domingo, 7 de novembro de 2010

Em Barcelona, Bento XVI preside à dedicação da Sagrada Família . Bento XVI recordou que a Igreja se opõe a “todas as formas de negação da vida humana” e defende a “ordem natural no âmbito da instituição natural”. O Papa deixou assim uma crítica indirecta às políticas do governo espanhol em matérias como o aborto ou a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Bento XVI pediu que se “defenda a vida dos filhos como sagrada e inviolável desde o momento da concepção” e que a natalidade seja “valorizada e apoiada jurídica, social e legislativamente”.

 

Pope Benedict XVI (2ndL) arrives at the Sagrada Familia prior to celebrate a solemn mass consecrating Barcelona's famous temple in a basilica on November 7, 2010, during his two-day visit in Spain. Pope Benedict XVI warned today of a very strong clash between faith and modernity in Spain and he called for dialogue, not confrontation. The pontiff said an anti-clerical movement erupted in Spain in the 1930s in the run-up to the Spanish Civil War.




(7/11/2010) Bento XVI preside neste momento à Missa em que vai dedicar a Basilica da Sagrada Família, o templo que consagrou o génio do catão Antoni Gaudí, em Barcelona.
O rito da dedicação começou com a entrada na igreja, em procissão, depois de o Papa ter pedido que a porta fosse aberta.
Habitualmente reservado ao bispo da diocese, o rito é presidido por Bento XVI, em Barcelona, tendo em conta o significado universal do edifício.
As boas-vindas foram oferecidas pelo arcebispo de Barcelona, cardeal Lluís Martínez Sistach, que falou em catalão e espanhol, assegurando que a visita papal era esperada "com júbilo".
O actual arquitecto principal, Jordi Bonet Armengol, ofereceu uma breve explicação sobre a construção da igreja e o Papa entrega a chave da porta principal do templo ao sacerdote responsável pela mesma, padre Lluis Bonet.
Seguiu-se a aspersão, com água benta: o presidente da celebração benzeu a água e com ela aspergiu os participantes na celebração e o ambão. Dez bispos espanhois aspergiram as paredes da igreja.

Na homilia da Missa Bento XVI recordou que a Igreja se opõe a “todas as formas de negação da vida humana” e defende a “ordem natural no âmbito da instituição natural”.
O Papa deixou assim uma crítica indirecta às políticas do governo espanhol em matérias como o aborto ou a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Bento XVI pediu que se “defenda a vida dos filhos como sagrada e inviolável desde o momento da concepção” e que a natalidade seja “valorizada e apoiada jurídica, social e legislativamente”.
“A Igreja advoga medidas sociais e económicas adequadas para que a mulher encontre no lar e no trabalho a sua plena realização; para que o homem e a mulher que contraem matrimónio sejam apoiados decididamente pelo Estado”, acrescentou.
Como fizera em Compostela, o Papa alertou para a necessidade de acompanhar os progressos “técnicos, sociais e culturais” com outras dimensões.
“Juntamente com eles, devem estar sempre os progressos morais, como a atenção, protecção e ajuda à família, já que o amor generoso e indissolúvel entre um homem e uma mulher é o marco eficaz e fundamento da vida humana”, desde a gestação até ao seu “fim natural”.
O Papa que falava na igreja-símbolo de Barcelona como uma “síntese admirável entre técnica, arte e fé”,agradeceu a todos os que trabalharam neste templo expiatório – assim denominado por ser construído apenas com donativos privados -, lembrando uma “longa história de sonhos, trabalho e generosidade”.
Bento XVI elogiou em particular o «pai» deste projecto, Antoni Gaudí, “arquitecto genial e cristão consequente, com a chama da sua fé ardendo até ao final da sua vida, vivida em dignidade e austeridade absoluta”.
Obras como esta – salientou - ajudam a “mostrar ao mundo o rosto de Deus, que é amor e o único que pode responder ao desejo de plenitude do homem”.
“Essa é a grande tarefa, mostrar a todos que Deus é o Deus da paz e não da violência, da liberdade e não da coacção, da concórdia e não da discórdia”, disse na homilia da Missa de consagração do templo, em construção há mais de 125 anos.
Para Bento XVI, esta celebração é de “grande significado” numa época em que “o homem pretende edificar a sua vida de costas para Deus, como se já não tivesse nada a dizer-lhe”.
“Gaudí, com a sua obra, mostra-nos que Deus é a verdadeira medida do homem”, apontou.
-Depois da homilia e das ladainhas, teve lugar propriamente o rito da dedicação, que simboliza a intenção de consagrar a igreja a Deus.