O Beato Nuno Álvares Pereira nasceu a 24 de Junho de 1360 em Portugal. Filho ilegítimo de fr. Álvaro Gonçalves Pereira e de D. Iria Gonçalves do Carvalhal, foi legitimado por decreto real. Aos treze anos tornou-se pajem da rainha D. Leonor, tendo sido criado na corte.
Casou-se em 1376 com D. Leonor de Alvim, por ordem de seu pai, de quem teve três filhos, sobrevivendo apenas a sua filha Beatriz que se viria a casar com D. Afonso, dando origem à Casa de Bragança.
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Ficou conhecido por «O Condestável» devido ao seu cargo de Comandante supremo do exército, estratega nas batalhas dos Atoleiros, de Aljubarrota e Valverde, combates vencidos por Portugal devido ao mérito das suas virtudes pessoais e da sua táctica militar. Os militares eram acompanhados por uma espiritualidade sincera e profunda. O amor à eucaristia e pela Virgem Maria foram trave-mestra da sua vida interior, fazendo construir numerosas igrejas e mosteiros, entre eles, Igreja do Carmo de Lisboa, Igreja de Santa Maria Vitoria, na Batalha.
Ficou viúvo muito cedo (em 1387) e após estar consolidada a paz no país dedicou-se a aprofundar os ideais da Cavalaria e os valores do Evangelho. Posteriormente foi admitido como membro da Ordem do Carmo, de onde só saiu em 1422 para um novo convento em Lisboa, que ele próprio mandara construir.
A 15 de Agosto de 1423 passou a ser Frei Nuno de Santa Maria.
Nuno Álvares Pereira teve uma intensa vida de oração e bem-fazer, numa conduta de grande humildade, simplicidade e amor à Virgem Maria e aos pobres.
Faleceu no Convento do Carmo a 1 de Abril de 1431, onde foi sepultado.
Os restos mortais do beato Nuno de Santa Maria foram transladados por oito vezes, encontrando eterno repouso em 1951, após 520 anos da sua morte, na Igreja de Santo Condestável em Lisboa.
Em 2000 é-lhe atribuído o milagre da cura da córnea do olho de uma idosa de Castelo de Ourém, facto que faz reabrir o processo de canonização.
Após 115 anos da introdução do processo, pelo Padre Anastasio Ronci, postulador dos Carmelitas, para o reconhecimento do culto, o Beato Nuno é este domingo canonizado no Vaticano.
- E senti o espírito inundado por um mistério de luz que é Deus e N´Ele vi e ouvi -A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. - O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar , é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. - O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora! - Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica: - Na eternidade, o Céu! (escreve a irmã Lúcia a 3 de janeiro de 1944, em "O Meu Caminho," I, p. 158 – 160 – Carmelo de Coimbra)