- E senti o espírito inundado por um mistério de luz que é Deus e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora! - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu! (escreve a irmã Lúcia a 3 de janeiro de 1944, em "O Meu Caminho," I, p. 158 – 160 – Carmelo de Coimbra)
quinta-feira, 6 de agosto de 2020
Ancião Aimilianos de Simonopetra no Nome de Deus
Ancião Aimilianos de Simonopetra no Nome de Deus
Nada resta para o monge, exceto uma coisa: lavar os olhos de seu coração com as lágrimas de seu rosto enquanto repete com o salmista: "Todas as noites eu inundo minha cama com minhas lágrimas; eu molho meu leito com meu pranto" (Salmos 6: 6), e tocar nas franjas do manto de Jesus (cf. Mt 14.36) enquanto clama, como o cego do Evangelho: "Senhor, tem misericórdia de mim, para que eu recupere a vista ! " (Lucas 18: 39-41), de modo que as trevas sejam dissipadas pela invocação do Nome do Senhor. O Nome de Jesus, de Alguém da Santíssima Trindade, torna-se assim o eco pessoal e interior da voz divina que os discípulos ouviram no Tabor vinda da nuvem para dar testemunho da divindade do Salvador. Cristo se faz presente aqui por meio do sacramento de Seu Nome, e a noite escura é transfigurada em "nuvem brilhante", em uma escuridão onde Deus habita.
Na penumbra da noite, lutando contra as trevas do egoísmo e os ataques dos "governantes das trevas presentes" (Efésios 6:12), repelindo todo falso brilho, isto é, todo pensamento, produto da imaginação, ou aparição vinda do diabo que sabe como "disfarçar-se de anjo de luz" (1 Cor. 11:14), o monge se apega a nada mais que o Nome de Jesus apenas, não para analisá-lo, mas para saborear a presença do Senhor. Então, a falta de luz dentro de sua cela é transformada naquela "nuvem rápida" sobre a qual o Senhor da glória se assenta (Is 19: 1).
Arquimandrita Aimilianos de Simonopetra
O Caminho do Espírito: Reflexões sobre a Vida em Deus
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