domingo, 14 de dezembro de 2008


D.Fernando Rifan
Por trás disso, está a falta de uma espiritualidade séria, que pensa que para atrair o povo se deve inventar novidades. A Santa Missa atrai por si mesma, pela sua sacralidade e seu mistério. No fundo, trata-se de diminuição da Fé nos mistérios eucarísticos, procurando supri-la por novidades e criatividades. Quando o Celebrante quer se tornar o protagonista da ação litúrgica, começam os abusos. Ele se esquece de que o centro da Missa é Jesus Cristo.

O actual secretário da Congregação para o Culto Divino, Dom Albert Malcolm Ranjith, lamenta: “A Santa Missa é sacrifício, dom, mistério, independentemente do sacerdote que a celebra. É importante, mesmo fundamental, que o sacerdote se coloque de lado: o protagonista da Missa é Cristo. Não compreendo, portanto, as celebrações eucarísticas transformadas em espetáculo com danças, cantos ou aplausos, como infelizmente muitas vezes ocorre com o Novus Ordo”.

A solução para os abusos está nas normas dadas pelo Magistério, especialmente no documento “Redemptionis Sacramentum”, de 25 de março de 2004, que preceitua que “todos procurem, segundo seus meios, que o Santíssimo Sacramento da Eucaristia seja defendido de toda irreverência e deformação, e todos os abusos sejam completamente corrigidos. Isto, portanto, é uma tarefa gravíssima para todos e cada um, e, excluída toda acepção de pessoas, todos estão obrigados a este trabalho” (183).
Mas, como diz Dom Ranjith, “existem tantos documentos (contra esses abusos) que lamentavelmente ficaram letra morta, deixados em estantes cheias de poeira ou, pior ainda, no cesto de lixo”