É noite em Veneza. Na Praça de São Marcos a onda de turistas está ausente, os pombos estão dormindo, a catedral apresenta-se em sua majestosa solidão, esplendidamente iluminada, deixando perceber o branco reluzente do mármore, seus pormenores e a linha geral do conjunto.
Nesta magnífica catedral de São Marcos distinguem-se três profundidades.
Em primeiro lugar as arcadas, que têm como centro um arco maior apresentando magnífico mosaico, e acima dele um terraço.
Em seguida a parte superior desse primeiro corpo do edifício, com uma espécie de ogiva central muito grande onde se percebem os famosos cavalos, dois torreões, e de cada lado ogivas bem abertas encimadas com figuras.
A terceira parte é constituída pela cúpula da catedral e algumas torrezinhas.
A iluminação ressalta a parte branca do edifício, que assim parece constituída de tijolinhos de açúcar.
Mas notam-se também sombras cheias de mistério nessa esplêndida galeria de arcos do andar térreo.
Diante desta catedral, forma-se em nossa mente uma impressão marcante: o espírito de fé com que ela foi construída; e, a partir desse espírito de fé, a aspiração do maravilhoso e do grandioso manifestada em louvor de São Marcos.
É uma das mil cintilações deslumbrantes do espírito católico, levando-nos a exclamar: “Igreja Católica é isto! Ó Igreja Católica!”.
(Fonte: Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, 11/01/1989. “Catolicismo”, outubro 2010. Excertos sem revisão do autor.)