato o homem morre para si mesmo e abre espaço para Deus
É através da obediência que voltamos ao nosso país", diz São Bento. Portanto, tudo está, como foi dito, em ouvir e ser dócil a Deus. Nenhuma palavra pode substituir esta Palavra divina que cada um de nós deve ouvir em nossos corações. Se você não o escuta, não é porque Deus não fala conosco, mas porque algo o impede de escutar. Ninguém é surdo à Palavra divina, exceto aquele que quer ser surdo.
Nada em si ouve a Palavra de Deus. "Deus disse: Que haja luz. E a luz era" (Gn 1,3). Nada em si responde ao Senhor. Quanto mais o homem que Deus criou escutará e responderá para que possa colaborar com Ele! Temos medo de Deus. Não é fogo? Obedecer a Deus é lançar-se no fogo e o fogo queima; obedecer a Deus é lançar-se no abismo, perder-se. Na obediência, de fato, o homem morre para si mesmo e abre espaço para Deus: assim, na obediência, ele é verdadeiramente a perfeição da humildade.
Mesmo aqueles que tão orgulhosamente se candidatam a ser admitidos entre os pára-quedistas, a primeira vez que têm de se expulsar do avião, precisam de um empurrão. Alguém tem de os empurrar para fora, para o vazio. Assim é para a alma. Deus pode incitar a alma a dar-se a si mesma, mas responder-lhe exige da alma uma dedicação cada vez mais pura; e o homem tem medo da morte.
A percepção é viva e clara de que as exigências de Deus não são como as de uma criatura, que são sempre limitadas. Talvez possa agradar às criaturas, mas como poderia agradar a Deus? Quanto mais eu me dou, mais Ele me pede. O abismo divino permanece intransponível. É na medida em que eu me dou que a fome dele está crescendo. E a alma se defende. Algo é feito para não fazer tudo.
O que fazemos, fazemos precisamente para nos defendermos das exigências de Deus. Em vez disso, a graça purifica-nos secretamente para nos tornar capazes de amar. A pureza do coração, de alguma forma, mede o amor.
De facto, o homem, a "imagem de Deus" (cf. Gn 1, 26.27) - e só o pecado obscureceu a imagem - é a criação do amor. Ao purificar-se a si mesmo, ele retorna à sua integridade natural, ele ama. O amor é a expressão muito natural da sua natureza, é a sua vida. São Tomé reconhece o caráter "físico" do amor, como Cassiano e Evagrius o ensinaram, que concretamente identificou a pureza do coração com a caridade.
Na pureza, de fato, o homem se liberta do egoísmo que o divide e o coloca contra os outros e se torna um com todos, vivendo no amor a unidade da natureza. Mas a pureza não é suficiente no caminho que nos leva a Deus. A integridade da natureza parece ser apenas a condição da humildade. O amor a Deus é, de facto, um auto-sacrifício. Como poderia o homem alcançar "sua unidade" com Deus sem antes morrer em obediência? Sem falhar a si mesmo em humildade?
Por isso, o processo da nossa purificação e o perfeito exercício da humildade são possíveis através de uma graça que nos foi merecida por Cristo e que cada vez mais nos assimila a Ele. De facto, Cristo é o " homem novo " (cf. Ef 2, 15; 4, 24; Col 3, 10), no qual a nossa natureza volta a ser una e é na sua obediência ao Pai que a natureza humana se oferece plenamente a Deus para fazer a sua vontade.
O ato supremo de Cristo é a renúncia de toda a Sua vontade humana pela vontade do Pai em aceitar a morte. "Não o que eu quero, mas o que tu queres" (Mc 14,36). O homem não podia querer a sua morte oferecendo-se puramente a Deus no dom total de si mesmo, não podia viver este dom que, porque vive em Cristo, ou melhor, o próprio Cristo vive nele a sua morte.
No ato da morte na cruz, assim como toda ascese tem sua perfeita e imutável realização, assim também a natureza humana encontra para a eternidade a suprema perfeição do amor. O reconhecimento de Deus é o reconhecimento do Um. Tens de o atestar. O anúncio da unidade só pode ser feito pelo homem no acto em que se deixa morrer para dar lugar em si mesmo a Deus. E o lugar de Deus no homem só pode ser o homem inteiro, numa das suas mortes.
Don Divo Barsotti, deixemo-nos amar por Deus!

https://www.deepl.com/pt-PT/home
DON DIVO BARSOTTI - mas tu deixas que Deus te ame ?
Dom Divo Barsotti (Fundador da Comunidade dos Filhos de Deus)
"Fé! Tende fé! Deus é médico e medicina" São Leopoldo Mandic
DEIXEMOS NOS SER AMADOS POR DEUS
Don Divo Barsotti
O que temos de fazer e que Ele espera de nós, é que nos abramos verdadeiramente a acolher o Seu amor encarnado, que só ele pode vencer todos os nossos obstáculos, só ele pode dilatar a nossa alma na medida da Sua caridade, que só ele pode transformar a nossa alma e torná-la um exemplo vivo de Deus.
Esta é a entrega que te dou esta manhã. Meus queridos irmãos, deixemo-nos amar por Deus!
Sintamo nos amados porque realmente o somos e deixemo-nos amar. Todos nós pedimos amor, todos queremos ser amados; e por que rejeitamos o amor que Deus tem por nós? E porque não queremos acreditar neste amor infinito? Que obstáculos temos em nós para não aceitar que somos amados?
Sim, meus queridos irmãos, porque não cremos na gratuidade do amor, cremos que Deus nos ama pelo que somos e se Deus nos amasse pelo que somos, Ele nunca nos amaria, mas nos ama pelo que Ele é, e Ele é infinito. Não pelo que somos, mas pelo que Ele é.
Deixemo nos amar por Deus! Em seu amor, ele nos transformará e nos fará amar verdadeiramente, assim como nós somos amados por Ele. Eis que, com estas palavras que podem dar início à nossa peregrinação, iniciamos também a Liturgia do Sacrifício, oferecendo-nos ao Senhor para que Ele nos leve e nos transforme, como acontece com o pão e o vinho que representam o nosso trabalho e nós mesmos. Coloquemo-nos também na patena, ponhamos a nossa vida, ponhamos o nosso ser, ponhamos o nosso passado, ponhamos o nosso futuro. Que as palavras da Consagração nos transformem também em Cristo, assim como o pão e o vinho se transformam em Corpo e Sangue de Cristo.
(Introdução à Santa Missa na Capela de São Leopoldo Mandic Pádua 09/07/1984)
Don Divo Barsotti O SENTIDO DO PECADO
Don Divo Barsotti
O SENTIDO DO PECADO
Meditação 2 Outubro 1966
O mundo moderno perdeu o sentido do pecado. O homem parece não ter mais liberdade do que seguir a sua própria natureza espontaneamente. Não sei se ele adquiriu a inocência do animal: é certo que praticamente ninguém no mundo de hoje sente a necessidade de se libertar de si mesmo. O homem aceitou a si mesmo como ele é, e por causa de sua fealdade ele não reprova mais a ninguém, nem mesmo a Deus, porque assim como ele perdeu o sentido do pecado, também ele perdeu o sentido de Deus. O homem está sozinho em um mundo vazio e não há nenhuma lei que ele deve perceber. Talvez nunca a humanidade se tenha encontrado neste abismo de perversão moral, talvez nunca tenha caído tão baixo: não porque hoje se cometem mais pecados do que no passado, mas porque hoje não sabemos, não sentimos, já nem sequer estamos conscientes do mal em que somos amassados. O homem aceita a si mesmo como é e não espera redenção, e já não acredita em qualquer salvação. O sentido da vida que é próprio do homem de hoje é assustador. A matéria se identifica com o espírito e Deus com o mundo; e não há mais luz de liberdade, não há mais luz de beleza espiritual para o homem. O paralítico mencionado no Evangelho de Mateus (Mt 9, 1-8) é apresentado a Jesus e não pede a salvação do seu pecado: parece que ele não sente a necessidade. Só a dor, a incapacidade física, o faz sentir a necessidade de libertação. Só esta deficiência, sem lhe dar esperança na recuperação, o faz desejar, porém, lhe permite
para acessar o Mestre Divino de modo que, se Ele realmente puder fazer algo, Ele possa manifestar Seu poder e curá-lo.
Talvez só isto possa aproximar os homens modernos de Deus: a ador, a doença; ou talvez até mesmo a doença e a dor já não se traduzam para o homem num grito de misericórdia, num pedido de ajuda; talvez o homem, como besta ferida, aguarde apenas a morte. Não sei. Isto é verdade: que o mundo parece deserto por Deus, está vazio. E as almas que crêem acreditar não são menos vazias, e as almas que professam a vida religiosa não são menos vazias, e as almas que pensam que estão perto de Deus não são menos vazias. Um sacerdote me disse que a experiência mais terrível de seu sacerdócio (era capelão de um hospital) era a da absoluta impermeabilidade do homem a Deus e à graça, mesmo diante da morte. Há muitos homens que já não se abalam por causa da doença, nem mesmo por causa da iminência da morte: é um ato puramente físico, biológico, é preciso suportar. O homem voltou a ser menos do que sempre foi, mesmo fora do cristianismo, mesmo em oposição ao cristianismo: nem mesmo um espírito, nem mesmo uma alma, nenhuma luz espiritual o visita mais. Um certo estoicismo, que é pior que qualquer pecado, parece ser o caráter do homem moderno. Estoicismo que não é estoicismo antigo: é uma impermeabilidade absoluta a todos os valores. Aceita-se a vida tal como ela é e já não se faz diferença entre o bem e o mal, porque já não há diferença para o homem, pois isso já não impõe nada, já não escolhe nada. Foi verdadeiramente reduzido à inocência do animal. Quão mais cristão, parece-nos, foi o assassino e libertino de alguns séculos atrás! O gosto que o escritor sentiu ao descrever o mal, tentando incitar outros a cair nele também, é no final um testemunho mais elevado do que a literatura moderna, por exemplo, onde tudo é impassível, tudo se tornou uma coisa. As piores perversões a que o homem pode se entregar são descritas em um tom assustador de impassividade. Eu não acredito que mesmo o diabo tenha chegado a tal ausência total de luz espiritual. O que distingue o homem é sobretudo isto: que ele não é um animal que vive, que se deixa viver. O que distingue um cristão, ou melhor, qualquer homem religioso, é o sentido de uma relação com Deus, ou com o mistério se não quisermos dizer Deus; o sentido de uma relação que dá à alma a consciência viva, dolorosa, de impotência, culpa, pecado e condenação.
O que distingue a alma religiosa é o sentido do pecado. O homem nunca poderia viver diante de Deus sem ter esta consciência: a consciência de uma infinita desproporção entre a sua pobreza e a infinita santidade de Deus. Mas ainda mais do que desproporção, o sentido de uma oposição radical: querendo ou não querendo, o homem sente sempre que Deus, antes de ser o Amor que chama, antes de ser a alegria que embriaga, é verdadeiramente um fogo que queima. O paralítico ao menos desejava a sua recuperação: este é o primeiro sustento que deu aquela alma à graça divina. Havia pelo menos um desejo de se sentir melhor; havia, portanto, um ser e um desejo de ser outra coisa. No fato de que pelo menos ele não se aceita plenamente como é e gostaria de ser diferente do que é, ou pelo menos quer ser, havia, portanto, um ser e querer ser outra coisa. Aqui estamos nós para o homem. Está aqui. No fato de que pelo menos ele não se aceita plenamente como é e gostaria de ser diferente do que é, ou pelo menos quer ser diferente. E isto é suficiente para que a graça encontre um ponto para enxertar, e isto é suficiente para que Deus encontre uma porta para entrar no coração do homem. Não sei se estamos realmente conscientes do nosso pecado tal como ele é; não sei se nos sentimos diante da santidade infinita de Deus como imundos, como dizia São Paulo, como imundo, como sentia São Paulo da Cruz, mas pelo menos podemos sentir que persiste no fundo um desejo vivo de sermos diferentes de quem somos, e talvez nem sequer a nível espiritual, mesmo a nível puramente físico: mais jovens, mais seguros de nossa santidade... Não sei, algo para que sintamos algum desejo de qualquer maneira, para que nos ofereçamos Àquele que nos pode escutar. Pelo menos isso, então, se nos impõe a nós mesmos: que não estamos felizes conosco mesmos, que queremos ser diferentes de quem somos. Então Deus pode aproximar-se mais da nossa alma, então Deus pode ter uma relação connosco; então a nossa vida já é uma oração. Mas, afinal, pedir juventude ou santidade não é um remédio para nossos males, porque neste caso nos parece mais lógico que num estoicismo cego e opaco, ele também aceite a morte porque é a natureza do homem morrer, porque é risível que o homem, uma vez velho, queira voltar jovem ou, ao nascer, não queira morrer. Desejar uma cura, desejar ser melhor a um nível puramente físico, como o paralítico poderia sentir, não é realmente o remédio para os nossos males, mesmo que esse desejo seja concedido. Algo que devemos pedir, implorar, mas a nossa alma deve viver um desejo mais profundo. Confiança, esperança, liberdade interior, abertura e finalmente expansão para uma certa paz não podem vir de ser curados. Nosso Senhor diz: "Tem confiança, meu filho, os teus pecados foram perdoados. A confiança, a liberdade interior, a abertura da alma em paz, só podem derivar da remissão de um dos nossos pecados. É justo, portanto, que a alma, se quiser ser salva, tenha antes de mais nada consciência deste pecado, porque, caso contrário, deseja e não sabe o que deseja, aspira a algo e não sabe a que aspira. Foi dito que basta desejar ser mais jovem já para dar a Deus a mão para entrar em nossos corações. Deus não entra dando-nos juventude ou cura: quando Deus entra, dá ao homem a consciência do que é realmente o seu mal: o seu pecado. O pecador pede uma coisa e Deus lhe dá outra; pede a sua recuperação, porque não sabe que é pecador, mas Deus, que através desta oração de recuperação pôde entrar em sua alma, agora dá à alma a consciência do que é realmente seu mal e o cura: "Confide, fili, remittuntur tibi sin tua". Nossa confiança, liberdade e paz interior derivam da remissão de pecados e de nada mais que isso. O homem moderno perdeu essa confiança, essa liberdade, esse senso de paz porque não só ainda não tem consciência de seus pecados, mas, não tendo essa consciência, não pode sequer ter essa remissão, não pode ser perdoado. E o Senhor desceu à terra para isto: para nos perdoar os nossos pecados. A nossa salvação depende deste simples acto divino: o perdão dos nossos pecados. Há um sentido de uma desproporção assustadora entre o que sou, entre as possibilidades de ação que me foram dadas aqui e o que me foi prometido: a eternidade. É possível que o homem acredite verdadeiramente que Deus será a sua vida? É possível ao homem acreditar nisso e não sentir que está irremediavelmente perdido? O que pode o homem oferecer pela sua salvação, para merecer esta grandeza? Que proporção existe entre estes dois dias de vida, entre as minhas virtudes, se as tenho, e esta santidade e esta vida divina? Eu me vejo amanhã depois da morte; e se eu me vejo depois da morte, parando em mim, eu não posso ver que o meu inferno, a minha condenação, não posso esperar outra coisa. Todas as virtudes dos santos, na verdade, como disse Isaías, são imundas, ainda mais na minha vida. Que proporção pode haver entre o que ofereço a Deus e o que espero receber? Entre o que é a minha vida e o que Ele me promete? É precisamente esta visão da nossa eternidade, tão iminente para cada um de nós, que dá um sentido de terror à alma. Você sente que está caindo no vazio, sente que está realmente caindo no inferno: o que você tem a oferecer a Deus para merecer a salvação, se a sua salvação é esta vida divina? Então sente o teu pecado, então estás consciente da tua indignidade, e foges de Deus, e não podes fugir d'Ele: negas a Deus, porque fugir de Deus não significa nada para ti.
Don Divo, A NOSSA DEVOÇÃO A MARIA
português inglês alemão francês espanhol italiano neerlandês polaco russo DeepL
Feliz festa da Natividade de Maria
A NOSSA DEVOÇÃO A MARIA
Esta manhã foi dito que é necessário falar de Nossa Senhora: é importante ver o que a Virgem é para nós. Parece-nos que nada caracteriza mais um movimento no meio da Igreja do que a relação que a Virgem tem com ela.
Qual é a relação entre a Virgem e nós? O que é isso para nós?
Cada congregação religiosa tem uma particular devoção à Virgem. Um facto muito preciso distingue-nos. Como os monges do Oriente, também nós não temos uma devoção particular à Virgem - os beneditinos não têm a sua própria festa particular de Nossa Senhora, mas a Ordem monástica celebra e sente a maternidade da Virgem. A relação do monge com Nossa Senhora é diferente, assim como a de uma congregação religiosa que tem uma finalidade apostólica, de serviço.
O que distingue nossa devoção a Maria é o que dissemos no primeiro dia dos Exercícios de La Verna. Vemos nela a alma consagrada. Parece-nos que as festas que mais respondem para celebrar a nossa relação com Ela são o 11 de Outubro (Maternidade de Maria) e a Festa da Apresentação no Templo (21 de Novembro). É claro que ela é também nossa Mãe, a Medianeira de todas as graças, a Co-redentora; e nós, com todos aqueles que a veneram aos pés da Cruz, veneramos e a amamos como cheia de graça.
Mas a maternidade de Maria tem para nós um caráter próprio: o de comunicar-nos , o de fazer-nos viver a sua mesma relação com Deus. Ela entretanto é Mãe porque faz que em nós viva seu mesmo amor.
Parece oportuno sublinhar não o que a separa de nós, mas o que a liga a nós. Como ela é nossa Mãe, ela já nos distingue dos outros; esta é uma relação que nos une, mas também nos distingue: ela distingue um filho do outro o filho e a mãe, não os separando, mas como termos de uma relação.
Mas queremos honrar Maria como Mãe de Cristo, porque neste mistério ela não está dividida de nós, mas devemos participar neste mistério da maternidade divina. Nossa santidade é também um nascimento de Cristo em nossos corações. É claro que ela sempre nos transcenderá infinitamente ao viver este mistério, mas, vivendo a vida cristã, também nós realizamos esta maternidade, que só nela atinge a sua plenitude final.
É por isso que a nossa festa é a maternidade divina de Maria. Nossa Senhora é Nicopeja: Jesus não está nos seus braços, está no peito de Maria para nos ensinar que até a sua vida íntima se esgota na geração de Cristo.
Cada um de nós deve ser a mãe e esposa de Cristo. Devemos assegurar que Ele nasce em nós. Devemos aceitar as palavras do Anjo: "Ecce concipies et paries..." Devemos viver para lhe dar vida, para conceber o Cristo. Toda a nossa vida só se esgota nas palavras que a Igreja faz o sacerdote dizer no altar: "Hoc est corpus meum".
É claro que nenhum de nós pode alcançar aquela plenitude de graça a que Maria chegou. Nela este mistério é plenamente realizado, em nós é partilhado na medida em que, unidos a ela, aceitamos as palavras do Anjo. Filho do homem, de cada um de nós, Cristo permanece de modo real filho de uma mulher: devemos estar nela para gerar Cristo. Assim vemos nela, acima de tudo, a Mãe de Deus. E a Mãe de Deus como uma Virgem.
A virgindade não é o egoísmo daqueles que estão fechados a todo amor, mas daqueles que se entregam inteiramente a Deus. É neste dom a Deus que consiste a virgindade. A maternidade de Maria importa este dom integral de si a Deus, por isso exige a sua virgindade. Também nós somos "mães" de Deus no dom integral de todos nós a Ele. É neste dom integral que participamos da maternidade divina de Maria.
Que Jesus nasça em nós! Que possamos gerar Cristo! Que a nossa vida seja um sacramento contínuo para que cada um de nós comunique Cristo aos irmãos, para que o levemos em nosso ventre e o geremos em nossas obras! Eu dou à luz continuamente, o que, para nós, significa doar Cristo aos nossos irmãos e irmãs.
Devemos também ver em Maria o tipo de "mãe" que é "noiva". A alma na sua relação com Deus é mãe para ser noiva, para ter uma relação nupcial com Deus de amor íntimo. Maria é a Mãe Noiva de Cristo. Na iconografia antiga se vê muitas vezes que o Menino que ela carrega em seus braços põe o anel no dedo de Maria.
A união de casamento de Maria é com o Filho de Deus. Ela é a Noiva de Nosso Senhor. Nas bodas de Caná é Maria quem dá o vinho da alegria. No pretório, Pilatos tinha indicado em Jesus o homem: "Ecce homo"; Jesus, da cruz, indicou a mulher. "Mulher"! Ela não é a mãe dele, é a "Mulher". O "Homem" e a "Mulher" encontram-se e devolvem a vida à humanidade. É aos pés da Cruz que se realiza a União: a "Mulher" é Aquela que está aos pés da Cruz, e o "Homem" é Ele, Jesus.
"Eis o teu filho", diz Jesus. Maria é Mãe de Deus.
E o acto nupcial que regenera a humanidade realiza-se. "Eis o teu filho", diz Jesus. Maria é Mãe porque é responsável por toda a humanidade. E a nova humanidade curada está em João.
Em Maria é o tipo de alma consagrada que devemos também alcançar; se alguma vez o conseguirmos, devemos lutar por esta santidade. "Ecce ancilla Domini", diz Nossa Senhora. Toda a nossa ocupação deve ser um sacramento de amor;e nada menos devemos dar aos nossos irmãos e irmãs do que Cristo.
Enquanto não dermos Jesus ao nosso próximo, enganamo-lo.
Esta é a nossa maternidade divina. Mas esta maternidade está também em função da nossa união nupcial com Cristo. A alma consagrada deve compreender a sua união nupcial - a maternidade divina não pode ser plena se não for integrada pela união nupcial. Para que nossa alma seja mãe e esposa, devemos viver na intimidade com Jesus, viver totalmente para ele em silêncio, subtraídos de todos os olhos, viver somente com ele, como a Virgem no Templo.
A apresentação da Virgem no Templo é historicamente lendária, mas a Igreja celebra esta festa para nos recordar o mistério da sua união com Cristo. Ela vive uma vida tão profunda e unida a Cristo que é como um jardim fechado, como uma fonte selada. A vida da Virgem! Não sabemos onde o homem acaba e onde Deus começa. Uno é verdadeiramente o espírito, uno é o amor. "Quem adere a Deus é um com Ele" - isto foi realizado pela Virgem. Acreditas que vês a Virgem e, em vez disso, só vês Deus. Cada ato, tanto interno como externo, da Virgem era somente do Espírito Santo. Quem pode dizer o mesmo de nós? No entanto, devemos viver no seio do Pai, como Maria no Templo; viver na oração, e na união nupcial do Filho de Deus.
Não sei se também vos parece que Deus nos deu uma vocação mais elevada; não sei por que nos escolheu, a nós tão pobres, tão mesquinhos.
Só podemos agradecer a Deus. Até a Virgem Maria só podia cantar um hino de ação de graças: o Magnificat. Nela tudo foi o senhor que realizou - ela não é nada. Mas nós, mais do que um nada, somos um abismo de pecado! E Deus escolheu-nos! Nunca nada será tão grande como o que Ele nos revelou hoje: ser mãe de Cristo para ser com Ele um só espírito e um só corpo.
Porque te digo tudo isto na Assunção de Maria? Porque hoje vemos o mistério de Maria em sua plena manifestação: corpo e alma, tudo o que ela deu a Deus, tudo, nela, foi glorificado e elevado na própria vida de Deus.
Para que também nós, ao vivermos hoje o mistério desta união matrimonial, vivamos amanhã a glória de Deus e sejamos a manifestação eterna da Sua infinita misericórdia.
Louvado seja Deus!"
Don Divo, Homilia na Casa de St. Sergius
Feliz festa da Natividade de Maria
A NOSSA DEVOÇÃO A MARIA
Esta manhã foi dito que é necessário falar de Nossa Senhora: é importante ver o que a Virgem é para nós. Parece-nos que nada caracteriza mais um movimento no meio da Igreja do que a relação que a Virgem tem com ela.
Qual é a relação entre a Virgem e nós? O que é isso para nós?
Cada congregação religiosa tem uma particular devoção à Virgem. Um facto muito preciso distingue-nos. Como os monges do Oriente, também nós não temos uma devoção particular à Virgem - os beneditinos não têm a sua própria festa particular de Nossa Senhora, mas a Ordem monástica celebra e sente a maternidade da Virgem. A relação do monge com Nossa Senhora é diferente, assim como a de uma congregação religiosa que tem uma finalidade apostólica, de serviço.
O que distingue nossa devoção a Maria é o que dissemos no primeiro dia dos Exercícios de La Verna. Vemos nela a alma consagrada. Parece-nos que as festas que mais respondem para celebrar a nossa relação com Ela são o 11 de Outubro (Maternidade de Maria) e a Festa da Apresentação no Templo (21 de Novembro). É claro que ela é também nossa Mãe, a Medianeira de todas as graças, a Co-redentora; e nós, com todos aqueles que a veneram aos pés da Cruz, veneramos e a amamos como cheia de graça.
Mas a maternidade de Maria tem para nós um caráter próprio: o de comunicar-nos , o de fazer-nos viver a sua mesma relação com Deus. Ela entretanto é Mãe porque faz que em nós viva seu mesmo amor.
Parece oportuno sublinhar não o que a separa de nós, mas o que a liga a nós. Como ela é nossa Mãe, ela já nos distingue dos outros; esta é uma relação que nos une, mas também nos distingue: ela distingue um filho do outro o filho e a mãe, não os separando, mas como termos de uma relação.
Mas queremos honrar Maria como Mãe de Cristo, porque neste mistério ela não está dividida de nós, mas devemos participar neste mistério da maternidade divina. Nossa santidade é também um nascimento de Cristo em nossos corações. É claro que ela sempre nos transcenderá infinitamente ao viver este mistério, mas, vivendo a vida cristã, também nós realizamos esta maternidade, que só nela atinge a sua plenitude final.
É por isso que a nossa festa é a maternidade divina de Maria. Nossa Senhora é Nicopeja: Jesus não está nos seus braços, está no peito de Maria para nos ensinar que até a sua vida íntima se esgota na geração de Cristo.
Cada um de nós deve ser a mãe e esposa de Cristo. Devemos assegurar que Ele nasce em nós. Devemos aceitar as palavras do Anjo: "Ecce concipies et paries..." Devemos viver para lhe dar vida, para conceber o Cristo. Toda a nossa vida só se esgota nas palavras que a Igreja faz o sacerdote dizer no altar: "Hoc est corpus meum".
É claro que nenhum de nós pode alcançar aquela plenitude de graça a que Maria chegou. Nela este mistério é plenamente realizado, em nós é partilhado na medida em que, unidos a ela, aceitamos as palavras do Anjo. Filho do homem, de cada um de nós, Cristo permanece de modo real filho de uma mulher: devemos estar nela para gerar Cristo. Assim vemos nela, acima de tudo, a Mãe de Deus. E a Mãe de Deus como uma Virgem.
A virgindade não é o egoísmo daqueles que estão fechados a todo amor, mas daqueles que se entregam inteiramente a Deus. É neste dom a Deus que consiste a virgindade. A maternidade de Maria importa este dom integral de si a Deus, por isso exige a sua virgindade. Também nós somos "mães" de Deus no dom integral de todos nós a Ele. É neste dom integral que participamos da maternidade divina de Maria.
Que Jesus nasça em nós! Que possamos gerar Cristo! Que a nossa vida seja um sacramento contínuo para que cada um de nós comunique Cristo aos irmãos, para que o levemos em nosso ventre e o geremos em nossas obras! Eu dou à luz continuamente, o que, para nós, significa doar Cristo aos nossos irmãos e irmãs.
Devemos também ver em Maria o tipo de "mãe" que é "noiva". A alma na sua relação com Deus é mãe para ser noiva, para ter uma relação nupcial com Deus de amor íntimo. Maria é a Mãe Noiva de Cristo. Na iconografia antiga se vê muitas vezes que o Menino que ela carrega em seus braços põe o anel no dedo de Maria.
A união de casamento de Maria é com o Filho de Deus. Ela é a Noiva de Nosso Senhor. Nas bodas de Caná é Maria quem dá o vinho da alegria. No pretório, Pilatos tinha indicado em Jesus o homem: "Ecce homo"; Jesus, da cruz, indicou a mulher. "Mulher"! Ela não é a mãe dele, é a "Mulher". O "Homem" e a "Mulher" encontram-se e devolvem a vida à humanidade. É aos pés da Cruz que se realiza a União: a "Mulher" é Aquela que está aos pés da Cruz, e o "Homem" é Ele, Jesus.
"Eis o teu filho", diz Jesus. Maria é Mãe de Deus.
E o acto nupcial que regenera a humanidade realiza-se. "Eis o teu filho", diz Jesus. Maria é Mãe porque é responsável por toda a humanidade. E a nova humanidade curada está em João.
Em Maria é o tipo de alma consagrada que devemos também alcançar; se alguma vez o conseguirmos, devemos lutar por esta santidade. "Ecce ancilla Domini", diz Nossa Senhora. Toda a nossa ocupação deve ser um sacramento de amor;e nada menos devemos dar aos nossos irmãos e irmãs do que Cristo.
Enquanto não dermos Jesus ao nosso próximo, enganamo-lo.
Esta é a nossa maternidade divina. Mas esta maternidade está também em função da nossa união nupcial com Cristo. A alma consagrada deve compreender a sua união nupcial - a maternidade divina não pode ser plena se não for integrada pela união nupcial. Para que nossa alma seja mãe e esposa, devemos viver na intimidade com Jesus, viver totalmente para ele em silêncio, subtraídos de todos os olhos, viver somente com ele, como a Virgem no Templo.
A apresentação da Virgem no Templo é historicamente lendária, mas a Igreja celebra esta festa para nos recordar o mistério da sua união com Cristo. Ela vive uma vida tão profunda e unida a Cristo que é como um jardim fechado, como uma fonte selada. A vida da Virgem! Não sabemos onde o homem acaba e onde Deus começa. Uno é verdadeiramente o espírito, uno é o amor. "Quem adere a Deus é um com Ele" - isto foi realizado pela Virgem. Acreditas que vês a Virgem e, em vez disso, só vês Deus. Cada ato, tanto interno como externo, da Virgem era somente do Espírito Santo. Quem pode dizer o mesmo de nós? No entanto, devemos viver no seio do Pai, como Maria no Templo; viver na oração, e na união nupcial do Filho de Deus.
Não sei se também vos parece que Deus nos deu uma vocação mais elevada; não sei por que nos escolheu, a nós tão pobres, tão mesquinhos.
Só podemos agradecer a Deus. Até a Virgem Maria só podia cantar um hino de ação de graças: o Magnificat. Nela tudo foi o senhor que realizou - ela não é nada. Mas nós, mais do que um nada, somos um abismo de pecado! E Deus escolheu-nos! Nunca nada será tão grande como o que Ele nos revelou hoje: ser mãe de Cristo para ser com Ele um só espírito e um só corpo.
Porque te digo tudo isto na Assunção de Maria? Porque hoje vemos o mistério de Maria em sua plena manifestação: corpo e alma, tudo o que ela deu a Deus, tudo, nela, foi glorificado e elevado na própria vida de Deus.
Para que também nós, ao vivermos hoje o mistério desta união matrimonial, vivamos amanhã a glória de Deus e sejamos a manifestação eterna da Sua infinita misericórdia.
Louvado seja Deus!"
Don Divo, Homilia na Casa de St. Sergius
quinta-feira, 16 de maio de 2019
DON DIVO BARSOTTI, COMO REZAR A ESTE DEUS ESQUIVO?
DON DIVO BARSOTTI
O TEMA O velho místico, fundador da comunidade dos "Filhos de Deus", reflete sobre a grande
questão da espiritualidade
COMO REZAR A ESTE DEUS ESQUIVO?
Divo Barsotti: quanto mais o procuramos, mais ele se afasta
"Que tipo de relação podemos estabelecer com o Senhor, transcendência infinita, além do tempo e do espaço?"
por Andrea Fagioli
FLORENÇA: Nas últimas páginas de um de seus diários, escreveu que não podia rezar. Foi ele, Dom Divo Barsotti, fundador de uma comunidade contemplativa, conhecido por seus estudos de espiritualidade e meditações sobre os mistérios cristãos, que passou horas e horas na capela de seu pequeno eremitério que recebeu o nome da mais alta expressão do monaquismo russo, São Sérgio.
"Quando se quer rezar - o sacerdote idoso, originário de Palaia, na província de Pisa, explica em voz baixa -, parece-lhe sempre que não pode rezar, porque rezar significa entrar em comunhão com Deus. E este Deus escapa-nos. Por um lado, atrai-nos e não podemos deixar de o procurar; por outro lado, quanto mais o procuramos, mais Ele parece afastar-se. É um jogo ao qual Deus nos submete". E para explicar o "jogo" Barsotti recorre a Santo Agostinho, "que em relação à Graça Divina, disse que é como entregar uma noz a uma criança. A criança corre para levá-lo e se nos afastarmos, ele corre.
ainda mais. Assim o Senhor faz conosco: Ele sai porque caminhamos mais rápido para Ele".
Mais uma vez subimos a Settignano, à Casa São Sérgio, para escutar "o pai", como "seu" chamado, para escutar este místico que aos 87 anos (fará 25 anos no próximo mês de abril) surpreende pela profundidade e clareza de suas reflexões. E'
desde 1955 que vive aqui, neste oásis de silêncio e oração a dois passos de Florença. Assim o quis desde que fundou a Comunidade dos Filhos de Deus para viver no meio do mundo uma espiritualidade de caráter monástico, baseada no primado do exercício das virtudes teologais.
(fé, esperança, caridade) e sobre o primado dos valores contemplativos do silêncio e da oração.
Mas se lhe perguntamos o que é a oração, ele responde que devemos primeiro perguntar-nos se ela existe: "Que relação podemos estabelecer com um Deus que é transcendência infinita, que está além do tempo e do espaço? Por que o homem, apesar de tudo, sempre acreditou que poderia estabelecer esse contato com Deus que parece impossível? A resposta é simples e ao mesmo tempo difícil: "Porque o Deus em quem cremos - diz Barsotti - é o Deus da aliança, que quis estabelecer uma relação, que tornou possível o nosso encontro com Ele. Mas ainda não é uma resposta verdadeira. A oração pressupõe um grande mistério,
o mistério da Encarnação. Deus tornou-se homem. Ao tornar-se um homem, ele pode falar comigo e eu posso falar com Ele. A natureza comum torna possível um contacto, um encontro. E a oração pelos cristãos é precisamente isto: falar a uma pessoa viva".
Então, se a oração é possível, o que é? "É esta união com Deus. É viver uma união pela qual nos damos a Ele e Ele se dá a nós. Mas tudo é possível porque foi Deus quem tomou a iniciativa. Então, é ele quem reza. A nossa oração pressupõe Ele. Não poderíamos falar com Ele sem que Ele nos falasse primeiro. E a nossa oração é tanto mais verdadeira quanto mais sentimos que Ele é o primeiro a falar, o primeiro a entrar na nossa vida. E dá-nos esperança, vem em nosso auxílio, conhece-nos e ama-nos. A oração pressupõe, portanto, em primeiro lugar, a fé".
É a fé - continua Dom Barsotti - que nos dá a possibilidade de rezar. O dom que o homem faz de si mesmo a Deus é o dom da sua pobreza e dos seus pecados. Ele não pode nos pedir mais nada, também porque a única coisa que ele não tem é pecado. Ele recebe-o de nós. Tornou-se homem.
para colocarmos as nossas dores e os nossos pecados sobre ele. Enquanto tudo em nossas vidas parece cair no vazio, Deus alimenta em nós uma esperança que parece absurda, a esperança de uma vida imortal. A oração é, portanto, uma troca de vida: Deus faz-se homem e toma sobre Si a nossa pobreza, mas nós tiramos d'Ele tudo o que Ele é.
Nem mesmo o Céu nos interessa mais: temos mais do que o Céu se O tivermos". E se alguém perguntasse a Dom Barsotti "ensina-me a rezar", o que diria o teólogo e poeta sacerdote? Em primeiro lugar, eu diria que Deus está com ele, que ele fala com ele, que o ama. Se alguém pode pensar que existe um Deus que nos ama, a oração nasce sozinha. Uma das maiores coisas para o homem é sentir que há outra criatura que o ama, que pensa nele. Sentir-se pensado, amado, é a maior alegria. Não é por acaso que o noivado é o período mais rico que o homem vive, porque é uma relação de amor que vem da consciência e experiência de amar e ser amado.
Portanto, se queremos viver a oração, antes de mais nada devemos pensar que Deus é real, que Ele não é apenas uma imensidão, que não é apenas a verdade, que não é apenas alegria, que não é apenas amor: é uma pessoa. Pede-se à namorada nada mais do que existir".
"Pede e ser-te-á dado", diz o Evangelho. Então, em oração, pode-se pedir coisas que também são muito terrenas? Podemos pedir tudo", respondeu Barsotti, "Deus vem ao nosso encontro como nós somos e somos de carne, somos pequenos. Deus não esquece nossa pobreza e nossa pequenez. Ele mesmo nos disse para pedirmos pão de cada dia,
que tem tudo a ver com as necessidades básicas do homem. Estamos numa relação de amizade com Deus, ainda que um pouco estranha, porque por um lado há Ele que é tudo e por outro há nós que não somos nada. Mas se Ele nos ama como somos, Ele deve satisfazer as necessidades reais do homem, que são também as do salário, do amor humano, de uma certa felicidade, de um certo sucesso, mesmo a nível social. O Senhor sabe tudo isto. Ele não nos condena pelo facto de sentirmos essas necessidades. Mas se fossemos tomados pelo amor de Deus, estas necessidades cairiam. Mesmo um jovem quando começa a
amar uma rapariga até ele ser amado sente-se inútil: é uma coisa terrível.
Mas quando sente que é amado, sente que tem tudo. Aqueles que estão convencidos de que são amados por Deus podem passar sem tudo. Neste sentido, a oração despoja-nos das nossas necessidades, porque é um dom maior do que as necessidades do homem.
Andrea Fagioli
fonte
don Divo, COME PREGARE QUESTO DIO CHE SFUGGE?
português inglês alemão francês espanhol neerlandês polaco rus
COME PREGARE QUESTO DIO CHE SFUGGE?
Divo Barsotti: quanto più lo cerchiamo, tanto più Lui sembra allontanarsi
«Che tipo di rapporto possiamo stabilire noi con il Signore, trascendenza infinita, al di là del tempo e dello spazio?»
DIVO BARSOTTI
IL TEMA L'anziano mistico, fondatore della comunità dei «Figli di Dio», riflette sul grande
interrogativo della spiritualità
interrogativo della spiritualità
COME PREGARE QUESTO DIO CHE SFUGGE?
Divo Barsotti: quanto più lo cerchiamo, tanto più Lui sembra allontanarsi
«Che tipo di rapporto possiamo stabilire noi con il Signore, trascendenza infinita, al di là del tempo e dello spazio?»
di Andrea Fagioli
FIRENZE. Nelle ultime pagine di un suo diario ha scritto di non saper pregare. Proprio lui, don Divo Barsotti , fondatore di una comunità contemplativa, conosciuto per i suoi studi di spiritualità e le meditazioni sui misteri cristiani, che passa ore e ore nella cappella del suo piccolo eremo intitolato all'espressione più alta del monachesimo russo, San Sergio.
«Quando uno vuol pregare - spiega a bassa voce l'anziano sacerdote, originario di Palaia, in provincia di Pisa -, gli sembra sempre di non saper pregare, perché pregare vuol dire entrare in comunione con Dio. E questo Dio ci sfugge. Da una parte ci attira e non possiamo fare a meno di cercarlo; dall'altra, quanto più lo cerchiamo tanto più Lui sembra allontanarsi. E' un gioco quello a cui Dio ci sottopone». E per spiegare il «gioco» Barsotti ricorre a Sant'Agostino, «che a proposito della Grazia divina, diceva che è come porgere una noce a un bambino. Il bambino corre per prenderla e se ci allontaniamo lui corre
ancora di più. Così il Signore fa con noi: si allontana perché camminiamo più veloci verso di Lui».
ancora di più. Così il Signore fa con noi: si allontana perché camminiamo più veloci verso di Lui».
Ancora una volta siamo saliti a Settignano, a Casa San Sergio, per ascoltare «il padre», come lo chiamano i «suoi», per ascoltare questo mistico che alla soglia degli 87 anni (li compirà il 25 aprile prossimo) stupisce per la profondità e la lucidità delle sue riflessioni. E'
dal 1955 che vive qui, in quest'oasi di silenzio e preghiera a due passi da Firenze. La vuole così da quando ha fondato la Comunità dei Figli di Dio per vivere in mezzo al mondo una spiritualità di carattere monastico, basata sul primato dell'esercizio delle virtù teologali
(fede, speranza, carità) e sul primato dei valori contemplativi del silenzio e della preghiera.
dal 1955 che vive qui, in quest'oasi di silenzio e preghiera a due passi da Firenze. La vuole così da quando ha fondato la Comunità dei Figli di Dio per vivere in mezzo al mondo una spiritualità di carattere monastico, basata sul primato dell'esercizio delle virtù teologali
(fede, speranza, carità) e sul primato dei valori contemplativi del silenzio e della preghiera.
Ma se gli chiediamo cos'è la preghiera, lui risponde che dobbiamo prima chiederci se esiste: «Che rapporto possiamo stabilire noi con un Dio che è trascendenza infinita, che è al di là del tempo e dello spazio? Come mai l'uomo, nonostante tutto, ha sempre creduto di poter stabilire con Dio questo contatto che sembra impossibile?». Semplice e difficile al tempo stesso la risposta: «Perché il Dio in cui crediamo - dice Barsotti - è il Dio dell'alleanza, che ha voluto stabilire un rapporto, che ha reso possibile un incontro nostro con Lui. Ma ancora non è una risposta vera. La preghiera presuppone un grande mistero,
il mistero dell'Incarnazione. Dio si è fatto uomo. Facendosi uomo può parlarmi e io posso parlare a Lui. La comune natura rende possibile un contatto, un incontro. E la preghiera per i cristiani è proprio questo: parlare ad una persona vivente».
il mistero dell'Incarnazione. Dio si è fatto uomo. Facendosi uomo può parlarmi e io posso parlare a Lui. La comune natura rende possibile un contatto, un incontro. E la preghiera per i cristiani è proprio questo: parlare ad una persona vivente».
Allora, se la preghiera è possibile, cos'è? «E' questa unione con Dio. E' vivere una unione per la quale noi ci doniamo a Lui e Lui si dona a noi. Ma tutto è possibile perché è Dio che ha preso l'iniziativa. Dunque, è lui che prega. La preghiera nostra presuppone Lui. Non potremmo parlare a Lui senza che prima Lui parli a noi. E la nostra preghiera tanto più è vera, quanto più noi sentiamo che è Lui il primo che parla, il primo che entra nella nostra vita. E ci dà la speranza, ci viene in soccorso, ci conosce e ci ama. La preghiera presuppone dunque prima di tutto la fede».
E' la fede - prosegue don Barsotti - che dà la possibilità della preghiera. Il dono che l'uomo fa di sé a Dio è il dono della sua povertà e dei suoi peccati. Lui non può chiederci altro, anche perché l'unica cosa che non ha è il peccato. Lo riceve da noi. Si è fatto uomo
per addossare su di sé le nostre pene e i nostri peccati. Mentre tutto nella nostra vita sembra cadere nel vuoto, Dio alimenta in noi una speranza che sembra assurda, la speranza di una vita immortale. La preghiera è dunque uno scambio di vita: Dio si fa uomo e prende sopra di sé la nostra povertà, ma noi prendiamo di Lui tutto quello che egli è.
Nemmeno il Paradiso ci interessa più: abbiamo più che il Paradiso se abbiamo Lui». E se qualcuno chiedesse a don Barsotti «insegnami a pregare», cosa risponderebbe il sacerdote teologo e poeta? «Prima di tutto gli direi che Dio è con lui, che gli parla, che lo ama. Se si riesce a pensare che c'è un Dio che ci ama, la preghiera nasce da sola. Una delle cose più grandi per l'uomo è sentire che vi è un'altra creatura che lo ama, che pensa a lui. Sentirsi pensati, amati, è la gioia più grande. Non per nulla il fidanzamento è il periodo più ricco che l'uomo viva, perché è un rapporto d'amore che nasce dalla consapevolezza e dall'esperienza di amare e di essere amati. Allora, se si vuole vivere la preghiera, prima di tutto si deve pensare che Dio è reale, che non è soltanto una immensità, non è soltanto la verità, non è soltanto la gioia, non è soltanto l'amore: è una persona. Alla fidanzata non si chiede altro che esistere».
«Chiedete e vi sarà dato», dice il Vangelo. Dunque, nella preghiera si possono chiedere cose anche molto terrene? «Possiamo chiedere tutto - risponde Barsotti -. Dio viene incontro a noi così come siamo e noi siamo di carne, siamo piccoli. Dio non dimentica la nostra povertà e la nostra pochezza. Ci ha detto Lui stesso di chiedere il pane quotidiano,
ovvero tutto quello che riguarda i bisogni elementari dell'uomo. Con Dio siamo in un rapporto di amicizia, anche se un po' strano, perché da una parte c'è Lui che è tutto e dall'altra ci siamo noi che siamo nulla. Ma se Lui ci ama così come siamo deve venire incontro ai bisogni reali dell'uomo, che sono anche quelli dello stipendio, di un amore umano, di una certa felicità, di un certo successo, anche sul piano sociale. Tutto questo il Signore lo sa. Non ci condanna per il fatto che sentiamo questi bisogni. Ma se fossimo presi dall'amore di Dio questi bisogni cadrebbero. Anche un giovane quando comincia ad
amare una ragazza fin tanto che non è riamato sente la vita inutile: è una cosa terribile.
per addossare su di sé le nostre pene e i nostri peccati. Mentre tutto nella nostra vita sembra cadere nel vuoto, Dio alimenta in noi una speranza che sembra assurda, la speranza di una vita immortale. La preghiera è dunque uno scambio di vita: Dio si fa uomo e prende sopra di sé la nostra povertà, ma noi prendiamo di Lui tutto quello che egli è.
Nemmeno il Paradiso ci interessa più: abbiamo più che il Paradiso se abbiamo Lui». E se qualcuno chiedesse a don Barsotti «insegnami a pregare», cosa risponderebbe il sacerdote teologo e poeta? «Prima di tutto gli direi che Dio è con lui, che gli parla, che lo ama. Se si riesce a pensare che c'è un Dio che ci ama, la preghiera nasce da sola. Una delle cose più grandi per l'uomo è sentire che vi è un'altra creatura che lo ama, che pensa a lui. Sentirsi pensati, amati, è la gioia più grande. Non per nulla il fidanzamento è il periodo più ricco che l'uomo viva, perché è un rapporto d'amore che nasce dalla consapevolezza e dall'esperienza di amare e di essere amati. Allora, se si vuole vivere la preghiera, prima di tutto si deve pensare che Dio è reale, che non è soltanto una immensità, non è soltanto la verità, non è soltanto la gioia, non è soltanto l'amore: è una persona. Alla fidanzata non si chiede altro che esistere».
«Chiedete e vi sarà dato», dice il Vangelo. Dunque, nella preghiera si possono chiedere cose anche molto terrene? «Possiamo chiedere tutto - risponde Barsotti -. Dio viene incontro a noi così come siamo e noi siamo di carne, siamo piccoli. Dio non dimentica la nostra povertà e la nostra pochezza. Ci ha detto Lui stesso di chiedere il pane quotidiano,
ovvero tutto quello che riguarda i bisogni elementari dell'uomo. Con Dio siamo in un rapporto di amicizia, anche se un po' strano, perché da una parte c'è Lui che è tutto e dall'altra ci siamo noi che siamo nulla. Ma se Lui ci ama così come siamo deve venire incontro ai bisogni reali dell'uomo, che sono anche quelli dello stipendio, di un amore umano, di una certa felicità, di un certo successo, anche sul piano sociale. Tutto questo il Signore lo sa. Non ci condanna per il fatto che sentiamo questi bisogni. Ma se fossimo presi dall'amore di Dio questi bisogni cadrebbero. Anche un giovane quando comincia ad
amare una ragazza fin tanto che non è riamato sente la vita inutile: è una cosa terribile.
Quando però avverte di essere amato, sente di possedere tutto. Chi è convinto di essere amato da Dio può fare a meno di tutto. In questo senso la preghiera ci spoglia dei nostri bisogni, perché è un dono più grande di quanto possono esserlo i bisogni dell'uomo».
Andrea Fagioli
Con spirito di monaco, alla scuola di don Barsotti
«Mi eri fratello,sei diventato maestro»
DI DON MASSIMO NARO
.... leggere...
«Con spirito di monaco, alla scuola di don Barsotti» DI LORENZO ROSOLI ncontrarlo era sempre bello – racconta padre Serafino Tognetti –. Bastava una mezz’ora con lui per gustare il sapore di un’esistenza che si pone costantemente al cospetto di Dio. Questo, in fondo, significa essere monaco: testimoniare il primato di Dio in ogni aspetto e condizione di vita. E Cataldo Naro – prete diocesano, poi vescovo; intellettuale e pastore; uomo dalla grande cultura storica e teologica chiamato a crescenti responsabilità nella Chiesa e nella società – seppe trovare nell’esperienza e nella spiritualità monastica il cuore che dà armonia e sintesi a tutti questi aspetti, illuminato dal carisma e dall’amicizia di don Divo Barsotti». Padre Serafino Tognetti è il successore di don Divo Barsotti alla guida della Comunità dei Figli di Dio, fondata nel 1946 dal mistico e scrittore spirituale toscano spentosi il «I 15 febbraio 2006. «Cataldo Naro entrò a far parte della nostra comunità monastica quando era ancora giovane prete della diocesi di Caltanissetta – spiega Tognetti –. L’allora rettore del seminario nisseno, don Giovanni Speciale, era amico di don Barsotti e lo invitava spesso a tenere incontri con i seminaristi e i giovani sacerdoti; in quelle occasioni Naro conobbe Barsotti e restò affascinato dal suo carisma monastico, tanto che nel 1983 fece voti personali di povertà, castità e obbedienza nelle mani di don Divo. Era il segno del legame profondo con la Comunità dei Figli di Dio, un’appartenenza che rinnovò e mai nascose anche da vescovo». Quale rapporto si sviluppò fra Naro e Barsotti? «Un rapporto di profondissimo affetto. Anche per la differenza d’età si consideravano come padre e figlio. Barsotti chiamava Naro il mio vescovo; Naro ebbe in Barsotti un vero padre spirituale, col quale si confidava anche nelle prove più aspre del ministero episcopale. Quando gli era possibile si recava da don Divo, in Toscana; prima di divenire vescovo ha tenuto esercizi spirituali nella nostra comunità e – da preside della Facoltà teologica di Sicilia – ha promosso due convegni nazionali dedicati alla figura e al carisma di don Divo, a Palermo nel 2000 e a Trento nel 2002. Nel 2005 ci aveva chiesto di aprire una comunità monastica nella sua diocesi di Monreale. Il 21 ottobre prossimo – appena dopo la chiusura del Convegno ecclesiale di Verona – doveva recarsi a Milano, al Centro San Fedele, per parlare di don Divo collocandone la vicenda nella storia della Chiesa del ’900». La Comunità dei Figli di Dio, va ricordato, non è costituita solo da monaci nel senso tradizionale del termine, ma anche da preti diocesani e da laici, sposati e no, che invece di "ritirarsi dal mondo" vivono la spiritualità e la profezia monastica in famiglia, nella professione, nella società. E nella Chiesa. «Così fu anche per Naro, e in modo esemplare – conclude Tognetti –. Lo dicono i suoi scritti – incluse le lettere pastorali, da arcivescovo di Monreale – ma prima di tutto lo stile di vita. Naro era affabile, accogliente, umile: aveva un senso forte della dignità di sacerdote e di vescovo – non era un tipo dalla battuta facile o da pacche sulle spalle – ed era consapevole delle sue qualità intellettuali, ma mai dimenticava che ogni dono viene da Dio. E che la vita intera è dono, da vivere sempre al cospetto di Dio». L’adesione di Naro alla Comunità dei Figli di Dio e il rapporto col fondatore:parla padre Tognetti,il successore del mistico toscano Giornata delle comunicazioni sociali: i bambini e i media il tema per il 2007 qualcosa di unico e di speciale. Regalare un libro, per esempio. Aldo tu mi hai insegnato non a scegliere i libri, a leggerli, a catalogarli. E neppure mi hai insegnato soltanto e semplicemente a farli i libri, a scriverli, a curarne la pubblicazione, a vederli nascere dal computer alla tipografia. Mi hai insegnato anche, partecipandomi l’arte del libro, ad amare. Ogni libro che spedivi a chiunque, ad amici fraterni come pure a semplici conoscenti, era accompagnato da una tua parola, da un tuo cordiale saluto vergato di tuo pugno, a volte anche solo dall’indirizzo sulla busta, che volevi sempre e testardamente scrivere a mano, per far capire al destinatario che lo avevi presente nel cuore e non solo nell’indirizzario. Apprendere da te l’arte del libro significa per me, davvero, aver appreso l’arte dell’amicizia, lo stile dell’amore. Ogni libro che mi chiedevi di aiutarti a fare, al Centro Studi Cammarata e al Centro Studi Intreccialagli, come pure in Facoltà Teologica a Palermo, era come una rete di contatti, di relazioni, di confronti, di collaborazioni: era come darsi un appuntamento con tanti amici, con quelli che avrebbero scritto il libro, con quelli che lo avrebbero edito, con quelli che lo avrebbero stampato, con quelli che lo avrebbero letto e presentato, con quelli che lo avrebbero ricevuto in dono da te. E sempre da tutti, se essi avevano il cuore per vedere e ascoltare questo tuo amore, mi giungeva puntuale la grata conferma che il tuo messaggio d’amicizia era stato recepito. «Dillo tu alla mamma»: così sempre mi dicevi quando c’era qualcosa d’importante, ma anche di doloroso, da doverle comunicare. Così è stato quando il Signore ti ha fatto vescovo. E così è stato quando ti sei sentito male. E così ho fatto, infine, venerdì pomeriggio. Così voglio fare di nuovo stasera, a nome tuo. Cara mamma, non lasciarti frastornare da chi dice che questo era il disegno di Dio, così era destino che avvenisse, che i misteri di Dio sono insondabili. Il mistero di Dio è insondabile perché è mistero di infinita misericordia, di amore senza fondo e senza fine. La volontà di Dio non è arcana. Semmai è inevidente: bisogna pregarci sopra per riceverne il senso. Dio non si allea mai con la morte. Dio non se ne serve mai. Dio lotta contro la morte. E quando la morte si è scagliata persino contro di Lui, in Cristo crocifisso, Dio si è ribellato alla morte: e l’ha vinta. Con la risurrezione. Anche la morte di Aldo non è gradita a Dio, e Dio ne prende le distanze infinite della risurrezione che certamente, in Cristo Gesù, concede anche ad Aldo. Rimane la sua morte come un dono, come un pegno e come un impegno per tutti noi: per noi sua famiglia, per la Chiesa monrealese sua famiglia. In essa, nella sua bruttura, dobbiamo sperare anche per noi, qui, in questa terra, ciò che ad Aldo è regalato nel cuore eterno di Dio: la bellezza della resurrezione, la bellezza del risorgere dal peccato e dalla morte ch’esso semina lì dove si annida. Stavamo, Aldo, fratello mio e mio maestro, lavorando insieme a un libro sulle icone del Risorto raffigurate in questa tua basilica cattedrale. E avevamo deciso di intitolarlo con la frase con cui l’evangelista Giovanni descrive l’effetto delle apparizioni del Risorto nell’esperienza dei suoi discepoli: Gioirono al vedere il Signore. Ora anche tu Lo vedi in pienezza. Ed è questa la tua gioia eterna.
.... leggere...
«Con spirito di monaco, alla scuola di don Barsotti» DI LORENZO ROSOLI ncontrarlo era sempre bello – racconta padre Serafino Tognetti –. Bastava una mezz’ora con lui per gustare il sapore di un’esistenza che si pone costantemente al cospetto di Dio. Questo, in fondo, significa essere monaco: testimoniare il primato di Dio in ogni aspetto e condizione di vita. E Cataldo Naro – prete diocesano, poi vescovo; intellettuale e pastore; uomo dalla grande cultura storica e teologica chiamato a crescenti responsabilità nella Chiesa e nella società – seppe trovare nell’esperienza e nella spiritualità monastica il cuore che dà armonia e sintesi a tutti questi aspetti, illuminato dal carisma e dall’amicizia di don Divo Barsotti». Padre Serafino Tognetti è il successore di don Divo Barsotti alla guida della Comunità dei Figli di Dio, fondata nel 1946 dal mistico e scrittore spirituale toscano spentosi il «I 15 febbraio 2006. «Cataldo Naro entrò a far parte della nostra comunità monastica quando era ancora giovane prete della diocesi di Caltanissetta – spiega Tognetti –. L’allora rettore del seminario nisseno, don Giovanni Speciale, era amico di don Barsotti e lo invitava spesso a tenere incontri con i seminaristi e i giovani sacerdoti; in quelle occasioni Naro conobbe Barsotti e restò affascinato dal suo carisma monastico, tanto che nel 1983 fece voti personali di povertà, castità e obbedienza nelle mani di don Divo. Era il segno del legame profondo con la Comunità dei Figli di Dio, un’appartenenza che rinnovò e mai nascose anche da vescovo». Quale rapporto si sviluppò fra Naro e Barsotti? «Un rapporto di profondissimo affetto. Anche per la differenza d’età si consideravano come padre e figlio. Barsotti chiamava Naro il mio vescovo; Naro ebbe in Barsotti un vero padre spirituale, col quale si confidava anche nelle prove più aspre del ministero episcopale. Quando gli era possibile si recava da don Divo, in Toscana; prima di divenire vescovo ha tenuto esercizi spirituali nella nostra comunità e – da preside della Facoltà teologica di Sicilia – ha promosso due convegni nazionali dedicati alla figura e al carisma di don Divo, a Palermo nel 2000 e a Trento nel 2002. Nel 2005 ci aveva chiesto di aprire una comunità monastica nella sua diocesi di Monreale. Il 21 ottobre prossimo – appena dopo la chiusura del Convegno ecclesiale di Verona – doveva recarsi a Milano, al Centro San Fedele, per parlare di don Divo collocandone la vicenda nella storia della Chiesa del ’900». La Comunità dei Figli di Dio, va ricordato, non è costituita solo da monaci nel senso tradizionale del termine, ma anche da preti diocesani e da laici, sposati e no, che invece di "ritirarsi dal mondo" vivono la spiritualità e la profezia monastica in famiglia, nella professione, nella società. E nella Chiesa. «Così fu anche per Naro, e in modo esemplare – conclude Tognetti –. Lo dicono i suoi scritti – incluse le lettere pastorali, da arcivescovo di Monreale – ma prima di tutto lo stile di vita. Naro era affabile, accogliente, umile: aveva un senso forte della dignità di sacerdote e di vescovo – non era un tipo dalla battuta facile o da pacche sulle spalle – ed era consapevole delle sue qualità intellettuali, ma mai dimenticava che ogni dono viene da Dio. E che la vita intera è dono, da vivere sempre al cospetto di Dio». L’adesione di Naro alla Comunità dei Figli di Dio e il rapporto col fondatore:parla padre Tognetti,il successore del mistico toscano Giornata delle comunicazioni sociali: i bambini e i media il tema per il 2007 qualcosa di unico e di speciale. Regalare un libro, per esempio. Aldo tu mi hai insegnato non a scegliere i libri, a leggerli, a catalogarli. E neppure mi hai insegnato soltanto e semplicemente a farli i libri, a scriverli, a curarne la pubblicazione, a vederli nascere dal computer alla tipografia. Mi hai insegnato anche, partecipandomi l’arte del libro, ad amare. Ogni libro che spedivi a chiunque, ad amici fraterni come pure a semplici conoscenti, era accompagnato da una tua parola, da un tuo cordiale saluto vergato di tuo pugno, a volte anche solo dall’indirizzo sulla busta, che volevi sempre e testardamente scrivere a mano, per far capire al destinatario che lo avevi presente nel cuore e non solo nell’indirizzario. Apprendere da te l’arte del libro significa per me, davvero, aver appreso l’arte dell’amicizia, lo stile dell’amore. Ogni libro che mi chiedevi di aiutarti a fare, al Centro Studi Cammarata e al Centro Studi Intreccialagli, come pure in Facoltà Teologica a Palermo, era come una rete di contatti, di relazioni, di confronti, di collaborazioni: era come darsi un appuntamento con tanti amici, con quelli che avrebbero scritto il libro, con quelli che lo avrebbero edito, con quelli che lo avrebbero stampato, con quelli che lo avrebbero letto e presentato, con quelli che lo avrebbero ricevuto in dono da te. E sempre da tutti, se essi avevano il cuore per vedere e ascoltare questo tuo amore, mi giungeva puntuale la grata conferma che il tuo messaggio d’amicizia era stato recepito. «Dillo tu alla mamma»: così sempre mi dicevi quando c’era qualcosa d’importante, ma anche di doloroso, da doverle comunicare. Così è stato quando il Signore ti ha fatto vescovo. E così è stato quando ti sei sentito male. E così ho fatto, infine, venerdì pomeriggio. Così voglio fare di nuovo stasera, a nome tuo. Cara mamma, non lasciarti frastornare da chi dice che questo era il disegno di Dio, così era destino che avvenisse, che i misteri di Dio sono insondabili. Il mistero di Dio è insondabile perché è mistero di infinita misericordia, di amore senza fondo e senza fine. La volontà di Dio non è arcana. Semmai è inevidente: bisogna pregarci sopra per riceverne il senso. Dio non si allea mai con la morte. Dio non se ne serve mai. Dio lotta contro la morte. E quando la morte si è scagliata persino contro di Lui, in Cristo crocifisso, Dio si è ribellato alla morte: e l’ha vinta. Con la risurrezione. Anche la morte di Aldo non è gradita a Dio, e Dio ne prende le distanze infinite della risurrezione che certamente, in Cristo Gesù, concede anche ad Aldo. Rimane la sua morte come un dono, come un pegno e come un impegno per tutti noi: per noi sua famiglia, per la Chiesa monrealese sua famiglia. In essa, nella sua bruttura, dobbiamo sperare anche per noi, qui, in questa terra, ciò che ad Aldo è regalato nel cuore eterno di Dio: la bellezza della resurrezione, la bellezza del risorgere dal peccato e dalla morte ch’esso semina lì dove si annida. Stavamo, Aldo, fratello mio e mio maestro, lavorando insieme a un libro sulle icone del Risorto raffigurate in questa tua basilica cattedrale. E avevamo deciso di intitolarlo con la frase con cui l’evangelista Giovanni descrive l’effetto delle apparizioni del Risorto nell’esperienza dei suoi discepoli: Gioirono al vedere il Signore. Ora anche tu Lo vedi in pienezza. Ed è questa la tua gioia eterna.
don Divo, A GRAÇA SANTIFICANTE
"O que é a graça santificante? Se quisermos ouvir os teólogos é uma qualitas; mas olhai que eu vos dou um exemplo mais simples: se estás ao sol, o que acontece? Acontece que estás iluminado. Podes ficar ao sol e não ser iluminado?
Eis que a graça santificadora é o efeito da graça incriada. Graça incriada, o que é isso?
Uma coisa muito simples: é Deus; do incriado nada há senão Deus, Deus na medida em que se entrega à alma. O que nos ensina a teologia? Que na alma em graça habita a Santíssima Trindade. Mas não é apenas porque está presente - Deus também está presente nesta mesa - que a presença de Deus está toda num grão de areia, como está todo no universo inteiro; se Deus deixasse de estar presente, as coisas cairiam no nada; é a Sua presença que as sustenta sobre o abismo do nada.
Então, o que é esta habitação da Santíssima Trindade?
É uma morada que implica o dom que Deus faz de si mesmo à alma: Ele quer ser possuído por nós, vive em nós porque se entrega a nós.
Agora é precisamente esta presença de Deus em nós que nos transforma: é a graça santificadora. Somos iluminados interiormente, em todo o nosso ser, em todas as nossas forças, por Deus que habita em nós; Ele é a força: Ele nos dá força; Ele é a luz: Ele nos ilumina; Ele é fogo: Ele nos aquece, nos transforma.
Don Divo Barsotti
don Divo, LA GRAZIA SANTIFICANTE
LA GRAZIA SANTIFICANTE
"che cos'è la grazia santificante? Se vogliamo ascoltare i teologi è una qualitas; ma guardate che io vi faccio un esempio più semplice: se voi state al sole, che cosa avviene? Avviene che siete illuminati. Potete stare al sole e non essere illuminati?
Ecco, la grazia santificante è l'effetto della grazia increata. La grazia increata che cosa è?
Una cosa semplicissima: è Dio; d'increato non c'è altro che Dio, Dio in quanto si dona all'anima. Che cosa ci insegna la teologia? Che nell'anima in grazia inabita la Santissima Trinità. Ma non ci sta mica soltanto perché è presente - Dio è presente anche in questo tavolo - la presenza di Dio è tutta in un granello di sabbia come è tutto in tutto l’universo; se Dio cessasse di essere presente, le cose cadrebbero nel nulla; è la sua presenza che le sostiene sull'abisso del nulla.
Ecco, la grazia santificante è l'effetto della grazia increata. La grazia increata che cosa è?
Una cosa semplicissima: è Dio; d'increato non c'è altro che Dio, Dio in quanto si dona all'anima. Che cosa ci insegna la teologia? Che nell'anima in grazia inabita la Santissima Trinità. Ma non ci sta mica soltanto perché è presente - Dio è presente anche in questo tavolo - la presenza di Dio è tutta in un granello di sabbia come è tutto in tutto l’universo; se Dio cessasse di essere presente, le cose cadrebbero nel nulla; è la sua presenza che le sostiene sull'abisso del nulla.
E allora che cos'è questa inabitazione della Santissima Trinità?
È una inabitazione che implica il dono che Dio fa di Se stesso all'anima: Egli vuol essere posseduto da noi, Egli vive in noi perché a noi si dona.
Ora è proprio questa presenza di Dio in noi che ci trasforma: ecco la grazia santificante. Noi siamo come illuminati interiormente, in tutto l'essere nostro, in tutte le nostre potenze, da Dio che abita in noi; Egli è la forza: ci dona forza; Egli è luce: ci illumina; Egli è fuoco: ci riscalda, ci trasforma."
È una inabitazione che implica il dono che Dio fa di Se stesso all'anima: Egli vuol essere posseduto da noi, Egli vive in noi perché a noi si dona.
Ora è proprio questa presenza di Dio in noi che ci trasforma: ecco la grazia santificante. Noi siamo come illuminati interiormente, in tutto l'essere nostro, in tutte le nostre potenze, da Dio che abita in noi; Egli è la forza: ci dona forza; Egli è luce: ci illumina; Egli è fuoco: ci riscalda, ci trasforma."
Don Divo Barsotti
Testimone dell’Assoluto. Don Divo Barsotti di padre Serafino Tognetti, CFD
La sua profonda esperienza di fede e di preghiera, l’amore appassionato alla Chiesa, l’incessante ricerca di Dio, incontrato quotidianamente nella vita sacramentale, lo zelo del quale ardeva per partecipare ad altri la divina Realtà, hanno reso don Divo Barsotti uno dei più grandi testimoni di Cristo del XX secolo.
Divo Barsotti (Palaia 1914 - Firenze 2006) fu sacerdote diocesano di San Miniato, scrittore, poeta, fondatore di una Comunità di carattere monastico, padre spirituale, ma soprattutto un mistico, un cercatore di Dio, un uomo di fede e di preghiera.
Ordinato sacerdote nel 1937, visse il periodo bellico ritirato nella propria casa paterna per volere del vescovo, che non riusciva a trovare per lui la giusta collocazione. Don Divo aveva meditato in quegli anni di partire come missionario in India o in Giappone, con il desiderio di portare il Vangelo tra quelle popolazioni, ma in una maniera particolare: vivendo come eremita, povero tra i poveri, testimone della vita divina in Cristo, con la sola forza dei Sacramenti e della preghiera. Tale progetto non fu mai realizzato.
Nel 1945 si trasferì a Firenze e visse per alcuni anni un servizio diocesano presso un Istituto di suore in città.
La sue prime opere letterarie di successo, in quegli anni, furono Cristianesimo russo e Il Mistero cristiano nell’anno liturgico, che lo resero famoso in Italia e all’estero. Fu uno dei primi, infatti, a studiare e far conoscere in Italia santi del monachesimo russo ed orientale quali san Sergio di Radonez, san Serafino di Sarov e la spiritualità del pellegrino russo. Con i suoi studi sulla spiritualità liturgica egli si avvicinò alla corrente di scrittori spirituali d’oltralpe che meditavano in quegli anni su tali temi operando un rinnovamento nella teologia e nella spiritualità liturgica.
Negli anni ’50 si ritirò in un piccolo eremo sui colli fiorentini, che volle dedicare a san Sergio di Radonez, e raccolse attorno a sé alcuni giovani che volevano vivere con lui un’esperienza monastica, sotto la sua guida. Si costituì così una famiglia religiosa che egli denominò Comunità dei figli di Dio, comunità monastica costituita da persone laiche che si impegnano a vivere nel mondo e nella società una sorta di “monachesimo del cuore”, con modalità di vita basate sulla donazione di sé a Dio nella preghiera continua, nell’offerta di sé con una speciale consacrazione a Dio, nella lettura della Sacra Scrittura, nella preghiera costante della Liturgia delle Ore, e da persone che vivono in comune, sacerdoti e non, in piccole case monastiche e che si impegnano in una vita monastica classica, basata sulla preghiera, ma senza clausura, sullo stile del monachesimo russo antico.
Don Divo Barsotti si dedicò a tempo pieno allo sviluppo della propria Comunità, unendo a questo l’attività di predicatore che lo vide, negli anni del post-Concilio Vaticano II, presente in varie parti di Italia presso conventi, seminari, e altre istituzioni cattoliche. Famosi furono gli esercizi spirituali predicati alla curia vaticana e al papa nel 1971.
Di carattere era riservato ma anche focoso, contemplativo e affabile, totalmente dedicato ad una vita interiore che si allargava all’accoglienza di chiunque bussasse alla sua porta nella ricerca di Dio. Si alzava molto presto al mattino e dedicava diverse ore del giorno alla preghiera; celebrava la Santa Messa con intensa devozione e commozione, stava ritirato in silenzio e leggeva moltissimo.
Questo suo rapporto diretto con Dio e la sua predicazione appassionata, fluente, ricca, fece sì che molti lo cercassero. Egli però rimase sempre fuori dalle mode e dai giri che contano. Parlò alla radio e alla televisione, predicò nei cinque continenti, ma rimase sempre fedele a se stesso, con quel radicale bisogno di Dio e di vita contemplativa che fece di lui un testimone dell’Assoluto autentico e originale.
Morì il 15 febbraio 2006 nel suo eremo a Settignano (Firenze), all’età di 92 anni, contornato dai suoi giovani monaci, lasciando un’eredità spirituale immensa: 170 libri pubblicati in diverse lingue, centinaia di articoli e studi, una comunità religiosa presente in Italia e nel mondo di più di 2000 membri, una moltitudine di figli spirituali che si nutrivano dei suoi testi e della sua spiritualità.
Il suo messaggio si può condensare nella sua proposta di una vita mistica offerta a tutti, basata sulla contemplazione del Mistero di Dio nella vita dell’uomo che assume tutto il creato e la realtà sociale in cui vive portandola a Gesù Salvatore con una preghiera continua e con la vita sacramentale. La spiritualità cristiana di Divo Barsotti è contemplativa, liturgica, escatologica, ma da viversi nella vita ordinaria, comune, portando la luce di Dio nel mondo nella trasformazione del proprio essere in una conversione continua e in un progetto di santità che sia alla portata di tutti, perché basata sul Battesimo.
Ordinato sacerdote nel 1937, visse il periodo bellico ritirato nella propria casa paterna per volere del vescovo, che non riusciva a trovare per lui la giusta collocazione. Don Divo aveva meditato in quegli anni di partire come missionario in India o in Giappone, con il desiderio di portare il Vangelo tra quelle popolazioni, ma in una maniera particolare: vivendo come eremita, povero tra i poveri, testimone della vita divina in Cristo, con la sola forza dei Sacramenti e della preghiera. Tale progetto non fu mai realizzato.
Nel 1945 si trasferì a Firenze e visse per alcuni anni un servizio diocesano presso un Istituto di suore in città.
La sue prime opere letterarie di successo, in quegli anni, furono Cristianesimo russo e Il Mistero cristiano nell’anno liturgico, che lo resero famoso in Italia e all’estero. Fu uno dei primi, infatti, a studiare e far conoscere in Italia santi del monachesimo russo ed orientale quali san Sergio di Radonez, san Serafino di Sarov e la spiritualità del pellegrino russo. Con i suoi studi sulla spiritualità liturgica egli si avvicinò alla corrente di scrittori spirituali d’oltralpe che meditavano in quegli anni su tali temi operando un rinnovamento nella teologia e nella spiritualità liturgica.
Negli anni ’50 si ritirò in un piccolo eremo sui colli fiorentini, che volle dedicare a san Sergio di Radonez, e raccolse attorno a sé alcuni giovani che volevano vivere con lui un’esperienza monastica, sotto la sua guida. Si costituì così una famiglia religiosa che egli denominò Comunità dei figli di Dio, comunità monastica costituita da persone laiche che si impegnano a vivere nel mondo e nella società una sorta di “monachesimo del cuore”, con modalità di vita basate sulla donazione di sé a Dio nella preghiera continua, nell’offerta di sé con una speciale consacrazione a Dio, nella lettura della Sacra Scrittura, nella preghiera costante della Liturgia delle Ore, e da persone che vivono in comune, sacerdoti e non, in piccole case monastiche e che si impegnano in una vita monastica classica, basata sulla preghiera, ma senza clausura, sullo stile del monachesimo russo antico.
Don Divo Barsotti si dedicò a tempo pieno allo sviluppo della propria Comunità, unendo a questo l’attività di predicatore che lo vide, negli anni del post-Concilio Vaticano II, presente in varie parti di Italia presso conventi, seminari, e altre istituzioni cattoliche. Famosi furono gli esercizi spirituali predicati alla curia vaticana e al papa nel 1971.
Di carattere era riservato ma anche focoso, contemplativo e affabile, totalmente dedicato ad una vita interiore che si allargava all’accoglienza di chiunque bussasse alla sua porta nella ricerca di Dio. Si alzava molto presto al mattino e dedicava diverse ore del giorno alla preghiera; celebrava la Santa Messa con intensa devozione e commozione, stava ritirato in silenzio e leggeva moltissimo.
Questo suo rapporto diretto con Dio e la sua predicazione appassionata, fluente, ricca, fece sì che molti lo cercassero. Egli però rimase sempre fuori dalle mode e dai giri che contano. Parlò alla radio e alla televisione, predicò nei cinque continenti, ma rimase sempre fedele a se stesso, con quel radicale bisogno di Dio e di vita contemplativa che fece di lui un testimone dell’Assoluto autentico e originale.
Morì il 15 febbraio 2006 nel suo eremo a Settignano (Firenze), all’età di 92 anni, contornato dai suoi giovani monaci, lasciando un’eredità spirituale immensa: 170 libri pubblicati in diverse lingue, centinaia di articoli e studi, una comunità religiosa presente in Italia e nel mondo di più di 2000 membri, una moltitudine di figli spirituali che si nutrivano dei suoi testi e della sua spiritualità.
Il suo messaggio si può condensare nella sua proposta di una vita mistica offerta a tutti, basata sulla contemplazione del Mistero di Dio nella vita dell’uomo che assume tutto il creato e la realtà sociale in cui vive portandola a Gesù Salvatore con una preghiera continua e con la vita sacramentale. La spiritualità cristiana di Divo Barsotti è contemplativa, liturgica, escatologica, ma da viversi nella vita ordinaria, comune, portando la luce di Dio nel mondo nella trasformazione del proprio essere in una conversione continua e in un progetto di santità che sia alla portata di tutti, perché basata sul Battesimo.
don Divo, Além de ser um sentimento de medo e atração, a vida religiosa cristã, na sua experiência, é também uma experiência de luta que se realiza dentro de ti.
Viver com simplicidade a vida cristã na fé e na esperança
Nesta relação tão estranha, porque é realmente estranho se pensarmos bem nela, a alma vive uma vida completamente nova em relação às vidas dos homens que não têm fé.
Para uma alma que tem fé é impossível pôr de lado este Deus. Mesmo que tentes afastar-te, por causa do medo que tens, não podes fazê-lo porque ao mesmo tempo Ele te atrai.
Então, o que acontece? Acontece que a vossa vida é dramática: os outros podem viver em paz, mas é a paz da morte. Não vivemos em paz!
Ele disse: "Eu não vim para trazer a paz, mas a guerra"!
É um drama que vivemos, é uma luta terrível que o homem vive, não só porque o homem é homem e Deus é Deus, mas porque o homem nunca é autónomo: ou é dependente de Deus ou é dependente do maligno, do mal , e a vida cristã é uma luta, o campo de batalha é o vosso coração!
Por um lado, há Deus que não luta, mas faz se presente e sua presença vence todos os horrores do mal. Por outro lado, porém, há o maligno que se insunua e luta contigo, quer tomar posse de ti. Além de ser um sentimento de medo e atração, a vida religiosa cristã, na sua experiência, é também uma experiência de luta que se realiza dentro de ti. Esquece a paz! A paz virá, mas no cume, quando você tiver chegado ao topo você pode descansar, mas durante a viagem, tome cuidado para não parar porque é perigoso, você pode escorregar e cair.
Você pode olhar e ter uma sensação de medo quando você vê os penhascos que o cercam de todos os lados. Na nossa vida religiosa vivemos uma luta terrível.
É Deus que permite, e é o maligno que em todos os sentidos quer tomar posse de nós, mas Deus protege-nos com uma condição: que tenhamos confiança.
Portanto, além da fé, precisamos de esperança, o que a nossa irmã disse nas orações desta noite: " aumentai em nós Senhor a fé, a esperança e a caridade ".
A fé não pode ir sozinha porque a fé nos diz as exigências de Deus, mas não nos dá forças para as satisfazer, é preciso confiar na ajuda de Deus, é preciso acreditar que Deus não nos abandona, é preciso saber que Ele estará disposto a ajudar-nos nas nossas necessidades, nos nossos perigos: ai se perdermos esta confiança na sua ajuda! Sós não podemos fazer nada.
Além da fé, precisamos de uma esperança viva.
A Fé sem a esperança é a morte porque a fé não estabelece uma unidade no amor.
Dá-nos o sentido da grandeza de Deus, o sentido da pequenez do homem, mas como podemos unir estes dois, homem e Deus, se não têm nada em comum?
Em comum está a confiança, a comunhão de vida é a confiança que a cria, porque a alma que viu Deus, que sentiu a necessidade de l tender a Ele, agora se entrega à sua providência, se coloca nas mãos de Deus, se deixa levar, mas com uma condição: deve ter cega confiança nele!
Devemos fechar os olhos, não ter medo: só assim se realizarão as obras de Deus.
Nesta relação tão estranha, porque é realmente estranho se pensarmos bem nela, a alma vive uma vida completamente nova em relação às vidas dos homens que não têm fé.
Para uma alma que tem fé é impossível pôr de lado este Deus. Mesmo que tentes afastar-te, por causa do medo que tens, não podes fazê-lo porque ao mesmo tempo Ele te atrai.
Então, o que acontece? Acontece que a vossa vida é dramática: os outros podem viver em paz, mas é a paz da morte. Não vivemos em paz!
Ele disse: "Eu não vim para trazer a paz, mas a guerra"!
É um drama que vivemos, é uma luta terrível que o homem vive, não só porque o homem é homem e Deus é Deus, mas porque o homem nunca é autónomo: ou é dependente de Deus ou é dependente do maligno, do mal , e a vida cristã é uma luta, o campo de batalha é o vosso coração!
Por um lado, há Deus que não luta, mas faz se presente e sua presença vence todos os horrores do mal. Por outro lado, porém, há o maligno que se insunua e luta contigo, quer tomar posse de ti. Além de ser um sentimento de medo e atração, a vida religiosa cristã, na sua experiência, é também uma experiência de luta que se realiza dentro de ti. Esquece a paz! A paz virá, mas no cume, quando você tiver chegado ao topo você pode descansar, mas durante a viagem, tome cuidado para não parar porque é perigoso, você pode escorregar e cair.
Você pode olhar e ter uma sensação de medo quando você vê os penhascos que o cercam de todos os lados. Na nossa vida religiosa vivemos uma luta terrível.
É Deus que permite, e é o maligno que em todos os sentidos quer tomar posse de nós, mas Deus protege-nos com uma condição: que tenhamos confiança.
Portanto, além da fé, precisamos de esperança, o que a nossa irmã disse nas orações desta noite: " aumentai em nós Senhor a fé, a esperança e a caridade ".
A fé não pode ir sozinha porque a fé nos diz as exigências de Deus, mas não nos dá forças para as satisfazer, é preciso confiar na ajuda de Deus, é preciso acreditar que Deus não nos abandona, é preciso saber que Ele estará disposto a ajudar-nos nas nossas necessidades, nos nossos perigos: ai se perdermos esta confiança na sua ajuda! Sós não podemos fazer nada.
Além da fé, precisamos de uma esperança viva.
A Fé sem a esperança é a morte porque a fé não estabelece uma unidade no amor.
Dá-nos o sentido da grandeza de Deus, o sentido da pequenez do homem, mas como podemos unir estes dois, homem e Deus, se não têm nada em comum?
Em comum está a confiança, a comunhão de vida é a confiança que a cria, porque a alma que viu Deus, que sentiu a necessidade de l tender a Ele, agora se entrega à sua providência, se coloca nas mãos de Deus, se deixa levar, mas com uma condição: deve ter cega confiança nele!
Devemos fechar os olhos, não ter medo: só assim se realizarão as obras de Deus.
Assinar:
Postagens (Atom)