domingo, 10 de julho de 2011

Jesus é a verdadeira "Parábola" de Deus, que nos atrai a Si, sem constrangimentos: Bento XVI, por altura do Angelus, ao meio-dia, em Castelgandolfo. Recordado São Bento (11 de Julho)

Pope Benedict XVI greets the faithful in the central square of Pennabilli, during his one-day trip to San Marino, on June 19, 2011. The pope is paying his first visit to San Marino, the world's oldest sovereign state nestled on the eastern slopes of Italy's Appenine Mountains. 




Foi em Castelgandolgo, onde se encontra desde quinta-feira passada, que o Papa recitou o Angelus, ao meio-dia, com os fiéis congregados no pátio interior do Palácio apostólico. Na costumada alocução, o Santo Padre comentou, como habitualmente, o Evangelho deste domingo, a parábola do semeador.

“É uma página de algum modo autobiográfica, porque reflete a própria experiência de Jesus, da sua pregação: Ele identifica-se com o semeador, que espalha a boa semente da Palavra de Deus e se dá conta dos diversos efeitos que obtém, conforme o tipo de acolhimento reservado ao anúncio.”
“Há quem escuta superficialmente a Palavra, mas não a acolhe; há quem acolhe logo que a escuta, mas não tem constância e perde tudo; há quem se deixa arrastar pelas preocupações e seduções do mundo; e há quem escuta de modo recetivo, como o terreno bom: e então a Palavra dá fruto em abundância.”

Mas este Evangelho insiste também sobre o método da pregação de Jesus, ou seja, precisamente sobre o uso das parábolas. Porque é que lhes falas com parábolas? – perguntam os discípulos. E Jesus responde, estabelecendo uma distinção entre eles e a multidão:

“aos discípulos, isso é, aqueles que se decidiram já a segui-lo, Ele pode falar abertamente do Reino de Deus, ao passo que aos outros deve anunciá-lo em parábolas, para estimular precisamente a decisão, a conversão do coração. De facto, as palavras exigem, por sua natureza, um esforço de interpretação, interpelam a inteligência, mas também a liberdade”.
“No fundo, a verdadeira Parábola de Deus é o próprio Jesus, a sua Pessoa, que, no signo da humanidade, esconde e ao mesmo tempo revela a divindade. Deste modo, Deus não nos constringe a acreditar nele, mas atrai-nos a Si com a verdade e a bondade do seu filho encarnado. De facto, o amor respeita sempre a liberdade”.

A concluir a sua alocução antes da recitação do Angelus, Bento XVI recordou que nesta segunda-feira se celebra a festa de São Bento, Abade e Patrono da Europa, propondo-o, à luz do Evangelho deste domingo, como mestre da escuta da Palavra de Deus, escuta profunda e perseverante:
“Temos sempre que aprender do grande Patriarca do monaquismo ocidental a dar a Deus o lugar que lhe compete, o primeiro lugar, oferecendo-lhe, com a oração da manhã e da tarde, as atividades quotidianas”:

Nas saudações após a recitação do Angelus, o Santo Padre recordou a celebração, neste domingo, do Dia do Apostolado do Mar. Saudando os capelães e voluntários empenhados no cuidado pastoral dos marítimos, pescadores e suas famílias, o Papa mencionou especialmente os que sequestrados:

“Asseguro a minha oração também pelos marítimos que infelizmente se encontram sequestrados por atos de pirataria. Faço votos de que sejam tratados com respeito e humanidade, e rezo pelos seus familiares, para que sejam fortes na fé e não percam a esperança de se reunirem em breve aos seus familiares”.