No último domingo, dia 6, o papa Bento XVI celebrou missa solene por ocasião da solenidade da Epifania. Nesta mesma celebração o Santo Padre conferiu a ordem episcopal a quatro bispos titulares, entre eles seu secretário pessoal Mons. Georg Gänswein, que assume a Prefeitura da Casa Pontifícia e a arquidiocese titular de Urbs Salvia, os outros bispos são dois núncios e o secretário da Congregação para a Educação Católica. Os bispos co-sagrantes foram o Cardeal Bertone, Secretário de Estado, e o Cardeal Grocholewski, Prefeito da congregação supracitada.
Solenidade
A solenidade da
liturgia foi marcada pelo uso do fanon papal, uso da dalmática pontifical pelo
Santo Padre, pelos ordenados e pelos bispos co-sagrantes, e o ordinário da missa
cantado. Kyrie, Gloria, Sanctus, Agnus Dei foram cum iubilo. O Credo cantado foi
o III do gradual. O que foi marcante em relação aos cantos da missa foi o salmo
cantado em alemão. Provavelmente para que a língua de todos os ordenandos fosse
usado em parte notável da liturgia; sendo que a primeira leitura foi feita em
inglês e a homilia, como é habitual, em italiano.
Um canto fora do
ordinário que certamente mereceu destaque foi o Adestes Fideles cantado de
maneira triunfante na parte final da comunhão pela Capela
Sistina.
As vestes dos
ordenandos constavam, além da dalmática, da batina violácea com detalhes
vermelhos, alva com renda, cíngulo, estola e a casula. Esta era romana e com o
Brasão de Paulo VI bordado atrás, o mesmo das casulas dos co-sagrantes. A cruz,
provavelmente presa ao cordão verde-ouro, foi usada sob a dalmática. Foi notável
também o uso de meias violáceas, que ficaram à mostra durante o rito da
prostração.
Cada um deles foi
assistido por dois diáconos, portando dalmáticas e, segundo as rubricas da forma
ordinária, alvas e estolas. Apesar de já ser algo comum nas ordenações que o
Papa preside na arquibasílica de São Pedro, vai contra as indicações do
Cerimonial dos Bispos que diz que os candidatos são assistidos por presbíteros
revestidos de casula ou, caso não concelebrem, pluvial.
O Santo Padre, que foi
até o altar levado pelos sediários, vestiu habitualmente as vestes pontificais,
incluindo o pálio com três cravos sobre o fanon. Nas últimas celebrações, o
Santo Padre tem se mostrado um pouco cansado, talvez até por conta disso,
optou-se por simplificar a incensação do altar, que teve apenas um lado
incensado como se estivesse unido a um retábulo.
Talvez por conta dessa mudança inesperada, os funcionários da basílica que colocam a sede do papa e as cadeiras dos cerimoniários e co-sagrantes à frente do altar, se atrasaram ao fazê-lo de modo que quando os cardeais Bertone e Grocholewski estavam já à frente do altar, os assentos ainda não estavam nos lugares.
Talvez por conta dessa mudança inesperada, os funcionários da basílica que colocam a sede do papa e as cadeiras dos cerimoniários e co-sagrantes à frente do altar, se atrasaram ao fazê-lo de modo que quando os cardeais Bertone e Grocholewski estavam já à frente do altar, os assentos ainda não estavam nos lugares.
O Sacramento da Ordem
O Rito de ordenação
teve início logo após o anúncio das festas móveis do ano, feitas por um diácono.
O pedido de ordenação, feito ao Santo Padre pelo Cardeal Oullet, Prefeito da
Congregação para os Bispos. Como a nomeação é feita pelo próprio Papa, ele não
pediu que a nomeação fosse lida na celebração.
Depois da homilia, o
rito de ordenação prosseguiu com os votos feitos pelos bispos eleitos e a
ladainha de todos os santos, durante a qual, por ser domingo, os presentes
permaneceram de pé, apenas os ordenandos se prostraram.
Como de cstume, o santo Padre impôs as mãos aos bispos-eleitos de sua sede, os demais bispos, incluindo os co-sagrantes, da frente do baldaquino. Várias vezes durante esse rito Mons. Georg levantou a cabeça, provavelmente reconhecendo os cardeais e bispos que trabalham, como ele, na Cúria Romana.
Apesar de muitos
cardeais e bispos estarem presentes, apenas os co-sagrantes concelebraram, os
demais assistiram a celebração em vestes corais. Durante o rito da imposição das
mãos, endossaram estola.
O livro dos Evangelhos
foi aberto pelos co-sagrantes sobre a cabeça de cada um dos eleitos, modificação
ocasionada, talvez, para evitar que o Santo Padre tivesse que descer do
baldaquino. Em outras ocasiões, foi o próprio Papa a executar tal rito. Os
Evangeliários foram suspensos pelos diáconos que assistiam os ordenandos.
A oração consecratória
rezada pelo Santo Padre foi aclamada ao final com um grande “Amen” cantado pelo
coral. Para a unção e imposição das insígnias, os ordenados subiram ao
baldaquino. O solidéu foi colocado pelos cerimoniários imediatamente antes da
mitra ser imposta pelo Santo Padre. Entre as insígnias destaca-se a beleza do
báculo de Mons. Gänswein e a mitra de Mons. Thevenin, conforme destaca a página
do Direto da Sacristia.
Durante o abraço da
paz, e não beijo, conforme trazia o livreto da celebração, o Santo Padre mostrou
particular apreço por seu secretário.
Foi usado o Cânon
Romano, que permite que quatro concelebrantes tomem parte na leitura da oração.
Foram eles os dois bispos co-sagrantes e dois ordenados: Mons. Zani e Mons.
Nwachucwu.
Os ritos próprios da
ordenação se completaram, depois da comunhão com o tradicional canto do Te Deum
e os ordenados abençoando a assembleia precedidos pelos co-sagrantes e
acompanhados por seus diáconos.
Brasão de Mons.
George Gänswein, nota-se a óbvia inspiração no brasão do Santo
Padre
Conforme informava o livreto da celebração, o Santo Padre concedeu àqueles que participaram da celebração a indulgência plenária, contanto que cumprissem as exigências do manual: confissão sacramental, oração nas intenções do Santo Padre e comunhão sacramental.