Em 6 de maio de 1211, o Arcebispo Aubry de Humbert colocava a pedra fundamental da atual catedral de Reims. No mesmo dia, em 1210, um incêndio devastador destruíra parcialmente a cidade, atingindo a catedral anterior.
O essencial do monumento que hoje admiramos só ficou pronto em 1275, recebendo novos acabamentos e enfrentando novos desgastes, inclusive um incêndio da estrutura do teto (charpente) em 1481.
Alguns detalhes do projeto inicial tiveram de ser abandonados e na guerra de 1914-18 os alemães a bombardearam impiedosamente, destruindo todo o teto e todos os elementos mais frágeis.
Foram necessários 20 anos de árdua reconstrução e restauração das partes danificadas, muitas das quais podem ser vistas no Museu do Tau, antigo palácio arquiepiscopal, contíguo à catedral.
No dia 15 de maio p.p. celebrou-se a Missa solene comemorativa dos 800 anos da catedral medieval, construída sobre os fundamentos das catedrais anteriores.
São Remi (ou Remígio) era então Arcebispo de Reims. Além de Clóvis, ele batizou 3.000 de seus guerreiros no dia de Natal de 498.
O rei fora convertido por sua esposa, Santa Clotilde. Quando enfrentara os alamanos, dois anos antes, na lendária batalha de Tolbiac (em alemão Zülpich, perto de Colônia), Clóvis pediu ajuda “ao Deus de Clotilde” que lhe deu a vitória. Foi então que teria decidido converter-se.
Essa ampola foi destruída pelos facínoras na Revolução Francesa, restando hoje apenas algumas gotas, conservadas na basílica de São Remi.
Mais tarde tornou-se tradição os reis se fazerem sagrar em Reims.
Na atual catedral foram sagrados nada menos que 25 reis de França: de Luís VIII e seus filhos São Luís IX (1223 e 1226) a Luís XVI e Carlos X (1775 e 1825).
Uma das sagrações mais célebres foi a de Carlos VII, em 1429, conduzido ao trono por Santa Joana d’Arc, presente no ato.
De qualquer forma, a catedral é uma verdadeira jóia, figura da Jerusalém celeste, que nos convida ao desprezo das banalidades deste mundo para contemplar as belezas inefáveis do paraíso celestial.