terça-feira, 19 de novembro de 2024

São Rafael Kalinowisk


José Kalinowski, nasce em Vilna (Lituânia) a 1 de setembro de 1835, filho de André Kalinowski e Josefina Polonska, nobres católicos. Estuda na academia militar de São Petersburgo, com bons resultados; mas, devido à insurreição do seu país diante da ocupação russa, decide deixar o exército e, apesar de saber que o êxito da insurreição é impossível, decide ajudar os seus compatriotas, aceitando o cargo de ministro de guerra e evitando tanto quanto possível o maior derramamento de sangue.

Em março de 1864 é preso e condenado à pena capital, comutada em 10 anos de trabalhos forçados na Sibéria. Com um crucifixo e a Imitação de Cristo, vai para a Sibéria e, após 9 meses de uma dura viagem, chega com os sobreviventes ao lago Bajkal. Naquelas circunstâncias especialmente duras, demonstrou uma grande caridade, suportando os sofrimentos, partilhando com os outros o que tinha e o que recebia dos seus familiares: “Escrevo-o claramente: a miséria aqui é grande; encontrar dinheiro na pátria é sempre mais fácil que na Sibéria. É-me inconcebível ser indiferente”.

A 2 de fevereiro de 1874 concedem-lhe a liberdade, mas não pode voltar a viver na Lituânia. Aceitou então o cargo de tutor de Augusto Czartoryski, de 16 anos, que vivia a maior parte do tempo em Paris.

A 15 de julho de 1877, entra no convento carmelita de Grantz, com o nome de Rafael de São José. Pronuncia os primeiros votos em 26 de novembro de 1878 e parte para a Hungria para estudar filosofia e teologia no convento de Raab. A 27 de novembro de 1881, pronuncia os votos perpétuos e é enviado à Polônia, ao convento de Czerna, onde é ordenado sacerdote a 15 de janeiro de 1882. Um ano depois deram-lhe responsabilidades de governo.

Reorganiza a Ordem na Polônia, assim como a Ordem Secular. Publica algumas biografias. Em 1906, toma a direção do colégio de teologia em Wadowice. É apreciado por todos como diretor espiritual e confessor. Dedica-se com especial interesse ao cuidado das suas irmãs carmelitas descalças.

Morre a 15 de novembro de 1907 em Wadowice. Foi beatificado em Cracóvia a 22 de junho de 1983 pelo Papa João Paulo II e canonizado em Roma a 17 de novembro de 1991. A sua festa foi instituída a 19 de novembro.

Na sua vida, destaca-se de forma especial o espírito de caridade e de reconciliação, bem como a dedicação à formação, especialmente dos jovens. Ensina a ter coragem de perseverar na fé e confiar nas dificuldades; também aponta que somente à luz da reconciliação proveniente de Deus se pode avançar para o encontro com o homem e para o perdão. Ensina ainda que, para poder perdoar, é preciso saber-se perdoado.

Tinha um carácter aberto, cheio de cordialidade. Da sua permanência na Sibéria, regressou convencido da necessidade de dedicar-se à juventude, porque nessa etapa da vida a aprendizagem configura a pessoa e se decide o futuro. Procurava uma formação integral do ser humano; motivava-o um interesse espiritual e intelectual.

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