terça-feira, 24 de março de 2020

Festa da Anunciação. Luz sobrenatural do ápice de história humana


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Anunciação, Fra Angelico, Museu del Prado, Madri
Anunciação, Fra Angelico, Museu del Prado, Madri
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








A cena famosa da Anunciação do Arcanjo São Gabriel a Nossa Senhora, no retábulo pintado por Fra Angélico, constituiu para a humanidade uma hora da graça.

Abriu-se o Céu que a culpa de Adão e Eva havia cerrado, e dele desceu um espírito de luz e pureza, trazendo consigo mensagem de reconciliação e paz, dirigida à criatura mais formosa, nobre, cândida e benigna que nascera da estirpe de Adão.

Estando o Arcanjo em presença da Santíssima Virgem, o diálogo se estabelece.

Anunciação, Museu do Prado, Madri. Fra Angélico. São GabrielA nobreza própria à natureza angélica, sua fortaleza leve e toda espiritual, sua inteligência e pureza, enfim tudo se espelha admiravelmente na figura altamente expressiva de São Gabriel.

Anunciação, Museu do Prado, Madri. Fra Angélico. Nossa SenhoraNossa Senhora, com razão, aparece na pintura menos etérea e impalpável, pois é uma criatura humana.

Entretanto, um quê de angélico nota-se em toda a compostura d´Aquela que é a Rainha dos anjos.

Sua fisionomia excede em espiritualidade, nobreza e candura à do próprio emissário celeste.

Invisível, Deus entretanto manifesta sua presença na luz sobrenatural que parece irradiar de ambos os personagens, comunicando a toda a natureza o esplendor de uma alegria pura, tranquila, virginal.

Sente-se quase a temperatura suavíssima, a brisa levíssima e aromática, a alegria que perpassa todo o ambiente criado por Nossa Senhora e o Arcanjo.





(Fonte: Plinio Corrêa de Oliveira, novembro de 1986. Sem revisão do autor. Em “Catolicismo”.