- E senti o espírito inundado por um mistério de luz que é Deus e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora! - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu! (escreve a irmã Lúcia a 3 de janeiro de 1944, em "O Meu Caminho," I, p. 158 – 160 – Carmelo de Coimbra)
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Dietrich von Hildebrand
Este não é apenas o conselho da tradição cristã, que deveria ser respeitados por piedade; mas está enraizado na natureza humana. O recolhimento é a base necessária para a verdadeira comunhão da mesma forma que a contemplação proporciona a base necessária para a verdadeira acção na vinha do Senhor. Um tipo superficial de comunhão - a camaradagem jovial de uma questão social - remete-nos para a periferia. A comunhão realmente cristã faz-nos entrar nas profundidades espirituais.
O caminho para uma verdadeira comunhão cristã: Reverência .. Recolhimento .. Contemplação
Claro que devemos lamentar um excessivo e sentimental devocionismo e reconhecer que muitos católicos o praticaram. Mas o antídoto não é uma experiência de comunidade como tal, assim como a cura para a pseudo-contemplação não é a actividade propriamente dita. O antídoto deve incentivar a verdadeira reverência , a uma atitude de recolhimento autêntico e devoção contemplativa a Cristo. Só a partir desta atitude pode ter lugar uma verdadeira comunhão em Cristo.
As leis fundamentais da vida religiosa que governam a imitação de Cristo, a transformação em Cristo, não se mudam de acordo com o humor e hábitos do momento histórico. A diferença entre uma experiência de comunidade superficial e uma experiência de comunidade profunda é sempre a mesma. O recolhimento e a adoração contemplativa de Cristo - que só a reverência torna possível - será a base necessária para uma verdadeira comunhão com os outros em Cristo em cada era da história humana.