sábado, 13 de março de 2010

CARTA DO SANTO PADRE BENTO XVI AOS BISPOS QUE ACOMPANHA O "MOTU PROPRIO" SUMMORUM PONTIFICUM SOBRE O USO DA LITURGIA ROMANA ANTERIOR À REFORMA de1970


Todos sabemos que, no movimento guiado pelo Arcebispo Lefebvre, a fidelidade ao Missal antigo apareceu como um sinal distintivo externo; mas as razões da divisão, que então nascia, encontravam-se a maior profundidade. Muitas pessoas, que aceitavam claramente o carácter vinculante do Concílio Vaticano II e que eram fiéis ao Papa e aos Bispos, desejavam contudo reaver também a forma, que lhes era cara, da sagrada Liturgia; isto sucedeu antes de mais porque, em muitos lugares, se celebrava não se atendo de maneira fiel às prescrições do novo Missal, antes consideravam-se como que autorizados ou até obrigados à criatividade, o que levou frequentemente a deformações da Liturgia no limite do suportável.

Falo por experiência, porque também eu vivi aquele período com todas as suas expectativas e confusões. E vi como foram profundamente feridas, pelas deformações arbitrárias da Liturgia, pessoas que estavam totalmente radicadas na fé da Igreja.



Por isso, o Papa João Paulo II viu-se obrigado a estabelecer, através do Motu Proprio «Ecclesia Dei» de 2 de Julho de 1988, um quadro normativo para o uso do Missal de 1962, que no entanto não contém prescrições detalhadas, mas fazia apelo, de forma mais geral, à generosidade dos Bispos para com as «justas aspirações» dos fiéis que requeriam este uso do Rito Romano. Naquela altura, o Papa queria assim ajudar sobretudo a Fraternidade São Pio X a encontrar de novo a plena unidade com o Sucessor de Pedro, procurando curar uma ferida que se ia fazendo sentir sempre mais dolorosamente.

Até agora, infelizmente, esta reconciliação não se conseguiu; todavia várias comunidades utilizaram com gratidão as possibilidades deste Motu Proprio. Continuava aberta, porém, a difícil questão do uso do Missal de 1962 fora destes grupos, para os quais faltavam precisas normas jurídicas, antes de mais porque, nestes casos, frequentemente os Bispos temiam que a autoridade do Concílio fosse posta em dúvida.

Logo a seguir ao Concílio Vaticano II podia-se supor que o pedido do uso do Missal de 1962 se limitasse à geração mais idosa que tinha crescido com ele, mas entretanto vê-se claramente que também pessoas jovens descobrem esta forma litúrgica, sentem-se atraídas por ela e nela encontram uma forma, que lhes resulta particularmente apropriada, de encontro com o Mistério da Santíssima Eucaristia.



Surgiu assim a necessidade duma regulamentação jurídica mais clara, que, no tempo do Motu Proprio de 1988, não era previsível; estas Normas pretendem também libertar os Bispos do dever de avaliar sempre de novo como hão-de responder às diversas situações.

Em segundo lugar, nas discussões à volta do esperado Motu Proprio, manifestou-se o temor de que uma possibilidade mais ampla do uso do Missal de 1962 levasse a desordens ou até a divisões nas comunidades paroquiais. Também este receio não me parece realmente fundado. O uso do Missal antigo pressupõe um certo grau de formação litúrgica e o conhecimento da língua latina; e quer uma quer outro não é muito frequente encontrá-los.

Por estes pressupostos concretos, já se vê claramente que o novo Missal permanecerá, certamente, a Forma ordinária do Rito Romano, não só porque o diz a normativa jurídica, mas também por causa da situação real em que se encontram as comunidades de fiéis.

É verdade que não faltam exageros e algumas vezes aspectos sociais indevidamente vinculados com a atitude de fiéis ligados à antiga tradição litúrgica latina. A vossa caridade e prudência pastoral hão-de ser estímulo e guia para um aperfeiçoamento. Aliás, as duas Formas do uso do Rito Romano podem enriquecer-se mutuamente: no Missal antigo poderão e deverão ser inseridos novos santos e alguns dos novos prefácios.

A Comissão «Ecclesia Dei», em contacto com os diversos entes devotados ao usus antiquior, estudará as possibilidades práticas de o fazer. E, na celebração da Missa segundo o Missal de Paulo VI, poder-se-á manifestar, de maneira mais intensa do que frequentemente tem acontecido até agora, aquela sacralidade que atrai muitos para o uso antigo.

A garantia mais segura que há de o Missal de Paulo VI poder unir as comunidades paroquiais e ser amado por elas é celebrar com grande reverência em conformidade com as rubricas; isto torna visível a riqueza espiritual e a profundidade teológica deste Missal.


Cheguei assim à razão positiva que me motivou para actualizar através deste Motu Proprio o de 1988. Trata-se de chegar a uma reconciliação interna no seio da Igreja.

Olhando para o passado, para as divisões que no decurso dos séculos dilaceraram o Corpo de Cristo, tem-se continuamente a impressão de que, em momentos críticos quando a divisão estava a nascer, não fora feito o suficiente por parte dos responsáveis da Igreja para manter ou reconquistar a reconciliação e a unidade; fica-se com a impressão de que as omissões na Igreja tenham a sua parte de culpa no facto de tais divisões se terem podido consolidar.

Esta sensação do passado impõe-nos hoje uma obrigação: realizar todos os esforços para que todos aqueles que nutrem verdadeiramente o desejo da unidade tenham possibilidades de permanecer nesta unidade ou de encontrá-la de novo. Vem-me à mente uma frase da segunda carta aos Coríntios, quando Paulo escreve: «Falámo-vos com toda a liberdade, ó Coríntios. O nosso coração abriu-se plenamente. Há nele muito lugar para vós, enquanto no vosso não há lugar para nós (…): pagai-nos na mesma moeda, abri também vós largamente o vosso coração» (2 Cor 6, 11-13).

É certo que Paulo fala noutro contexto, mas o seu convite pode e deve tocar-nos também a nós, precisamente neste tema. Abramos generosamente o nosso coração e deixemos entrar tudo aquilo a que a própria fé dá espaço.


Não existe qualquer contradição entre uma edição e outra do Missale Romanum. Na história da Liturgia, há crescimento e progresso, mas nenhuma ruptura. Aquilo que para as gerações anteriores era sagrado, permanece sagrado e grande também para nós, e não pode ser de improviso totalmente proibido ou mesmo prejudicial. Faz-nos bem a todos conservar as riquezas que foram crescendo na fé e na oração da Igreja, dando-lhes o justo lugar.

Obviamente, para viver a plena comunhão, também os sacerdotes das Comunidades aderentes ao uso antigo não podem, em linha de princípio, excluir a celebração segundo os novos livros. De facto, não seria coerente com o reconhecimento do valor e da santidade do novo rito a exclusão total do mesmo.

Em conclusão, amados Irmãos, tenho a peito sublinhar que as novas normas não diminuem de modo algum a vossa autoridade e responsabilidade sobre a liturgia nem sobre a pastoral dos vossos fiéis. Com efeito, cada Bispo é o moderador da liturgia na própria diocese (cf. Sacrosanctum Concilium, n.º 22: «Sacræ Liturgiæ moderatio ab Ecclesiæ auctoritate unice pendet quæ quidem est apud Apostolicam Sedem et, ad normam iuris, apud Episcopum»).




Além disso, convido-vos, amados Irmãos, a elaborar para a Santa Sé um relatório sobre as vossas experiências, três anos depois da entrada em vigor deste Motu Proprio. Se verdadeiramente tiverem surgido sérias dificuldades, poder-se-á procurar meios para lhes dar remédio.

Amados Irmãos, com ânimo grato e confiante, entrego ao vosso coração de Pastores estas páginas e as normas do Motu Proprio. Tenhamos sempre presente as palavras dirigidas pelo Apóstolo Paulo aos anciãos de Éfeso: «Tomai cuidado convosco e com todo o rebanho, do qual o Espírito Santo vos constituiu vigilantes para apascentardes a Igreja de Deus, que Ele adquiriu com o sangue do seu próprio Filho» (Act 20, 28).

Confio à poderosa intercessão de Maria, Mãe da Igreja, estas novas normas e de coração concedo a minha Bênção Apostólica a vós, amados Irmãos, aos párocos das vossas dioceses, e a todos os sacerdotes, vossos colaboradores, como também a todos os vossos fiéis.

Dado em Roma, junto de São Pedro, no dia 7 de Julho de 2007.

BENEDICTUS PP. XVI

Entrevista ao Cardeal Dário Castrillon Hoyos




Entrevista de Vittoria Prisciandaro ao Cardeal Dário Castrillon Hoyos, publicada na revista Iesus , em Maio de 2008:


O cardeal Dário Castrillon Hoyos presidente da comissão Pontifícia “Ecclesia Dei” explica como o motu próprio de Bento XVI é uma grande riqueza espiritual para toda a Igreja.

-Eminência , qual o balanço que faz da promulgação do Motu próprio que ocorrreu há alguns meses?

-Com o Motu próprio o Papa quis dar a todos uma oportunidade renovada de usufruir da enorme riqueza espiritual, religiosa e cultural presente na liturgia do rito gregoriano.O Motu próprio nasce como tesouro oferecido a todos, e não para vir ao encontro dos pedidos de alguns.Muitos dos que antes não sentiam qualquer relação com esta forma extraordinária do rito romano, agora manifestm grande estima pela mesma.Entre os fiéis distinguirei três grupos: aqueles que estão vinculados em forma quase orgânica com a Fraternidade S.Pio X; aqueles da Fraternidade S.Pedro e, enfim o grupo mais importante e numeroso. Formado por pessoas afeiçoadas á cultura religiosa de todos os tempos, que hoje descobrem a intensidade espiritual do rito antigo e, entre estas numerosos jovens.Nestes meses nasceram novas associações de pessoas pertencentes a este último grupo.

-A propósito da riqueza, alguns liturgistas, sublinharam o facto que o rito extraordinário não oferece a riqueza bíblica introduzida pelo novus ordo…

-Esses não leram o Motu próprio, porque o Papa afirma que as duas formas devem enriquecer-se mutuamente.É evidente que tal riqueza litúrgica não pode ser desprezada.No novus ordo , em alguns anos lê-se praticamente toda a Bíblia , e esta é uma riqueza que não se opõe, mas que vai integrada no rito extraordináro.

-Uma outra objeção é sobre o perigo que celebrações separadas e diferentes podem criar comunidades separadas…

-É uma multiplicidade que enriquece, é uma mais ampla liberdade cultural que o Papa introduz de forma audaz. De resto nas paróquias há muitas diferenças nas celebrações. E não quero falar dos abusos, porque não são os abusos a razão principal do Motu próprio.

-O seu secretário,monsignorPerl, anunciou para breve que haverá um documento de esclarecimento sobre o Motu próprio.Quando sairá?

-Foi o cardeal Bertone a anunciá-lo, e tem o direito de o fazer.Mas eu, que sou um servidor do Papa, só o anunciarei quando o Papa o disser.A nossa Comissão referiu ao Pontífice que de todas as partes do mundo nos chegam tantas perguntas, muitíssimas justificadas, outras devidas a falta de conhecimento. O Santo Padre, e só ele, dirá se convém fazer um tal documento e quando.

-Quais são as perguntas que vos chegaram e que mereciam uma resposta?

- A primeira refere-se ao latim, porquê –dizem- celebrar numa língua que não se conhece ? Infelizmente os seminaristas , mas também alguns sacerdotes, não estudaram o latim e por isso lhes é difícil celebrar na forma extraordinária.Para fazê-lo deviam ao menos conhecer o cânone da Missa , a parte da consagração. Nós na Nossa Comissão “Ecclesia Dei” estamos preparando encontros, cursos e comunicação informática para um profundo conhecimento da liturgia anterior. Alguns cursos já estão activos na França, Alemanha, Brasil, América central e Estados Unidos.Em Toledo, na Espanha, por exemplo, estão avaliando se convém fazer um seminário extra para a preparação ao rito extraordinário ou então dar cursos especiais no seminário da diocese.
Em geral nota-se um interesse pela volta do latim no mundo académico.Foi triste nestes anos passados constatar o abandono não só da língua, mas também de certos conteúdos relacionados com a precisão semântica da língua latina.


-Outro problema é a falta de padres…

-Se numa diocese faltam padres e só três ou quatros fiéis pedem o rito extraordinário.é uma coisa de bom senso pensar que será difícil satisfazer esse pedido. Mas, dado que a intenção do Papa é conceder este tesouro para o bem da Igreja, lá onde não existem sacerdotes , a coisa melhor seria oferecer uma celebração segundo o rito extraordinário numa das Missas dominicais que se celebram na paróquia.Seria uma Missa para todos, e todos, mesmo as jovens gerações, usufruiriam da riqueza do rito extraordinário, por exemplo daqueles momentos de contemplação que no novo ordo desapareceram.

-Então defende que, mesmo que não exista um grupo consistente e estável, no futuro pensa-se em oferecer uma das Missas dominicais no rito extraordinário?

-Penso que sim.Por outro lado esta possibilidade já tinha sido aprovada unanimemente em 1968 por uma comissão cardinalícia na qual estava também presente o cardeal Ratzinger, mas então não se tornou operativa,Agora estou seguro que poderia realizar-se.

-Um outro ponto para esclarecer é a definição de “grupo estável e consistente”.O que é que se entende exactamente com esta expressão?

-É uma questão de bom senso: porque fazer um problema se as pessoas que pedem o rito vêm de paróquias diferentes? Se se reúnem e juntos pedem uma Missa, tornam-se um grupo estável, mesmo se antes não se conheciam. Meso o número é uma questão de boa vontade. Nalgumas paróquias, especialmente no campo, nos dias feriais as pessoas que participam na Missa ordinária são três ou quatro e o mesmo acontece em muitas casas religiosas.Porque é que se aquelas mesmas três pessoas pedem a Missa antiga seria pastoralmente necessário recusá-lo?

-Então o futuro documento deveria ser mais acolhedor dos pedidos de poucas pessoas?

-Sim, mas é necessário entendê-lo não como algo que vai contra os outros, que vai contra a maioria, mas como algo que é para o seu enriquecimento e evitando sempre toda a forma de oposição.

La misa tradicional, cada vez más extendida De cara a Dios


Misa tradicional en el Tercer Monasterio de la Visitación (Madrid).

Entonces, el presbítero se gira. Sostiene en alto y con las dos manos la Sagrada Forma y dice en latín las palabras del Evangelio de San Juan: “Ecce Agnus Dei, ecce qui tollis pecata mundi” (este es el Cordero de Dios, que quita el pecado del mundo).

Esta escena, que resultará familiar a los devotos de celebrar la misa de acuerdo a su forma extraordinaria, se repite todos los domingos a las once de la mañana en la céntrica iglesia madrileña del Tercer Monasterio de la Visitación de la Hermanas Salesas. Y, desde la promulgación en 2007 por el Papa Benedicto XVI del motu proprio Summorum Pontificum, este rito poco a poco se va haciendo presente en distintas ciudades españolas.

Alcalá, Pamplona, Pontevedra, Sevilla, Gijón, Córdoba, Cádiz… Son algunas de las urbes que ya se han beneficiado de la medida del Papa Ratzinger, que está dando lugar a situaciones novedosas.

En algunas ciudades, los sacerdotes han comenzado a oficiar la misa tradicional en capillas o parroquias. En otras, la iniciativa ha partido de los fieles, y el obispo del lugar ha encargado a sacerdotes diocesanos que oficien por el misal del beato Juan XXIII. Sin las polémicas y divisiones que muchos temían, la forma extraordinaria de la misa, poco a poco, va enriqueciendo la vida espiritual de varias diócesis españolas.

Pero esta liturgia no siempre se ha vivido con la naturalidad actual. El rito gregoriano no ha estado prohibido nunca -hecho que recalca Summorum Pontificum- pero durante décadas, desde la reforma litúrgica de 1969, las trabas por parte de no pocas autoridades eclesiásticas para celebrar la eucaristía con el viejo misal eran, en muchos casos, insalvables.

Durante años, y desde distintos sectores eclesiales, se ha identificado a los seguidores del rito gregoriano con la posición tomada por monseñor Lefebvre y, a partir de ahí, no era infrecuente vivir situaciones de marginación. Muchas veces los simpatizantes de la misa tradicional fueron tratados -en palabras del por entonces cardenal Ratzinger- como “apestados”.

Quien conoce bien la historia reciente de la misa tradicional en España es José Luis Cabrera, coordinador de la página web Una Voce Málaga, uno de los sitios de referencia mundial en Internet para los seguidores del usus antiquor.

Para todas la edades

Cabrera explica que “con Ecclesia Dei, el anterior motu proprio promulgado en 1988 por Juan Pablo II, era necesario solicitar permiso al obispo para celebrar la misa en su forma extraordinaria, y solo lo concedieron en Madrid y Barcelona. Tras Summorum Pontificum este permiso no es necesario y ahora se celebra en trece ciudades españolas”.

Para comprobar que la situación de marginación es, en gran parte, agua pasada basta con pasarse un domingo cualquiera por las Salesas. Entre la feligresía hay personas mayores -a la salida del templo, una mujer de edad avanzada comenta emocionada a unas amigas que esta es la misa que conoció en su infancia-, pero, sobre todo, se ve juventud; abundan los matrimonios con niños pequeños, los hombres y mujeres de mediana edad y los universitarios.

El padre Raúl Olazabal es el superior en España del Instituto de Cristo Rey y el celebrante de la misa por el rito gregoriano en las Salesas. Vestido con sotana, explica el fenómeno con un suave acento argentino: “En las personas jóvenes hay una profunda llamada a la búsqueda de Dios. Muchas veces las personas no practicantes se sienten atraídas por la sacralidad del rito y encuentran, como ellas mismas afirman, más fácilmente a Dios”.

Que la actitud de “apestados” haya sido en gran parte superada es mérito de BXVI. Durante toda su vida el Papa Benedicto ha sido un gran estudioso de la liturgia, y su conocimiento científico de la cuestión se refleja en una posición que trasciende las diferencias entre el nuevo rito y el antiguo.

En palabras del padre Olazábal: “el Papa creo que está, por una parte, procurando corregir las cosas que se han visto como no positivas de una reforma que se ha hecho rápidamente, y, por otra parte, tal y como dice en el motu proprio, busca que poco a poco aparezcan las riquezas de una y otra liturgia para que se enriquezcan mutuamente”.

* Reportaje íntegro en el número 268 del semanario, desde el 12 de marzo en los quioscos.

fonte:Albadigital

SACERDOZIO ED ERMENEUTICA DELLA CONTINUITÀ


01. Nella mia riflessione sono accostate due realtà: il sacerdozio ordinato e l'ermeneutica della continuità.

Sicuramente riguardo alla seconda viene subito in mente il discorso fatto alla Curia Romana da Benedetto XVI in occasione del Natale 2005 [cfr. Insegnamenti di Benedetto XVI, I (2005), LEV, pag. 1018-1032]. Una grande parte del medesimo infatti è dedicato al tema dell'ermeneutica della continuità [cfr. pag. 1025-1031].

Penso necessario in ordine alla costruzione della domanda a cui cercherò di rispondere colla mia relazione, definire già in limine l'ermeneutica della continuità.

Distinguo "continuità" che è un fatto che accade o non accade, da "ermeneutica " che connota l'attività dello spirito che verifica il fatto della continuità, e lo spiega.

La continuità è il permanere della stessa identità all'interno del suo cambiamento. La continuità quindi è un processo intrinseco ad ogni organismo vivente, pena la morte. Ciò accade anche in quell'organismo vivente che è la Chiesa: essa permane nel Principio che l'ha costituita perché ed in quanto ne vive in ogni tempo e luogo.

I fattori della continuità sono due: uno interno alla esperienza della fede; uno esterno alla medesima. Il primo è descritto da Benedetto XVI nel modo seguente: «la nuova parola può maturare soltanto se nasce da una comprensione consapevole della verità espressa e ... dall'altra parte la riflessione sulla fede esige anche che si viva questa fede» [pag. 1026]. Il secondo fattore è costituito dalla necessità che la predicazione del Vangelo si confronti col modo con cui l'uomo interpreta la realtà e si pone in essa; si confronti cioè colla cultura.

Distinto è il fatto della continuità dallo sforzo ermeneutico per verificare se esso sia o no accaduto; e in caso affermativo cogliere la logica interna al cambiamento. I due atti ermeneutici sono distinti solo logicamente, non in realtà.

02. Fatta questa prima premessa risulta chiaro quale è il tema su cui mi è stato chiesto di riflettere.

Si tratta di riflettere su una realtà che è propria dell'economia salvifica cristiana: il sacerdozio ordinato. Dobbiamo considerarlo nella sua vicenda storica a partire dal Concilio Vaticano II (compreso) fino ai giorni nostri, e mettere in atto un'ermeneutica della continuità.

Quest'opera ermeneutica può essere fatta in due modi: o analizzando nella loro concatenazione logica i testi magisteriali e le principali riflessioni teologiche sul sacerdozio ordinato, oppure studiando il vissuto sacerdotale di questi anni post-conciliari.

La mia riflessione si colloca dentro la prima prospettiva, ma non come puntuale analisi di testi magisteriali, ed opere teologiche. Presupposta questa, la mia domanda invece è la seguente: quale è l'identità permanente del ministero ordinato, e come essa si confronta colla cultura odierna? Due parole ancora di spiegazione.

Il termine «identità» non si riferisce ad un concetto, ad un'idea; «ma al Logos immanente (al ministero ordinato), all'intrinseca verità vivente, all'immagine originaria cui fanno riferimento tutte le altre manifestazioni [dell'essere e della vita sacerdotale] innervandole all'interno» [L. Scheffczyk, il mondo delle fede cattolica, V&P, Milano 2007, pag. 36].

1. L'identità permanente

L'identità del ministero può essere colta solo dallo "sguardo semplice della fede", non attraverso l'analisi dei singoli fattori che la costituiscono. Per distinguere lo stile romanico dallo stile gotico è necessario guardare nel suo insieme il monumento, e cogliere quella "forma" che metta insieme le singole parti nel modo proprio del gotico o del romanico.

Vorrei molto semplicemente dirvi che cosa vedo nel ministero quando lo guardo con lo "sguardo semplice della fede". Vedo il segno sacramentale della presenza di Cristo nella sua Chiesa: «il Vescovo, il presbitero, il diacono, sono simbolo di realtà vere corrispondenti a questi nomi» [Origene, Commento al Vangelo di Matteo, CN ed., Roma 1999, pag. 168].

Che cosa ci aiuta ad avere una intuizione intellettiva di questa "intrinseca verità vivente" del ministero sacerdotale? Una serie di elementi che derivano dalla denkform cattolica.

La dimensione sacramentale dell'economia salvifica è il primo elemento. L'atto salvifico di Cristo non è una tangente che tocca la circonferenza della storia umana solo in un punto per allontanarsene subito all'infinito. Esso entra dentro la storia e vi rimane permanentemente presente. Non può essere solo ricordato: può essere realmente incontrato e fatto proprio.

La presenza reale, perenne, duratura dell'Evento salvifico è assicurata dal sacramento. Il sacramento è precisamente la presenza di Cristo nella Chiesa, in forma di segno o di simbolo, nella modalità propria a ciascun segno o simbolo medesimo.

Il realismo della salvezza è il secondo elemento, strettamente connesso con quello precedente. La salvezza incontra realmente l'uomo nel sacramento e l'uomo la salvezza. Essa non è solo sperata, ma anche realizzata sia pure in forma incoativa. È operato un vero e proprio cambiamento nella condizione ontologica della persona: «carissimi, noi fin da ora siamo figli di Dio, ma ciò che saremo non è stato ancora rivelato» [1Gv 3,2]. L'atto redentivo dell'uomo è un fatto che accade realmente e perennemente, ed introduce l'uomo nella patria della sua identità.

L'intrinseca verità del ministro sacerdotale è costituita all'interno della dimensione sacramentale della salvezza e del carattere realistico della redenzione.

Questa costituzione è percepibile da un duplice punto di vista: dal legame fra ministero sacerdotale e sacramenti; dal rapporto fra la persona di Cristo vivente nella Chiesa e la persona del sacerdote.

I due punti di vista devono essere tenuti assieme, diversamente si avrebbe una visione scorretta. Il legame infatti fra sacerdote e sacramenti non va pensato come un caso particolare di una legge ricorrente, e che troviamo presso ogni religione. Il sacrum è sempre affidato ad alcune persone consacrate, deputate a custodirlo ed amministrarlo.

Il luogo teologico dove il rapporto fra la persona di Cristo, l'economia sacramentale, e la persona del sacerdote è visibile nella sua pura ed intrinseca verità, è la celebrazione dell'Eucarestia.

Non casualmente Cristo ha istituito uno actu e il sacramento dell'Eucarestia e il ministero della Nuova ed eterna Alleanza.

Nella santa Eucarestia non è presente solo la grazia e l'opera della salvezza: è realmente presente Cristo stesso che si dona sulla Croce per la redenzione dell'uomo.

Ma questa presenza non può essere realizzata senza un riferimento alla persona di Cristo: è lui stesso che la deve realizzare. Ovviamente non con una modalità percepibile dai sensi, ma nella modalità sacramentale propria dell'economia salvifica: sub signo. È il ministero della nuova Alleanza che rende presente sacramentalmente il Cristo che compie l'opus redemptionis nostrae.

Veramente la celebrazione dell'Eucarestia è la cifra dell'esistenza del sacerdote; è il criterio ermeneutico adeguato del suo esserci; è il Logos immanente della sua esistenza che ne spiega tutte le manifestazioni.

Potremmo a questo punto dimostrare, in base a molti testi, come il Concilio abbia ripreso chiaramente l'idea della "rappresentanza di Cristo" per definire il ministero [cfr. Sacrosanctum Concilum 33; Lumen Gentium 10 e 28; Presbyterorum ordinis 2 e 13]. Così come l'altro grande documento Magisteriale, l'Es. Apost. Pastores dabo vobis [cfr. 11,3 (nexus ontologici peculiaris qui iungit presbyterum Christo]; 12,2 (cui, tamquam capiti et populi pastori configuratur peculiari quodam modo); 15,4 (sunt igitur presbyteri in Ecclesia et pro Ecclesia velut repraesentatio sacramentalis Christi capitis et pastoris ... exsistunt et operantur ... et nomine et persona Christi capitis et pastoris); 16,6 (locum coram Ecclesia occpupat - per suum ministerium - quod non nisi signum et continuatio sacramentalis et visibilis est ipsuis Christi)].

La relazione obiettiva del sacerdote a Cristo capo e pastore è la relazione che costituisce il sacerdozio. Dunque è un'identità di relazione; una identità che sussiste in una relazione.

Dal punto di vista soggettivo che cosa significa questa particolare forma di identità? Significa l'identificazione del proprio io colla missione, la coincidenza della coscienza del proprio io colla missione. Vorrei fare alcune essenziali riflessioni su questo punto.

La relazione a Cristo è sempre pensata nella Tradizione in termini di missione [«come il Padre ha mandato me, così io mando voi»], in continuità colla relazione di Cristo al Padre. Il contenuto del rapporto dell'apostolo con Cristo è l'essere mandato da Cristo medesimo come segno efficace della sua presenza operante. La sua identità è la sua missione.

Il sacerdote viene espropriato del chiuso "essere per se stesso" e consegnato ad "essere per e mediante il Signore" [cfr. Rom 14,7-8], che poi significa concretamente "cercare di compiacere il prossimo nel bene, per edificarlo" [cfr. Rom 15,2-3].

A Simone viene cambiato il nome «poiché egli è ciò che dice il suo nome» [1Sam 25,25]. Poiché l'identità del sacerdote sussiste nella relazione di vicarietà [vius gerens Christi] o rappresentanza; egli diventa se stesso quanto più dimentica la sua privata soggettività e si identifica sempre più colla sua missione.

Ho concluso questo primo punto, in cui ho cercato di riflettere sull'identità del sacerdote, e sul versante oggettivo e sul versante soggettivo.

Sul primo, l'identità diventa comprensibile alla luce dell'analogia fidei, che tiene assieme la dimensione sacramentale dell'economia salvifica e il realismo della salvezza. Sul versante soggettivo, l'identità è definibile come coincidenza del proprio io colla missione.

2. Nella condizione attuale

«Certamente c'è una fisionomia essenziale del sacerdote che non muta... Il presbitero del terzo millennio sarà in questo senso, il continuatore dei presbiteri che, nei precedenti millenni, hanno animato la vita della Chiesa ... Altrettanto certamente la vita e il ministero del sacerdote devono anche adattarsi ad ogni epoca ... dobbiamo perciò cercare di aprirci, per quanto possibile, alla superiore illuminazione dello Spirito Santo, per scoprire gli orientamenti della società contemporanea, riconoscere i bisogni spirituali più profondi» [Es. ap. Pastores dabo vobis 5,5].

L'esortazione apostolica post-sinodale prospetta precisamente quell'ermeneutica della continuità che guida questa riflessione. Il testo post-sinodale infatti parla di una "fisionomia essenziale del sacerdote che non muta" ed ugualmente della necessità che essa prenda corpo in relazione agli "orientamenti della società contemporanea ed ai suoi bisogni spirituali più profondi".

Cercherò ora di mettere in atto questa "ermeneutica della continuità", dopo aver descritto nel paragrafo precedente quella "fisionomia essenziale del sacerdote che non muta". Ed inizio dalla descrizione di quello che mi sembra il bisogno spirituale più profondo.

L'itinerario mentis in Deum partiva sempre da un presupposto, poggiava i piedi su una terra ferma: l'intelligibilità del reale di cui ho esperienza. E pertanto la convinzione che il desiderio insonne della ragione di scoprire l'intelligibilità del reale, non era da considerare un desiderio vacuo che non poteva trovare risposta.

L'incontro fra l'intelligibilità del reale e la ragione che cerca è la verità. Come scrisse C. Fabro in due aforismi: «la verità è una qualità fondamentale del reale e una qualità fondamentale dell'essere», e «la verità è un atteggiamento radicale esistenziale: di stare in attesa della rivelazione dell'essere» [Libro dell'esistenza e della libertà vagabonda, Piemme, Casale M. 2000, pag. 116].

Ne deriva che la ricerca di Dio e l'esistenza della verità simul stant et simul cadunt. Se si nega che esista la verità, la ricerca di Dio non può neppure cominciare. Secondo studiosi competenti, chi ha scalzato questa base è stato Nietzsche, e la piena accettazione, fino ai suoi esiti finali, di quella demolizione è diventata la temperie spirituale del tempo presente. In che senso? Almeno in due significati.

Il primo. È accettato, come nostro destino, come il destino dell'Occidente, quello di pensare che l'universo degli enti non nasconda, non rimandi, non significhi una Presenza che non sia a misura dell'ente stesso. Esiste solo la verità propria dei progetti tecnici dell'uomo. Un esempio. L'atto di porre le condizioni della venuta all'esistenza di una nuova persona - l'atto procreativo - non ha in se stesso una verità che rimanda ad una Presenza. È un mero fatto che può essere anche tecnicamente riprodotto in laboratorio.

Il secondo. La domanda quindi di senso è una domanda priva di senso: si vive, e basta. E così si dica di ogni fondamentale vissuto umano. L'assenza di Dio è il destino dell'uomo, e, alla fine, si vive ugualmente bene. È questo il volto più tragico [per noi] del nichilismo, non tanto il relativismo morale conseguente.

Abbiamo così individuato il bisogno spirituale più profondo: il bisogno della Presenza. Nella lettera inviata da Benedetto XVI a tutti i vescovi nel marzo scorso, il S. Padre confida che attribuisce al suo pontificato come compito supremo quello di rendere presente Dio nella vita degli uomini. Ed è a questo bisogno supremo che il sacerdote, la cui identità abbiamo già schizzata, è chiamato oggi a rispondere. Come?

La questione dunque è questa: è possibile riconoscere una Presenza eccedente l'universo dell'ente, ma che abita dentro esso? Esiste la possibilità di toccare l'Infinito mentre vivo nel finito? o dobbiamo rassegnarci all'impossibilità di fare questo incontro?

Queste sono le domande ultime a cui oggi il sacerdote è chiamato a rispondere.

Sarebbe un grave errore ritenere che il problema sia fondamentalmente di carattere etico; e che quindi il bisogno spirituale principale sia il bisogno di una seria proposta etica.

Errore, perché una tale diagnosi confonderebbe i sintomi colla malattia. E sarebbe come pensare che ad una persona in preda ad una grave indigestione, la cosa più necessaria sia di spiegargli la chimica della digestione.

Non dobbiamo mai dimenticare che comunque l'immagine di Dio impressa nell'uomo non può essere cancellata, e che pertanto, pur confuso in mezzo a tanti rumori, il "mormorio del cuore" che invoca la Presenza beatificante continua a farsi sentire. La capacità della verità resta indistruttibile nell'uomo.

L'uomo che vive oggi la gaia farsa dell'Assenza, ha bisogno di essere risvegliato alla coscienza della sua dignità di persona e ciò lo può fare solo la testimonianza della carità. Nell'inferno del non-senso che furono i lager nazisti, dove ogni possibilità di avvertire la Presenza era consumata, P. Kolbe ha riconosciuto una ragione per cui vivere è bene: la ragione del dono di sé. Una ragione che era il segno e la voce di una Presenza reale.

Non si intenda questo come in primo luogo un dovere derivante dal sacramento dell'Ordine, assieme ad altri doveri. È la "forma vitae", quel Logos intrinseco di cui ho parlato all'inizio poiché il sacerdote è e agisce "in persona Christi": di Cristo che redime l'uomo nel dono della Croce, eucaristicamente sempre presente dentro al nostro mondo dell'Assenza.

È quanto insegna anche l'Es. ap. Pastores dabo vobis: «Il principio interiore, la virtù che anima e guida la vita spirituale del presbitero in quanto configurato a Cristo capo e pastore è la carità pastorale, partecipazione della stessa carità pastorale di Gesù Cristo ... Il contenuto essenziale della carità pastorale è il dono di sé» [23,1.2]. Tralascio le conseguenze pedagogiche nella formazione dei futuri sacerdoti. Non sono oggetto della presente riflessione.

3. A modo di conclusione

Abbiamo saputo dopo la sua morte, che la B. Teresa di Calcutta ha condiviso per lunghi anni l'esperienza dell'Assenza con l'uomo di oggi.

Essa l'ha vissuta nella certezza che in fondo l'uomo, quell'uomo di cui condivideva il destino, aveva solo bisogno di essere amato. La cifra dell'esistenza sacerdotale è la cifra eucaristica.

Fonte: ZENITH

ROMA 1962-1963: El Clima litúrgico conciliar Por Dom Gregori Maria Capítulo 15: La hora del balance: Tres lecciones, tres descubrimientos

“Bueno será que, en esta hora, volvamos la vista atrás y hagamos una especie de balance provisional de las cosas que el Concilio nos ha enseñado en el estudio del primer esquema. Que no son pocas.”

Martín Descalzo dixit.

1º Muchas intervenciones que demuestran mucho interés en la cuestión litúrgica y que dejan patente una universalidad de pareceres. Parece necesario poner medios para acelerar la discusión del esquema.

“Lo primero que ha llamado la atención ha sido el número de intervenciones. 321 exactamente; es decir: más del doble que en todo el Concilio Vaticano I. Esto puede dar a las sesiones un tono de repetición y prolongación aparentemente inútil, pero no cabe duda de que este gran abanico de intervenciones, venidas desde todos los rincones del mundo, es lo que da a los problemas su contorno preciso y les quita todo carácter de posible unilateralidad. Y, por otro lado, las cinco últimas sesiones, en las que se han estudiado seis capítulos del esquema, demuestran que hay medios para acelerar la discusión sin recortar la universalidad de los pareceres.”

2º El conjunto de los Padres apuesta por el esquema y por ampliar las reformas.

“El segundo dato caracterizador ha sido el tono medio de las intervenciones. El esquema de liturgia era -según la opinión de casi todos-, conservador en su esencia, reformador en muchísimos detalles. Pues bien: prácticamente, la totalidad de las intervenciones ha sido, o para defender el esquema o para hacerlo más amplio en sus reformas. Podrían contarse con los dedos las intervenciones que han tratado de hacerlo menos reformador, ¿Es, acaso, que la mayoría del Concilio es innovadora?”

3º No existe pasividad alguna entre los Padres: abundan las enmiendas. La responsabilidad de su examen recae sobre la Comisión Litúrgica.

“La tercera característica es el número de enmiendas pedidas, aun siendo como era éste un "esquema de rodaje", un "esquema fácil". Aún sin encontrar grandes hostilidades -y recuérdese que en la historia de los Concilios no es nada infrecuente el que muchos esquemas fueran rechazados en bloque-, son más de mil las enmiendas propuestas y que ahora tendrá que revisar y sopesar la comisión litúrgica. ¿Qué no sucederá con otros esquemas más discutibles?”

De la consideración de estas características se derivan tres implicaciones que en el fondo se reducen a una tendencia: dar importancia a la periferia (conferencias nacionales, ámbito misionero y observadores no-católicos) desposeyendo a Roma de la única y exclusiva potestad de legislar en materia litúrgica. Esa tendencia progresiva pudo prosperar debido a las presiones de una mayoría de los miembros de la Comisión Litúrgica Conciliar, los mejor organizados, que no encontraron ningún tipo de oposición en el Cardenal Arcadio Larraona, (en la foto) prefecto de la Congregación de Ritos y presidente de la Comisión Litúrgica. De hecho el nombramiento del claretiano navarro en febrero de 1962, jurista experto “in utroque iure” y no en liturgia, como prefecto de la Congregación de Ritos y de la Comisión Litúrgica Conciliar, aseguraba a los expertos una gran libertad de movimiento. Larraona en un principio se ocuparía de las cuestiones jurídicas y procedimentales sin inmiscuirse en los temas.

“Aparte de estas tres lecciones importantes, yo diría que este esquema ha ofrecido tres descubrimientos que me parece van a ser decisivos en la historia de la Iglesia contemporánea”

“En primer lugar, el descubrimiento del valor de las conferencias episcopales. Este Concilio que, por un lado ha señalado el fin de los llamados "bloques nacionales" y que ha permitido ver a obispos de la misma nacionalidad tomando posturas distintas y aún opuestas, por otro ha dejado ver la necesidad de una cada vez mas sólida vertebración y organización de los Episcopados. Así hemos asistido a la fundación de la Conferencia Episcopal Panafricana y a la organización de todos los obispos orientales, hasta hay tan desunidos, en una especie de Conferencia Episcopal común. E incluso comienza a hablarse de una Conferencia Episcopal Europea, una especie de Mercado Común de las almas.

“El segundo gran descubrimiento es la importancia de los nuevos pueblos. En el Concilio Vaticano I todos los obispos misioneros eran de origen europeo; en éste hemos visto obispos de todas las razas y colores. En aquél se consideraba a los misioneros como obispos de segundo orden (recuérdese que se les llamaba incluso "los pequeños obispos"), y en este Concilio casi podría decirse que han sido los obispos que mayor interés han acaparado y que han significado las voces más nuevas y más frescas,”

“Un tercer descubrimiento importantísimo: la presencia de los observadores. Son una especie de recuerdo perenne de la caridad, y su presencia en el Aula es un freno constante a toda postura demasiado tensa. ¿Quién puede medir el peso que esto va a tener en los próximos días en los que se va a debatir uno de los problemas eje en la separación de Lutero? “

“He aquí ya una serie de conclusiones que me parece que, por sí solas, justificaban un Concilio. Pero quizá lo más importante no ha empezado todavía.”

Era más que evidente que lo más trascendental estaba todavía por llegar. En lo referente a la cuestión litúrgica serán los miembros de la Comisión quienes, una vez aprobado por unanimidad el esquema, someterán a votación cada una de las cuestiones prácticas. La manera y el modo de la presentación, siempre privilegiando las ambigüedades, tendrán una importancia capital a la hora del sufragio de los Padres. Además a un cierto punto, concentrada la atención en el proseguimiento de los demás temas conciliares, los padres confiados estimarán como acertados los trabajos de la Comisión, discurriendo estos en la dirección esperada. Y si además los presidía el conservador Larraona no había que temer nada.

Pero no fue así. Larraona se dará cuenta demasiado tarde y al hacerlo, dimitirá como prefecto de la Congregación y como presidente del Consilium en enero de 1968.

fonte:germinans germinabit

Canti Polifonici di Giovanni Pierluigi da Palestrina in mp3






Dopo il magnifico canto gregoriano, anche il canto polifonico ha ricevuto vari attestati di stima da parte del Magistero Ecclesiastico. Giovanni Pierluigi da Palestrina (1525 – 1594) è considerato il più grande compositore di canti liturgici polifonici del Rinascimento. Ecco a voi una serie di canti palestriniani da scaricare nel formato audio mp3. Io vi consiglio di masterizzarli e di ascoltarli come sottofondo quando pregate o leggete qualche libro spirituale.





Missa Papae Marcelli

Missa Brevis

Missa Pater Noster

Vari
fonte:Cordialiter.it

Un film de la Congrégation pour le clergé bouscule les séminaires de France

À l'occasion de l'Année sacerdotale, la Congrégation pour le clergé a réalisé un film d'une demi-heure sur le prêtre, intitulé Alter Christus, avec, comme principale référence le saint curé d'Ars. Il est possible de le voir, en trois parties, sur You Tube, en langue française, italienne, espagnole et allemande (ALTER CHRISTUS 1, ALTER CHRISTUS 2, ALTER CHRISTUS 3).


Outre des extraits de discours des papes Jean-Paul II et Benoît XVI, on note les interventions et témoignages de nombreux cardinaux, évêques et prêtres, dont le cardinal préfet Cláudio Hummes (Congrégation pour le clergé), le cardinal préfet Antonio Cañizares (Congrégation pour le culte divin), le cardinal président émérite Julián Herranz (Congrégation pour l'interprétation des textes législatifs), l'archevêque secrétaire Mauro Piacenza (Congrégation pour le clergé), Mgr Guido Marini (maître des cérémonies liturgiques du souverain pontife)… Ce document très pédagogique, magnifiquement réalisé, met en évidence la beauté du sacerdoce et du don de soi des prêtres à travers le monde.

Mais quel rapport avec nos évêques ? Ce film agite les séminaires diocésains français en donnant un appui officiel et romain à une tendance qui ne cesse de croître parmi les séminaristes de notre pays. L’écho que trouve cette vidéo dans les séminaires de France (dont les chiffres globaux n’ont jamais été aussi bas) est très significatif du renversement de tendance qui s’est produit chez les futurs pasteurs de nos paroisses. Les supérieurs de séminaires, hommes souvent « classiques » ma non troppo, tentent de faire barrage à cette vague de plus en plus traditionnelle. Anecdote significative : dans un séminaire s’est constitué un « groupe stable » de 9 séminaristes (représentant de fait le quart des séminaristes proprement diocésains de ce séminaire) qui a formulé une « demande » selon le Motu Proprio Summorum Pontificum auprès du supérieur, le P. B. : la célébration, une fois par semaine, d’une messe selon la forme extraordinaire. Le supérieur, pour l’instant, n’a pas donné suite.

Si quelqu'un trouve ces vidéos sur le site de la CEF, qu'il ait l'amabilité de me prévenir..

fonte:perepiscopus

Un film de la Congrégation pour le clergé bouscule les séminaires de France

a-copie-2À l'occasion de l'Année sacerdotale, la Congrégation pour le clergé a réalisé un film d'une demi-heure sur le prêtre, intitulé Alter Christus, avec, comme principale référence le saint curé d'Ars. Il est possible de le voir, en trois parties, sur You Tube, en langue française, italienne, espagnole et allemande (ALTER CHRISTUS 1, ALTER CHRISTUS 2, ALTER CHRISTUS 3).


Outre des extraits de discours des papes Jean-Paul II et Benoît XVI, on note les interventions et témoignages de nombreux cardinaux, évêques et prêtres, dont le cardinal préfet Cláudio Hummes (Congrégation pour le clergé), le cardinal préfet Antonio Cañizares (Congrégation pour le culte divin), le cardinal président émérite Julián Herranz (Congrégation pour l'interprétation des textes législatifs), l'archevêque secrétaire Mauro Piacenza (Congrégation pour le clergé), Mgr Guido Marini (maître des cérémonies liturgiques du souverain pontife)… Ce document très pédagogique, magnifiquement réalisé, met en évidence la beauté du sacerdoce et du don de soi des prêtres à travers le monde.

Mais quel rapport avec nos évêques ? Ce film agite les séminaires diocésains français en donnant un appui officiel et romain à une tendance qui ne cesse de croître parmi les séminaristes de notre pays. L’écho que trouve cette vidéo dans les séminaires de France (dont les chiffres globaux n’ont jamais été aussi bas) est très significatif du renversement de tendance qui s’est produit chez les futurs pasteurs de nos paroisses. Les supérieurs de séminaires, hommes souvent « classiques » ma non troppo, tentent de faire barrage à cette vague de plus en plus traditionnelle. Anecdote significative : dans un séminaire s’est constitué un « groupe stable » de 9 séminaristes (représentant de fait le quart des séminaristes proprement diocésains de ce séminaire) qui a formulé une « demande » selon le Motu Proprio Summorum Pontificum auprès du supérieur, le P. B. : la célébration, une fois par semaine, d’une messe selon la forme extraordinaire. Le supérieur, pour l’instant, n’a pas donné suite.

Si quelqu'un trouve ces vidéos sur le site de la CEF, qu'il ait l'amabilité de me prévenir..

fonte:perepiscopus

El tema de la identidad sacerdotal, objeto de vuestra primera jornada de estudio, es determinante para el ejercicio del sacerdocio ministerial ...

“Sacerdotes hasta el fondo, y nada más”

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Benedicto ordena sacerdotes

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El Santo Padre Benedicto XVI recibió hoy en audiencia a los participantes en el Congreso Teológico celebrado en Roma con ocasión del Año Sacerdotal. Ante ellos pronunció un importante y valioso discurso sobre el sacerdocio ministerial, que ofrecemos en español en la versión publicada en Zenit. En el mismo, entre otras importantes cuestiones, el Papa mencionó la necesidad de una “hermenéutica de la continuidad sacerdotal” y recordó que los fieles piden a sus pastores que sean “sacerdotes hasta el fondo, y nada más”.

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Señores cardenales, queridos hermanos en el Episcopado y en el Sacerdocio, amables congregados,


Me alegra encontrarme con vosotros en esta particular ocasión y os saludo a todos con afecto. Dirijo un particular pensamiento al Cardenal Cláudio Hummes, Prefecto de la Congregación para el Clero, y le doy las gracias por las palabras que me ha dirigido. Mi gratitud a todo el Dicasterio, por el compromiso con el que coordina las múltiples iniciativas del Año Sacerdotal, entre ellas este Congreso Teológico, de tema: “Fidelidad de Cristo, Fidelidad del Sacerdote”. Gozo por esta iniciativa que ve la presencia de más de 50 Obispos y de más de 500 sacerdotes, muchos de ellos responsables nacionales o diocesanos del Clero y de la formación permanente. Vuestra atención a los temas referentes al Sacerdocio ministerial es uno de los frutos de este Año especial, que he querido convocar precisamente para “promover el compromiso de renovación interior de todos los sacerdotes, para que su testimonio evangélico en el mundo de hoy sea más intenso e incisivo (Carta para la celebración del Año Sacerdotal).


El tema de la identidad sacerdotal, objeto de vuestra primera jornada de estudio, es determinante para el ejercicio del sacerdocio ministerial en el presente y en el futuro. En una época como la nuestra, tan “policéntrica” y propensa a difuminar todo tipo de concepción de identidad, considerada por muchos contraria a la libertad y a la democracia, es importante tener bien clara la peculiaridad teológica del Ministerio ordenado para no ceder a la tentación de reducirlo a las categorías culturales dominantes. En un contexto de difundida secularización, que excluye progresivamente a Dios de la esfera pública, y, por tendencia, también de la conciencia social compartida, a menudo el sacerdote parece “extraño” al sentir común, precisamente por los aspectos más fundamentales de su ministerio, como los de ser hombre de lo sagrado, sacado del mundo para interceder a favor del mundo, constituido, en esa misión, por Dios y no por los hombres (cf. Eb 5,1). Por ese motivo, es importante superar peligrosos reduccionismos, que, en las décadas pasadas, utilizando categorías más funcionalistas que ontológicas, han presentado al sacerdote casi como un “agente social”, corriendo el riesgo de traicionar el mismo Sacerdocio de Cristo. Así como se revela cada vez más urgente la hermenéutica de la continuidad para comprender de manera adecuada los textos del Concilio Ecuménico Vaticano II, de manera análoga parece necesaria una hermenéutica que podríamos definir “de la continuidad sacerdotal”, la cual, partiendo de Jesús de Nazaret, Señor y Cristo, y pasando a través de los dos mil años de la historia de grandeza y de santidad, de cultura y de piedad, que el Sacerdocio ha escrito en el mundo, llega hasta nuestros días.


Queridos hermanos sacerdotes, en el tiempo en que vivimos es especialmente importante que la llamada a participar del único Sacerdocio de Cristo en el Ministerio ordenado florezca en el “carisma de la profecía”: hay gran necesidad de sacerdotes que hablen de Dios al mundo y que presenten a Dios al mundo; hombres no sujetos a efímeras maneras culturales, sino capaces de vivir de manera auténtica esa libertad que sólo la certeza de la pertenencia a Dios está en condiciones de dar. Como vuestro Congreso ha destacado bien, hoy la profecía más necesaria es la de la fidelidad, que partiendo de la Fidelidad de Cristo a la humanidad, a través de la Iglesia y el Sacerdocio ministerial, conduzca a vivir el propio sacerdocio en la total adhesión a Cristo y a la Iglesia. De hecho, el sacerdote ya no se pertenece a sí mismo, sino, por el sello sacramental recibido (cf. Catecismo de la Iglesia Católica, nn. 1563; 1582), es “propiedad” de Dios. Este “ser de Otro” debe hacerse reconocible por todos, a través de un claro testimonio.


En la manera de pensar, de hablar, de juzgar los hechos del mundo, de servir y amar, de relacionarse con las personas, también en el hábito, el sacerdote debe sacar fuerza profética de su pertenencia sacramental, de su ser profundo. En consecuencia, debe poner todo el cuidado en sustraerse de la mentalidad dominante, que tiende a asociar el valor del ministro no a su ser, sino sólo a su función, sin apreciar, así, la obra de Dios, que incide en la identidad profunda de la persona del sacerdote, configurándolo a Sí de manera definitiva (cf. ibid., n.1583).


El horizonte de la pertenencia ontológica a Dios constituye, además, el marco adecuado para comprender y reafirmar, también en nuestros días, el valor del sagrado celibato, que en la Iglesia latina es un carisma requerido para el Orden sagrado (cf. Presbyterorum Ordinis, 16) y es tenido en grandísima consideración en las Iglesias Orientales (cf. CCEO, can. 373). Eso es auténtica profecía del Reino, signo de la consagración con corazón indiviso al Señor y a las “cosas del Señor” (1Cor 7,32), expresión del don de sí mismo a Dios y a los demás (cf.Catecismo de la Iglesia Católica, n. 1579).


La del sacerdote es, por tanto, una altísima vocación, que continúa siendo un gran Misterio también para los que la hemos recibido como don. Nuestros límites y nuestras debilidades deben llevarnos a vivir y a custodiar con profunda fe ese don precioso, con el que Cristo nos ha configurado a Sí, haciéndonos partícipes de Su Misión salvífica. De hecho, la comprensión del Sacerdocio ministerial está ligada a la fe y pide, de manera cada vez más fuerte, una radical continuidad entre la formación del seminario y la permanente. La vida profética, sin compromisos, con la que serviremos a Dios y al mundo, anunciando el Evangelio y celebrando los Sacramentos, favorecerá el advenimiento del Reino de Dios ya presente y el crecimiento del Pueblo de Dios en la fe.


Queridísimos sacerdotes, los hombres y las mujeres de nuestro tiempo nos piden sólo ser hasta el fondo sacerdotes y nada más. Los fieles laicos encontrarán en muchas otras personas aquello que necesitan humanamente, pero sólo en el sacerdote podrán encontrar esa Palabra de Dios que debe estar siempre en sus labios (cf. Presbyterorum Ordinis, 4); la Misericordia del Padre, que se prodiga de manera abundante y gratuita en el Sacramento de la Reconciliación; el Pan de Vida nueva, “verdadero alimento dado a los hombres” (cf. Himno del Oficio en la Solemnidad del Corpus Domini del Rito romano). Pidamos a Dios, por intercesión de la Bienaventurada Virgen María y de San Juan María Vianney, poderLe dar gracias cada día por el gran don de la vocación y de vivir con plena y gozosa fidelidad a nuestro Sacerdocio. ¡Gracias a todos por este encuentro! Con mucho gusto imparto a cada uno la Bendición Apostólica.

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Fuente: Zenit

***fonte:la buhardilla de jerónimo

La Liturgia herida

La Liturgia herida

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Ofrecemos nuestra traducción de la intervención, dedicada a la Sagrada Liturgia, que Mons. Marc Aillet, obispo de Bayona (Francia), pronunció en el Congreso teológico celebrado en Roma con ocasión del Año Sacerdotal.

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En el origen del Movimiento litúrgico, estuvo la voluntad del Papa san Pío X, en particular en el motu proprio Tra le sollecitudini (1903), de restaurar la liturgia y hacer más accesibles los tesoros para que se convirtiese nuevamente en fuente de una vida auténticamente cristiana, precisamente para hacer frente al desafío de una creciente secularización y animar a los fieles a consagrar el mundo a Dios. De aquí, la definición conciliar de la liturgia como “fuente y culmen de la vida y de la misión de la Iglesia”. Contra toda expectativa, como han advertido a menudo el Papa Juan Pablo II y el Papa Benedicto XVI, la aplicación de la reforma litúrgica, a veces, ha llevado a una suerte de desacralización sistemática, mientras que la liturgia se dejó invadir progresivamente por la cultura secularizada del mundo circunstante perdiendo así su naturaleza y su identidad: “Es el Misterio de Cristo lo que la Iglesia anuncia y celebra en su liturgia a fin de que los fieles vivan de él y den testimonio del mismo en el mundo” (CATIC n. 1068).


Sin negar los frutos auténticos de la reforma litúrgica, se puede decir, sin embargo, que la liturgia ha sido herida por lo que Juan Pablo II definió “prácticas no aceptables” (Ecclesia de Eucharistia, n. 10) y Benedicto XVI denunció como “deformaciones al límite de lo soportable” (Carta a los obispos con ocasión de la publicación del motu proprio Summorum Pontificum). De este modo ha sido herida también la identidad de la Iglesia y del sacerdote.


En los años postconciliares se asistía a una suerte de oposición dialéctica entre los defensores del culto litúrgico y los promotores de la apertura al mundo. Debido a que estos últimos, basándose en una interpretación secular de la fe, llegaban a reducir la vida cristiana sólo al compromiso social, los primeros, por reacción, se refugiaban en la pura liturgia hasta el “rubricismo”, con el riesgo de animar a los fieles a protegerse excesivamente del mundo. En la exhortación apostólica Sacramentum Caritatis, Benedicto XVI pone fin a esta polémica y recompone esta oposición. La acción litúrgica debe reconciliar la fe y la vida. Precisamente en cuanto celebración del Misterio pascual de Cristo, hecho realmente presente en medio de su pueblo, la liturgia da una forma eucarística a toda la vida cristiana para hacer de ella un “culto espiritual agradable a Dios”. De este modo, el empeño del cristiano en el mundo y el mundo mismo, gracias a la liturgia, están llamados a ser consagrados a Dios. El compromiso del cristiano en la misión de la Iglesia y en la sociedad encuentra, de hecho, su fuente y su impulso en la liturgia, hasta ser atraído en el dinamismo de la ofrenda de amor de Cristo que es actualizada.


El primado que Benedicto XVI quiere dar a la liturgia en la vida de la Iglesia – “el culto litúrgico es la expresión más alta de la vida sacerdotal y episcopal”, dijo a los obispos de Francia reunidos en Lourdes el 14 de septiembre de 2008 en asamblea plenaria extraordinaria – quiere poner de nuevo la adoración en el centro de la vida del sacerdote y de los fieles. Al contrario y en lugar del “cristianismo secular” que con frecuencia ha acompañado la aplicación de la reforma litúrgica, el Papa Benedicto XVI quiere promover un “cristianismo teologal”, el único capaz de servir a lo que ha definido la prioridad que predomina en esta fase de la historia, es decir, “hacer presente a Dios en este mundo y abrir a los hombres el acceso a Dios” (Carta a los obispos de la Iglesia Católica, 10 de marzo de 2009). De hecho, ¿dónde mejor que en la liturgia profundiza el sacerdote la propia identidad, bien definida por el autor de la Carta a los Hebreos: “Todo sumo sacerdote es tomado de entre los hombres y puesto para intervenir en favor de los hombres en todo aquello que se refiere al servicio de Dios, a fin de ofrecer dones y sacrificios por los pecados” (Heb. 5,1)?


La apertura al mundo deseada por el Concilio Vaticano II ha sido frecuentemente interpretada, en los años postconciliares, como una suerte de “conversión a la secularización”: esta actitud no carecía de generosidad pero llevaba a descuidar la importancia de la liturgia y a minimizar la necesidad de observar los ritos, considerados demasiado lejanos de la vida del mundo que había que amar y con el cual era necesario ser plenamente solidarios, hasta dejarse fascinar por él. El resultado fue una grave crisis de identidad del sacerdote que ya no lograba percibir la importancia de la salvación de las almas y la necesidad de anunciar al mundo la novedad del Evangelio de la Salvación. La liturgia es, sin duda, el lugar privilegiado de la profundización de la identidad del sacerdote, llamado a “combatir la secularización”; ya que, como dice Jesús en su oración sacerdotal: “No te pido que los saques del mundo, sino que los preserves del Maligno. Ellos no son del mundo, como tampoco yo soy del mundo. Conságralos en la verdad: tu palabra es verdad” (Jn. 17, 15-17).


Esto ciertamente será posible a través de una más rigurosa observancia de las prescripciones litúrgicas que preservan al sacerdote de la pretensión, aunque sea inconsciente, de atraer sobre su persona la atención de los fieles: el ritual litúrgico que el celebrante está llamado a recibir filialmente de la Iglesia permite a los fieles, de hecho, llegar más fácilmente a la presencia de Cristo Señor, del cual la celebración litúrgica debe ser signo elocuente y que debe tener siempre el primer lugar. La liturgia es herida cuando los fieles son dejados al arbitrio del celebrante, a sus manías, a sus ideas u opiniones personales, a sus mismas heridas. De esto se desprende también la importancia de no banalizar los ritos que, sacándonos del mundo profano y por lo tanto de la tentación del inmanentismo, tienen el don de sumergirnos inmediatamente en el Misterio y de abrirnos a la Trascendencia. En este sentido, nunca se subrayará suficientemente la importancia del silencio que precede a la celebración litúrgica, atrio interior donde nos liberamos de las preocupaciones, aún legítimas, del mundo profano, para entrar en el tiempo y en el espacio sagrados donde Dios revelará su Misterio; del silencio en la liturgia para abrirse más seguramente a la acción de Dios; y la pertinencia de un tiempo de acción de gracias, integrado o no en la celebración, para tomar la medida interior de la misión que nos espera, una vez vueltos al mundo. La obediencia del sacerdote a las rúbricas es también un signo silencioso y elocuente de su amor por la Iglesia, de la que no es más que el ministro, es decir, el servidor.


De aquí deriva la importancia también de la formación de los futuros sacerdotes en la liturgia y especialmente en la participación interior, sin la cual la participación exterior recomendada por la reforma estaría sin alma y favorecería una concepción parcial de la liturgia que se expresaría en términos de teatralización excesiva de los roles, cerebralización reductiva de los ritos y autocelebración abusiva de la asamblea. Si la participación activa, que es el principio operativo de la reforma litúrgica, no es el ejercicio del “sentido sobrenatural de la fe”, la liturgia ya no es obra de Cristo sino de los hombres. Insistiendo en la importancia de la formación litúrgica de los sacerdotes, el Concilio Vaticano II hace de la liturgia una de las disciplinas principales de los estudios eclesiásticos, evitando reducirla a una formación puramente intelectual: de hecho, antes de ser un objeto de estudio, la liturgia es una vida, o mejor, es “pasar de la propia vida a la vida de Cristo”. Es el sumergirse por excelencia de toda vida cristiana: inmersión en el sentido de la fe y en el sentido de la Iglesia, en la alabanza y en la adoración, como en la misión.


Por lo tanto, estamos llamados a un auténtico “sursum corda”. La frase del prefacio, “levantemos el corazón”, introduce a los fieles en el corazón del corazón de la liturgia: la Pascua de Cristo, es decir, su paso de este mundo al Padre. El encuentro de Jesús Resucitado con María Magdalena, la mañana de la Resurrección, es muy significativo en este sentido: con su “noli me tangere”Jesús invita a María Magdalena a “mirar las realidades de lo alto”, haciéndole notar que aún no ha subido al Padre en su corazón e invitándola a ir a decir a los discípulos que Él debe subir a su Dios y nuestro Dios, a su Padre y nuestro Padre. La liturgia es exactamente el lugar de esta elevación, de esta tensión hacia Dios que da a la vida un nuevo horizonte y, con ello, su orientación decisiva. A condición de no considerarla como material disponible para nuestras manipulaciones demasiado humanas sino de observar, con una obediencia filial, las prescripciones de la Santa Iglesia.


Como afirmaba el Papa Benedicto XVI en la conclusión de su homilía en la solemnidad de los Santos Pedro y Pablo del 2008: “Cuando el mundo en su totalidad se transforme en liturgia de Dios, cuando su realidad se transforme en adoración, entonces alcanzará su meta, entonces estará salvado”.

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Fuente: Clerus


Traducción: La Buhardilla de Jerónimo

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sexta-feira, 12 de março de 2010

S.JEAN MARIA VIANNEY:«PREMIER DIMANCHE DE CARÊME (PREMIER SERMON) Sur les Indulgences.

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http://www.pyepimanla.com/aout-sept-2009/images/religions/saint-cure-d-ars.jpg

http://www.la-croix.com/mm/illustrations/Multimedia/Actu/2009/8/6/ars_article.jpg

http://rencontresdelain.files.wordpress.com/2008/12/johannes-maria_vianney.jpg http://blog.beliefnet.com/pontifications/imgs/Cure%20d%27Ars.jpg http://files.myopera.com/Prayerman/blog/cure%20d%20ars.jpg

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/75/Sermentizon_vianney.jpg http://www.wmaker.net/portorl/photo/1524034-2033161.jpg

PREMIER DIMANCHE DE CARÊME

(PREMIER SERMON)

Sur les Indulgences.

Cum immundus spiritus exierit de homine, dicit : Revertar in domum meam unde exivi.
Lorsque l'esprit impur est sorti d'un homme, il dit : Je retournerai dans ma maison d'où je suis sorti. (Ev. s. S. Luc, XI, 24.)
Je viens vous montrer par là combien la fureur d'un démon est grande contre ceux qui l'ont chassé de leur coeur par une bonne confession : ce qui doit les porter à veiller continuellement sur tous les mouvements de leur coeur, de crainte que le démon ne les fasse retomber dans leur péché, ce qui les mettrait dans un état plus mauvais qu'ils n'énaient avant leur confession. C'est précisément pour nous préserver de ce malheur que l'Eg1ise nous impose des pénitences lorsque nous nous confessons. Elles sont pour deux fins : l'une pour satisfaire à la justice de Dieu pour nos péchés confessés, et l'autre, pour nous préserver de retomber dans le péché. Si nous avons le malheur de ne pas accomplir nos pénitences, nous commettons un péché mortel, si les péchés que nous avons accusés étaient des péchés mortels. Cependant, M. F. il faut avouer que, quand même nous faisons bien nos pénitences imposées dans le saint tribunal, comme elles ne sont nullement proportionnées à nos péchés, il doit nécessairement nous rester des peines à subir ou dans ce monde ou dans les flammes du purgatoire. C'est, M. F., parce que le bon Dieu désire tant nous procurer, de suite après notre mort, le bonheur d'aller jouir de sa sainte présence, qu'il nous accorde, par le ministère de son Église, un moyen très facile et très efficace pour retrancher ces peines : ce moyen, M. F., ce sont les indulgences que nous pouvons gagner pendant que nous sommes sur la terre. Ces indulgences sont une diminution ou une entière remise des pénitences que l'on imposait autrefois aux pécheurs, afin de satisfaire à peu près autant que l'on croyait leur être nécessaire pour éviter le purgatoire. Mais pour mieux vous les faire apprécier, je vais vous montrer 1° ce que c'est qu'une indulgence ; 2° de quoi elles sont composées ; 3° quelles sont les dispositions nécessaires pour les gagner.

I. - Je ne veux pas, M. F., m'amuser à vous prouver que l'Église a le pouvoir de nous appliquer les indulgences, ce serait perdre mon temps ; vous savez que Jésus-Christ a dit à ses apôtres, et dans leur personne à tous leurs successeurs : « Je vous donne les clefs du royaume des cieux ; tout ce que vous lierez sur la terre sera lié dans le ciel, et tout ce que vous délierez sur la terre sera délié dans le ciel (Matth., XVI, 19.). » Nous voyons que les apôtres mêmes ont commencé à accorder des indulgences. Non seulement l'Église a le pouvoir d'imposer des pénitences pour l'expiation de nos péchés, mais elle peut encore abréger les peines que nous devons souffrir en purgatoire.

Vous savez, M. F., qu'il y a deux sortes de péchés actuels : c'est-à-dire, le péché mortel et le péché véniel. Le péché mortel mérite une peine éternelle : car c'est un article de foi que, si nous avons le malheur de mourir avec un péché mortel sans en avoir obtenu le pardon, nous serons damnés. Quoique les mauvais chrétiens osent dire que le bon Dieu n'est pas aussi méchant que les prêtres le disent bien, il n'en sera pas autrement. Quand nous avons confessé nos péchés mortels, il nous reste encore à souffrir en ce monde ou des peines à subir dans l'autre vie ; car, si nous considérons la grandeur de nos péchés avec les pénitences que l'on nous donne dans le tribunal de la pénitence, il n'y a point de proportion. Il faut donc nécessairement faire quelque chose qui puisse nous aider à satisfaire à la justice de Dieu. Il est vrai que toutes les misères de la vie, les maladies, les chagrins, les calomnies, les infirmités, les pertes de biens, si nous avons le bonheur de les offrir au bon Dieu en expiation de nos péchés, nous aident à y satisfaire.

Dès le commencement de l'Église, on donnait des pénitences aussi grandes et aussi longues qu'on les croyait être capables de satisfaire à la justice de Dieu. Quand un pécheur voulait revenir au bon Dieu, il venait en pénitent se présenter devant l'évêque, confessant publiquement ses péchés, ayant, les pieds nus, les habits tout déchirés et la tête couverte de cendres. On le faisait passer par les degrés de pénitences : le premier était celui des pleurants, le deuxième celui des écoutants, le troisième celui des prosternés, le quatrième celui des assistants. Aussitôt qu'un pécheur rentrait en lui-même, on l'obligeait à rester à genoux hors de la porte de l'église comme étant indigne d'y entrer, et il se recommandait aux prières des fidèles qui passaient, c'était le premier degré, quui durait quelquefois bien longtemps et qu'on appelait degré des pleurants : il était suffisant de les voir pour pleurer avec eux ; ils n'avaient point de honte de confesser publiquement leurs péchés pour exciter les fidèles à prier pour eux. Après ce degré de pénitence, on les faisait passer dans un endroit, près de la porte de l'église, où ils avaient le bonheur d'entendre les instructions qui se faisaient ; mais dès que l'instruction était finie, on les faisait se retirer sans avoir le bonheur de prier avec les fidèles ; ils se retiraient avec tant de douleur de se voir privés de prier avec eux, que leur repentir seul convertissait d'autres pécheurs, qui n'avaient pas honte d'aller se joindre aux premiers pour se réconcilier avec le bon Dieu. Après cela, l'on permettait à ces pénitents d'assister à la sainte messe jusqu'à l'évangile ; ensuite, on les faisait sortir comme étant indignes de participer aux saints mystères ; mais avant que de les renvoyer, on faisait différentes prières sur eux, étant prosternés devant tout le monde ; c'est là où l'on voyait couler les larmes avec abondance.

A la fin du troisième degré de pénitence, on leur donnait solennellement, l'absolution : alors ils avaient le bonheur d'assister à toutes les prières et même à la sainte messe ; mais ils n'avaient pas la liberté d'y communier pendant un certain temps. Nous voyons que tout
le temps de leur pénitence ils étaient obligés de s'abstenir de tout divertissement, de toute fonction publique ; on les forçait à garder la retraite, à jeûner au pain et à l'eau plusieurs fois la semaine, à faire des aumônes, afin de leur donner les moyens de satisfaire à la justice de Dieu. Pour avoir juré le saint Noin de Dieu, même sans y pcnser, il fallait jeûner sept jours au pain et à l'eau ; et si l'on y retombait une deuxième fois, quinze jours. Pour avoir blasphémé contre Dieu, la sainte Vierge et les saints, il fallait rester à genoux, hors de l'église, sans souliers, la corde au cou, ct jeûner sept vendredis au pain et à l'eau, privé tout ce temps-là d'entrer à l'église. Pour avoir fait, quelque travail le saint jour du dimanche, il fallait jeûner trois jours au pain et à l'eau ; pour avoir voyagé le dimanche sans nécessité, sept jours de pénitence ; pour avoir dansé devant la porte d'une église, trois ans de pénitence. Si une fille ou un garçon retournaient à la danse, on les menaçait de les excommunier, pour avoir parlé à l'église pendant la sainte messe, dix jours de pénitence. Pour les jeûnes de carême que l'on manquait, il fallait jeûner après Pâques sept jours pour chaque jour manqué ; pour avoir violé les jeûnes des Quatre-Temps, quarante jours de jeûne. Pour avoir méprisé les instructions de son évêque ou de son curé, quarante jours de pénitence. Pour avoir vécu dans la haine contre quelqu'un, il fallait jeûner autant de temps que l'on avait laissé écouler de temps où l'on voulait mal à son prochain. Pour les péchés d'impureté, les pénitences étaient grandes, selon la grandeur de ce péché, qui se commet en plusieurs manières.

Voilà, M. F., la manière dont l'Église se conduisait autrefois envers les chrétiens qui voulaient se sauver. Vous voyez que maintenant l'on ne donne plus ces rudes pénitences, quoique nos péchés ne soient ni moins affreux, ni moins outrageants au bon bien. Voyez-vous, M. F., combien le bon Dieu est bon et combien il désire de nous sauver ? Il nous présente les indulgences, qui peuvent suppléer aux pénitences que nous n'avons pas le courage de faire.

II. - Mais de quoi sont composées ces indulgences qui nous procurent, tant de bien ? M. F., écoutez-le bien et retenez-le ; parce que celui qui le comprend bien ne peut pas s'empêcher de bénir le bon Dieu et d'en profiter autant qu'il peut. Quel bonheur pour nous, M. F., qui par quelques prières pouvons nous retrancher des siècles de peines dans l'autre vie ! Je dis que ces indulgences sont composées des mérites surabondants de Jésus-Christ, de la sainte Vierge et des saints, qui ont beaucoup plus souffert ou fait pénitence qu'ils n'avaient de péchés à expier : ce qui forme un trésor inépuisable dont l'Église fait part à ses enfants qui sont les chrétiens. Je dis donc que les indulgences sont la remise des peines que nos péchés, quoique pardonnés dans le tribunal de la pénitence, nous ont mérité de souffrir. Pour rendre ceci plus intelligible, il faut distinguer l'offense et la peine : l'offense, c'est l'injure que le péché fait à Dieu, pour laquelle le pécheur mérite d'être puni pendant toute l'éternité ; or, cette peine éternelle ne peut être remise que par le sacrement de Pénitence. C'est pour achever de nous purifier de nos péchés, quoique pardonnés dans le sacrement, que nous gagnons les indulgences, parce que, après nous être confessés, il faut encore plus faire de pénitences que le confesseur ne nous en impose, si nous voulons nous exempter des peines du purgatoire.

Nous voyons que, quoique les saints fussent sûrs de leur pardon, Dieu leur a aussi imposé l'obligation de se punir eux-mêmes. Voyez David, voyez sainte Madeleine, saint Pierre et tant d'autres. Autrefois l'on donnait, de longues pénitences qui duraient dix ans, vingt ans, et des fois toute la vie. Il fallait se lever la nuit pour prier et pour pleurer ses péchés ; il fallait coucher sur la dure, se couvrir d'un cilice, faire beaucoup d'aumônes.

Vous allez voir comment ont commencé les indulgences. Comme au commencement de l'Église, celle-ci était presque toujours persécutée, les martyrs allant à la mort, faisaient dire à leur évêque d'abréger la pénitence d'un tel pénitent de tant de jours, de mois ou d'années : ainsi l'on abrégeait d'autant leur pénitence. Voilà ce que nous appelons indulgences partielles, qui sont de quarante jours ou de deux cents, ou trois cents, etc. D'autres fois, les martyrs priaient l'évêque de retrancher toute la pénitence : c'est ce que nous appelons indulgence plénière, qui est la remise de toutes les peines que nous devions souffrir après notre mort. Voici, M. F., les effets et les avantages des indulgences : elles nous aident à satisfaire à la justice de Dieu, et elles sont le supplément des pénitences que nous devions faire et que nous ne faisons pas. Si vous ne le comprenez pas bien, écoutez-moi. C'est comme si plusieurs personnes avaient des dettes, et étaient dans l'impossibilité de pouvoir jamais payer, et qu'une personne bien riche leur dît : « Vous ne pouvez pas me payer, prenez dans mes coffres pour payer vos dettes. » Voilà ce que nous font les indulgences envers la justice de Dieu, parce que nous sommes dans l'impossibilité de pouvoir jamais satisfaire à cette justice, malgré toutes les pénitences que nous pouvons faire.

Quel bonheur pour nous, M. F., de trouver un moyen si facile que celui des indulgences, qui nous exemptent des peines du purgatoire qui nous paraîtront si longues et si dures ! Oui, M. F., un pécheur qui aurait le bonheur de gagner une indulgence plénière dans tout son entier, se trouverait pleinement quitte devant le bon Dieu. Il paraîtrait aussi pur et aussi net aux yeux de Dieu que s'il sortait des fonts sacrés du baptême, il serait dans les mêmes dispositions, pour être admis dans le ciel, que les martyrs après leur mort. Non, M. F., il n'y a point, de différence entre le baptême, le martyre et une indulgence plénière gagnée dans tout son entier. O grâce précieuse, Mais ignorée du plus grand nombre des chrétien, et méprisée de ceux qui ont le bonheur de la connaître !

Hélas ! M . F., qu'il y a des pauvres âmes en purgatoire, pour n'avoir pas voulu profiter des indulgences, et qui, peut-être, resteront là jusqu'à la fin du monde ! Mais afin de mieux vous faire sentir le besoin que nous avons de gagner les indulgences pour nous aider à satisfaire à la justice de Dieu pour nos péchés, considérons, d'un côté, le nombre et l'énormité de nos péchés, et de l'autre, les pénitences que nous faisons pour les expier : comparons nos dettes avec ce que nous avons fait pour les acquitter. Hélas ! M. F., des siècles entiers ne seraient pas suflisants pour expier un seul péché ! Eh ! M. F., où sont nos pénitences qui égalent nos péchés ? Convenons, M. F., où en serions-nous, si l'Eglise ne venait pas à notre secours ? Quand même nous mourrions convertis, la justice de Dieu réclamerait ses droits, un feu vengeur nous châtierait rigoureusement, et cela pendant nombre d'années. Hélas ! M. F., qui pourrait comprendre notre aveuglement, de consentir à aller briller tant d'années dans les feux ; et de ne pas vouloir profiter des grâces que le bon Dieu veut bien nous accorder.

Mais quand est-ce que les indulgences cessent, c'est-à-dire, que l'on ne peut plus les gagner ? C'est comme si l'église de Fourvière était en partie écroulée ; de même, une croix, une médaille, un crucifix, seraient cassés, cabossés ; un chapelet auquel il manquerait une partie notable des grain, ou qui serait tout défilé : alors les indulgences n'y seraient plus ; mais pourvu qu'ils ne perdent pas leur forme, quand on les renouvelle, ils ne perdent pas les indulgences. Pour les fêtes qui sont renvoyées, Monseigneur a obtenu du Saint-Père que les indulgences seraient transportées avec la fête : de sorte que les indulgences ne sont pas le jour de la fête, mais le jour qu'elle est célébrée. Pour gagner les indulgences, il faut que le chapelet soit bénit pour cela ; s'il ne l'était pas, quoique l'on fasse une prière bien agréable à Dieu, l'on ne gagnerait point l'indulgence. Pour ceux qui sont de la sainte confrérie du Rosaire, en disant les trois chapelets chaque semaine, ils gagnent toutes les indulgences qui se rencontrent dans toutes les fêtes de la sainte Vierge, et aux grandes fêtes, en se confessant et en communiant. Une personne qui est de la confrérie du Saint Rosaire peut gagner plusieurs indulgences plénières. A l'heure de la mort, ceux qui sont autour du malade doivent bien faire attention si le prêtre n'y pensait pas et faire donner au malade l'indulgence plénière. Il y a indulgrnce plénière : 1° lorsque le malade reçoit les derniers sacrements ; 2° lorsqu'il reçoit l'absolution du Saint Rosaire ; 3° en disant de bouche ou au fond du coeur le nom de Jésus ; 4° en disant le Salve Regina et tenant à la main un cierge bénit pour le saint-Rosaire. Les croix, médailles, chapelets, ne peuvent pas se donner à d'autres pour gagner les indulgences, parce que les indulgences ne peuvent être gagnées que par ceux pour qui ils ont été bénits, ou à qui ils ont été donnés la première fois. Mais en prêtant un chapelet, les indulgences ne se perdent pas pour celui qui le prête ; lorsqu'il le reprend, il les regagne.

Nous vous ferons voir maintenant ce que c'est que les indulgences. d'abord je vous dirai que, dans toutes les confréries, il y a une indulgence plénière le jour de la fête : de sorte qu'une personne qui serait de plusieurs confréries, en se confessant et en faisant la sainte communion, peut gagner toutes les indulgences plénières de toutes ces fêtes : ainsi, si vous êtes de quatre ou cinq confréries, vous pouvez gagner une indulgence plénière pour vous, et toutes les autres pour les âmes du purgatoire. Il y a encore d'autres indulgences à gagner sans être des confréries, comme pour ceux qui ont des chapelets que l'on appelle Brigittains. Ce mot Brigittain vient de ce que sainte Brigitte avait été la fondatrice du monastère à qui le Saint-Père avait donné le pouvoir d'accorder ces grandes indulgences. Ceux qui ont ces chapelets gagnent sur tous les grains cent jours d'indulgences. Voilà la différence qu'il y a entre ces chapelets et ceux du Saint-Rosaire : par ceux du Saint-Rosaire, vous ne gagnez vos indulgences que dans le moment que vous le finissez, au lieu qu'avec les Brigittains, sur chaque grain vous gagnez vos cent jours. Mais pour gagner ces indulgences, il faut avoir un chapelet entre les mains, et mettre les doigts sur les grains dont on a l'intention de gagner les indulgences. Pour tous les chapelets, l'on ne peut gagner les indulgences qu'après avoir dit trois chapelets : un pour toute l'Église, un pour le Saint-Père, et un pour celui qui l'a bénit. L'on peut gagner les indulgences quand on est deux et que chacun répond sa partie. L'un dit : Salut Marie, et l'autre : Sainte Marie. Quand on fait le Chemin de la Croix, il y a indulgence plénière à chaque tableau, c'est-à-dire quatorze : une pour soi, et toutes les autres pour les âmes du purgatoire, et cela autant de fois qu'on veut le faire dans un jour. Il y a trois manières de le faire. Il n'y a pas besoin de se confesser ni de communier pour gagner l'indulgence du Chemin de la Croix. Si nous ne sommes pas en état de grâce, nous ne pouvons pas les gagner pour nous ; mais, quoique nous soyons dans le péché, nous pouvons les gagner pour les âmes du purgatoire (1). Il est vrai que c'est bien rare que nous gagnions les indulgences plénières dans leur entier ; mais ce qu'il y a de vrai, c'est que nous les gagnons à proportion de nos dispositions. Plus nos dispositions sont parfaites, plus nous approchons du terme de leur mérite. Quand nous offrons nos indulgences, il ne faut pas les offrir pour toutes les âmes ; mais il faut désigner les âmes pour lesquelles l'on a l'intention de les gagner : pour son père, sa mère ou d'autres. Pour les indulgences qui sont attachées aux médailles, aux croix, aux crucifix, si tous ces objets de piété ont été indulgenciés par le Saint-Père, ou un prêtre qui en a reçu le pouvoir, il y a des indulgences plénières toutes les fois que, les ayant sur vous ou dans un endroit propre de votre maison, vous mettant à genoux, vous dites cinq Pater et cinq Ave, selon l'intention de l'Église qui est la conversion des pécheurs et la persévérance des justes, etc .... et cela autant de fois que vous voudrez le faire. Quand tous ces objets n'ont été indulgenciés que par les évêques, ils n'ont que quarante jours d'indulgences. Il faut remarquer que l'on peut gagner toutes les indulgences qui se rencontrent pendant la semaine, quand il n'y a pas plus de huit jours que l'on s'est confessé. Ceux qui se confessent et communient la veille de la fête où il y a indulgence, peuvent tout de même les gagner sans attendre au lendemain. Il y a une indulgence de deux ans en baisant avec respect la croix de son chapelet qui a été bénite ; il y a une indulgence plénière quand on vient adorer Jésus-Christ le vendredi saint ; il y a une indulgence plénière le jour du saint patron. - En faisant la génuflexion avec respect, il y a cent jours d'indulgences ; de même quand on se prépare bien à entendre la sainte messe ; il y a une indulgence, quand on fait son examen de conscience tous les soirs. En disant un acte d'amour de Dieu sur les perfections de Jésus-Christ, c'est-à-dire en pensant à sa sagesse, à sa miséricorde, sa bonté et le reste ; il y a remise de toute nos fautes vénielles et même mortelles, en danger de mort. Il est vrai qu'il y a beaucoup d'indulgences que l'on pourrait gagner, mais que l'on ne connaît pas. Voilà ce qu'il faut faire tous les matins, il faut dire cinq Pater et cinq Ave selon l'intention de l'Église pour gagner toutes ces indulgences que l'on peut gagner dans le courant du jour : quand même nous n'y penserions pas dans le montent, nous les gagnerons tout de même. Il y a encore beaucoup d'autres indulgences : comme en disant les litanies de la Sainte Vierge, il y a trois cents jours ; celles du saint Nom de Jésus, trois cents jours ; les actes de Foi, d'Espérance et de Charité ; il y a une indulgence plénière chaque mois en se confessant et en communiant, on choisit le jour que l'on veut. Il y a encore cent jours d'indulgences pour ceux qui instruisent les ignorants. Il y a sept ans d'indulgences toutes les fois que les pères et mères, maîtres et maîtresses mènent leurs enfants ou leurs domestiques à l'église pour entendre le catéchisme. Pour ceux qui accompagnent le Saint-Sacrement quand on le porte aux malades, il y a sept ans et sept quarantaines, c'est-à-dire sept fois quarante jours ; ceux qui l'accompagnent sans un flambeau ne gagnent que cinq ans et cinq quarantaines. Quand on ne peut pas raccompagner, en disant un Pater et un Ave à genoux, il y a cent jours. Il y a trois cents jours d'indulgences pour ceux qui disent : « Jésus, Marie, Joseph,
je vous donne mon coeur, mon esprit et, ma vie ; Jésus, Marie, Joseph, assistez-moi dans ma dernière agonie ; Jésus, Marie, Joseph, faites que je meure dans votre sainte compagnie ; » pour ceux qui sont de la confrërie du Sacré-Coeur de Jésus, il y a une indulgence plénière le jour que l'on est reçu, tous les premiers vendredis du mois et tous les premiers dimanches du mois ; et aussi une fois le mois à sa volonté, si l'on s'est confessé, si l'on a communié et si l'on dit cinq Pater et cinq Ave pour les besoins de l'Église.

Il y en a un nombre infini d'autres, mais je vous parle seulement de celles que vous pouvez le mieux gagner. Je ne sais pas si vous avez bien compris tout cela. Quand vous ne le comprenez pas, eh bien ! il faut me demander ; il ne faut pas que le respect humain vous retienne. Un prêtre n'est que pour vous instruire en vous apprenant ce que vous ne savez pas et qui est nécessaire pour vous aider à vous sauver. Hélas ! si nous nous perdons ou si nous allons souffrir nombre d'années en purgatoire, cela viendra bien de notre faute, puisque nous avons tant de moyens de nous procurer le ciel. Voilà, M. F., de grands trésors qui sont mis à notre disposition.

III.- Mais que devons-nous faire pour en profiter ? C'est ce que nous allons voir. Quand un médecin a vu la maladie de son malade, il ordonne les remèdes et ensuite la manière de les prendre, parce que, sans cette précaution, les remèdes lui seraient plus nuisibles que salutaires. Il en est de même par rapport aux moyens que nous devons employer pour que nos âmes se fortifient. Je sais bien qu'il y en a qui n'écoutent tout cela qu'avec une espèce de dédain et de mépris ; mais plaignons-les, ce sont de pauvres aveugles qui croient y voir bien clair, tandis que le péché leur a tiré les yeux. Puisqu'ils veulent se perdre malgré tant de grâces que le bon Dieu leur fait, laissons-les faire, ils auront le temps de pleurer et de nous dire : « Que vous avez été heureux d'obéir à la grâce qui vous conduisait ! » Marchons à la lueur du flambeau de la foi, cherchons et employons tous les moyens que le bon Dieu nous fournit pour nous assurer le ciel.

Mais, pensez-vous, que devons-nous faire pour gagner toutes les indulgences dont nous venons de parler ?

M. F., vous allez le voir : la première condition c'est d'être en état de grâce et de détester tous ses péchés ; la seconde c'est d'accomplir toutes les prières qui nous sont commandées par le Saint-Père ou l'évêque. Cette deuxième condition nous est absolument nécessaire.

1° Je dis premièrement, qu'il faut être en état de grâce, parce que les indulgences sont des grâces que le bon Dieu n'accorde qu'aux justes qui ont en eux la grâce sanctifiante ; aussi voyons-nous que l'Église nous recommande grandement de nous confesser et de communier, et qu'il faut renoncer au péché tout de bon (idem note 1). Puisqu'il est nécessaire d'être en état de grâce, il faut donc renoncer au péché de tout son coeur, parce que vous savez aussi bien que moi que jamais la grâce, dit bon Dieu, ne se trouve avec le péché. Oui, M. F., le bon Dieu peut bien remettre les péchés sans remettre la peine, mais jamais il ne remettra la peine du péché tant que l'offense existera dans le coeur. Il est vrai que le bon Dieu est toujours prêt à nous combler de toutes sortes de biens, mais il veut que notre coeur se détache du péché pour s'attacher à lui sans conditions et sans réserve. Il faut que notre coeur se tourne tout entier du côté du bon Dieu, et toute sa haine du côté du péché. D'après cela, vous sentez aussi bien que moi, que tant que nous n'avons pas confessé nos péchés et que nous ne les avons pas quittés tout de bon, nous ne pouvons pas gagner les grâces des indulgences.

En deuxième lieu, je dis que pour gagner les indulgences, il faut renoncer à tous les péchés que nous avons commis : il nous suffirait d'avoir la conscience chargée d'un seul péché mortel pour nous rendre toutes ces grâces inutiles. Je dis, de plus, que, quand nous n'aurions d'attachement qu'à un seul péché véniel, nous ne pourrions gagner les indulgences dans toute leur étendue. Un péché véniel que nous avons commis, si nous n'en avons pas un véritable repentir, nous ne pouvons pas gagner les indulgences pour celui-là. Voilà l'ordre de Dieu, qui est plein de justice et qui ne se relâche de ses droits, quant à la peine due à nos péchés, qu'à meure et à proportion que nous nous détachons de l'offense. Nous devons détester nos péchés et être véritablement repentant de nos fautes. Le Saint-Père dit, dans les Indulgences qu'il accorde : S'ils sont véritablement pénitents ; il ne dit pas seulement de se confesser de ses péchés, mais il faut que le pécheur soit bien fâché d'avoir offensé le bon Dieu, qu'il soit résolu d'embrasser selon ses forces les rigueurs de la pénitence ; il faut qu'il pleure ses péchés. - Mais, me direz-vous, l'on est bien toujours fâché d'avoir fait le mal. - Vous vous trompez : si vous étiez fàchés d'avoir outragé le bon Dieu par vos péchés, vous ne retomberiez pas aussi vite que vous le faites. Dites-moi, M. F., si passant dans un chemin, vous aviez été menacés d'être tués, y passeriez-vous le lendemain ? Non, sans doute, la pensée du danger que vous avez couru vous ferait prendre d'autres précautions ; il en serait de même si nous étions bien fâchés d'avoir offensé le bon Dieu, nous ne retomberions pas si tôt et peut-etre à la première occasion. Hélas ! combien qui craignent plus le péché parce qu'il faut s'en accuser que parce qu'il outrage le bon Dieu ! Mon Dieu, que de mauvaises confessions ! Examinez cela, et vous verrez que le plus grand nombre des chrétiens appréhendent plus et sont plus fâchés d'avoir fait le mal à cause de l'humiliation qu'ils ont pour s'en accuser, que par rapport à l'injure qu'il fait à Dieu. Hélas ! que de chrétiens qui se damnent de cette manière, qui confessent bien leurs péchés, mais qui n'en obtiennent pas le pardon ! On le voit assez par toutes ces rechutes, qui vous font bien juger que toutes ces confessions n'aboutissent qu'a des sacrilèges. Nous disons donc que pour gagner les indulgences il faut, être en état, de grâce et bien détester ses péchés, sans en excepter un seul, même véniel le plus petit.

2° La deuxième condition, c'est de faire toutes les prièrcs que le Saint-Père commande et dans le temps prescrit : il faut, les dire de bouche ; c'est, comme les pénitences que l'on nous donne dans le tribunal de la pénitence, il ne faut pas se contenter de les dire seulement de coeur, il faut encore prononcer les mots, car nous ne pourrions pas accomplir ainsi notre pénitence de manière à espérer notre pardon. Il faut faire les prières que l'on nous commande pour gagner les indulgences en esprit de pénitence, parce qu'elles ne nous sont accordées que pour suppléer aux pénitences que nous ne pouvons pas faire. Voici, M. F., toutes les oeuvres qu'il faut faire pour gagner les indulgences : ce sont la confession, la communion et la prière. Lorsque les Indulgences portent qu'il faut se confesser et communier, il faut toujours commencer par la confession, comme nous venons de le voir. Si nous avions quelque péché sur la conscience, nous ne pourrions pas gagner les indulgences. Nous devons faire cette confession et cette communion comme si c'était la dernière de notre vie, puisque l'effet des indulgences est de nous mettre en état de nous disposer l'aller jouir sans délai de la gloire de Dieu, de suite après notre mort. En second lieu, il faut communier saintement, parce que c'est par la sainte communion que Jésus-Christ vient en nous et demande grâce pour nous. En troisième lieu, il faut prier, c'est-à-dire, il faut faire toutes les prières qui sont ordonnées dans la bulle du Saint-Père nous obtenir cette grâce. Et voilà pourquoi l'on fait des prières pour gagner les indulgences : c'est pour la conversion des pécheurs et la persévérance des justes.

Pour gagner toutes les indulgences, quand on n'a pas désigné les prières on peut dire cinq Pater et cinq Ave ; quand il y a quelques bonnes oeuvres, il faut les faire avec un véritable esprit de pénitence, c'est-à-dire avec un grand désir de recevoir la grâce que nous demandons. Il faut bien se persuader que nous gagnons les indulgences à proportion des dispositions que nous y apportons ; de sorte que plus nos dispositions sont parfaites, plus nous recevons de grâces. Dites-moi, pouvons-nous nous empêcher d'admirer la bonté de Dieu de nous fournir des moyens si faciles pour éviter les peines du purgatoire ? Il est vrai que toutes ces confréries auxquelles sont attachées tant d'indulgences, sont quelque chose de bien consolant pour un chrétien ; mais la fin pour laquelle elles sont établies est si précieuse et si propre à nous porter à les embrasser, que quand nous voulons réfléchir sur leur fin, nous ne pouvons comprendre qu'un chrétien qui désire tant soit peu de se sauver et plaire à Dieu, puisse ne pas s'en mettre. Disons seulement un mot là-dessus. Pourquoi est-ce que la confrèrie du Saint-Sacrement est établie ? Pour remercier Dieu d'avoir institué ce grand sacrement d'amour, pour lui demander pardon du mépris que l'on fait de sa sainte présence. Celle du Saint-Rosaire, pour honorer la vie cachée, la vie souffrante de Jésus-Christ, sa vie glorieuse, pour honorer les glorieux privilèges de la Très Sainte Vierge. Celle du Sacré-Coeur de Jésus, pour honorer ce Coeur adorable qui nous a tant aimés et qui nous aime tant ; celle du Saint-Scapulaire, pour nous consacrer à la Sainte Vierge pour toute la vie : elle nous promet de prendre un soin tout particulier de nos âmes et de nos corps, elle nous assure qu'elle ne nous perdra pas de vue un seul instant de notre vie. Celle de Notre-Dame des Sept-Douleurs, c'est pour honorer la Sainte Vierge dans le courant de la Passion de Jésus-Christ où elle a tant versé de larmes. Celle du Saint-Esclavage nous fait mettre notre personne et toutes nos actions entre les mains de la Sainte Vierge.

Je vous laisse à penser, M. F., combien toutes ces confréries sont capables de nous aider à nous sauver, puisqu'il n'y a pas un seul instant dans la journée que l'on ne prie pour nous sur la terre. Que de prières, que de bonnes oeuvres font nos confrères ! Dans le ciel, que de confrères sont occupés à demander à Dieu toutes les grâces qui nous sont nécessaires ; disons mieux, il est très difficile qu'un chrétien, quelque mauvais qu'il soit périsse s'il a le bonheur d'être de quelque confrérie et s'il fait quelque prière : comme nous le voyons dans l'histoire, où tant de pécheurs se convertissent d'une manière miraculeuse. Quand je vois un chrétien qui n'est d'aucune confrérie, je ne sais sur quoi m'appuyer pour espérer son pardon ; mais si un pécheur a le bonheur d'être de quelque confrérie, j'ai toujours l'espérance, malgré qu'il soit mauvais, que tôt ou tard les prières des autres confrères obtiendront du bon Dieu la grâce de son retour. Concluons, M. F., en disant que, non seulement nous pouvons nous enrichir par la part que nous avons aux prières des confrères ; mais nous nous mettons, avec le moindre effort que nous faisons, dans une disposition qui nous assure le ciel ; c'est le bonheur que je vous souhaite.


(1) C'est une question controversée entre les théologiens, si l'état de grâce est nècessaire pour gagner les indulgences en faveur des âmes du purgatoire. Néanmoins, il semble plus probable que l'état de grâce est nécessaire, c'est le sentiment de saint Liguori. Gury recommande également cette opinion. Gury, tom. II, pag. 511, 512.

FONTE:JESUSMARIE